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Quando vier a Primavera,Se eu já estiver morto,As flores florirão da mesma maneiraE as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.A realidade não precisa de mim..*Sinto uma alegria enormeAo pensar que a minha morte não tem importância nenhuma..*Se soubesse que amanhã morriaE a Primavera era depois de amanhã,Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.Por isso, se morrer agora, morro contente,Porque tudo é real e tudo está certo..*Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.O que for, quando for, é que será o que é.
Se fosse Dilma ou Lula que tivessem quatro contas na Suíça, o que vocês acham que a mídia e o PSDB estariam fazendo?Claro que o Jornal Nacional e todos os outros programas de todas as outras TVs seriam dedicados ao tema e tucanos de todos os cantos estariam chamando protestos de rua e bombando hastags como #LulanaCadeia e #DilmaCorrupta.Alguém pode dizer, mas isso é política.Não amigos, não é.Para começar, veículo de comunicação que se respeite não trata de forma tão desequilibrada assim atores políticos.Principalmente se for um veículo concessionário.Rádios e TV são concessões públicas e usam um espectro limitado.Ou seja, são poucos que conseguem operar nessa área restrita.E por isso há limites distintos entre uma publicação em papel e em internet e as que operam concessões.Mas no Brasil isso se perdeu.
Veículos concessionários se comportam como se fossem partidos. Ou seja, como se representassem apenas parte da sociedade.Isso é vil. E ilegal.E desequilibra a democracia.Na democracia os partidos políticos, claro, podem e devem ter posições diferentes.E defender partes da sociedade.Mas para preservar e valorizar a democracia é preciso também ter um pouco de respeito com os cidadãos.O PT tem se comportado muito mal. É fato.Mas PMDB, PSDB e quetais agem apenas de maneira oportunista.Pesquisas qualitativas já capturam essa impressão de boa parta da população.Cada vez mais pessoas percebem que políticos desses partidos tentam transformar os problemas do Brasil em culpa do PT e de Dilma. Porque querem ocupar o lugar dela. Não porque querem acabar com a corrupção.E casos como os de Cunha fazem isso ficar ainda mais claro.O cidadão de hoje é muito melhor informado.Quem o trata como Hommer Simpson vai se dar mal.Até porque essa crise vai ter dia seguinte.E no dia seguinte gente como Marta, Aécio, Paulinho da Força, Roberto Freire e vários colunistas da mídia tradicional que não estão respeitando a inteligência do eleitor, vão se dar mal.E Cunha está ajudando muito neste processo. Porque Cunha deixou a mídia e a oposição nuas em praça pública.
Sabe o silêncio que Cunha fez quando Chico Alencar perguntou a ele na Câmara se tinha mesmo contas na Suíça?
Como poderíamos classifica-lo?
Cínico. Cafageste. Culpado. Canalha. Indecente. Patético. Debochado.
Bem, é só ir ao dicionário em busca de palavras negativas e você vai ver que cada uma delas caberá ao silêncio de Cunha diante de Chico Alencar.
Você verá, também, que cada um dos adjetivos vale, igualmente, para o silêncio de FHC, Aécio e Serra sobre o escândalo das contas de Cunha na Suíça.
É um silêncio particularmente revelador este dos tucanos porque mostra a natureza da sua pregação anticorrupção.
Como os golpistas de 1954 e 1964, que tanto usaram o "mar de lama" para derrubar governos democraticamente eleitos pelo povo, o que menos interessa aos tucanos hoje é acabar com a corrupção.
Eles querem é dar um golpe. Não mais e nem menos que isso.
Não que isto fosse novidade.
É estranho alguém como falar em corrupção quando, como FHC, deve um mandato à compra, com cédulas acomodadas em malas, de deputados para aprovar uma emenda.
Ou quando, como no caso de Aécio, usa dinheiro público para irrigar rádios da família e para fazer um aeroporto particular.
O moralismo é o último refúgio dos demagogos, e FHC e Aécio comprovam esta frase.
Escrevi, há algum tempo, que Cunha era um morto vivo. Agora, ele mudou de categoria: é um morto morto.
E não há nada que seus aliados de ocasião possam fazer para devolvê-lo à vida.
As contas suíças são uma cadeira elétrica para o presidente da Câmara. Não apenas a existência delas, mas os detalhes que as autoridades suíças passaram aos brasileiros.
Cunha usou empresas fantasmas para tentar enganar o sistema financeiro suíço, sabemos agora. Colocou pessoas da família como titulares delas, em seu lugar.
Quis ser mais esperto que os suíços, mas deixou suas digitais em sua delinquência. Em todas as contas abastecidas de dinheiro sujo lá estava ele como beneficiário.
A esta altura, você pode resumir o caso assim. Quem está mentindo: os suíços ou Cunha?
O episódio mostra por que é vital acabar com o financiamento privado de campanhas.
As sobras, muitas vezes milionárias, vão terminar em contas como as de Cunha na Suíça.
É por isso que tanta gente se bate pela permanência do dinheiro de empresas na política.
Não é apenas uma forma de se eleger, uma vez que sem dinheiro ninguém faz nada.
É também porque sempre haverá sobras capazes de enriquecer pessoas como Eduardo Cunha.
E o interesse público diante desse descalabro? Ora, dane-se o interesse público.
Enfrentar verdadeiramente a corrupção é varrer da política figuras como Eduardo Cunha.
Mas não é isso – um saneamento — o que querem os cardeais tucanos.
Eles na verdade são um obstáculo no enfrentamento à corrupção.
Por isso, num mundo menos imperfeitos eles acabariam varridos da política como Eduardo Cunha.