Sou antiraças

Não Sou apenas antiracistas, sou antiraças Não reconheço a raça Vermelha Amarela Branca Preta Azul ou qualquer outra cor com que queiram def...

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Paulo Coelho: O conto


Uma viúva, de uma pobre aldeia em Bengala, não tinha dinheiro para pagar o ônibus ao seu filho, pois ela o tinha matriculado num colégio distante de casa. O garoto teria que atravessar sozinho, uma floresta. Para tranquiliza-lo, ela disse:

- Não tenha medo da floresta, meu filho. Peça ao Deus Krishna para acompanhá-lo. Ele ouvirá sua oração.

O garoto fez o que a mãe dizia, Krishna apareceu, e passou a levá-lo todos os dias à escola.

Quando chegou o dia do aniversário do professor, o menino pediu à mãe dinheiro para comprar um presente.

- Não temos dinheiro, filho. Peça ao seu irmão Krishna para arranjar um presente.

No dia seguinte, o menino contou seu problema a Krishna. Este lhe deu uma jarra cheia de leite.

Animado, o menino entregou a jarra ao professor. Mas como os outros presentes eram mais bonitos, o mestre não deu a menor atenção.

- Leva esta jarra para a cozinha - disse o professor para um assistente.

O assistente fez o que lhe fora mandado. Ao tentar esvaziar a jarra, porém, notou que ela tornava a se encher sozinha. Imediatamente, foi comunicar o fato ao professor que, aturdido, perguntou ao menino:

- Onde arranjou esta jarra, e qual é o truque que a mantém cheia?

- Quem me deu foi Krishna, o Deus da floresta.

O mestre, os alunos e o ajudante, todos riram.

- Não há deuses na floresta, isto é superstição! - disse o mestre.

- Se ele existe, vamos lá fora vê-lo!

O grupo inteiro saiu. O menino começou a chamar por Krishna, mas este não aparecia. Desesperado, fez uma última tentativa:

- Irmão Krishna, meu mestre quer vê-lo. Por favor, apareça!

Neste momento, veio da floresta uma voz, que ecoou por todos os cantos:

- Como é que ele deseja me ver, meu filho? Ele nem sequer acredita que eu existo!