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O mito da desindustrialização

 Há uma campanha em curso, patrocinada pela grande mídia e pela oposição, para disseminar a tese de que o Brasil passa por um processo de desindustrialização. Articulistas mal-informados (ou mal-intencionados) pregam aos quatro ventos que o câmbio valorizado e os juros altos seriam as causas do aumento das importações, e que esse aumento destruirá a indústria nacional. Curiosamente, são os mesmos que atacaram o Banco Central por elevar menos a taxa Selic do que o esperado pelos “analistas” do mercado.

Boa parte da imprensa não se cansa de atacar a política industrial do Governo Lula, o BNDES e a Petrobras. Trata-se de uma clara tentativa de fomentar pânico na indústria e esconder o excelente momento econômico que o país vive às vésperas das eleições. Configura-se, portanto, uma grande contradição, já que a ação do BNDES e o desempenho da Petrobras têm sido fundamentais para desenvolver nossa indústria, agregando inovação e tecnologia aos processos produtivos.
A realidade revela o que a tese da desindustrialização de fato é: um mito. E as provas estão no próprio noticiário, nos indicadores econômicos apresentados, e no recente manifesto de parcela significativa do setor industrial (12 associações), que defendeu o papel do BNDES e identificou na campanha contra o banco um ataque ao investimento produtivo existente no Governo Lula.
Além disso, é preciso contextualizar o recente aumento das importações. A base de comparação é frágil, porque se verifica sobre uma queda forte (16,9%) em 2009, ano de crise internacional. Ou seja, boa parte desse fluxo é uma recomposição do nível de importação pré-crise. Esse não é um fenômeno inédito. Em 2004, quando a atividade econômica teve forte aceleração após um ano de ajuste fiscal, também houve aumento expressivo das importações.
Outro fator a ser considerado é a alta consistente da demanda doméstica, que está na casa dos dois dígitos em virtude do aquecimento da economia. O aumento no fluxo de produtos importados vem para complementar a oferta doméstica, não para substituir a produção nacional.
Enquanto a mídia prega o terror, a indústria nacional se prepara para o futuro. Em junho, as importações de bens de capital cresceram 58,4% em relação ao mesmo mês de 2009, quando a economia brasileira já estava em plena recuperação. No primeiro semestre, a compra de máquinas e equipamentos para ampliar a produção teve alta de 26,1%. Pode haver desindustrialização em um país que investe R$ 10,6 bilhões em maquinário para produzir ainda mais?
No mês de julho, as exportações alcançaram R$ 17,6 bilhões, voltando ao nível pré-crise, resultado obtido sem que houvesse uma recuperação completa das economias dos EUA e da Europa, principais mercados consumidores do mundo. Graças à política de diversificação de parceiros comerciais liderada pelo presidente Lula, ainda há muito espaço para avançar.
O Brasil não pode depender apenas da desvalorização do real para estimular a exportação industrial. Alguns países do sudeste asiático —como Coréia do Sul, Cingapura e Taiwan— já não possuem mais a vantagem comparativa da mão-de-obra barata e nem por isso suas indústrias estão minguando. Se câmbio fraco e baixos salários fossem essenciais para uma política industrial, Alemanha e Japão não seriam as potências exportadoras que são.
O Brasil está no caminho certo. No Governo Lula, o país constituiu uma pauta de exportações diversificada, que não depende apenas da venda de matérias-primas e produtos agrícolas, ainda que estes setores passem por um período de crescimento robusto.
Entre 2003 e 2009, as exportações de produtos de alta tecnologia tiveram um aumento de 76%. O setor nacional de máquinas e equipamentos teve um faturamento de R$ 33,9 bilhões no primeiro semestre deste ano. A indústria continua se recuperando bem, com crescimento de 6,3% de dezembro de 2009 a maio de 2010. Os investimentos se intensificam em toda a cadeia industrial e ampliam-se, também, na infraestrutura, nas áreas de petróleo, gás e energia, inclusive no setor químico e eletroeletrônico.
Ao contrário da época de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), hoje, a indústria tem desonerações, juros especiais e crédito de longo prazo no BNDES. Temos política industrial e de inovação, mercado interno em expansão, apoio às exportações e acesso à tecnologia.
Tomar a pressão momentânea por produtos importados, fruto do aumento da renda e do emprego, como indício de desindustrialização é sinal de miopia ou má-fé.

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