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Áudio Temer/Joesley não foi adulterado

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Começou o já tradicional processo de vazamento de informações na investigação da Polícia Federal, agora no caso Joesley x Temer, com a informação de que não houve montagem no áudio da gravação da conversa entre ambos, altas horas, no Palácio do Jaburu.

Ricardo Noblat, em sua coluna, escreve que a perícia da Polícia Federal aforma que “não há sinais de adulteração na gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono do Grupo JBS”.

Outra das desculpas esfarrapadas de Temer cai por terra.

De mentira em mentira, vai ficando sem defesa.

E foi só o primeiro vazamentos entre os muitos que virão nas próximas horas e dias.
diallog

Grampo da PF prega PSB e PSDB à "Nova Política"

Investigações revelaram intensa atividade de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção de empresários e políticos ligados ao PSDB e ao PSB.


(*) Publicado originalmente no Blog da Noelia Brito


Grampos realizados pela Polícia Federal, com autorização da justiça, dentro das Operações “Farda Nova” e ”Zelador”, iniciadas ainda em 2007, para investigar ações do doleiro Jordão Emerenciano, com o “Jogo do Bicho” (objeto da Operação “Zebra”), acabou por flagrar a intensa atividade de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, de políticos e empresários, dentro do governo Eduardo Campos e até do que nas conversas se chamou de negócios com “petróleo”.



Dentre os flagrados pelos grampos da Polícia Federal, destacam-se, pela desenvoltura com que operavam e direcionavam licitações e negócios de empresários em SUAPE, em troca de comissões que chegavam a 35% do valor contratado pelas mais diversas secretarias e órgãos do Governo do Estado de Pernambuco, o ex-vereador de Jaboatão dos Guararapes, Geraldo Cisneiros, hoje um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves, em Pernambuco e extremamente ligado a tucanos da mais alta plumagem, o ex-deputado federal Bruno Rodrigues, hoje do PSB, mas quando das práticas criminosas filiado ao PSDB e o até hoje presidente da CEASA de Pernambuco, Romero Pontual, do PSB e ex-tesoureiro de campanha do Partido Socialista Brasileiro e do ex-governador Eduardo Campos.


Da “Operação Zelador” surgiu a Operação “Farda Nova”, onde Romero Pontual é apontado pelos agentes federais como integrante de uma “verdadeira quadrilha” destinada a fraudar licitação para compra de fardamentos para alunos da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Já ali, chama a atenção dos agentes federais, o fato de que Pontual fora “tesoureiro da campanha” do então governador Eduardo Campos:




Nos grampos, é possível acompanhar a desenvoltura com que o ex-tesoureiro de campanha de Eduardo Campos e do PSB, juntamente com o doleiro Jordão Emerenciano, direcionavam as licitações milionárias nos mais diversos órgãos do Estado de Pernambuco, para favorecer as empresas comprometidas com o esquema de corrupção de seu grupo: fardamento, combustível, merenda, medicamentos, empreiteiras, Petrobras, influência política, instalação de empreendimentos em SUAPE, nada ficava fora do esquema do que a própria Polícia Federal chamou de “Organização Criminosa”, que usava a própria sede da CEASA para reuniões de “negócios”:







Em um dos relatórios a que o Blog teve acesso, fica claro que o doleiro Jordão Emerenciano era uma espécie de Alberto Youseff dos esquemas de corrupção, em Pernambuco, que não poupava nem o FUNDEPE – Fundo de Pensão dos Servidores do Estado de Pernambuco, numa espécie de conluio com o então deputado federal do PSDB, depois filiado ao PSB, Bruno Rodrigues: “aparecem indícios de que o mesmo poderia estar envolvido na prática de crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, possível pagamento de propina a políticos dentre outros crimes contra o Sistema Financeiro, e operações ilegais de câmbio e corretagem, o que, pelo menos em tese, se constatado mediante investigação policial, formaria verdadeira Organização Criminosa”:




O relatório da Polícia Federal chega a comparar o esquema montado pelo doleiro Jordão Emerenciano juntamente com o ex-deputado Bruno Rodrigues com aquele arciculado pela Corretora Bônus Banval: “O esquema montado pelo DEPUTADO FEDERAL BRUNO RODRIGUES e por JORDÃO EMERENCIANO se assemelha ao esquema praticado pela BANVAL CORRETORA que se aproveita dos fundos de pensão para fazer operações(…):




A Polícia Federal flagrou, ainda, nos grampos, articulações do então vereador de Jaboatão dos Guararapes, Geraldo Cisneiros e do doleiro Jordão Emerenciano, junto  ao que chamaram de “caciques da política pernambucana ligados ao PSDB” para “aprovarem projetos e instalações de empresas no PORTO DE SUAPE”:

Outro fato que chama a atenção nos grampos da “Operação Zalador” é o próprio ex-governador Eduardo Campos ser flagrado cobrando Romero Pontual sobre a licitação da Saúde, apesar de Romero Pontual ser presidente da CEASA, órgão, portanto, totalmente dissociado da área a ele cobrada pelo ex-governador. Em outra conversa interceptada entre Romero Pontual e o ex-governador Eduardo Campos, observa-se que o assunto tratado é a licitação da “Educação”. Confiram:




Os grampos ainda apontam para a influência de Romero Pontual, juntamente com Jordão Emerenciano na Casa Militar, além de possível tráfico de influência do ex-deputado Bruno Rodrigues, junto ao governador de São Paulo, também do PSDB, que, na época, era o recém eleito senador José Serra:


Os grampos ainda apontam para vários contatos de Pontual com Antônio Figueira, à época presidente do IMIP, o que leva a crer que o contrato a que se referia o então governador Eduardo Campos, era a terceirização dos Hospitais e UPAS para a entidade presidida por seu futuro secretário de Saúde, que também aparece nos grampos da Operação Assepsia do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que resultou na cassação da prefeita de Natal, Micarla, do PV.


O presidente da CEASA de Pernambuco, Romero Pontual, de acordo com as investigações realizadas pela Polícia Federal, nas Opreações “Farda Nova” e “Zelador”, mantinha rotina de almoços com o ex-governador Eduardo Campos, ao mesmo tempo em que manipulava os resultados das licitações e negócios nas mais diversas secretarias e órgãos do governo de Pernambuco, o que demonstra o alto grau de confiança e proximidade do Chefe do Executivo pernambucano com seu subordinado, chefe do esquema de achaques ao Erário, flagrado pela Polícia Federal:



O filho de Romero Pontual, conhecido como Romerinho, é dono de várias empresas fornecedoras de merenda escolar, entre elas a “Casa de Farinha”, fornecedora, por coincidência, de todas as prefeituras do PSB, inclusive para a Prefeitura do Recife, Ipojuca, São Lourenço da Mata, Paulista, Moreno e para o governo do Estado de Pernambuco.

As empresas de Romero Pontual Filho também já foram alvo de Operações da Polícia Federal. Em um trecho das gravações, os policiais flagram uma conversa entre pai e filho sobre um cheque que haveria para eles na sede da Construtora Moura Dubeux e que foi considerada uma “conversa obscura” pelos agentes federais:

O que causa estranheza é que tendo sido iniciadas em 2007, nenhuma dessas operações, apesar dos flagrantes de crimes gravíssimos, até agora resultaram nem no afastamento do senhor Romero Pontual e nem muito menos em processos ou prisões para os criminosos flagrados, pela própria Polícia Federal, com o conhecimento do Ministério Público Federal, em atos atentatórios contra o Erário.

Considerações sobre o falso grampo

1. Ao dizer que não houve "grampo ilegal", a nota comete uma pequena malícia. Na verdade, não houve grampo algum. Qualquer grampo no presidente do STF só poderia ser autorizado por alguém do STF, não por um juiz de 1a instância. Seria ilegal por definição. Portanto, o correto é considerar que não houve grampo algum.
2. Colega de Brasília me informa que o repórter do Globo conseguiu acesso ao relatório completo. Mas o jornal proibiu de fazer a reportagem. Colocando a pequeníssima nota em uma das colunas, em pleno Natal, pensaram que matariam vários coelhos com uma só cajadada. A notícia não fica na gaveta, mas morre em uma nota de três linhas. Publicada a pequeníssima nota, outros jornalões se sentirão desobrigados de dar a matéria, porque o Globo já deu. Assim, o maior escândalo da história moderna da República brasileira seria enterrado sem grandes pompas, reduzido a três linhas no pé de uma coluna.
3. O único coelho que a notinha não matou: a blogosfera, que deu à notícia o destaque merecido.
por Nassif

As incríveis criações da Veja

por S
A revista da Editora Primeiro de Abril já havia criado:
  • O grampo sem áudio do presidente do STF
  • O vídeo sem imagem de Lina Vieira no Planalto
  • O dossiê sem recheio do "grupo de inteligência"
  • O contrato sem assinatura do falso empresário

Esta semana o jornalismo investigativo da Veja volta a inovar com:
  • O intermediário de monopólio - um tipo que recebe propina para obrigar o Ministério da Saúde a comprar um remédio diretamente do único fabricante, desde que o fornecedor faça um abatimento considerável no preço.
  • O off gravado – um amigo do tal tipo contou essa história para o repórter, que gravou tudo mas não pode revelar a fonte, se é que a fonte sabe que foi gravada.
  • O favorecimento futuro – o sujeito tem uma empresa que vai bombar quando alguém fizer um decreto que pode modificar uma regra, que pode abrir para a empresa a oportunidade de se adaptar a um setor de serviços que pode vir a existir. Também conhecido como antecipação fraudulenta.

Um abraço do seu leitor

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