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Paulo Nogueira: O fracasso dos protestos encerra, enfim, o terceiro turno


*O flop sensacional dos protestos de hoje tem um significado essencial: acabou, enfim, o terceiro turno, depois de mais cem dias de governo Dilma. Foi um final melancólico para os esperançosos de um golpe contra os 54 milhões de votos – um grupo diversificado que vai dos coronéis da mídia até aquela massa ignara formada por analfabetos políticos. Os protestos se esvaziaram de pessoas, e a excentricidade boçal e desinformada foi se acentuando.
Um cartaz que viralizou dizia, por exemplo, que sonegação não é corrupção. Outro afirmava que Dilma tinha três opções: renunciar, ser derrubada ou se matar.
Malucos mais uma vez pediam um golpe militar em inglês. E o direitista punk do Movimento Brasil Livre, do alto do fiasco do espetáculo que tentou comandar, disse que é preciso meter uma bala na cabeça do PT.
Em meio a essas cenas beligerantes, a Globonews, como assinalou um tuiteiro, insistia em destacar o “caráter pacífico e familiar” dos protestos.
Numa das melhores tiradas do dia, o tuiteiro escreveu: “A Globonews insiste em dizer que famílias inteiras estão nos protestos. Ora, fodam-se as famílias inteiras.”
Pausa para rir.
Neste estertor de terceiro turno, não podiam faltar também os números inflados. A PM, depois do célebre milhão furado da vez anterior, recuou para um pouco mais de 200 mil pessoas na Paulista.
Neste estertor de terceiro turno, não podiam faltar também os números inflados. A PM, depois do célebre milhão furado da vez anterior, recuou para um pouco mais de 200 mil pessoas na Paulista.
O Datafolha foi mais modesto: 92 mil no pico, às 16 horas.
Mesmo assim, as imagens de grandes vazios na avenida Paulista deixavam dúvidas quanto à precisão do prognóstico do Datafolha.
Um amigo me escreveu: “Como disse Wellington, quem acredita nestes 100 mil acredita em tudo.”
Derreteu-se o exército de manipulados que decidiram vestir a camisa da seleção e ir para as ruas. Não deixarão saudade, em sua imensa tolice.
Eles demoraram uma eternidade a entender que perderam as eleições, mas agora acordaram para a realidade.
Resta Dilma também acordar para o fato de que ela venceu. Não deve haver registro, na República, de um vitorioso em eleições presidenciais com ares tão derrotados.
Isso deu margem a que neoudenistas como FHC, Serra e Aécio agissem como napoleões de hospício, e adotassem um ar triunfal em nada compatível com os resultados das urnas.
Dilma deveria pegar um calendário que inclua todos os dias que restam até o final de seu segundo mandato. E a cada dia, a cada folha arrancada, verificar se fez todas as tarefas que estão por fazer.
Ela tem três anos e nove meses para fazer  coisas como o desmame das grandes empresas de mídia, historicamente acostumadas a viver do dinheiro público sob múltiplas formas.
Nada é tão imperioso como isso, porque os coronéis da mídia se batem ferozmente contra todos os avanços, como se viu agora no caso da terceirização.
Da Globo à Folha e à Abril, as empresas jornalísticas precisam de um choque do capitalismo que pregam para os outros.
Fora todas as mamatas públicas, ainda hoje elas vivem protegidas da concorrência estrangeira, o que é simplesmente uma obscenidade.
Se o PT aspira a ter futuro depois deste governo, vai ter que enfrentar coisas que preferiu fingir que não via.
A hora é essa – com o final do terceiro turno.
no Diário do Centro do Mundo

Cadeia da ilegalidade, por Ricardo Melo

A mídia aderiu com tudo às passeatas que pedem desde o impeachment de Dilma à intervenção militar

Adoro rádio. No meu apartamento, alugado, tenho cinco aparelhos ou mais. Sempre ligados em notícias, alternados por momentos musicais. Mídia impressa, televisão, internet --presto atenção a tudo, mas nunca deixo de apreciar a rapidez com que o rádio nos informa.

Neste domingo levei um susto, ou um choque de realidade. Uma das emissoras que eu sempre sintonizo dedicou sua programação inteira à cobertura de atos contra o governo. Nem o futebol transmitiram.

Lembrei do poder do rádio com a Cadeia da Legalidade. Em 1961, quando os militares ensaiavam um golpe contra o vice João Goulart diante da renúncia de Jânio Quadros, o governador gaúcho Leonel Brizola foi à luta. Assumiu os transmissores da rádio Guaíba e passou a disparar apelos pelo respeito à regra do jogo. Ou seja, que Jango assumisse conforme mandava a Constituição da época. Uma bandeira justa do ponto de vista da democracia. Foi bem sucedido, por três anos. Até 1964.

Agora vemos o inverso. A mídia mainstream aderiu com tudo às passeatas que pedem impeachment da presidente, fim da corrupção, afastamento do ministro Toffoli (!!!) e, por que não, intervenção militar. Faltou protestar contra a epidemia de dengue, racionamento, escalada da violência, falta de material escolar --vai ver que não cabia nas faixas.

Não interessa se neste 12 de abril houve mais ou menos pessoas do que em manifestações anteriores. Quem teve a chance de conhecer países em que a democracia existe há tempos sabe que atos como estes são corriqueiros. Você chega a Paris e é surpreendido por uma greve de metrô ou protestos contra o desemprego. Em Barcelona, manifestações quase diárias pedem a independência do povo basco. Nos Estados Unidos, atos contra ou a favor de alguma causa acontecem diariamente. Nada disso impressiona. O que impressiona é a cobertura digna de Copa do Mundo destinada a tais manifestações ocorridas no Brasil. Jornalistas de verdade gostam de notícias. Mas o que poderia ser mais tedioso e revelador do que ouvir o dia inteiro a mesma narrativa (palavra da moda) sobre atos esvaziados ou inflados artificialmente?

O Brasil já viveu campanhas épicas. Entre outras, a mobilização pela Anistia, o movimento pelas Diretas, o impeachment de Collor, as manifestações de 2013. Todas tinham um objetivo definido, a partir de fatos comprovados. E agora? Querem o impeachment? Então assumam. Faz parte. Só não esqueçam de providenciar os motivos e de que os responsáveis maiores por este tipo de decisão na Câmara e no Senado encabeçam a lista de acusados na Lava Jato.

FRASES QUE FICAM

"Você não pode olhar do ponto de vista moral. Os grupos econômicos se articulam. [...] Você não perguntou, mas posso dizer aqui para a mídia: cartel virou sinônimo de delito, mas não é nada mais, nada menos que monopólio. São empresas que combinam preço, não que tomam preço. Esse é um fenômeno supercomum no mundo inteiro. [...] Quando jornais do interior combinam de aumentar e diminuir preço do jornal, há cartel aí [...] Isso não significa que cartel é delito. De repente, em estação de Metrô, em obra pública, diz que se formou cartel e parece que é 'opa, tem cartel aí', mas é o mesmo que se dizer que se formou um monopólio, oligopólio."

(José Serra, PSDB, em 25.ago.2014, quando candidato ao Senado, durante evento para empresários do setor de comunicações. À disposição na internet.)

#AceitaDilmaVez doi menos

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247 Brasil: protestos contra Dilma murcham no país e #AceitaDilmaVez bomba




A segunda rodada de protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff tem impacto muito inferior ao do último 15 de março; em Belo Horizonte, por exemplo, 3 mil pessoas protestaram, contra 24 mil no evento passado; em Manaus, havia 360 manifestantes; em Brasília, volume de pessoas caiu a menos da metade; enquanto isso, a hashtag #AceitaDilmaVez lidera os trending topics do Twitter, com os assuntos mais comentados do dia no Brasil e o segundo mais comentado no mundo; expectativa, agora, diz respeito à manifestação de São Paulo, que reuniu o maior público no protesto anterior



#AceitaDilmaVez