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Meu sonho, por Hector

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Papai Noel,

Meu sonho é ganhar uma carne para passar com minha família
Tenho 7 anos muito obrigado Pai Noel
Hector
Tragédia brasileira
Pode ser uma imagem de texto
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De como uma tragédia esportiva se torna um show midiático; e de como um show midiático pode salvar a democracia!, por J. Carlos de Assis

Não há quem, no Brasil e no mundo, não tenha se emocionado com a tragédia que vitimou na Colômbia o time de Chapecó. Teve todos os elementos para isso: um time pequeno, mas já vitorioso, desaparece de um golpe; um símbolo da garra no esporte perde numa luta desigual com a morte; uma equipe constituída principalmente de jovens desaparece. Tudo isso colaborou para a emoção que sacudiu o Brasil, a Colômbia e o mundo. Mas justifica-se tornar tudo isso uma presa da mídia espetaculosa?
Pensei muito a respeito e cheguei a conclusão que sim, vale a pena. Por um momento,  no meio da cobertura massacrante e interesseira da Globo, foi possível vislumbrar a extrema capacidade do povo, daqui e lá de fora, de adotar gestos de solidariedade, fraternidade e amor mesmo entre diferentes. Esse desastre, de  certa forma, foi uma metáfora do destino que a sociedade brasileira pode ter no momento histórico peculiar que está vivendo. Somos, hoje, a imagem da discórdia e da ambição. A morte trágica dos chapecoenses lembra o imperativo de um caminho alternativo.
Não gosto de usar a palavra conciliação. Foi o conceito chave dos governos Lula e, ao final, o sistema correspondente fracassou. Gosto de contrato ou, pela consagração histórica, de pacto social. Significa um entendimento de vontades livres entre segmentos diferentes da sociedade, mesmo os diferenciados por classes sociais, em torno de interesses fundamentais recíprocos. Isso pode se dar tanto num sistema republicano que limite o individualismo, ou num sistema democrático que contenha a socialização radical dos meios de produção.
A lição da tragédia dos chapecoenses talvez nos possa levar, fora do espetáculo midiático, e numa atmosfera de reflexão, a que se encontre no Congresso Nacional, mesmo com suas notórias deficiências, uma solução consensual e legal para a crise brasileira, articulada entre diferentes em nome de um interesse comum pela vida. Não faz sentido seguir a onda da grande mídia e acabar de desestruturar as instituições republicanas, já suficientemente derretidas. Temos que ser tolerantes com os diferentes, inclusive os diferentes quanto à concepção e a ação, desde que tenham tido “boa intenção”, como querem o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato.

Tragédia, mentira & Goebbels

tam13




por Paulo Moreira Leite
Sentença sobre desastre do voo 1952 da TAM coloca em questão cobertura da mídia, que fez um esforço absurdo para criminalizar governo na maior tragédia da aviação civil brasileira

Jornal O Globo e Ricardo Noblat faz humor com tragédia em Santa Maria


Gilson Caroni Filho, no Facebook
Esta é a charge da primeira página de hoje de O Globo. Uma total afronta aos mortos e ao sentimento de seus parentes e amigos. Para travar a luta política, o jornal da família Marinho não faz humor; produz escárnio, ódio, desrespeito. Quem é pior? O jornal que publica ou o chargista que se dispõe a fazer o serviço sujo? Se você tem assinatura desse pasquim de direita, cancele. Se o compra nas bancas, deixe de fazê-lo. Amigos, não houve falhas ou gafes. A ” gracinha” do Caruso é a ilustração da linha editorial do jornalismo de esgoto.
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Rudá Ricciem seu blog
Será que qualquer discussão política em nosso país tem que vir acompanhada deste infantilismo bestial? Não dá para elevar um pouco o nível, até atingir o nível da humanidade?
Cancelei minha assinatura do jornal O Globo porque, nas eleições presidenciais, os editores transformaram o jornal num panfleto eleitoral. Liguei informando (sei que foi ingênuo, mas meu fígado pedia) o motivo: se for para contribuir com alguma campanha, faço doação direta, sem intermediários. Vejo que a opinião de um assinante conta pouco, hoje, na trilha da difamação a qualquer custo, com ares de crítica. Não dá. É o abandono de tudo o que parece mais caro à quem tem alma. Mesmo para aqueles que desprezam ou nem sabem que têm alma.
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Renato Rovaiem seu blog
Esse jornalismo urubu perdeu completamente a capacidade de enxergar limites e de buscar alguma razoabilidade para a sua ação. Vale tudo para agradar aos que lhes pagam o soldo. Vale tudo para construir um discurso de ódio contra as posições políticas das quais não compartilham. Sinceramente, achei que só no limbo dos comentários anônimos fosse possível encontrar algo do nível desta charge do Chico Caruso publicada por Noblat. Sou um ingênuo. Esse pessoal que já havia transformado o acidente da TAM em um evento político, quer fazer o mesmo com Santa Maria. São carniceiros que evocam o que chamam de liberdade de imprensa para esse tipo de coisa.
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Gerson Carneiro, em comentário aqui
Charge de mau gosto sobre a tragédia em Santa Maria, de autoria de Chico Caruso, publicada na seção “Humor” no blogue do Ricardo Noblat. São esses aí os que “são sempre do contra” que a Dilma falou.

Aprendizados duros

Não há nada de bom em tragédias como a que aconteceu na Noruega. Foi uma coisa estúpida, que causou a morte de quase 80 pessoas e trouxe dor a todo um país. Alguém teria coragem de dizer que foi boa, em qualquer sentido que seja?
A respeito das tragédias, só uma coisa se sabe. Que, quase sempre, poderiam ser piores. Em chacinas e atentados como esse, mais gente poderia morrer, mais destruição advir, maiores os custos humanos e materiais. Nos desastres ambientais, como o recente no Japão, maior o impacto e o tempo de recuperação.
No morticínio na Noruega, tudo seria pior se o assassino não fosse um nórdico louco de direita. Se não tivesse as características exteriores de um “legítimo” cidadão de seu país.
Quem viu o manifesto deixado por ele terá notado o paradoxo do ato que cometeu à luz das ideias em que acreditava. Diz que a Europa precisa se proteger de três forças que ameaçam destrui-la: o “marxismo cultural”, o “multiculturalismo” e o “islamismo”. Era um militante de extrema direita, um convicto defensor do “monoculturalismo” (segundo sua definição) e um devoto do extremismo cristão.
O paradoxo está em que, por suas mãos, a morte veio de dentro, e não de fora da sociedade. Dizendo-se defensor, foi o verdadeiro agressor. Quem matou não foi “o estrangeiro”.
E se tivesse sido? Se estivesse certo e fosse real uma ameaça como aquela que imaginava? Se as 76 mortes tivessem sido causadas por um outro louco, só que imigrante? Árabe? Africano? Sul-americano? Se fosse esquerdista? Anarquista? Eco-radical?
O fortalecimento de partidos de direita na Europa é a parte visível de um movimento mais profundo, de xenofobia e preconceito, que se dissemina por todo o continente, dos maiores aos menores países. São cada vez mais frequentes os episódios de conflito social e racial, que só fazem subir as tensões entre europeus de diferentes origens.
Se um radical islâmico, por alguma razão maluca, matasse 68 jovens noruegueses, na festa alegre de uma sexta feira de verão, um tsunami de intolerância varreria a Europa. É difícil imaginar o que aconteceria, mas é certo que as fogueiras estariam queimando.
O governo social-democrata norueguês reagiu ao massacre de forma exemplar. O primeiro-ministro prometeu que enfrentaria suas consequências andando para diante e não recuando. Seria com mais democracia e mais liberdade que seu país responderia, e não aumentando controles e reduzindo direitos civis.
Trata-se de receita inversa à que mistura paranóia e vingança (na base do “olho por olho”), tão típica nas reações de vários países quando passam por traumas parecidos, a começar pelos Estados Unidos.
A experiência brasileira com esse tipo de tragédia é pequena. Não que sejamos uma sociedade menos violenta (ao contrário), mas, no Brasil, são raros os casos de assassinos com motivações e comportamentos semelhantes.
No evento mais grave de nossa historia, o da escola de Realengo, em abril deste ano, a reação do sistema político e da sociedade foram tão elogiáveis quanto agora na Noruega. Por mais chocados que tenhamos ficado com a morte de 12 crianças, ela não nos levou a retroceder em opções fundamentais.
Não mudou, por exemplo, a política de abertura das escolas, por mais que, logo após o tiroteio, tivesse havido quem pedisse que fossem cercadas e contratados guardas armados para servir de porteiros.
No fundo, não há mais o que fazer em tragédias. É possível encontrar algum conforto imaginando que poderiam ser piores. E torcer para que tenhamos sabedoria para não afundar com elas.
Marcos Coimbra 

Pai mata filho com golpes de foice


O agricultor Marcos da Frota, de apenas 18 anos, foi assassinado com golpes de foice pelo próprio pai, Francisco Alberto da Frota, 59 anos, na tarde da últma sexta-feira (24) no município de Amontada, norte do Ceará.
Segundo o Comando de Policiamento do Interior (CPI), o crime aconteceu após uma discussão em um bar, onde pai e filho bebiam. O pai, acusado de matar o filho, está preso na delegacia local.
Outro assassinato envolvendo familiares aconteceu no município de Itatira, a 216 quilômetros de Fortaleza. Um irmão matou o outro a pauladas durante discussão em um bar. Francisco Erinaldo Souza, 26 anos, foi assassinado pelo irmão, Janailton de Souza, 20 anos. O acusado está preso na delegacia de Canindé, informou o CPI.

Garagem não é mesmo lugar para crianças

A cada dia aumenta números de casos de crianças atropeladas em garagens
 Uma mulher de 22 anos foi levada para o hospital em estado de choque no final da tarde de domingo, em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, depois de atropelar e matar a filha de 4 anos. De acordo com a Globo News, ao manobrar um carro na garagem de casa, ela engatou a marcha à ré e acabou prensando a filha e também a mãe contra uma parede.

Trânsito

Manual de sobrevivência nas estradas

O feriado da Semana Santa de 2010 foi o mais violento dos últimos dez anos: 
603 acidentes provocaram 31 mortes somente nas rodovias federais que cortam Minas Gerais. 

No carnaval deste ano, não foi muito diferente: 
29 pessoas não chegaram ao destino. Assim, os períodos do ano que deveriam ser sinônimos de lazer, alegria e descanso acabam se tornando fontes permanentes de tensão, sofrimento e morte. Para piorar, ontem a ponte sobre o Rio das Velhas, na BR- 381, principal saída de BH para o Espírito Santo e Sul da Bahia sofreu um afundamento e foi interditada nos dois sentidos. 

O Estado de Minas publica hoje, não só as alternativas de desvios da ponte fechada, como um levantamento com as principais causas, horário mais perigoso e trechos menos seguros das vias que passam por nosso estado. Tudo para que você e sua família, ao viajar, não sejam ameaçados no que tem de mais preocioso: 
A Vida.

Japão

[...] prevê crise nuclear até janeiro de 2012

Empresa que administra usina de Fukushima quer estabilizar vazamento de radiação em 2 etapas; para moradores, prazo é muito longo

A Tepco - Tokyo Eletric Power -, empresa que administra a usina de Fukushima, prevê até 9 meses para controlar a crise nuclear provocada pelo acidente no complexo. 

A companhia pretende reduzir o vazamento de radiação e estabilizar os 6 reatores afetados pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março, que deixou 28 mil mortos e desaparecidos. 

A notícia frustrou as mais de 80 mil pessoas que moram em um raio de 20 km e tiveram de deixar suas casas. 

Os reparos serão feitos em duas fases. 

A primeira, de três meses consiste no resfriamento dos reatores e das piscinas onde é armazenado o combustível. 

Na segunda etapa de até seis meses, técnicos controlarão a liberação de material radioativo e desligarão os reatores.

Fukushima

[...] DUAS GRANDES QUESTÕES NO USO DA ENERGIA NUCLEAR
O grande nó do uso da energia atômica é a contaminação radioativa. Parece óbvio, mas há mais a considerar. É claro que a produção de energia é enorme na indústria nuclear e que nossa civilização precisa de fontes abundantes de energia: não poderá haver desenvolvimento sem isso. Mas o passivo ambiental em casos de desastres é tão grande, que mesmo eventos de baixa probabilidade deveriam ser levados em conta.
E a outra grande questão em Fukushima é a irresponsabilidade com que todas as autoridades envolvidas, governo e iniciativa privada japoneses, lidaram com a emergência. Precisaram de desmentidos externos, de outros países, para admitirem que a situação saíra realmente de controle. E foi do mesmo jeito também em Chernobyl. É assim que a questão nuclear vai ser tratada nos países quando 'o bicho pegar'?
Ficamos então com dois enormes problemas para aceitar o uso da energia nuclear: o grande estrago que eventos de baixíssima probabilidade podem trazer, quando eles finalmente acontecerem (e no longo prazo eles sempre acontecem), e o grande estrago sobreposto ao acidente por si mesmo, pelo manejo irresponsável dos que deveriam saber lidar com a catástrofe, o que acrescenta mais calamidade à uma situação já aterrorizante.
Não tenho resposta para o enigma da necessidade energética contraposto ao perigo de certas fontes de energia, mas acredito que soluções vão acontecer, de uma maneira ou de outra. Só espero que a 'solução' do nosso tempo não seja como a da civilização maia, com suas cidades abandonadas no meio da selva na época em que os espanhóis chegaram, onde construções vazias testemunhavam que existira vida, conhecimento e desenvolvimento, mas que tudo se perdera. E não acho que nossas cidades poderão ficar vazias por que alegremente e ecologicamente reverteremos à natureza (seja lá o que isso for). Mas por que elas, as cidades, poderão ficar inabitáveis.

Massacre e Tragédias

[...] Todos os assuntos nos próximos tempos parecerão sem importância diante do massacre das crianças de Realengo. 

 Porém, novos massacres estão para acontecer e será difícil identificar seus responsáveis. Eles parecerão normais, frutos de eventos aleatórios, que não devem merecer qualificativos tão dramáticos quanto infanticídio ou assassinato. Mas, seus efeitos serão igualmente mortais para um número enorme de pessoas e os autores dificilmente serão investigados.

Aliás, “tragédia” e “desastre” são termos recorrentes em casos de semelhante gravidade, nessa tendência que nossa imprensa tem de naturalizar eventos criminosos em sua origem. É o caso das mortes provocadas pelas chuvas que em janeiro atingiram a região serrana do Rio em fevereiro.
Um minucioso relatório de quatro técnicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostrou que, em verdade, de natural pouco tinha o deslize de milhões de toneladas de terra que mataram cerca de mil pessoas e fizeram desaparecer centenas em Nova Friburgo e outras cidades. “A topografia, geologia, hidrografia e regime pluviométrico da região determinam a previsibilidade da ocorrência de acidentes naturais na área”, atesta o relatório assinado por Wigold Bertold Schäeffer, Luiz Carlos Sérvulo de Aquino, Marcos Reis Rosa e João de Deus Monteiro.
E continua: “O presente estudo demonstra que a faixa de 30 metros em cada margem (60 metros no total), considerada Área de Preservação Permanente ao longo dos cursos d´água, estivesse livre para a passagem da água, bem como se as áreas com elevada inclinação e os topos dos morros, montes, montanhas e serras estivessem livres de ocupação e intervenções inadequadas, como determina o Código Florestal, os efeitos da chuva teriam sido significativamente menores”. 

Insanidade

[...] continua ceifar vidas de inocentes 

Homem abre fogo e mata 5 em shopping na Holanda Atirador que teria cerca de 25 anos se suicida após ataque que causou pânico no subúrbio de Amsterdã

Foto: AP
Equipes dão assistência médica a um dos feridos em shopping na Holanda
Um homem armado abriu fogo em um shopping no subúrbio de Amsterdã neste sábado, deixando cinco mortos e 11 feridos antes de se suicidar. O estado de saúde de quatro dos feridos é considerado crítico, enquanto o estado de outros cinco é grave.
O shopping Ridderhof, onde o incidente aconteceu, está localizado em Alphen aan den Rijn, a menos de 25 quilômetros da capital holandesa. A polícia ainda não identificou o atirador, mas testemunhas disseram que ele aparentava ter cerca de 25 anos, tinha cabelos loiros e vestia uma jaqueta de couro.
Em entrevista à TV holandesa, uma testemunha contou que o atirador parecia disparar aleatoriamente. "Houve pânico no shopping. Muitas pessoas começaram a correr", afirmou Maart Verbeek, que é dono de um pet shop. "Eu vi o atirador chegando e corri para a loja...ele tinha uma metralhadora."
Do lado de fora do shopping, curiosos aguardavam por informações. "Você ouve falar sobre coisas desse tipo que acontecem nas escolas americanas e acha que é um mundo distante", afirmou Rob Kuipers, 50 anos. "Agora aconteceu aqui na Holanda."
O prefeito de Alphenn aan den Rijn, Bas Eeenhoorn, classificou o incidente de "desastre de proporções sem precedentes" para a cidade. "Com tanta gente passeando no shopping Ridderhof hoje, incluindo parente e crianças, trata-se de uma situação incompreensível", afirmou.
por Marco St.

Massacre em Realengo

[...] Coro de silêncios
Há uma coisa comum a todas as edições das imagens captadas pelas câmeras do circuito interno da escola do Rio de Janeiro na hora do massacre. Em todas elas, a cena que registra o momento em que Wellington morre com um tiro na cabeça está cortada. Pode ser para evitar a exibição de uma cena chocante. Ele estava longe, na escada. Não seria certamente uma cena em close. Vemos Wellington correndo em direção à escada, vemos o momento em que, ainda no corredor, leva um tiro na perna e, na cena seguinte, ele já está morto, estendido na escada, e os dois policiais estão entrando nas classes. A cena da morte foi cortada.
Se fosse para evitar a exibição de uma cena forte, bastaria borrar a imagem. 
Sobraria a imagem do policial.
Não sei se ele atirou para matar. É o que eu faria, se estivesse na situação dele. É o que eu esperaria que qualquer policial fizesse naquelas circunstâncias. Uma bala na cabeça, para estancar o massacre. Nenhum tribunal o condenaria. Nenhum promotor o processaria. Estava simplesmente cumprindo o seu dever.
Meu ponto é outro. Por que tratar esses casos dessa forma? Por que formar um coro de silêncios, em que perguntas óbvias não são feitas? O mesmo pacto que protege esse policial que cumpriu o seu dever, protege também policiais que matam suspeitos em cemitérios, quando não existe nenhuma testemunha corajosa por perto.
Eu gostaria de ver a imagem de Wellington se matando. E, se ele não se matou, eu gostaria que o soldado fosse saudado da mesma forma que está sendo, pelo cumprimento de seu dever. Não "apesar" do tiro, mas TAMBÉM em função dele. Abertamente. Sem rodeios. Deveria ficar claro que NESTA situação um tiro na testa era a reação correta e justa. Em outras ocasiões, é só um ato de barbárie, e nada mais.

Massacre em Realengo

[...] Adeus crianças

Vítimas do ataque em escola pública são enterradas sob comoção; assassino pode ter aprendido sobre armas na internet.

O massacre em Realengo abriu uma ferida no Rio e enlutou todo o país. 

A estupidez do crime produziu tanta dor que as vítimas foram sepultadas sob uma comoção coletiva poucas vezes vista, mesmo numa cidade marcada por constantes chacinas e tragédias. 

Os versos da música "Quando a chuva passar", interpretada por Ivete Sangalo, na voz das amigas de Luiza Paula da Silveira, de 14 anos, emocionaram todos no enterro de quatro dos 12 jovens, vítimas do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira. 

As cerimônias, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, foram acompanhadas por cerca de duas mil pessoas. 

A todo momento, adolescentes se abraçavam e choravam. 

Muitos passaram mal e foram atendidos num posto médico.

A emoção tomou conta até dos policiais. 

O maior herói da tragédia, o sargento Alves, se encontrou com Allan Mendes da Silva, de 13 anos, um dos primeiros a fugir da escola, ferido, em busca de socorro. 

O local do massacre virou um santuário, com flores e velas. 

"Não consigo esquecer o barulho dos tiros. Como pode uma pessoa fazer isso? Por causa dele, vários sonhos se acabaram", lamentou a estudante Isabela da Silva, de 12 anos, colega da maioria das meninas mortas no ataque. 

Milena dos Santos Nascimento, 14 anos, sonhava em servir na Aeronáutica ou ser modelo, assim como Larissa Atanasio. Laryssa Martins queria ser marinheira. 

Mariana Rocha de Souza, 12 anos, planejava dar uma casa para a mãe. Igor Moraes da Silva, 13 anos, não só queria ser jogador profissional, mas com a camisa do Flamengo.
Como o garoto, Karine Lorraine Chagas de Oliveira queria brilhar no Maracanã, semana que vem, numa prova de atletismo no Célio de Barros. 

Filho de moradora de rua com problemas mentais, Wellington de Oliveira - o assassino - poderá ser enterrado como indigente se seu corpo não for reclamado em 15 dias. 

Gente, nada explica uma tragédia desta. Mas, já pensaram o que é a possibilidade de uma pessoa ser enterrada como indigente?...

É  a confirmação que esta pessoa foi um pária durante toda a sua vida. Triste! 

por Alon Feuerwerker

O que fazer agora?

Uma tragédia como o fuzilamento das crianças no Realengo desencadeia impulsos também violentos. É forma de dar vazão ao medo. Poderia ter acontecido com cada um de nós, com nossos filhos, netos, sobrinhos.

Então precisamos de explicações e culpados. Não nos basta a culpa do assassino. Afinal ele já morreu e o sofrimento dele acabou, pelo menos na visão de quem acredita na vida só aqui e agora.

A proibição total do comércio de armas e munições é uma proposta legítima, ainda que não tenha recebido apoio no último referendo.

Passou no Congresso Nacional mas os eleitores mandaram ao arquivo, apesar do quase unânime apoio da imprensa e da opinião pública.

Proibir completamente a venda legal de armas e munições evitaria a barbárie do Realengo? Improvável. Se o sujeito está disposto a realizar uma carnificina não é a falta de lojas de armas que o vai fazer desistir.

Se decidiu que morrer é um bom preço a pagar para poder matar, já ultrapassou os limites. Já atravessou a fronteira que contém as pessoas para não cometerem certos crimes. Já deixou para trás o medo das consequências.

Atenção. Não escrevi que a proibição é certa, nem que é errada. Só escrevi que dificilmente teria evitado o acontecido ontem no Rio.

O tráfico de armas costuma vir conectado com o das drogas. E há políticas para combater ambas. Mas não existe sociedade que tenha conseguido eliminar completamente qualquer uma das duas ilegalidades. Armas disponíveis sempre haverá.

Pode-se aumentar a punição para a venda ilegal de armas? É uma possibilidade. Mas não seria panaceia.

Outro impulso é instituir penas mais duras, duríssimas, para crimes como o de ontem. Vale aqui de novo a lógica já descrita. A pena de morte, para tomar a situação última, não será capaz de demover alguém já disposto a morrer para praticar um crime extremo.

Em frente. Casos como a matança do Realengo despertam o desejo de encarcerar todo mundo que tem problemas mentais. Uma brecha é imediata. Nem todo mundo com distúrbio mental está catalogado como doente.

Além disso, e por qualquer critério razoável, não é razoável achar que a loucura se resolve, em todos os casos, com a reclusão. Nem sequer na maioria deles. Seria uma violência extrema, e obviamente injusta. Medieval.

Então não há o que fazer? Estamos condenados à fatalidade? Claro que não. Claro que há.

É bom debater todas as dimensões do problema, e é ótimo que se busquem obstinadamente soluções para os diversos vetores, mas o espírito prático pede tentar buscar o que pode ser feito imediatamente.

A matança do Realengo é a primeira do tipo em nosso país. Seria politicamente injusto culpar as autoridades por não a terem prevenido.

Mas o Brasil não será o mesmo depois de 7 de abril de 2011. Quantos perturbados mentais não viram no espetáculo macabro de ontem uma janela para a fama?

E o comércio ilegal de armas e munições está aí para atender à demanda.

Agora, as autoridades precisarão mover-se das cadeiras e dizer como vão fazer para diminuir ao mínimo o risco de alguém entrar armado numa escola. Aliás, já era obrigação antes mesmo de ontem. Agora virou questão de honra. De vida ou morte políticas.

Que governador ou prefeito vai querer no seu estado ou cidade a repetição do acontecido no Rio? Então é bom mexerem-se.

Não se trata de culpar ninguém, além do assassino, pela tragédia do Realengo. Nunca tinha acontecido. Não estava no radar.

Mas aconteceu. Infelizmente pode acontecer de novo. Então é preciso prevenir. É hora de agir.

Para que a partir de ontem todas as milhares de escolas em todo o Brasil possam estar um pouco mais seguras.

Nem que se precise colocar revista na porta de cada uma delas.

Não é pedir muito. Um país que tem dinheiro para Copa do Mundo, Olimpíadas e Trem-Bala haverá de encontrar os recursos para fazer das nossas escolas um lugar mais seguro para nossas crianças.

Realengo

A tragédia que ceifou as vidas de 12 crianças na escola de Realengo, no Rio, provocou no Congresso um surto legiferante.
  
Os congressistas decidiram fazer um ataque às gavetas, resgatando projetos voltados à segurança pública. Resolveu-se também produzir propostas novas.
Dá-se agora um fenômeno que se repete sempre que um crime, por hediondo, comove o país.
O último surto do gênero ocorrera em fevereiro de 2007, nas pegadas da morte do menino João Hélio, 6 anos.
Preso ao cinto de segurança, João Hélio foi arrastado do lado de fora do carro –roubado de sua mãe num semáforo do Rio— por sete quilômetros.
Quando os bandidos abandonaram o veículo, o garoto estava sem a cabeça, os joelhos e os dedos das mãos.
Ontem, como hoje, a onda de comoção produziu no Legislativo um tsunami de discursos e projetos. Semanas depois, restabeleceu-se o marasmo.
Agora, empurrado pela nova onda, o Senado decidiu por para andar duas proposições que sugerem providências contra a violência nas escolas.
Numa, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) propõe a criação do Save (Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência Escolar).
Noutra, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) recomenda que o MEC passe a dispor de uma Agência Federal para a Coordenação da Segurança Escolar.
De resto, o presidente da Comissão de Justiça, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), anunciou um esforço concentrado para votar projetos anti-violência.
Eunício mandou levantar todas as propostas que tratem de segurança publica. Disse que a proteção das escolas deve ser “preocupação nacional”.
Na Câmara, duas comissões (Segurança Pública e Direitos Humanos) designaram seis deputados para acompanhar as investigações do massacre na escola do Rio.
O deputado Mendonça Prado (DEM-SE), que preside a Comissão de Segurança, disse que os colegas destacados como olheiros do caso produzirão um diagnóstico.
A partir dessa análise, disse Mendonça, a comissão vai realizar audiências públicas e sugerir mudanças na legislação.
“De onde veio a arma usada pelo criminoso? Por que ainda há facilidade para uma pessoa obter arma no Brasil?”, pergunta-se o deputado.
“Sabendo disso, poderemos sugerir mudanças na lei. O certo é que esse fato nos traz diversos questionamentos”.
A exemplo do que ocorre no Senado, as gavetas da Câmara estão apinhadas de projetos que cuidam de segurança.
Alguns deles tratam especificamente das escolas. Há até projetos que sugerem a criminalização do bulling (agressão física ou psicológica entre alunos).
Considerando-se os fatos que se sucederam ao assassinato do menino João Hélio, o barulho que volta a ser ouvido no Congresso talvez resulte em pouca coisa.
No rastro do crime de 2007, o Senado retomou o debate sobre a redução da maioridade penal –um dos assassinos era menor. Deu em nada.
O então senador Antonio Carlos Magalhães (ex-PFL-BA), ainda vivo na época, propôs a criação de um fundo para indenizar as cítimas de crimes hediondos. Nada.
Presidia o Senado nessa época Renan Calheiros (PMDB-AL). Foi envolvido numa crise moral que monopolizou as atenções do Senado.
Também deu em nada. Mas produziu uma pororoca que permitiu a Renan exibir a sua força e levou os colegas a esquecerem de João Hélio.
Nas poucas vezes em que os surtos congressuais levam à aprovação de leis, o resultado fica longe do pretendido.
Por exemplo: no ano eleitoral de 2006, o PCC convulsionou as ruas de São Paulo. Executaram-se policiais, incendiaram-se veículos, aalvejaram-se delegaciais.
A violência levou o Congresso a se debruçar sobre duas dezenas de projetos que tramitavam em seus escaninhos.
Aprovou-se apenas um, em 2007. Pune a entrada e o uso de celulares nos presídios. Decorridos quatro anos, criminosos continuam falando ao telefone atrás das grades.
Uma das perguntas que atormentam o deputado Mendonça Prado –“De onde veio a arma usada pelo criminoso?”— não existiria se tivesse vingado uma lei de 1997.
Naquele ano, aprovou-se no Congresso a criação do Sistema Nacional de Registro e Apreensão de Armas de Fogo.
Destinava-se a combater o contrabando de armas como a que chegou às mãos do maluco que alvejou as crianças da escola de Realengo.
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Vídeo

[...] do atirador entrando e saindo das salas de aula

Tragédia em Realengo

Fico espantado com a superficialidade com que se está tratando esta tragédia na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo. O rapaz enlouquecido que fez essa monstruosidade é apresentado de todas as formas preconceituosas possíveis, como portador de HIV ou religioso islâmico e acusado de “passar o dia na internet”.  Ora, nenhuma destas três coisas explica coisa alguma sobre o ataque psicótico que o levou a atacar e matar crianças em uma escola.
Se explicassem, haveria milhares de tragédias assim, pois há milhões de soropositivos, de islâmicos e denerds.
Só reforça esteriótipos e preconceitos, porque nem Aids, nem fé muçulmana ou internet fabricam este tipo de loucura.
A tão falada carta do homicida a cada hora é usada para achar uma “lógica” num ato ilógico, louco, transtornado. Uma exploração irresponsável, discriminatória e cheia de ódios. Afinal, a carta  apareceu e não faz referência a nada do que se falou na imprensa, irresponsavelmente.
E ficaram falando em “fundamentalismo islâmico”. Que vergonha!
Aliás, não é só a mídia que está agindo com leviandade. O Senador José Sarney perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Suas declarações de que o ato foi “terrorismo” e de que era preciso colocar “segurança pública”  (o que seria isso, artes marciais, defesa pessoal, ou o que?) no currículo das escolas  são lamentáveis.
Como eu disse antes, o colégio era tranquilo, nunca tinha registrado incidentes de violência e até tinha um bom sistema de segurança. ora, ninguém está livre de deixar entrar um louco sob a aparência mais cândida do mundo.
Não é hora de histeria. Todos vocês  lembram dos demagogos que prometiam -parece que se mancaram – colocar um guarda em cada esquina, como se um guarda próximo fosse evitar este massacre. Não evitaria, até porque, casualmente, havia policiais perto e eles agiram rapidamente. A presença de um policial sentado dentro da escola só ia, provavelmente, fazer com que um louco disposto a chacinar começasse por ele, de surpresa.
Posto, aqui embaixo, um trecho da fala da presidenta Dilma Rousseff dizendo o que deve ser dito: que este tipo de acontecimento não era característica de nossos país, nos convidando a repudir esse absurdo e a vivermos juntos a comoção que algo tão bárbaro provoca na gente.


Massacre em Realengo

A hora é de reflexão, de luto e de chorar os inocentes mortos no Rio
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Dilma pede um minuto de silêncio pelas vítimas de ataque à escola no RJ

A hora é de luto e de chorar os inocentes, as 10 crianças barbaramente assassinadas nesta manhã, numa Escola do bairro do Realengo na Zona Oeste do Rio (outras 18 crianças ficaram feridas). Como disse a nossa presidenta, Dilma Rousseff, choramos com todo o país pelos 10 brasileirinhos que perderam a vida de forma covarde, brutal e infame.

A hora é de socorrer os feridos, atender aos professores e alunos e apoiar as famílias que vivem a perda precoce de crianças inocentes, vítimas de uma tragédia, infelizmente, até certo ponto, ocorrida várias vezes lá fora, em outros países, mas sem precedentes no Brasil.

Vamos viver o nosso luto, pedir às famílias que tenham força nessa hora trágica, mas não vamos deixar escapar a oportunidade de fazer uma reflexão sobre as causas da tragédia. Refletir sobre o porquê, e como um jovem brasileiro pratica um ato tão vil, covarde e tão violento como este, de assassinar uma dezena de crianças e se matar.

Tragédia precisa levar a uma reflexão

Algo de muito errado está acontecendo conosco enquanto povo, enquanto nação. E não somente o fato do jovem possuir farto armamento e munição, entrar impunemente na escola sem ser contido antes, mas o mais grave, as razões e o meio social que o levaram a praticar semelhante crime. Semelhante gesto tão tresloucado.

Todo o país, governos, educadores e toda sociedade devem, até como uma homenagem aos que perderam suas vidas, e às suas famílias, fazer um diagnóstico e tomar medidas educacionais, sociais e policiais amplas, objetivas e urgentes, em cima dessa tragédia.

Até para entendê-la, para que ela nunca mais se repita. Não é mais possível fazer de conta que não está acontecendo nada com nossa juventude e em suas comunidades.

Os próprios meios de comunicação, governos e a sociedade como um todo precisam avaliar o papel e a responsabilidade de cada um nessa tragédia. Ela pode muito bem ser o sintoma de que algo mais grave está adormecido em nossa comunidade, em nossa nação, algo a exigir de cada um de nós uma ação concreta para evitar a repetição de semelhante barbárie.
Zé Dirceu