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Siderúrgica do Ceará


A partir desta quarta-feira (16/12), um dos grandes sonhos do Ceará   começou a ser concretizado. Em São Gonçalo do Amarante, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), o governador Cid Gomes, acompanhado do presidente da Vale, Roger Agnelli; do presidente da Dongkuk, Young Chul Kim, deu início às obras para a instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). O empreendimento entra em operação em 2013, com produção estimada em 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano  sendo ampliada para 6 milhões de toneladas/ano em uma segunda fase. “Esse é sem dúvida um momento histórico para todos os cearenses. O Ceará hoje dá um passo decisivo para incorporar sua economia ao setor industrial”, afirmou.
Durante à solenidade, Cid Gomes ressaltou que a vinda da siderúrgica mudará perfil socioeconômico do Estado, pois tonará possível a vinda de novas indústrias para o Ceará, como a automotiva. “O desenvolvimento ficou concentrado no Sudeste do país, porque nos anos 50, um presidente decidiu implantar uma companhia siderúrgica em Volta Redonda, que está localizada entre Rio de Janeiro e São Paulo. Isso foi fundamental para atrair empresas para aquela região”, explicou. “A partir de hoje o Ceará será avaliado em antes e depois da implantação da CSP”, completou o Governador.
Cid enfatizou que o início das obras é resultado de um esforço de vários governadores. “Desde Virgílio Távora, passando por Tasso Jereissati, Ciro Gomes e Lúcio Alcântara. Esse é um grande dia para todos nós cearenses”, disse Cid, ressaltando em seguida, o empenho do presidente Lula para a CSP. O governador citou ainda os investimentos que estão instalados no CIPP. “Temos, no Porto do Pecém, recursos destinados à construção de dois grandes berços e o aprofundamento de seu calado. A instalação da esteira para o transporte de granéis sólidos e o descarregador contínuo de carvão mineral”, lembrou. Ele também destacou a preocupação com o meio ambiente, ressaltando que os equipamentos utilizados no Porto são completamente lacrados não oferecendo riscos ao meio ambiente.
O Chefe do Executivo lembrou também os números do Produto Interno Bruto (PIB) obtidos pelo Ceará nos últimos tempos, tendo ultrapassado a média nacional. Até o último trimestre deste ano, o Brasil decresceu 1,2%, enquanto que o do Estadocresceu 2,81%. Mesmo assim, segundo ele, o PIB do Ceará não representa 2% do PIB nacional, mas que isso vai mudar com a siderúrgica. “O Ceará tem 4,4% da população brasileira e o PIB não chega a 2% do Brasil. Com a CSP vamos ultrapassar essa barreira dos 2%”, disse.
Sobre a geração de empregos, Cid enumerou as vagas gerados no mercado de trabalho, ultrapassando em números absolutos e relativos, os demais estados da Região Nordeste. E ressaltou que um dos mais importantes investimentos realizados por sua administração é no setor da educação, especialmente na modalidade profissionalizante, com 52 escolas em operação e mais 51 em construção. “Além disso, estamos implantando o Centro de Treinamento Técnico do Pecém, local que irá qualificar, de forma intensiva, os trabalhadores, tanto da CSP, quanto das empresas que já existem e que irão se instalar no futuro”, relatou.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, se considerou feliz por estar em um Estado onde os políticos são comprometidos com o desenvolvimento social. Agnelli confirmou que, após implantada, a CSP será com certeza, uma das maiores mais modernas fornecedoras de placas de aço do mundo. Ele explicou que o projeto se inicia com a Dongkuk e a Vale. Já o Governo do Estado é responsável por oferecer as condições de infraestrutura necessária para a implantação da CSP. “O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), poderá ser, se optar, um parceiro do empreendimento”, reforçou.
Para o presidente da Dongkuk, Young Chul Kim, o Ceará, com a implantação da siderúrgica, o Ceará possui um papel importante no mundo globalizado e vai contribuir para o desenvolvimento cultural entre os dois países. Ele agradeceu o empenho do presidente Lula e do governador Cid Gomes citando um provérbio coreano que diz: “não existe vento que derrube uma árvore com raízes fortes, e essas raízes são a CSP”. Mister Kim finalizou confirmando a siderúrgica do Pecém como “o grande empreendimento do século 21 para a Dongkuk”.
A CSP conta com um investimento total estimado de US$ 4 bilhões, cerca de R$ 7 bilhões. Além de placas de aço, a CSP também produzirá energia elétrica para consumo próprio, sendo que o excedente será disponibilizado ao mercado nacional. Cid Gomes confirmou que, somente em sua construção serão gerados cerca de 15 mil novos empregos e seis mil quando estiver em operação. 
A solenidade contou com as presenças do diretor executivo de ferrosos da Vale, José Carlos Martins; do vice-presidente da Dongkuk, Younyoung Nam; do diretor de siderurgia da Vale, Aristides Corbellini; do diretor geral da Dongkuk, Youngil Mun; do diretor presidente da CSP, Maurício Chu; do diretor vice-presidente da CSP, Luciano Ferreira, e do embaixador da Coréia no Brasil, Kyonglim Choi; presidente da Adece, Antônio Balhmann; do Conselho Econômico do Desenvolvimento, Ivan Bezerra; do presidente da Transpetro, Sérgio Machado; dos deputados federais José Airton Cirilo e Raimundo Gomes de Matos; e do presidente da Assembleia Legislativa, Domingos Filho.
Ordens de Serviço
Na solenidade ocorrida no Pecém, o governador Cid Gomes também assinou três ordens de serviço. A primeira, destinada a construção do trecho V do Eixão das Águas compreende cerca de 56 quilômetros. Conforme Cid o trecho se origina no açude Gavião e vai até o reservatório de água bruta no CIPP, localizado no Canal Sítio Novos-Pecém.“Essa é uma das obras que vão dar suporte à Companhia Siderúrgica do Pecém. Nela foram investidos um total de R$ 247 milhões em recursos”, disse.
O novo trecho a ser construído vai interligar o sistema de reservatórios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) com o Complexo Portuário. Serão três trechos de tubulações por quatro estações de bombeamento, com uma vazão final do sistema adutor de 9 metros cúbicos por segundo, dos quais cinco metros cúbicos por segundo se destinam a futura Estação de Tratamento de Água (ETA) Oeste da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Esse equipamento irá abastecer Caucaia e parte oeste de Fortaleza. O prazo para a conclusão da obra é de 15 meses.
O Pacajus faz parte dos quatro reservatórios que compõem o sistema de suprimento de água da RMF – Pacajus, Riachão, Pacoti e Gavião, além do apoio do açude Aracoiaba que é mais uma alternativa de suprimento d'água de Fortaleza. Até 2010 estarão concluídos os dois últimos trechos (4 e 5), o primeiro (trecho 4) já em obras, aumentando para 255 km todo o seu comprimento de água canalizada, até chegar ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
Na sequência Cid Gomes também a ordem de serviço autorizando a montagem de um Descarregador de navios para carvão mineral do tipo contínuo, com capacidade para 2,4 mil toneladas por hora. O equipamento será instalado no berço do Pier 1 do Porto do Pecém e contou com recurso total de R$ 22,9 milhões.
O evento também contou com a autorização para o início das obras de drenagem do Setor I, do Complexo Portuário do Pecém. O aporte financeiro foi de R$ 10,2 milhões, com prazo de execução de 8 meses. A obra compreende a construção de 5.333 metros de canais de drenagem revestindo-se de especial importância, por dotar a área contemplada com os serviços de macrodrenagem, adequadas para a instalação da CSP.

Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado