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Por que Bonner apertou Aécio Neves?




Esta é a pergunta feita depois da entrevista do tucano no Jornal Nacional, qual a resposta?

Mais simples do que muitos imaginam:

Pesquisas internas encomendadas pela Globo apontam vitória da presidente Dilma.

Para piorar a situação da oposição, os números indicam que possibilidade dela vencer no primeiro turno aumentaram muito.

Motivo principal :

Aécio Neves não convence o eleitor ter capacidade de governar.

A imagem que passa é ser apenas um bom vivant.


O jeito de Aécio Neves administrar

Governador de Minas Gerais durante oito anos.

Estado era o oitavo em IDH - Índice de Desenvolvimento Humano -.

O jenio fez o melhor governo que o Brasil já teve - quiçá o mundo -.

E quando saiu, depois de (repito) oito anos, Minas Gerais era o nono em IDH.

Fantástico esse rapaz.

Quer ver o país regredir?

Vote nele, vocês se merecem.

Em conversa com estudantes, em São Paulo, a Presidenta Dilma Rousseff reafirmou a importância da Educação como política de Estado no desenvolvimento do país

Além de comparar os números do setor entre os governos do PT com o anterior, de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, sem citá-lo diretamente. "Nos últimos 12 anos, nós passamos de um orçamento de R$ 18 milhões pra R$ 112 milhões na Educação", ressaltou.

Nos governos petistas, foram criadas, ao todo, 422 escolas técnicas,  e construídas  18 novas universidades federais. "As universidades federais estavam sucateadas", lembrou a candidata à reeleição.

Sobre a extensão aos ensinos superior e técnico, Dilma citou programas como Pronatec, ProUni, FIES e Ciência sem Fronteiras. "Hoje, o filho da empregada doméstica vira doutor. O filho do pedreiro tem sua oportunidade", comentou. "O ProUni garante o acesso à faculdade privada sem discriminar por renda. Se o aluno não passar no ProUni (Programa Universidade para Todos), ele tem acesso ao FIES (Financiamento estudantil). Tudo isso leva ao que eu chamo de caminho de oportunidades", reforçou.

O ProUni, que concede bolsas de estudo, já beneficiou 1,4 milhão de jovens desde 2005, de acordo com dados do governo.  Já o FIES alcançou 3 milhões de estudantes no ensino superior. "Para complementar, aprovamos 75% dos royalties do pré-sal para a educação", enfatizou Dilma.

Sobre o PRONATEC, segundo o Planalto, garantiu acesso de 8 milhões de alunos ao ensino técnico. "O Pronatec é o reconhecimento da classe trabalhadora desse país tenham hora e vez".

No evento desta segunda-feira (11), no Dia Nacional do Estudante, Dilma ainda ouviu depoimentos de beneficiados por programas do Governo Federal . Um estudante de Novo Hamburgo – RS afirmou que "o meu orgulho hoje é ter um dia cheio. Estudar de manhã e estar no Pronatec a tarde", mencionou.

Para finalizar, a Presidenta  falou sobre o combate ao pessimismo durante a campanha eleitoral. "De onde que tiraram que vai haver um tarifaço no Brasil?, se questionou para responder em seguida: "essa é uma teoria que mostra um absoluto descompromisso com o país. Ninguém pede desculpas depois de dizer que isso ou aquilo ia ocorrer e não ocorre".

Abaixo, outras  frases da Presidenta:

"Eu quero falar pra vocês que em alguns momentos desse encontro eu olho pra vocês e mais uma vez e vejo a minha juventude"

"Eu me enxergo um pouco aí em vocês"

"Os jovens que falaram aqui representam milhões de jovens beneficiados por programas meu e de Lula."

"Na ditadura, tinhamos muitos sonhos e angustia"

"Cada geração tem um sonho. O da minha era transformar o Brasil de forma profunda e radical."

"Queríamos a democracia, soberania do país. tínhamos muitos sonhos."

"Os sonhos que passamos pra essa geração foi o que tinha de melhor na nossa."

"Tivemos uma série de dificuldades no caminho. Uns foram mortos, outros torturados. Muitos saíram do país."

"Dessa luta, a parte que podemos dizer que ganhamos foi a implantação da democracia."

"O maior país desse hemisfério consegue fazer uma transformação dessa na democracia."

"Por que nós tínhamos dentro de nós essa geração que agora representa o que está por vir."

"Estamos no meio de uma transformação no país. Estamos fazendo de maneira pacífica"

"Não foi fácil vencer com o presidente Lula em 2003. Nós tínhamos toda esperança do mundo e eles todo medo do mundo"

"Esse povo ia ser protagonista da sua história. Seria pra ele que iríamos governar"

"Além disso, nós tinhamos um compromisso com o Brasil soberano. Um Brasil que não ser curvasse ao FMI"

"Que tinha que afirmar sua soberania"

"Um país que não podia vender seu patrimônio pra pagar dívida"

"Tinha de haver outra forma de resolver a situação de precária estabilidade que tínhamos recebido."

"Além disso nós tínhamos um país completamente endividado"

"A situação que hoje ficam falando da Argentina, naquele momento (FHC) era mais grave aqui"

"Tínhamos um país completamente endividado. Por isso se diz que o Brasil quebrou 3 vezes naquela época."

"A partir do 2º governo Lula fizemos um grande processo de investimento."

"A esperança venceu o medo por que nós ralamos muito para poder sair da situação em que nós estávamos."

"Nós fizemos várias coisas. Enfrentamos a segunda eleição do presidente pra dar continuidade ao programa que tínhamos começado"

"Mudar a distribuição de renda é mudar completamente como a sociedade distribui seus bens."

"Nesse processo uma coisa ocorreu. Ninguém rigorosamente falando perdeu. Todos ganharam"

"Mas os mais pobres ganharam mais"

"Aí começa aquela história. O filho da empregada doméstica vira doutor. O filho do pedreiro tem sua oportunidade"

"Tem gosto para tudo em matéria de aeroportos"

"Começamos a implantar muita mudança. Todas as mudança que implantamos são importantes"

"Acerto inicial foi implantar o ENEM"

"O ENEM sofreu todas as críticas que vocês podem imaginar."

"Hoje há entrada simultâneas de milhões de pessoas e o site não cai. A cada vez que fazemos o ENEM aumenta."

"O ProUni garante o acesso à faculdade privada sem discriminar por renda."

"Se o aluno não passar no ProUni, ele tem acesso ao FIES."

"Tudo isso leva ao que eu chamo de caminho de oportunidades"

"Esse é o papel do governo. É tornar a educação mais ampla e democrática possível"

""Aí chegou o Pronatec, que é o reconhecimento da classe trabalhadora desse país tenham hora e vez"

"Por isso nos preparamos pra formar mais 12 milhões pelo Pronatec."

"A Lei de Cotas foi muito combatida"

"Tenho certeza que esse déficit de oportunidade (mulheres) nós estamos reduzindo"

"A educação pra de fato ser um caminho de oportunidade precisa fazer todo o caminho: da creche à universidade"

"Nós (Lula e eu) multiplicamos por 3 as vagas em universidades estaduais"

"Me contaram aqui que algumas universidades aqui em SP não tão pagando a taxa de luz, professor"

O pré-sal não só existe como está mostrando que nós não só temos uma grande riqueza como podemos explorar."

"O que é uma riqueza de uma empresa de petróleo? É a quantidade de petróleo que ela tem pra explorar"

"A Petrobras tem uma quantidade de óleo suficiente pra explorar, pra se transformar na maior empresa de petróleo do mundo"

"Em 3 anos nós estamos os mesmos 500 mil barris que levamos 30 anos pra produzir antes"

"Os primeiros 500 mil barris que levamos pra produzir levamos 30 anos"

"A Petrobras tem todas as condições de explorar esse petróleo"

"Nós estamos enfrentando uma campanha de pessimismo"

"Da onde que tiraram que vai haver um tarifaço no Brasil?"

"Essa é uma teoria que mostra um absoluto descompromisso com o país"

"Ninguém pede desculpas depois de dizer que isso ou aquilo ia ocorrer e não ocorre"

"A verdade é nós sabermos o que esse país fez nos últimos anos. São esses depoimentos que vimos aqui"

"Disseram que a inflação ia fugir do controle. Inventaram a inflação do tomate."

"Sistematicamente dizem que vai haver tarifaço. Tiraram essa da teoria de se o Brasil piorar, melhora pra eles"

Um aviso para quem deseja voltar aos tempos bicudos

Aliança do Pacífico: Salário Mínimo do México está abaixo da linha da pobreza

por Mauro Santayanna

Para os que adoram citar as "maravilhas" da Aliança do Pacífico, o México, que, nunca é demais lembrar, cresceu a metade do Brasil no ano passado, é o único país da América Latina em que o salário mínimo está situado abaixo da linha de pobreza. A informação é da CEPAL, que fez um estudo sobre a base de remuneração vigente nos países da região e sua influência no combate à desigualdade.  

As principais conclusões do estudo são que, em países como a Argentina, o Brasil, o Chile e o Uruguai, salários mínimos mais fortes, aumentados progressivamente, além de não prejudicar a criação de empregos, melhoram a distribuição de renda, fortalecem o consumo e o mercado interno, combatem a desigualdade e aumentam a formalização dos trabalhadores.

O levantamento também mostra que a Costa Rica é o país que está melhor nesse aspecto, com um salário mínimo equivalente a 3,18 vezes a renda que equivale à linha de pobreza, e o México, o que está pior, com um salário mínimo um pouco abaixo da linha de pobreza.

Comentando as conclusões da CEPAL, Miguel Angel Mancera, que chefia o executivo da Cidade do México, afirmou que o país,  no qual a maior parte dos trabalhadores se encontra na informalidade,  está vivendo "um novo processo de precarização do emprego", e José Narro, reitor da UNAM, Universidade Nacional Autônoma do México,  lembrou que "é preciso aprofundar a distribuição da riqueza e equilibrar a macro e a micro economia, com a participação de todos os setores sociais, para combater a desigualdade e a pobreza". 

Para quem acha que a situação está muito ruim no Brasil, um deputado federal ganha, por mês, 148.446 pesos no México, e um trabalhador que ganha salário mínimo  – omeme que ilustra o post é do ano passado - recebe, atualizados, na área geográfica "A", 67.29 pesos, e, na área geográfica "B", 63.77, ou, no câmbio de ontem, 10.99 reais por dia. E depois dizem que os escravos estão na China.

Mídia e políticos, além dá eleição

Por Venício A. de Lima* 

Períodos eleitorais sempre fazem reaparecer questões sobre o poder da mídia no resultado de eleições. Eleitores, com ou sem preferência definida, querem saber até que ponto a mídia influencia no sucesso e/ou no insucesso de candidatos. Por outro lado, candidatos, partidos e profissionais de "marketing político", diretamente envolvidos nas campanhas, trabalham para otimizar o uso do tempo (supervalorizado) no horário eleitoral do rádio e da televisão a favor e/ou contra determinadas candidaturas.

Nas sociedades contemporâneas, como se sabe, a mídia [jornais, revistas, rádio, televisão e internet] monopoliza o poder de "dar visibilidade" e de acesso ao debate público, essenciais para a sobrevivência de qualquer político e para a prática democrática. O que poderia ser uma excelente ocasião para se discutir o sistema de mídia brasileiro e propostas de políticas públicas para o setor, passa em branco. É raríssimo que candidatos – a qualquer cargo eletivo – incluam em seus programas propostas relativas às comunicações.

Terminadas as eleições, reestabelecem-se as relações rotineiras entre os políticos e a mídia dentro de um padrão assimétrico de poder em que cada lado busca garantir seus interesses, presentes e futuros. Eleitores, candidatos, partidos e marqueteiros, vencedores e derrotados, "esquecem-se" das questões estruturais relacionadas aos sistemas de mídia.

Trata-se de um circulo vicioso: a questão aflora implicitamente nos processos eleitorais quando o único objetivo é "ganhar as eleições", mas "desaparece" entre eleições, durante o exercício dos mandatos. Na verdade, salvo honrosas exceções, consolidou-se um tipo de relacionamento entre os políticos e a mídia que bloqueia qualquer tentativa de alteração legal contrária aos interesses dos empresários do setor.

O relatório Leveson

Diante de questões que sempre se repetem, recorro ao infelizmente pouco discutido relatório do Juiz Leveson, resultado do inquérito sobre "a cultura, as práticas e a ética da imprensa", mandado realizar pelo Primeiro Ministro da Inglaterra e divulgado em novembro de 2012 [cf. V. A. de Lima (org.); Para garantir o direito à comunicação: a lei argentina, o relatório Leveson e o HGL da União Europeia; Perseu Abramo/Maurício Grabois/Barão de Itararé, 2014].

Há uma sessão do documento que trata, especificamente, das relações entre "A imprensa e os políticos" (itens 109 a 137 do Sumário Executivo e 82 a 84 do Sumário de Recomendações).

Embora não tenha sido produzido no Brasil e nem em resposta a questões concretas surgidas da prática política brasileira, o relatório Leveson avalia as relações entre os políticos e a imprensa: aqueles, estão sempre em busca de garantir o seu futuro sucesso eleitoral; e esta, a prevalência de seus interesses – comerciais e outros.

Que padrões de relacionamento se estabelecem e quais suas consequências para a democracia?

Ao examinar as relações entre os políticos e a imprensa na Inglaterra, o relatório Leveson conclui, dentre outros, que nos padrões de comportamento estabelecidos [pouco transparentes], partidos e políticos mantêm "uma relação excessivamente próxima com a imprensa"; que os políticos se tornaram vulneráveis ao lobby da imprensa ["na esperança de um tratamento favorável"] e que isso tem influído em decisões relativas às políticas públicas sobre a mídia, em detrimento do interesse público. Lembra ainda que nem "tudo o que é de interesse de qualquer organização jornalística, ou da imprensa como um todo, é necessariamente do interesse público" e que, além de lobistas poderosos, os membros da imprensa "têm em seu poder um potente alto-falante com influência considerável sobre a reputação pessoal e política dos políticos".

Diante desse diagnóstico, o relatório apresenta recomendações específicas dentro do quadro geral de recomendações para a regulação da mídia impressa na Inglaterra. São elas:

1. Como primeiro passo, os líderes políticos devem refletir de forma construtiva sobre os méritos de publicar, em nome de seu partido, uma declaração, explicando ao público como pretendem abordar, dentro da política de seu partido, a condução de suas relações com a imprensa.

2. Líderes dos partidos, Ministros e porta-vozes das bancadas devem avaliar a divulgação:

a) da existência de longos relacionamentos com proprietários, editores e altos executivos de empresas de comunicação, que podem ter relevância para suas responsabilidades e,

b) a cada trimestre:

i. detalhes de todos os encontros com proprietários, editores e altos executivos de empresas de comunicação, seja em pessoa, seja através de representantes, incluindo os fatos e natureza geral de qualquer discussão de assuntos de políticas de comunicação nesses encontros; e

ii. um retrato fiel e relativamente completo – por meio de estimativas gerais apenas – da frequência ou grau de outras interações (incluindo correspondências, telefonemas, mensagens de texto e e-mail), mas sem necessariamente incluir o conteúdo.

Lições para o Brasil

O Brasil, por óbvio, não é a Inglaterra. E nem lá as recomendações do Juiz Leveson passam do que realmente são: apenas recomendações. De qualquer maneira, é sempre interessante evocar comparativamente o que ocorre em democracias consolidadas quando se trata das relações da mídia com a política e com os políticos.

Em períodos eleitorais e para além do objetivo de "vencer as eleições", talvez fique um pouco mais evidente o quanto ainda temos que avançar nas relações entre os políticos e a mídia. Enquanto isso não ocorre é importante que se tenha a verdadeira dimensão das questões envolvidas, inclusive éticas, e o quanto elas afetam diretamente, não só os processos eleitorais, mas a própria consolidação republicana da democracia.

* Venício A. Lima é professor titular aposentado de Ciência Política e Comunicação da UnB e pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (CERBRAS) da UFMG.

Conheça a página do Brasil Debate

Não era “garantido” que não haveria racionamento, Dr. Alckmin? E o erro de Landau e Leitão?

Autor: Fernando Brito

A reportagem de capa da Folha, hoje, revela, sem resposta possível, o papel de Tartufo desempenhado pelo Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, semana passada, quando, em entrevista ao Estadão, que "não há racionamento de água em São Paulo.

Não, exceto para mais de dois milhões de pessoas, que vivem em 18 municípios paulistas que assumem estar controlando os horários em que a água é fornecida a residências, comércio e indústrias.

E pouco passamos da metade do inverno, período mais seco do ano.

O curioso é que, à medida em que se torna desesperadora a situação em São Paulo, as vozes da direita ressuscitam o fantasma do racionamento de energia.

Elena Landau, a musa das privatizações de Fernando Henrique Cardoso, na Folha, e Míriam Leitão, em O Globo, voltam ao discurso do apagão.
Estas senhoras, que se apresentam como "técnicas" estão desafiadas por este modesto blog a provar que a situação está se agravando em moldes minimamente parecidos ao que ocorre em São Paulo, embora ninguém seja estulto de negar que há, sim, uma grave estiagem.

E você mesmo pode comparar.

No dia 28 do infernal mês de fevereiro, que deveria ser de chuvas no Sudeste, mas lembrou o que ocorre no semi-árido nordestino, o Brasil tinha 111,4 megawatt/mês de energia armazenada, em forma de água, nos reservatórios das hidrelétricas. A região mais crítica, o Sudeste, tinha 34,6% de seu armazenamento.

Nesta mesma data, o Sistema Cantareira, tinha 16,4% de seu volume útil, o que, somado ao "volume morto" (mais 18,5%) que seria utilizado depois, dava 34,9% de capacidade reservada.

Sexta feira passada, o Sistema Integrado Nacional tinha exatos 114,2 megawatt/mês acumulados, o mesmo que há pouco mais de cinco meses.  Os reservatórios do Sudeste, os mais castigados, tinham 33,7% de sua capacidade, apenas 0,9% abaixo da marca de cinco meses antes.

Já o Cantareira tinha baixado daqueles 34,9% totais para meros 13,9%, já incluídos nos dois valores o tal "volume morto".

Mas foi por mágica que um lado se mante e outro secou, embora ambos estejam igualmente castigados pela seca?

A diferença é o o Governo Federal deu o lombo a bater com toda esta história do preço da energia geradas pelas usinas térmicas, mas não deixou os reservatórios baixarem ao nível da irresponsabilidade como o governador paulista.
É simples assim, meus amigos, e revela quem é que que está sendo politicamente irresponsável com o uso da água.

Dona Miriam Leitão e Dona Elena Landau, deveriam, a esta altura, se fossem capazes de uma análise técnica isenta, estariam era elogiando o que, comparado á água de São Paulo, é um "milagre" no sistema elétrico nacional.

E que não se valham das tais "consultorias de energia", porque elas adoram prever um caos que aumente o preço da eletricidade.

Para essa gente, água é dinheiro, muito dinheiro.

Uma reclamação formal no Ministério Público contra a TV Globo

Por Osvaldo Ferreira

Ilmo(a) Sr.(a),
Sua manifestação foi cadastrada com sucesso!
Numero da manifestação: 62413
Data da manifestação: 10/08/2014

Descrição: 
Douto Ministério Público Federal,

A Rede Globo de Televisão no ano de de 2014, ano de eleições gerais, conforme pesquisa do Manchetômetro que é um website de acompanhamento diário da cobertura das eleições de 2014 na grande mídia, especificamente nos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo, e no Jornal Nacional, da TV Globo e produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), grupo de pesquisas com registro no CNPq, sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), instituição sem qualquer filiação partidária ou com grupo econômico, vem produzindo de forma sistemática noticiário amplamente desfavorável, tendencioso eleitoralmente, partidário e desequilibrado em desfavor do Partido dos Trabalhadores e da candidata à reeleição à Presidência da República Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores em seu jornal diário televisivo denominado Jornal Nacional, de grande alcance por todo o país e capaz de influenciar eleitoralmente a opinião de parcelas majoritárias dos brasileiros, em todos os rincões do país, um função de sua audiência.

Como o espectro eletromagnético de transmissão televisiva pela CF/88 é de propriedade da União, quero dizer público, podendo ser concedido pela União à iniciativa privada, como é o caso da Rede Globo de Televisão, a sua regulação, mesmo sob concessão, deve seguir os parâmetros legais vigentes para todo serviço público sob concessão ou não, quais sejam, o da supremacia do interesse público, da transparência, do controle e como as agências reguladoras que deveriam exercer a fiscalização, controle e, sobretudo, o poder regulador incidente sobre serviços delegados a terceiros não têm se mostrado competentes para coibir o uso evidentemente partidário do Jornal Nacional da Rede Globo, cuja evidência se encontra na pesquisa supra mencionada que vem sendo realizada pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), grupo de pesquisas com registro no CNPq, sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), venho em nome da minha prerrogativa sagrada pela CF/88 (Direito de petição), como cidadão solicitar que o MPF atue neste caso, salvo melhor juízo, de flagrante violação da legislação das concessões públicas no espectro eletromagnético que pertence à totalidade dos cidadãos, sendo portanto Rés Publica e não domínio privado, procedimento que adotado pela Rede Globo de Televisão no seu Jornal Nacional, pode influenciar a opinião e a consciência do eleitor brasileiro em um ano de intensa disputa eleitoral e democrática. Não é possível que tamanha disparidade na orientação dos noticiários possa ser entendida como algo normal, haja vista a pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e ainda mais em um ano eleitoral.

Também venho por intermédio desta petição ao Douto MPF solicitar a notificação do MPE (Ministério Público Eleitoral) em âmbito federal, bem como à ANATEL e ao Ministério das Comunicações.

Certo de que as providências legais ao caso relatado serão tomadas sem demora, tendo em vista a celeridade do processo eleitoral, instruo a presente manifestação com o link do site Manchetômetro, que tem causado alvoroço nas redes sociais e já é de domínio e conhecimento de centenas de milhares de brasileiros eleitores.

http://www.manchetometro.com.br/

Sobre o Jornal Nacional no Manchetômetro:
http://www.manchetometro.com.br/analises/jornal-nacional/

São Paulo, 10 de agosto de 2014.

Osvaldo Ferreira

Solicitação:

Que o MPF apure mediante as provas juntadas, desvio de função da Rede Globo de Televisão, como concessionária do espectro eletromagnético nas transmissões televisivas em desfavor de um partido político, "in casu" o PT, Partido dos Trabalhadores, justamente em um ano eleitoral.

Demais informações serãoo encaminhadas para seu endereçoo de e-mail.

Para consultar o andamento da manifestação, favor acessar a página eletrônica do MPF, opção Ouvidoria do MPF, consultar andamento, e inserir o número da manifestaçãoo e de seu documento (CPF ou CNPJ).
Atenciosamente,
Ouvidoria do MPF - Sistema Cidad�o
Minist�rio P�blico Federal
Obs.: N�o responda a este e-mail. Mensagens encaminhadas/respondidas para o endere�o eletr�nico do remetente ser�o desconsideradas.

O Brasil deve desculpas a Genoino

Basta recordar que a mais confortável e limpa prisão do mundo não deixa de ser uma jaula, onde observamos leões, tigres, gorilas e outros animais em passos infinitos entre a parede e a grade, para reconhecer que o regime aberto conquistado por José Genoíno deve ser celebrado. Não se deve exagerar nos festejos, porém.

A volta para casa garante uma impressão de normalidade a uma história absurda de perseguição e injustiça. A esperança da família, ontem, era garantir que ele pudesse ser libertado ainda hoje, para poder passar o Dia dos Pais com filhos e netos.
O fato é que Genoíno nunca deveria ter sido condenado. Muito menos preso. Na cadeia, com um implante de 15 cm na aorta, deveria ter sido liberado após o primeiro exame médico para cumprir pena sob prisão domiciliar. Depois que isso aconteceu, não poderia ter sido mandado de volta. Nem deveria ter o pedido de prisão domiciliar negado, mais uma vez.

Nenhuma das autoridades que podiam libertar ou prender Genoíno nunca deixaram de tomar medidas que poderiam manter em sua jaula

Genoíno foi condenado por corrupção sem nunca ter mexido com dinheiro em mais de 50 anos de atuação política. Os empréstimos que avalizou para o PT não envolviam fraudes financeiras, mas recursos verdadeiros, que foram empregados na finalidade declarada. Seu único bem imóvel, um sobrado na região do Butantã, foi comprado através de financiamento da Caixa Econômica Federal.
Integrantes da mais alta corte do país, ministros condenaram Genoíno soltando lágrimas de crocodilo. Com graus variados de docilidade, ele enfrentou na prisão sucessivas juntas médicas formadas exclusivamente pra dar argumentos técnicos para a decisão política já tomada de impedir que deixasse a prisão. Genoíno foi mantido no cárcere até ontem para garantir a continuidade de um regime de populismo barato, que trata direitos humanos como privilégio e mordomia. Queriam transformar sua decência em vergonha, sua coragem em crime.

Pense em todos os atos indecentes que uma autoridade pode comprometer contra um cidadão aprisionado. Pense na falta de caráter que pode se esconder atrás de tantas demonstrações de autoridade. Pense na malvadeza, na covardia.

Genoíno sofreu tudo isso e continuou de pé. Deixa a prisão como aquilo que sempre foi. Um exemplo.
E é por isso que o Brasil lhe deve desculpas. É um pedido por ele. Mas, essencialmente, um pedido por nós.

Por Paulo Moreira Leite

Tucanos calúnia Raulzito

E não é mentira, por incrível que pareça.

A rede pública do governo de São Paulo, através da Companhia de Processamento de Dados Do Estado De S Paulo (Prodesp), foi usada para a realização de centenas de alterações no Wikipédia.

Inclusive chamar nosso querido Raulzito de homossexual. O que não é nenhum xingamento, apenas uma calúnia grosseira, visto que ele foi casado diversas vezes, com mulheres.

Só para constar: o governo de São Paulo é administrado pelo PSDB de Aécio Neves, principal adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais deste ano.

A mentira sobre Raul Seixas, acrescentada à sua página na Wikipédia foi essa:

"Raul foi considerado homossexual, por caos [sic] que teve com Cazuza, e também foi considerado "Maluco" por dizer que avistou uma nave espacial quando estava fazendo fezes em seu banheiro, em sua fazenda. A banda Pedra Letícia gravou uma música chamada "Eu não toco Raul" pois todas as pessoas pediam as músicas do Raul em seus shows."

Convenhamos que é muito pior do que alterar a página da Miriam Leitão na Wikipédia, acrescentando a informação de que suas "análises são desastrosas".

A rede da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, uma rede pública, governamental, também foi usada para fazer uma alteração no perfil de Dilma Rousseff, mas a mudança foi cancelada.

Na verdade, o escândalo é uma farsa. A Globo explorou a característica tipicamente brasileira, presente em todas as grandes redes públicas, de não exercer nenhum tipo de controle sobre o uso da internet.

No caso do Palácio do Planalto, a sua rede de internet podia ser acessada por qualquer um, dentro do prédio ou nas proximidades.

Importante observar que qualquer um pode alterar mudanças na wikipédia. Não é preciso nenhuma tecnologia de governo para fazer isso.

O governo de Minas Gerais também, através da Companhia de Tecnologia de Informação de Minas Gerais (Prodemge), fez dezenas de mudanças em páginas da Wikipédia.

Alguém usando a rede do Prodemge participou de uma discussão sobre a Satiagraha, só que eu preferi não dar destaque porque não consegui entender se é contra ou a favor a operação da Polícia Federal que prendeu Daniel Dantas.

Mesmo sendo leigo em programação, eu achei com relativa facilidade esses dados na internet. Com um pouco de esforço, ver-se-á que praticamente todas as grandes redes públicas de internet, do Palácio do Planalto, dos palácios estaduais de governo, das prefeituras, das estatais, são usadas livremente por servidores, visitantes, jornalistas, etc.

Agora, a Globo foi maliciosa. Ela fez um tremendo escarcéu, sem explicar nada, depois ligou para a ABI, cujos membros têm idade média acima dos 80 anos, e lhes fez perguntas agressivas sobre a matéria. Como o presidente da ABI provavelmente nunca ouviu falar em IP, ele passa a acreditar que a própria presidenta ou algum assessor diabólico usou uma tecnologia especial, importada da Coréia do Norte, para alterar criminosamente a Wikipédia de Miriam Leitão e Sardenberg. O presidente da ABI também não deve saber o que é Wikipedia. Então ele faz declarações bombásticas, sobre "práticas da ditadura", como se o governo tivesse alterado um verbete na Enciclopédia Britânica.

Qualquer um pode alterar, a qualquer momento, qualquer verbete na Wikipedia.

A mudança pode ter sido feita por um servidor, por um prestador de serviço, por um visitante, por um dos jornalistas que frequentam a sala de imprensa do Planalto.

Por exemplo, eu estive no Palácio do Planalto, junto com pessoas do Brasil inteiro (jornalistas, blogueiros, hackers, editores, ativistas, etc) para um debate público, transmitido ao vivo, com Gilberto Carvalho. Tive acesso à senha de wifi do Palácio. Poderia ter sido eu a mexer no verbete do Sardenberg. Só que eu estive por lá este ano, a mudança ocorreu em 2013.

Lembro-me que todos tinham acesso à senha do Palácio. Era liberado.

A desonestidade da mídia abandonou todos os escrúpulos. Fernando Rodrigues, editorialista da Folha, escreve texto furibundo contra o "Estado aparelhado". Só quero ver se ele vai defender Raul Seixas contra os ataques que sofreu de alguém usando a rede pública do Estado de São Paulo, que é sustentado pelos impostos dele.

Quem vai ligar para as ex-mulheres de Raul, para seus amigos, ou repercutir a matéria junto aos fãs do roqueiro?

Quem vai acusar o governo de São Paulo de usar "práticas da ditadura nazista"?

O Globo publica hoje editorial raivoso, intitulado "Aloprados agora atacam do Planalto", imprecando contra "sites / blogs chapa-brancas, sustentados com dinheiro público". A Vênus está com obsessão por blogs, porque eles a estão desmascarando.
Aproveito para avisar que um passarinho contou-me que a íntegra do processo de sonegação da Globo – com milhares de páginas – está pintando a qualquer momento por aí.

E ainda tenta mostrar os blogs como corruptos, por receber "dinheiro público". Ora, dentre centenas de blogs, apenas alguns recebem – merecidamente – publicidade institucional.

Quem é a Globo para falar em "dinheiro público"? Mostra o Darf primeiro!

Eu nunca recebi um centavo de verba pública. E critico duramente o governo em sua política de comunicação, por permitir, com sua omissão, que a mídia nos ataque desta maneira.

Se houvesse uma política de estado, republicana, pela qual sites e blogs de todas as cores ideológicas, cadastrados junto à Secom, recebessem de acordo com a sua visitação, não estaríamos nessa situação ridícula.

Situação ridícula de sermos a todo momento atacados pela Globo, que, ela sim, recebe bilhões de reais de recursos públicos por ano. Está tudo lá, na internet.

É revoltante ser chamado de bêbado sem nunca ter posto uma gota de álcool na boca.

O caso do Raulzito, para mim, é muito pior do que as críticas à Miriam Leitão, que são fúteis.

Ela é viva, rica e pode se defender. Tem espaço ilimitado em concessões públicas, como a TV Globo e rádios, afora a Globonews, jornais, revistas, internet. Pode até publicar um novo livrinho infantil atacando o governo, se achar conveniente.

Raulzito morreu quase na miséria e não pode mais se defender.

A nossa mídia tem que aprimorar sua pontaria, porque essas balas de prata estão atingindo seus próprios pés.

Ao pé dá letra

Do Rio de Janeiro, Roberta Antunes

1 - Assaltante - Um "A" que salta.
2 - Pressupor - Colocar preço em alguma coisa.
3 - Padrão - Padre muito alto.
4 - Barracão - Proíbe a entrada de caninos.
5 - Ministério - Aparelho de som de dimensões muito reduzidas.
6 - Edifício - Antônimo de fácil.
7 - Armarinho - Vento proveniente do mar.
8 - Barganhar - Receber um botequim de herança.

Publicada originalmente na coluna É de Neno Cavalcante

O Brasil volta a reivindicar um maior protagonismo e a medir o seu tamanho no cenário global

Deixando para trás anos de uma política externa mais conservadora, concordam diplomatas e analistas ouvidos pelo EL PAÍS. O papel na criação do banco dos Brics e o posicionamento no conflito no Oriente Médio, que valeu ao país o incômodo apelido de "anão diplomático", podem servir de impulso para essa nota etapa na agenda internacional brasileira.

Os desafios, no entanto, não são poucos, principalmente para o próximo mandato presidencial, em 2015. Entre eles estão uma maior liderança regional, sobretudo no processo de revitalização do Mercosul, uma retomada das relações com os Estados Unidos e a concretização de um acordo comercial com a União Europeia.

Entre os três principais candidatos à Presidência nas eleições de outubro, a aspirante à reeleição Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), vislumbra uma maior participação da sociedade civil na definição das diretrizes da política externa, com uma visão multilateral em um cenário de destaque entre os Brics e os países que integram o hemisfério sul.

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O adversário Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), destaca, por sua vez, a importância de uma maior atenção à Ásia, aos EUA e outros países desenvolvidos, apostando em uma diplomacia mais comercial, além de uma recuperação do Mercosul. Já o candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, defende, entre outros pontos, a ampliação de acordos comerciais com outros países além das fronteiras do próprio bloco sul-americano.

"O mundo está à espera de que o Brasil saia do período de maior calmaria e adote resoluções mais concretas, assumindo um perfil de maior estatura", afirma Thomas Trebat, diretor na América Latina do Columbia Global Centers, da Universidade norte-americana de Columbia.

"O Brasil tem muito a ganhar com um perfil global mais avançado, e não só por orgulho nacional, como também por tecnologia, recursos e oportunidades", emenda Trebat, para quem a prioridade à política externa vai além da busca por um assento no Conselho de Segurança da ONU.

O mundo está à espera de que o Brasil saia do período de maior calmaria e assuma um perfil de maior estatura
Thomas Trebat, diretor na América Latina do Columbia Global Centers

"Ao contrário de países que são pequenos e sabem disso, o Brasil quer ser grande, mas às vezes atua como pequeno", ressalta Rubens Ricupero, ex-embaixador brasileiro em Genebra, Washington e Roma e ex-secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Um passo de afirmação recente foi o "debate" em torno do conflito no Oriente Médio, também em julho. Ainda que a volta do embaixador brasileiro em Tel Aviv para consultas divida opiniões entre os especialistas, o posicionamento de condenação à desproporcionalidade dos ataques israelenses acabou sendo seguido nos últimos dias por "gigantes diplomáticos" como França e Reino Unido, que reforçaram as suas ações devido ao alto número de civis mortos no conflito.

A temperatura entre os países começou a subir quando o Itamaraty emitiu a sua segunda nota em uma semana comentando o conflito. Só que, desta vez, o governo brasileiro não condenava explicitamente o lançamento de foguetes e morteiros de Gaza contra o território israelense. Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense classificou o Brasil como um "anão diplomático".

A política externa teve com os Brics um resultado concreto e importante, após muitas críticas à ausência de resultados
Rubens Ricupero, diplomata e ex-secretário-geral da UNCTAD

Outro ponto de busca de afirmação recente pode servir de exemplo: a condição bem-sucedida de anfitrião da reunião que marcou a criação do banco dos Brics, em julho. O grupo emergente, formado também por Rússia, Índia, China e África do Sul, pactuou a constituição de um banco de fomento e um fundo de reservas para ajudar os países integrantes no caso de uma possível crise de liquidez.

"A política externa brasileira teve com os Brics um resultado concreto e importante. Até então a diplomacia vinha sendo criticada pela ausência de resultados significativos", avalia Ricupero, também ex-ministro da Fazenda brasileiro. Segundo o diplomata, a concordância para a cessão da sede do novo órgão para Xangai, na China, e da primeira secretaria-geral para a Índia, esteve ainda longe de representar uma derrota ao Brasil. "Caberia ao anfitrião esse comprometimento", avalia.

Seguindo a mesma linha, Alberto Pfeifer, professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), classifica o encontro bem-sucedido dos Brics como um dos pontos altos do processo de "reativismo" da diplomacia brasileira. "O Brasil conseguiu agir com competência em uma cúpula que apresentou ao mundo um passo de instrumentalização financeira", reforça.

Uma hora o Brasil acha que tem mais poder do que tem, na outra acredita que tem menos
João Augusto de Castro, diretor e analista da consultoria Eurasia
Uma maior visibilidade nas relações externas, sejam políticas ou comerciais, acarreta uma maior exposição a novos adversários, avalia João Augusto de Castro, diretor e analista da consultoria Eurasia, com sede em Washington. Segundo ele, o país precisa ainda ter uma ideia mais clara do seu peso internacional. "Uma hora o Brasil acha que tem mais poder do que tem, na outra acha que tem menos", completa.

Como exemplo, ele cita a intervenção brasileira com a Turquia para o envio de urânio por parte do Irã para ser enriquecido no exterior, em 2010. Em meio à oficialização do acordo, os Estados Unidos acabaram por desautorizar a iniciativa, reforçando a proposição de sanções contra Teerã. "O Brasil acabou exagerando um pouco na dose e acabou se retraindo aos poucos", completa Castro.

Os desafios

Os desafios que se apresentam à diplomacia brasileira, e ao novo mandato presidencial em 2015, não são mesmo poucos. A começar pela sub-região do Mercosul, em meio à deterioração da situação econômica de seus membros, sobretudo da Argentina, e à falta de novos acordos comerciais. "O bloco vive uma crise muito grave, sem que houvesse uma iniciativa nossa para superar os problemas", afirma o diplomata Ricupero.

"Precisamos de uma nova agenda produtiva, econômica, comercial, política no Mercosul. Temos de ser mais pragmáticos e aprofundar a relação aduaneira, o livre comércio para que funcione de fato. Há muitas barreiras em vigor, como no caso das importações pela Argentina", completa o professor Pfeifer.

Precisamos de uma nova agenda produtiva, econômica, comercial e política no Mercosul
Alberto Pfeifer, professor de Relações Internacionais da USP
Enquanto isso, o Mercosul vê emergir com força a Aliança do Pacífico, formada por México, Colômbia, Peru e Chile, e de quem uma aproximação se tornaria também algo muito positivo, embora ainda distante no momento. A China e o continente africano também não podem sair do radar.

"Existem outras iniciativas de relações entre blocos e países que estão em andamento e que podem marginalizar a Organização Mundial do Comércio (OMC), órgão que tem sido a aposta do Brasil", emenda Castro, em referência à liderança exercida pelo diretor-geral da entidade, o brasileiro Roberto Azevêdo.

Outro ponto a ser fortemente considerado é um acordo comercial com a União Europeia (UE), cujas negociações entre os blocos se arrastam há mais de 20 anos e atualmente se encontram em banho-maria, segundo os especialistas ouvidos pelo EL PAÍS. "Se der certo, criaríamos um precedente para desmitificar a ideia de livre comércio no Brasil", reforça Castro.

A retomada das relações com os EUA, após o caso Snowden, também deverá ser uma prioridade externa
Na última quinta, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, Mauro Borges, destacou que o país já chegou a um acordo com os parceiros do Mercosul sobre a oferta que será encaminhada à UE para a assinatura de um aguardado acordo comercial. Logo, o momento seria de espera de uma contrapartida do lado europeu.

A retomada das relações com os Estados Unidos, após o escândalo de espionagem denunciado no ano passado, que levou a parceria entre governos ao seu pior ponto em 30 anos, também deverá ser uma prioridade nos próximos meses.

"Parte da responsabilidade está do lado do governo norte-americano. Obama não deu muita atenção em seis anos para a América Latina. O escândalo da NSA acabou congelando as relações entre os governos, mas a visita do (vice-presidente norte-americano Joe) Biden em junho ajudou a relação a melhorar muito", avalia o consultor da Eurasia.

O episódio de espionagem à própria presidenta Dilma Rousseff e assessores acabaria ainda ajudando uma importante iniciativa brasileira em escala global a avançar. Trata-se do Marco Civil da internet, sancionado pela presidenta e que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres a usuários e provedores no país.

"A lei é boa e serve de modelo internacional para o uso compartilhado da rede", avalia Trebat, do Columbia Global Centers. "A agenda brasileira para os próximos períodos é extensa. E o país precisa ter mais confiança na avaliação de seus próprios recursos", resume o analista.

Tucano gosta mesmo é de entregar patrimônio público

Petistas defendem Gasmig e denunciam privatismo do PSDB e de Aécio

da assessoria de imprensa da liderança do PT na Câmara dos Deputados, via e-mail

Parlamentares do Partido dos Trabalhadores pronunciaram-se hoje (8) contra a privatização da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), que o governo tucano de Minas Gerais afirma ser necessária para a construção de um gasoduto que abastecerá a fábrica de amônia da Petrobras, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, prevista para entrar em operação ano que vem. O tema tem sido tratado na Assembleia Legislativa mineira, que tem de alterar a Constituição Estadual para permitir a venda do controle da companhia.

A deputada e vice-líder da Bancada do PT na Câmara, Margarida Salomão (PT-MG), observou que a iniciativa fere os interesses de Minas Gerais e ao mesmo tempo revela que o candidato tucano à presidência da República, senador Aécio Neves, tem mesmo uma prática privatista que contradiz seu discurso de suposta defesa das empresas estatais. "A Gasmig é uma empresa estratégica para Minas Gerais, mas os tucanos querem passá-la para o comando privado, de uma empresa estrangeira", criticou Margarida.

Ela lembrou que os tucanos tentaram privatizar totalmente a Cemig no passado, no governo Eduardo Azeredo, mas a ação foi anulada depois, quando Itamar Franco assumiu o governo do estado.   "A gestão do PSDB em Minas é desastrosa: o aparelho estatal tem sido privatizado e fisiologizado, basta ver a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio: usou-se dinheiro público para favorecer a família do senador Aécio".

Privatismo - O deputado Padre João (PT-MG) lembrou que os tucanos querem a privatização da Gasmig a toque de caixa porque, na "gênese do PSDB, há o gosto pela privatização, como foi na era FHC, quando o patrimônio público foi vendido a preço de banana".  No caso de Minas, ele lembrou que o foco privatista imprimido por Aécio Neves quando era governador, e depois pelo seu sucessor, o tucano Antonio Anastasia, contaminou toda a administração pública, sem que isso significasse melhoria dos serviços. "Até a Emater, empresa 100 % pública, tem sofrido com essa lógica empresarial, que despreza os interesses da população".

O parlamentar mineiro observou que o "entreguismo" tucano visa a favorecer a empresa espanhola Gás Natural Fenosa (GNF), que conseguiria eventual financiamento pelo BNDES para a construção do gasoduto, embora a própria Gasmig possa fazer essa operação, preservando o interesse público. "O curioso é que essa operação de privatização ocorra num momento de campanha eleitoral, quando procuram-se recursos privados para o financiamento de campanhas", comentou Padre João.

O vice-líder da bancada do PT na Câmara, Fernando Ferro (PT-PE), comentou que o caso mostra claramente que Aécio Neves, ao afirmar que não defende a privatização de empresas estatais, "faz um discurso da boca para fora"- já que os seus correligionários em Minas fazem o oposto do que prega.  Ferro lembrou que Aécio está cercado de privatistas que foram denunciados à época do governo FHC (1995-2002) pelas antinacionais privatizações. É o caso de Elena Landau e Pérsio Arida, "sacerdotes neoliberais que seguem um mantra de que é preciso privatizar e entregar todo o patrimônio público ao capital privado, de preferência estrangeiro".  "O discurso de Aécio Neves não engana ninguém".

Histórico - No fim de julho, a Cemig adquiriu os 40% das ações da companhia de gás que pertenciam à Petrobras. Com isso, a estatal mineira passou a deter o controle de 99,57% do capital da Gasmig – a Prefeitura de Belo Horizonte possui 0,43% das ações -, mas afirma que não tem recursos para construir, sozinha, o gasoduto, que terá custo entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões. Para viabilizar a obra, a estatal mineira mantém negociações com a espanhola Gás Natural Fenosa (GNF).

Em 2010, para que a Petrobras aprovasse a construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados José Alencar (Fafen-JA) em Uberaba, o então governador de Minas e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o governo mineiro, por meio da Gasmig, construiria o gasoduto.

Legislação - Hoje, a venda do capital da Gasmig só pode ser feita com a aprovação de três quintos da Assembleia, além de um referendo popular, segundo redação dada ao artigo 14 da Constituição Estadual por projeto aprovado em 2001, na gestão do então governador Itamar Franco (PMDB).  E é justamente este artigo que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 68. "Se quisessem privatizar só a Gasmig, era só tirar a classificação de subsidiária", avaliou o deputado estadual Rogério Correia (PT) único representante da oposição ao governo que é membro efetivo da comissão especial encarregada de analisar a proposta.

O maior problema, segundo ele, é a redação genérica do texto, que permite a venda de ações de quaisquer empresas públicas ou de economia mista que não sejam controladas pela administração direta.

Tramitando há menos de duas semanas, o projeto defendido pelo governo de Minas Gerais para privatizar a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) sem consulta pública à população do estado foi contestado por diversos deputados e representantes sindicais na audiência pública realizada nesta semana na Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os parlamentares que formam o bloco de oposição pediram a retirada de tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 68/14 e foi instalada uma Comissão Especial que irá analisá-la.

"O que está em jogo aqui é a soberania do povo mineiro", afirmou o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), muito aplaudido por funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), detentora de 60% da Gasmig, que lotaram o auditório. Além da Gasmig, a Cemig Telecom, Cemig Distribuição, Cemig Transmissão e Cemig Geração poderão ser privatizadas por decisão do Executivo caso seja aprovado o projeto.

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