A exposição estará aberta ao público, até o dia 30 de dezembro. Em janeiro, os painéis irão para o Palácio Gustavo Capanema, onde serão restaurados em ateliê aberto à população até maio de 2011.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará com R$ 6,5 milhões as obras de restauração e a exposição no Brasil, responsabilizando-se ainda pelo armazenamento no país, enquanto durar a modernização do prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, prevista para ser concluído em 2013.
Turnê pós-restauração
– Entretanto, os painéis não ficam no Brasil até o fim da obra na sede da ONU. Entre 2011 e 2013, eles integrarão uma série de exposições no Grand Palais (Paris), Memorial da Paz de Hiroshima, Auditório Municipal de Oslo (Entrega do Prêmio Nobel da Paz), Museu de Arte Moderna (Moma), em Nova York, e o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), em Genebra. Logo, esta pode ser uma oportunidade única para conhecer de perto os painéis.
Já os 180 estudos preparatórios para a pintura dos painéis “Guerra e Paz” serão reunidos, pela primeira vez no Brasil, procedentes de diversas coleções particulares no país e no mundo, em São Paulo, nos meses de julho e agosto de 2011.
Ingratos presenteados
– Antes dos painéis serem enviados de presente pelo governo brasileiro à sede da ONU, eles foram apresentados no Theatro Municipal, em 1956. Na ocasião, Portinari recebeu do então presidente Juscelino Kubitschek a medalha de Ouro de “Melhor Pintor de 1955”.
Todavia, o reconhecimento do governo estadunidense a Portinari, não seria o mesmo. Por ser filiado ao Partido Comunista, desde o início da década de 40, Portinari foi impedido de comparecer à inauguração dos painéis na ONU. Se não fosse o prêmio concedido pela Solomon Guggenheim Foundation de Nova York, Portinari não teria visto gesto algum de gratidão por parte dos estadunidenses.
É bom lembrar que, os painéis foram pintados entre 1952 e 1956. Em 1954, no meio do trabalho, Portinari apresentou uma grave intoxicação devido ao chumbo presente nas tintas. Desobedecendo a ordens médicas, continuou pintando diversos quadros, entre eles, os painéis de Guerra e Paz. Portinari morre, em 1962, envenenado pelas tintas que o consagraram mundo afora.
fonte: Brasília Confidencial