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Como sempre - G-8 PROMETE, MAS NÃO CUMPRE!

Trechos do artigo de Jeffrey Sachs, diretor do Instituto Terra, Universidade de Columbia 
        
1. De todas as promessas feitas pelo G-8, a mais importante foi aquela feita aos países mais pobres do mundo na Cimeira de Gleneagles, na Escócia, em 2005. Prometeram que este ano aumentariam em US$ 50 bilhões a ajuda anual ao desenvolvimento, em comparação com 2004. Metade desse aumento, US$ 25 bilhões anuais, seria dedicado à África. O G-8 está muito longe dessa meta. A ajuda total foi aumentada em US$ 40 bilhões, em vez de 50 bilhões, e a ajuda à África cresceu entre 10 e 15 bilhões ao ano, no lugar de 25 bilhões. Se medido corretamente a diferença é ainda maior, porque as promessas deveriam ter sido ajustadas a inflação.
            
2. Se estes compromissos fossem atualizados em termos reais, a ajuda total deveria ter aumentado para US$ 60 bilhões, e a parcela destinada a África ao redor de 30 bilhões. Na verdade, o G-8 cumpriu somente metade de sua promessa para a África. A maior parte do aumento global da ajuda do G-8 foi destinada para o Iraque e para o Afeganistão, e não para África.
            
3. Prometeu no ano passado combater a fome através do aporte de US$ 22 bilhões, mas não fez a contribuição. Comprometeram-se a combater a mudança climática com US$ 30 bilhões, mas nada foi entregue até agora.

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A morte do G8 e novo desenho do poder

A economia dos Estados Unidos dá sinais claros de que não reagirá aos estímulos adotados até agora e que os estímulos fiscais e monetários se esgotaram. Os juros são hoje negativos, colocando a administração democrata e o presidente Obama diante do desafio de aumentar os estímulos fiscais, mesmo com o crescimento da dívida pública a níveis inimagináveis em qualquer país do mundo. O fato é que não existem outras saídas dentro do atual modo capitalista hegemônico dos Estados Unidos. Enquanto isso, o G-8 moribundo não consegue também retomar a agenda da reforma do sistema financeiro ou de um plano que sustente a recuperação em nível mundial, preso numa coreografia do passado, incapaz de decidir, seja na questão climática, que ficou para ser resolvida numa conferência da ONU, marcada para dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, seja na questão da nova arquitetura do G-20, que ficou para Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Os países desenvolvidos demonstram sua incapacidade de dirigir o mundo, expresso no apelo para que os países emergentes, BRICs à frente, pilotem a retomada do crescimento, mas sem o suporte dos ricos, seja para a diminuição dos gases estufa, créditos de US$ 100 bilhões ao ano, seja para a expansão do comércio e a retomada de uma política de segurança alimentar -- foi aprovado um crédito de US$ 20 bilhões para a pequena agricultura, única medida razoável, e não de venda de excedentes de suas produções altamente subsidiadas de alimentos.

Sem um acordo contra o protecionismo, sem um redesenho do poder, das finanças internacionais e do financiamento dos investimentos e do comércio, não haverá recuperação econômica. Assim só nos resta esperar por Pittsburgh, a ex-cidade do aço americana, onde esperamos que o G-8 tenha um enterro de luxo e que surja uma nova configuração de poder mundial expressando o novo desenho real do mundo no século XXI, com o G-20.
José Dirceu