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"AEROPORTO É SÓ A PONTA DO ICEBERG DE AÉCIO"
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta segunda-feira, 28, que as declarações do presidenciável tucano Aécio Neves sobre o caso do aeroporto em Cláudio (MG), construído quando Aécio era governador de Minas em terreno de seus familiares, não são suficientes e disse ainda que o tucano ainda terá problemas para explicar "outras coisas".
"Absolutamente não está explicado [o caso do aeroporto]. E vai ser muito difícil explicar essas e outras coisas que aconteceram em Minas Gerais nos últimos tempos. Aquilo que conheço da minha relação com companheiros de Minas Gerais, o governador [Aécio] vai ter dificuldade de explicar muitas coisas. O aeroporto é apenas a ponta do iceberg de um tipo de prática que marcou aquele governo", disparou Carvalho. "A barreira de proteção ao governo [Aécio Neves] foi tão grande que a população do país não conhece o que se passou em Minas Gerais efetivamente", disse o ministro ao jornal O Globo.
As declarações duras do secretário da Presidência da República reacendem a discussão em torno da polêmica obra. Justamente no momento em que a cúpula da campanha de Aécio Neves não esconde sua preocupação com a repercussão que o assunto tomou. A constatação reservada no PSDB é que, independente da legalidade da obra, o episódio deixou Aécio na berlinda e abriu um flanco na candidatura tucana, que passou a ser bem explorado pela campanha de Dilma Rousseff.
Ao jornalista Gerson Camarotti, um parlamentar do PSDB chegou a alertar que o próprio Aécio terá que responder, em debate com Dilma, quantas vezes desceu de jatinho no aeroporto de Cláudio. "O problema é que o episódio do aeroporto pode tirar o PSDB do ataque, colocando a candidatura de Aécio na defensiva. Temos que sair dessa armadilha", afirmou o tucano (leia mais).
O coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves, o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), informou que o partido irá acionar Gilberto Carvalho, por ato de improbidade.
Imprensa cria e alimenta o pessimismo
Jornal GGN - A presidente Dilma Rousseff (PT) comparou o pessimismo disseminado em relação à política econômica de seu governo ao que aconteceu no período pré-Copa do Mundo no Brasil. Na visão da petista, mais do que análises de especialistas, endossou o sentimento negativista a cobertura encampada pelos grandes grupos de comunicação.
A avaliação de Dilma foi feita a jornalistas da Folha de S. Paulo, UOL, Joven Pan e SBT, durante sabatina promovida no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (28). A candidata a reeleição chegou a citar, pedindo desculpas pela saia-justa, uma reportagem da Folha, na qual o jornal sugere que o mundial de futebol teria mais condições de ter sucesso dentro de campo que fora dele.
"Há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível, veja por quê: vamos discutir a Copa entre nós. Eu lembro, e me desculpa dizer isso aqui, que no dia que começou a Copa, vocês botaram assim no jornal, que a Copa está resolvida nos gramados, e não está resolvida de forma alguma fora dos gramados.
Houve quem dissesse que não teríamos aeroportos, organização, que estávamos aquém de tudo, que deveríamos ter vergonha do país. Não teríamos estádios, aeroporto decentes, estrutura de comunicação. Que seria um desastre. Que além de todo o caos, teria uma epidemia de dengue. Isso é uma conspiração contra o país. Isso é muito grave", disse a presidente, se dirigindo, em parte, ao jornalista da Folha, Ricardo Balthazar, editor do caderno Poder. "Está havendo o mesmo pessimismo que ocorreu com a Copa, com a economia brasileira", pontuou.
Durante todo o primeiro bloco da sabatina, Dilma foi questionada sobre os motivos pelos quais a economia brasileira não tem crescido conforme o esperado. Na maior parte das perguntas, pautas utilizadas pelos adversários políticos da petista foram colocadas à mesa, como inflação perto do teto da meta, aumento do desemprego nos setores que servem à indústria, risco de colapso na área energética, possibilidade de uma crise cambial, entre outros pontos.
Crise internacional
Os jornalistas também questionaram se Dilma mudou de discurso e usa a crise internacional de 2008 para minimizar a puxada de freio no crescimento econômico nacional. A presidente rebateu as questões afirmando que quando o assunto é a política econômica de seu governo, há "dois pesos e duas medidas". "A inflação não está descontrolada. Ela está no centro da banda, no teto. Nós vamos ficar nesse teto. O Brasil só ficou quatro anos no centro da meta", comentou, após comparar o índice atual à inflação deixada para Lula em 2003, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 12,5%.
Para a chefe do Executivo, deveria receber destaque que "estamos enfrentando de forma corajosa a maior e mais grave crise econômica que o mundo enfrenta desde 2008." Para ela, o presidente Lula não poderia prever os impactos futuros desse fenômeno quando afirmava que a crise era, para o Brasil, há alguns anos, uma "marolinha".
"Todos nós erramos porque ninguém tinha noção ou controle de como ficaria o sistema financeiro internacional. Nós todos tivemos um trabalho danado para sair da crise. E a nossa política não foi de desempregar, arrochar salário e fazer com que população pagasse o pato. Nós impedimos isso. Nos minimizamos esses efeitos", observou Dilma
Auto-crítica
Incitada a responder quais correções faria na economia, após, claro, ser lembrada de que até Lula disse que mudanças são necessárias, Dilma evitou fazer uma auto-crítica, e tangenciou o apontamento do ex-presidente dando exemplos de que nem sempre "correções de rota" significa admitir equívocos.
Ela citou o Bolsa Família como um projeto do governo Lula que passou por transformações nos últimos anos, para que mais "22 milhões de pessoas pudessem sair da miséria. (...) Isso é uma mudança, não uma auto-crítica do passado". O segundo exemplo foi a revisão do regime de concessão de rodovias.
Santander
A presidente também foi questionada sobre o último episódio envolvendo o Banco Santander. A companhia enviou carta a clientes de alta renda alegando que caso Dilma seja reeleita em outubro próximo, a economia nacional teria motivos para definhar. A repercussão da investida do Santander contra Dilma resultou na demissão dos envolvidos e no envio de um pedido de desculpas ao Planalto.
"Vou responder de modo geral: economia é expectativa. É característica de vários segmentos especular em processos eleitorais. Sempre especularam e não se deram bem. A conjuntura política passa e eles sofrem penalidades. Aconteceu com Lula em 2002."
Para Dilma, "a pessoa que escreveu a mensagem fez isso [tentou sobrepôr opiniões institucionais aos interesses da democracia garantidos pelo processo eleitoral] e é lamentável e inadimíssivel para qualquer candidato, seja eu ou qualquer outro."
Ela afirmou que terá uma conversa com o alto escalão do banco antes de decidir se levará o caso à Justiça.
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Papo de homem
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- Dilma Roussef: Não!
- Brigulino: Dona Dilma, a senhora usou autorizou a construção de algum aeroporto em propriedade de familiares?
- Dilma Roussef: Não!
- Briguilino: Dona Dilma, a senhora já utilizou o aeroporto de Cláudio?
- Dilma Roussef: Não!
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