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Confiar


Está proporcionando condições para que os dependentes químicos livrem-se do vício.
Disponibiliza capacitação profissional e um teto para dormir e descansar.
Pode parecer pouco, mas é uma oportunidade solidária para o ser humano que necessita recomeçar.
Sentir-se um ser humano acolhido pela sociedade que durante tanto tempo lhe tratou como um ser invisível e/ou parte do lixo. 
Vamos colaborar como for possível para libertarmos desta prisão quanto mais seres humanos pudermos.


A vitória civilizatória na Cracolândia

No combate ao vício das drogas, há o tratamento compulsório, higienista, de prender e segregar os viciados; e o tratamento humanizado, chamado de “redução de danos”. Em vez de cortar imediatamente e compulsoriamente a droga, sujeitando o viciado a crises de abstinência – que quase sempre os traz de volta ao vício -, monta-se um tratamento gradativo, de redução gradual do consumo enquanto se trabalham o ambiente em que ele se encontra, as relações sociais e familiares, devolvendo-lhe a auto-estima..
No auge da onda ultraconservadora da mídia, o portal da revista Veja criminalizou os estudos de uma professora da USP, quase septuagenária, que orientava uma tese de doutorado sobre redução de danos. O tema mereceu repercussão no Jornal Nacional.
Não fosse a defesa enfática dos estudos pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) a carreira de ambas teria sido liquidada pelo sensacionalismo e haveria atrasos de décadas nos programas de combate ao vício.
Nos anos seguintes, consolidou-se no centro de São Paulo o território livre da Cracolândia. Foram feitas duas tentativas coercitivas do governo do Estado, para acabar com o gueto. Os viciados apenas trocaram de local, espalhando-se por bairros próximos ao centro. Depois, voltaram para o lugar de origem.
Foi essa sucessão de fracassos que levou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a buscar formas alternativas.
Em relação ao tratamento de viciados, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divide-se em duas alas: a da internação compulsória, e outra de tratamento humanizado.
Reuniões com especialistas, como Dartiu Silveira, e a ousadia da Secretaria de Assistência Social, Luciana Temer, animaram Haddad a trilhar o caminho civilizatório, lançando a Operação Braços Abertos.
A lógica do novo modelo é que o ambiente modela as pessoas. Ou seja, mantidos na Cracolândia, não haveria nenhuma possibilidade dos viciados se libertarem do vício. Colocados em locais dignos, com parte da dignidade recuperada, emergiriam outras pessoas
Em um primeiro momento, espontaneamente os viciados saíram das ruas para hotéis, banharam-se, vestiram roupas limpas.

Combate as drogas legais e ilegais

Aproveitando a operação " Cracolândia " desencadeada em São Paulo e também a campanha contra o tabaco apresentada no Fantástico pelo Dr. Dráuzio Varela que tal cobrarmos o combate a mais letal de todas as drogas?...

Qual é?...

Com certeza é o álcool.

E o que vemos e ouvimos todos  os dias em rádios, jornais, revistas e tvs do Brasil?...

A apologia deste câncer.

O que fazer?...

Com investimentos de R$ 4 bi, Dilma intensifica combate ao crack

A presidenta Dilma Rousseff lançou ontem um conjunto de ações que visam enfrentar o crack em todo o país, com investimento de R$ 4 bilhões da União e articulação com estados, Distrito Federal, municípios e sociedade civil. 

A campanha tem como tema "Crack, é possível vencer" e é estruturada com ações em três eixos: Cuidado, Autoridade e Prevenção.

O primeiro eixo, de Cuidado, inclui a ampliação e qualificação da rede de atenção aos usuários, com criação da rede de atendimento Conte com a Gente, bem como implantação de enfermarias especializadas nos hospitais do SUS - Sistema Único de Saúde - e mais 2.462 leitos para tratamento de usuários.

O eixo Autoridade tem como foco a integração das ações de inteligência e cooperação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícias Estaduais, com ações concentradas nas fronteiras e nas áreas de uso de drogas.

O eixo Prevenção engloba ações nas escolas, nas comunidades e junto à população para esclarecer e alertar sobre o problema. 

O Proerd - Programa de Prevenção do Uso de Drogas na Escola - deve capacitar 210 mil educadores e 3,3 mil policiais militares para a prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas públicas.

Além disso, o atendimento telefônico gratuito de orientação e informação sobre drogas VivaVoz passará a ter três dígitos, 132, para facilitar o acesso do cidadão ao serviço.

por Claudio Humberto


Velho oportunista


A defesa que o ex-presidente FHC agora faz da “descriminalização” da droga não é apenas sintoma de perda de juízo. É que o velho político percebeu que é a maneira mais fácil de voltar  a aparecer na mídia.

Drogas

“A guerra às drogas mostrou-se ineficiente”, afirma o presidente da Fiocruz

A Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia produziu um relatório, liberado em abril, após 18 meses de debates, no qual conclui que a maconha é a droga ilícita com menor potencial nocivo à saúde. O documento, que deve ser entregue ao governo em julho, propõe uma forma alternativa de combate ao problema, visto que “alcançar um mundo sem drogas revelou-se um objetivo ilusório”.


A instituição, formada por especialistas de diversas áreas, como saúde, direito, jornalismo, segurança pública, atletas, movimentos sociais, entre outras, pede que se realize um “debate franco” sobre o tema e que seja discutida a regulação da produção da maconha para consumo próprio e a descriminalização do seu uso. O relatório cita ainda os exemplos de Espanha, Holanda e Portugal, que adotaram medidas semelhantes às indicadas pela Comissão.

CartaCapital conversou sobre o relatório com o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, o médico Paulo Gadelha, que defende a “despenalização” do usuário, ou seja, ainda há o crime, mas sem prisão como punição.

CartaCapital: O relatório propõe uma nova abordagem no combate às drogas. Qual seria a maneira mais adequada de lidar com o problema?

Paulo Gadelha
: Uma constatação internacional é que a idéia da guerra às drogas como tema central do enfrentamento do problema se mostrou ineficiente. O que chamamos atenção é que, sem descuidar de aspectos importantes, como o campo da segurança, é preciso dar ênfase à abordagem pelo prisma da saúde pública. Há uma maneira de se aproximar do problema que não diferencia quem é o usuário, que tem sobre si os danos e as possibilidades de afetar a sua saúde, e o processo de produção e comercialização associado ao tráfico. A confusão entre esses dois aspectos gera muitas distorções. Ao lidar com evidências científicas para aferir quais são os danos à saúde, tanto das drogas lícitas quanto das ilícitas, é possível ter esse processo como uma referencia para educação, informação e capacitação das pessoas. Desta forma, estas podem estar em condições de, ao lidar com o risco, amenizar os danos à sua saúde. Se não tivermos uma nova abordagem vamos deixar de lidar com a questão central, que é cuidar e permitir que as pessoas tenham a preservação da sua saúde. A maneira como as drogas ilícitas são abordadas cria barreiras, tabus e descriminação a quem procura tratamento. Quando se tem essa forma de penalização criminal, a própria pessoa que precisa de ajuda sente-se tolida e com dificuldades de colocar o seu problema em um espaço público.

CC: Como o senhor acredita que a descriminalização ajudaria no combate ao tráfico e crime?

PG
: Lidamos com a questão de três maneiras diferentes. Uma coisa é a descriminalização, a despenalização e a legalização. Não está sendo proposto legalizar as drogas ilícitas, estas continuarão sendo ilegais, mas a comissão pede a despenalização. Continua sendo crime, mas não há o aprisionamento para o usuário, que se submeteria ao tratamento e a penas alternativas. Essa diferença é importante, o que é difícil transmitir para a população. A Comissão tem uma postura muito clara de que o tráfico, circuito de armas e a dominação de território deveriam ter suas penas agravadas. Radicalização ao trafico, mas tratar o usuário sob outros parâmetros.

CC: Como o senhor avalia a lei antidrogas brasileira em vigor?

PG
: A lei antidrogas tem aspectos que são importantes e avançam com relação ao passado, mas gera também ambiguidades. Diz que o usuário tem uma forma diferenciada de ser tratado, mas não especifica o que é considerado uso ou tráfico em termos de quantidade. Na medida em que não há essa normatização, tudo que for apreendido em flagrante com qualquer pessoa fica sob o arbítrio das autoridades judiciárias e policiais. Estas vão determinar se o que se está portando é para uso próprio ou tráfico. Com isso, cria-se uma distorção imensa na forma de abordar o problema. Isto leva a um efeito, percebido por pesquisas, que coloca nas prisões réus primários, encarcerados portando pequenas quantidades de droga e sem relação com o tráfico, que acabam sendo iniciados no crime pela prisão.

Drogas

[...] Saiba as diferenças entre oxi, crack e cocaína

O oxi é cada vez mais um problema de saúde pública no Brasil. A droga chegou ao país em meados da última década pelo Acre e pelo Amazonas, nas regiões das fronteiras com Bolívia e Colômbia. Agora, há registro de mortes no Piauí e a ameaça de que ela atinja o Sudeste. A Fundação Oswaldo Cruz já prepara um mapeamento da droga no território nacional.
A droga é derivada da planta coca, assim como a cocaína e o crack. Há diferenças, contudo, no modo de preparo. Existe uma pasta base, com o princípio da droga, e de seu refino vem a cocaína.
“A pasta base é como a rapadura e a cocaína é como o açúcar”, compara Marta Jezierski, médica psiquiátrica e diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
O crack e o oxi são feitos a partir dos restos do refino da cocaína. As três drogas possuem, portanto, o mesmo princípio ativo e um efeito parecido, que é a aceleração do metabolismo, ou seja, do funcionamento do corpo como um todo.
Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância"
Marta Jezierski, médica psiquiátrica
A diferença da cocaína para as outras duas está no que os especialistas chamam de “via de administração”.
Enquanto a primeira é inalada em forma de pó, as outras duas são fumadas em forma de pedra. Isso muda a forma como o corpo lida com a dose.
O pó da cocaína é absorvido pela mucosa nasal, que tem nervos aflorados, responsáveis pelo olfato. O efeito dura entre 30 e 45 minutos. No caso das outras duas drogas, a absorção acontece no pulmão, de onde ela cai na corrente sanguínea. O efeito dura cerca de 15 minutos, e por isso, é mais intenso que o da cocaína, o que aumenta o risco de que o usuário se torne um viciado.
“Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância”, afirma Jezierski.
“Se você usa uma que dá um 'barato' de 48 horas, você não precisa de outra dose tão cedo, mas se usa uma que dá um barato de 15 minutos e, em seguida, te dá depressão, vai querer outra dose”, explica a psiquiatra.
A grande diferença do oxi para o crack está na sua composição química. Para transformar o pó em pedra, o crack usa bicarbonato de sódio e amoníaco. Já o oxi, com o objetivo de baratear os custos – e atingir um número maior de usuários –, leva querosene e cal virgem.
Querosene e cal virgem são substâncias corrosivas e extremamente tóxicas. Por isso, o consumo do oxi pode levar à morte mais rápido que o crack – no qual o que é realmente nocivo é o princípio ativo da droga.
“A hipocrisia do suicídio é bem menor”, conclui Jezierski sobre o oxi, em relação ao crack.
do G1

Literatura

[...] da droga

1. Foram lançados simultaneamente dois livros que tratam do tema e causaram certo barulho na mídia. Discutiu-se, no entanto, mais os autores que o resultado literário de suas confissões. Afinal, são jovens de talento, bonitos, de classe média e caucasianos: o americano Bill Clegg, 36 anos, agente literário de sucesso que afundou no crack e conseguiu se livrar da droga, e o francês Sacha Sperling, 21 anos, filho dos cineastas Diane Kurys e Alexandre Arcady. Clegg é o autor de Retrato de Um Viciado Quando Jovem. Sperling escreveu Ilusões Pesadas, ambos lançados pela Companhia das Letras.          

2. Clegg confirma que tudo o que está em seu livro é rigorosamente verdadeiro. Já Sperling evita dizer que se trata de um relato autobiográfico, mantendo conveniente distância do personagem que criou. Apesar disso, ele leva seu nome. Sacha frequenta os mesmos lugares badalados de Paris, tem pais com perfis semelhantes aos seus, vai para a cama com garotas e rapazes e consome altas doses de drogas disponíveis nas casas de amigos - e na sua, claro.
          
3. Em comum, tanto Clegg como Sperling são hipersexuados e solitários. A droga sempre aparece associada à carência. Clegg jura que isso também mudou em sua vida depois que passou por um tratamento de desintoxicação, escreveu suas confissões e descobriu a existência dos outros. Tanto que o livro vem com uma solidária dedicatória: "Para quem ainda estiver lá fora".  Ele já esteve lá e sabe como é a rotina de um viciado em crack, correndo atrás de qualquer pedrinha para fumar como um rato no esgoto à procura de restos de comida. De agente literário disputado passou à condição de marginal monitorado pela polícia.
          
4. Há seis anos ele se escondia em hotéis baratos para consumir a droga, corria atrás de traficantes, bebia mais vodca do que seu corpo podia suportar e acordava ao lado de estranhos, convocados para sexo casual. Torrou todas as economias, dispensou sua sócia Sarah Burnes por e-mail, foi abandonado pelo namorado cineasta e, não sabe como, foi resgatado dos becos sujos do crime e da droga pelas mesmas pessoas que ignorou.

Do crack ao oxi

[...] Em São Luís, a droga que tomou conta dos estados da Região Norte faz vítimas entre os menores da capital do Maranhão. Não é difícil encontrar na periferia crianças com 12 anos consumindo o produto, intercalado com crack, merla e cocaína.
Quando não há oxi, os dependentes recorrem a chás feitos com pilha alcalina e chapas de raio-x cortadas em pedaços pequenos, consumidos para conter crises de abstinência. Os usuários ainda inalam gás de cozinha e cheiram gasolina.
Há seis anos estudando a evolução das drogas entre crianças e jovens de São Luís, a pesquisadora Selma Marques, da Universidade Federal do Maranhão, faz um alerta:
— Antes, o consumo era de maconha e cocaína. Éramos felizes e não sabíamos. Por serem de fácil acesso e baratos, crack e oxi ganharam espaço. São consumidores de famílias vulneráveis e alguns com pais dependentes.
Pesquisa feita por Selma com 125 jovens relata que o consumo está relacionado a roubos ou furtos. E, segundo Selma, em São Luís não há unidades públicas que reúnam tratamento psicológico e acompanhamento médico.

Oxi

A nova droga que se espalha pelo país.

Droga, mais letal do que o crack, um subproduto da cocaína. 
Oxi, abreviação de oxidado, é uma mistura de base livre de cocaína, - querosene ou gasolina, diesel e até solução de bateria -, cal e permanganato de potássio. 
Como o crack, o oxi é uma pedra, só que branca. 
A diferença é que é mais barato e mata mais rápidamente.

Droga

...o inimigo mortal

Alarmado com o devastador crescimento do número de usuários do crack no País, o governo federal vem de anunciar a adoção de uma tripla estratégia para conter tão indesejável expansão dessa droga de poder letal, capaz de acelerar um fulminante processo de dependência em curtíssimo tempo.

A reação contra o insidioso avanço do crack se dará sob três aspectos, de acordo com as medidas de combate a serem adotadas: na prevenção, a ser simultaneamente realizada nas escolas e em meio às famílias; no tratamento do dependente, reforçado pelo treinamento de profissionais de saúde e com a implantação de centros de referência; e de maneira mais contundente, na repressão ao tráfico. O tema preocupa todas as esferas da sociedade e consta das pautas de debates nas Casas do Poder Legislativo.

Segundo pesquisa do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (Nida, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, muitos usuários só percebem que o crack virou parte indissociável de suas vidas depois de se terem convertido quase irremediavelmente dependentes. Torna-se, portando, de vital importância, o estabelecimento de um diagnóstico precoce, que ataque o problema ainda no início. Entraves como a falta de informação e a ausência de diálogo no meio familiar, além dos próprios preconceitos vigentes em relação ao assunto, têm sido cúmplices no retardamento das imprescindíveis avaliações, chegando mesmo a haver, até nas camadas sociais mais esclarecidas, a ilusão de que a dependência seja algo fácil de reverter. O fato é tratado muitas vezes apenas como uma questão circunstancial, sobretudo em relação aos jovens. O que constitui grave erro. A dependência química é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, que igualmente admite serem bastante difíceis as possibilidades de cura e praticamente inexistentes quaisquer remédios específicos para evitar as recaídas. No caso do crack, pela facilidade de aquisição da droga e por sua rápida disseminação em todos os segmentos da sociedade, o problema assume características ainda mais avassaladoras, porque são várias as frentes nas quais ele deve ser enfrentado. Os comprovadamente viciados necessitam de acompanhamento constante de psiquiatras, psicólogos, e, sobretudo, do apoio decisivo e consciente das famílias envolvidas. Constata-se, com justificável espanto, que o crack já é responsável pela internação de quase 100% dos viciados em drogas no País, quando há apenas três anos havia predominância dos usuários de cocaína, álcool ou maconha.

Em recente estimativa do Ministério da Saúde, existem no Brasil em torno de 600 mil dependentes, embora alguns estudiosos do problema calculem que há muito tenha sido superada a marca de mais de um milhão de usuários constantes.

A celeridade com que a praga se expande está a exigir, em paralelo às pretendidas ações governamentais, um firme envolvimento de toda a sociedade, porque o caso não é apenas de natureza policial. O assunto não pode ser postergado, porque o mal atinge adolescentes e as perspectivas de se levar a melhor nessa luta podem se tornar inviáveis, desde a prevenção até a recuperação de suas vítimas.

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Drogas - Os verdadeiros [i]responsaveis estão à solta

Até o momento de escrever esta crônica, quinta-feira, 1º de dezembro, não recordo de nenhuma abordagem séria e profunda que tenha comentado sobre a responsabilidade dos idiotas que se aventuraram no mundo das drogas. Os dedos oportunamente acusadores estão todos voltados para os traficantes, que são inteligentes e eximem-se de culpa, de forma compulsória, os burros que vão comer nas mãos deles, nas bocas-de-fumo dos morros, ou nos becos e vielas das favelas das periferias do Brasil, onde encontram a sua maconha, o seu crack, a sua cocaína.

Não lembro de nenhum registro nas crônicas policiais dando conta de um traficante que tenha apontado uma arma para obrigar a quem quer que seja a fazer uso de qualquer tipo de droga. Eles simplesmente vendem, disponibilizam para o farto e crescente mercado consumidor o seu "bagulho". Não tenho lembrança de traficante que se preze assaltando nos semáforos ou apelando para saidinhas em porta de banco, assaltando turistas nas calçadas da Avenida Nossa Senhora de Copacabana ou roubando cordões de ouro na Beira Mar.

Esses idiotas viciados, sim. A sociedade de bem viu, entre estarrecida e atônita, a megaoperação desencadeada pelas autoridades do Rio de Janeiro, com o apoio do aparato militar para reconquistar a "republiqueta" do Alemão, tomada há décadas pelo tráfico, e ali fincar a bandeira do Brasil, como a mesma pose fotográfica com que os soldados americanos fincaram a sua na conquista da ilha de Iwo Jima, na Segunda Guerra Mundial. O governo gastou uma fortuna para retomar aquela "ilha" brasileira sob o controle dos traficantes do morro. Ali foi só uma batalha parcialmente vencida, mas alardeada como se fora a conquista de toda uma guerra.

O traficante é um comerciante inteligente, ousado, sabe ganhar dinheiro. Quem é burro, mas sabe ser violento quando empunha uma arma covarde nos semáforos e ruas país afora, são os cachorros doidos que babam de raiva quando lhes falta o dinheiro para fumar uma pedra de crack, cheirar uma fileira branca de pó ou comprar uma trouxa de maconha. Esses, sim, são burros, mas ao mesmo tempo violentos, e ainda são chamados de vítimas ao serem qualificados de dependentes químicos. Pobres dependentes, uma ova!

Menos dinheiro o governo desviaria das verdadeiras necessidades e mazelas nacionais se no lugar de todo esse aparato bélico investisse numa política rígida que permitisse prender esses imbecis e os obrigassem a fazer um tratamento para curá-los dos vícios que acabamos pagando por eles com os nossos medos e os estresses de cada dia. Traficante existe porque quem, mesmo morrendo aos poucos, encontre forças para maltratar suas famílias, venda tudo o que possuem para comprar suas porcarias.

Os verdadeiros culpados pela existência dos traficantes, aqueles que podem luxar com a burrice alheia, são os usuários, mas nesses ninguém quer se atrever a lhes jogar a pedra do tamanho da culpa que lhes cabe. Os verdadeiros culpados pela existência desses vendedores de veneno não estão escondidos nos morros do Rio, no morro de Santa Terezinha, nas outras bocas-de-fumo espalhadas Brasil afora.

Eles transitam livremente, sem ser incomodados, pelas ruas, avenidas, clubes, barzinhos, raves, festinhas, dando suas cafungadas, seus tragos malcheirosos , maltratando uma sociedade inteira, aumentando, a cada dia a violência impune das cidades...
A. CAPIBARIBE NETO
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Valter Garcia Nogueira, 53 anos, gerente de loja de móveis de Santo André (SP) - Por que os governos federal, estaduais e municipais não dão apoio para os grupos de apoio a ex-dependentes de álcool e de drogas?

Lula - O governo não só reconhece a importância dos grupos de apoio a ex-dependentes de álcool e drogas como apoia concretamente o trabalho que desenvolvem. A articulação do governo com diversos setores da sociedade é fundamental quando se pensa em políticas sobre drogas. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) se uniram para coordenar, com a participação da sociedade, o projeto Fé na Prevenção. O programa oferece a líderes religiosos um vasto material teórico, além de capacitação em prevenção. Outro projeto é o Curso de Formação em Terapia Comunitária, que prioriza o uso de álcool e drogas, no qual as lideranças são preparadas para responder às questões apresentadas por dependentes e ex-dependentes. Mais de 5 mil já foram capacitados como agentes multiplicadores na prevenção e na superação da dependência. Lançamos o Plano de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, visando à prevenção, tratamento e reinserção social, conjuntamente com estados, municípios e sociedade civil. Em parceria com municípios, oferecemos suporte financeiro para a oferta de vagas nas comunidades terapêuticas. É preciso saber que algumas instituições, como os Alcoólicos Anônimos, não aceitam, por uma questão de diretriz programática, qualquer ajuda financeira governamental.

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Leitura obrigatória para Serra

O Ministério da Saúde informa: o candidato tucano a presidente, José Serra (PSDB-DEM-PPS) tem escorregado e resvalado para a irresponsabilidade em suas críticas às políticas do governo de prevenção e combate às drogas. O tema periodicamente tem a sua preferência, depois é esquecido, e volta daí a pouco na campanha eleitoral.

Não é verdade que o governo federal não aplica recursos no tratamento de usuários de crack e outras drogas, via  Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo contrário, os investimentos na Política de Saúde Mental (que cuida dos transtornos de usuários) aumentaram 142%, saltando de R$ 619,2 milhões em 2002 - último ano de Serra como ministro da Saúde de FHC - para R$ 1,5 bi no ano passado e contemplam tanto os tratamentos ambulatoriais quanto os hospitalares.

Os gastos hospitalares, aliás, representam 32,4% desse orçamento utilizado no custeio de 2,5 mil leitos específicos para a internação de dependentes químicos em hospitais gerais. Além disso, a rede pública de saúde conta com 9 mil leitos disponíveis ao tratamento de usuários de drogas em hospitais psiquiátricos, pronto-socorros gerais e psiquiátricos e em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS 3).

Atenção do governo levou a uma política integrada
Neste governo, aliás, a questão sempre foi tratada como um problema de saúde pública, e enfrentada com um conjunto de medidas integradas devido à rapidez da expansão do consumo de drogas, especialmente do crack. O governo entende a dependência química como um problema a ser enfrentado com um conjunto de medidas que, além da rede pública de saúde, envolve a repressão ao tráfico, ações de educação e informação, o envolvimento das famílias e a mobilização da sociedade.

Por isso o SUS adota uma concepção ampliada de atendimento envolvendo a assistência e o acompanhamento do paciente por meio dos CAPS, das equipes que atuam na Estratégia Saúde da Família, dos Consultórios de Rua, Casas de Acolhimento Transitório, além do tratamento médico e da internação hospitalar para os casos necessários.

Esta é uma rede que envolve 1.541 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); 14 projetos já financiados para implantação e custeio dos Consultórios de Rua através dos quais equipes multiprofissionais de saúde (assistentes sociais, auxiliares de enfermagem, profissionais de saúde mental e de redução de danos) vão até os locais onde os usuários de drogas se reúnem. Esta rede conta, ainda, com 60 Pontos de Acolhimento Transitório e 60 Casas de Passagem para abrigar usuários de álcool e drogas em situação de risco.

O governo lançou, ainda, o Plano Emergencial de Álcool e Drogas (PEAD), responsável pela ampliação da assistência a dependentes químicos - com ele a quantidade de CAPs triplicou de 2003 para 2010, saltando de 500 para 1.541 unidades.

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As presidenciáveis e o crack

Crack, Dilma e Marina já falaram sobre o tema, Serra não. 

Ele prefere falar sobre cocaína, por que será?...

A resposta é óbvia, porque a cracolândia é uma chaga conhecida nacionalmente e fica no centro de São Paulo Estado que ele governou?...




Dilma é contra descriminar drogas


Eduardo Kattah – O Estado de S.Paulo

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, condenou ontem iniciativas favoráveis à descriminação de substâncias entorpecentes no País, numa crítica velada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defensor de que a posse de maconha para uso pessoal não seja considerada crime.
Em entrevista à Rádio JM Difusora, de Uberaba (MG), a ex-ministra da Casa Civil provocou também os tucanos ao afirmar que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “melhorou muito” a distribuição da renda no País.
Dilma reiterou que estabeleceu três prioridades na área social: saúde, segurança pública e educação, sendo que o investimento na área educacional é fundamental para ampliar a distribuição de renda.
“A renda no Brasil é distribuída muito desigualmente. Nós melhoramos muito isso. Tiramos 24 milhões de pessoas da miséria, elevamos 30 milhões para a classe C. Porque subir na vida era uma coisa que tinha acabado no Brasil”, disse.
Questionada sobre a má qualidade do serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), Dilma lamentou a “perda enorme” de recursos que a área sofreu com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). E admitiu que a rede da saúde “precisa ser reforçada”. “Acho que o Brasil vai crescer e nós vamos ter mais recursos para investir em saúde.”
“Praga”. Ao responder sobre as propostas para o combate a uma verdadeira “epidemia” de crack no Brasil, ela disse que a droga é como uma “praga”, que “penetrou em pequenas cidades, no interior do País, nas zonas de periferia e atingiu um conjunto imenso da população”.
Para a petista, as autoridades não podem ser seduzidas por ideias de descriminação. “Acho que a gente não pode ser seduzido pelas políticas de descriminalização da droga quando no Brasil a gente vê um caso tão grave como esse, que é o crack. Eu darei extrema prioridade a combatê-lo”, afirmou.
De acordo com Dilma, o problema deve ser enfrentado com o tripé “autoridade, carinho e apoio”. “Apoio para impedir que mais jovens caiam nessa armadilha fatal, carinho para cuidar dos que precisam se libertar do vício e autoridade para combater e derrotar os traficantes.”
Raízes mineiras. Na entrevista, concedida por telefone, a pré-candidata do PT disse que se comprometia com a duplicação da BR-262, entre Nova Serrana, na região centro-oeste do Estado, até Uberaba. A obra, disse, está prevista no PAC 2. “Inclusive, é um compromisso meu.”
Mais uma vez, Dilma aproveitou para ressaltar suas raízes mineiras, de olho nos votos do segundo maior colégio eleitoral do País. A petista cumprimentou os “conterrâneos de Uberaba” e lembrou que a mãe – que também se chama Dilma – nasceu na cidade do Triângulo.
Segundo ela, as histórias sobre Uberaba que quando criança ouvia da mãe fazem parte de sua identificação com a terra natal. “É um pouco da mineiridade que eu trago dentro de mim.” No próximo dia 2, Uberaba deve receber a visita do pré-candidato do PSDB, José Serra, que deverá participar da feira Expo Zebu 2010.
Oposição. Dilma concedeu ontem outra entrevista a uma emissora de rádio. À Rural, de Petrolina, no sertão de Pernambuco, a pré-candidata à Presidência acusou o governo anterior ao do presidente Lula (sem citar o nome de Fernando Henrique) de ter proibido a construção de escolas técnicas em municípios e Estados que não estivessem com suas finanças ajustadas e não pudessem arcar com o dinheiro de custeio dessas escolas.
“Só servia para Estado rico e município muito rico”, afirmou, ao destacar que foi por causa da decisão do presidente Lula de “voltar a investir em educação” que Petrolina tem hoje duas escolas técnicas profissionalizantes com 2.697 vagas. Acrescentou que também foi graças ao presidente que as universidades do País foram resgatadas, não permitindo que fossem sucateadas como acontecia antes.
“Só tem um jeito de melhorar a qualidade da educação, garantindo salário digno e formação continuada para o professor”, disse à mais antiga emissora da região do São Francisco.
Questionada sobre a avaliação de que o povo brasileiro gasta mais com saúde preventiva e curativa do que os governos federal, estadual e municipal, Dilma responsabilizou a oposição que impôs derrota ao governo Lula ao aprovar a redução da CPMF. “Foi uma atitude eleitoreira da oposição”, disse a ex-ministra da Casa Civil.