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Homens com H

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A luta continua 

O minerim e 50 tons de cinza

Quatro mineirinhos costumavam ir pescar juntos há anos. Este ano, a mulher do Lourinaldo bateu o pé e disse que ele não ia. Profundamente desapontado, ele telefonou e contou aos amigos, que não poderia ir. Dois dias depois, os demais pescadores chegaram ao local do acampamento e, muito surpresos, lá encontraram o Lourinaldo, descansando já com a barraca armada.

- Lourinaldo, como você conseguiu convencer a 'patroa' a deixá-lo vir?
- Bem, ontem à noite, depois que terminou de ler "Cinquenta Tons de Cinza", minha mulher me
arrastou para o quarto.

Na cama, havia algemas e cordas! Ela me mandou algemá-la e amarrá-la à cama e depois disse:
- Agora você pode fazer tudo o que quiser"

... Aí, ... eu vim pescar!

Luis Nassif - Com a prisão de Dirceu e Genoino, fecha-se um ciclo

Fecha-se um ciclo?...
A democracia se consolida nos grandes processos bem conduzidos de inclusão social e política.
Em determinados momentos da história, emergem novas forças políticas, inicialmente em estado bruto, ganhando espaço com a radicalização do discurso contra o status quo.
Em todos os tempos, as democracias passam por processos de estratificação nos quais os grupos que chegaram antes ao poder levantam um conjunto amplo de obstáculos – políticos, econômicos e legais – para impedir a ascensão dos que chegam depois.
Trava-se, então, uma luta feroz, na qual os grupos emergentes radicalizam o discurso, enfrentam as leis, as restrições e vão abrindo espaço na porrada.
É a entrada definitiva no jogo político que disciplina esas forças, enriquece a política e reduz os espaços de turbulência. Todos ganham. Rompe-se a inércia dos partidos tradicionais, amaina-se o radicalismo dos emergentes; abre-se mais espaço para a inclusão; permite-se uma rotatividade de poder que derruba a estratificação anterior.
Sem essas lideranças, as disputas políticas iniciais enveredam para o conflito permanente, deixando o legado de nações conflagradas, como na Colômbia e no México.
Daí a importância essencial dos líderes que unificam a ação, impedem a explosão das manadas e montam estratégias factíveis de tomada do poder dentro das regras do jogo.
Acabam enfrentando duas espécies de incompreensão. Dos adversários políticos, a desconfiança sobre suas reais intenções, manobrando o receio que toda sociedade tem em relação ao novo. Dos aliados, a crítica contra o que chamam de “acomodamento”, a troca do sonho por ações pragmáticas.
Em seu estudo sobre Mirabeau, Ortega y Gasset define bem o perfil do estadista e de outros personagens clássicos da política: o pusilânime e o intelectual. O estadista só tem compromisso com a mudança do Estado. É capaz de alianças com o diabo, desde que permita a suprema ambição de mudar um país, um povo. Já o intelectual se vale todos os argumentos do escrúpulo como álibi para a não ação.
Aliás, nada mais cômodo que o niilismo de um Chico de Oliveira, do bom mocismo de Eduardo Suplicy, dos homens que pairam acima dos conflitos, como Cristovam Buarque, dos apenas moralistas, como Pedro Simon. Para não se exporem, não propõem nada, não se comprometem com nada, a não ser com propostas genéricas de aprovação unânime que demonstrem seus bons sentimentos, sua boa índole, sua integridade intelectual – e que quase nunca resultam em mudanças essenciais.

As mudanças no PT

É por esse prisma que deve ser analisada a atuação não apenas de Lula, mas de José Dirceu e José Genoíno.
Ambos passaram pela luta armada. Com a redemocratização, ingressaram na luta política e das ideias. E ambos foram essenciais para a formação do novo partido e para a consolidação do mito Lula.
Na formação do PT, cada qual desempenhou função distinta.
José Genoíno sempre foi o intelectual refinado. Durante um bom período dos anos 90 tornou-se um dos mais influentes formadores de opinião do Congresso e do país, com suas análises sobre regimento da Câmara, sobre reforma política, sobre defesa.
Já José Dirceu era o “operador”, trabalhando pragmaticamente para unificar o PT em torno de um projeto de tomada do poder e, a partir daí, de reformas.
A estratégia política do PT passava por sua institucionalização, por um movimento em direção à centro-esquerda, ocupando o espaço da socialdemocracia aberto pelo PSDB – devido à guinada neoliberal conduzida por Fernando Henrique Cardoso e à ausência de lideranças sindicais.
Não foi um desafio fácil. O PT logrou juntar em torno de si uma multiplicidade de movimentos sociais, a parte mais legítima do partido mas, ao mesmo tempo, a parte menos talhada para a tomada de poder. Foram movimentos que surgiram à margem do jogo político, desenvolvendo-se nos desvãos da sociedade civil e sem nenhuma vontade de se sujar com a política tradicional.
Por outro lado, o papel unificador de Lula o impedia de entrar em divididas. Tinha que ser permanentemente o mediador.

O papel do operador Dirceu

Sobrava para Dirceu o papel pesado de mergulhar no barro. De um lado, com o enquadramento das diversas tendências – o que fez com mão de ferro -, dando ao PT uma homogeneidade que tirava o brilho inicial do partido, mas conferia eficiência no jogo político tradicional trazendo-o para o centro.
E o jogo político exigia muito mais do que enquadrar os grupos sociais do PT.
As barreiras eram enormes. Passava por montar formas de financiamento eleitoral, pela aproximação com o status quo econômico, pelos pactos com os grupos que atuam na superestrutura do poder, com os operadores dos grandes interesses de Estado, pelo mercado, pelo estamento militar, pela mídia.
Dirceu foi essencial para essa transição, tanto para dentro como para fora.
Um retrato honesto dele, mostrará a liderança inconteste sobre largas faixas do PT, o único a se ombrear com Lula em influência interna e com uma visão do todo que o coloca a léguas de distância de outros pensadores do partido.
Mas também era dono de um voluntarismo até imprudente.
Lembro-me de uma conversa com ele em 1994 em Brasília, com Lula liderando as pesquisas. Falava do projeto popular do PT e do projeto de Nação das Forças Armadas, sugerindo um pacto não muito democrático.
Não por outro motivo, em diversas oportunidades Lula confessou que, se tivesse sido eleito em 1994, teria quebrado a cara.
Com o tempo, o voluntarismo foi sendo institucionalizado. Internamente, no governo, Dirceu exercia uma pressão similar à de Sérgio Motta sobre FHC. Queria avançar mais, queria menos cautela na política econômica, queria um projeto de industrialização.
Sua grande obra de arte política, nos subterrâneos do poder, no entanto, foi ter mapeado os elos da superestrutura que garantia FHC e inserido o PT no jogo.
Esse mapeamento resultou na viagem aos Estados Unidos, desarmando as desconfianças do Departamento de Estado, dos empresários e da mídia; a ocupação de cargos-chave no Estado, que facilitaram negociações políticas com grupos de influência. Nada que não fosse empregado pelos partidos que já haviam chegado ao poder e que precisaram garantir a governabilidade em um presidencialismo torto como o nosso.

O veneno do excesso de poder

Assim como Sérgio Motta, no entanto, as demonstrações de excesso de poder tornaram-no alvo preferencial da mídia.
Trata-se de uma regra midiática clássica, que não foi seguida por ambos. Quando a mídia sente alguém com superpoderes, torna-se um desafio derrubá-lo. Com exceção de ACM e José Serra – a quem os grupos de mídia deviam favores essenciais e, em alguns casos, a própria sobrevivência -, todos os políticos que exibiram musculatura excessiva – de Fernando Collor ao próprio FHC (no período de deslumbramento), de Sérgio Motta a José Dirceu - terminaram fuzilados.
No auge do poder de Dirceu, creio que foi o Elio Gaspari quem o alertou para o excesso de exibição de influência. Foi em vão.
O reinado terminou em um episódio banal, a história dos R$ 3 mil de propina a um funcionário dos Correios. Tratava-se de uma armação de Carlinhos Cachoeira com a revista Veja, visando desalojar o grupo de Roberto Jefferson para reabilitar os aliados de Cachoeira (http://bit.ly/19sMvtX).
O que era claramente uma operação criminosa midiática, de repente transformou-se em um caso político, por mero problema de comunicação. Roberto Jefferson julgou que a denúncia tinha partido do “superpoderoso” Dirceu, para amainar sua fome por cargos. E deu início ao episódio conhecido por “mensalão”.
E aí Dirceu – e o próprio Genoíno – sentiram o que significa ter chegado tardiamente ao jogo político, não dispor de “berço” e de blindagem contra as armadilhas institucionais do Judiciário e da mídia.

A cara feia da elite

É uma armadilha fatal. Para chegar ao poder, tem que se chegar de acordo com as regras definidas por quem já é poder. Mas, sem ter sido poder, não se tem a mesma blindagem dos poderosos “de berço”.
O episódio do “mensalão” acabou explodindo, revelando – em toda sua extensão – a hipocrisia política e jurídica brasileira, o uso seletivo das denúncias, o falso moralismo do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nos anos 40, Nelson Rockefeller tinha um diagnóstico preciso sobre o subdesenvolvimento brasileiro: havia a necessidade de um choque de modernidade, de criação de uma classe média urbana que superasse o atraso ancestral das elites brasileiras, dominada pelo pensamento de velhos coronéis.
Uma coisa é a leitura fria dos livros de história, as análises de terceiros sobre a República Velha, sobre o jogo político dos anos 30, 40, 50. Outra, é a exposição dos vícios brasileiros em plena era da informação.
Para a historiografia brasileira, o “mensalão” é um episódio definitivo, para entender a natureza de certa elite brasileira, a maneira como o conservadorismo vai se impondo, amalgamando candidatos a reformadores de poucas décadas atrás, transformando-os em cópias do senador McCarthy. E não apenas no discurso antissocial e na exploração primária ao anticomunismo mais tosco, mas na insensibilidade geral, de chutar adversários caídos, de executar adversários moribundos no campo de batalha, de abrir mão de qualquer gesto de grandeza.
Expõe, também, de maneira definitiva as misérias do STF.
Aliás, Lula e o PT foram punidos pela absoluta desconsideração pelo maior órgão jurídico brasileiro. Só o desprezo pelo STF pode explicar a nomeação de magistrados do nível de Ayres Britto, Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Dias Tofolli, somando-se aos inacreditáveis Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello, à fragilidade de Rosa Weber e Carmen Lucia e ao oportunismo de Celso de Mello.
O resultado final do julgamento foi o acirramento da radicalização, o primado da vingança sobre a justiça, a exposição do deslumbramento oportunista de Ministros sem respeito pelo cargo.
No plano político, sedimentam no PT a mística de Genoino e Dirceu.
Se deixam ou não o jogo político, não se sabe. Mas, com sua prisão, fecha-se um ciclo que levou um partido de base ao poder, institucionalizou um novo jogo político e, sem o radicalismo dos sonhadores sem compromissos, permitiu mudar a face social do país.
Não logrou criar um projeto de Nação, como pensava Dirceu. Mas deixou sua contribuição para a luta civilizatória nacional.
A democracia brasileira deve muito a ambos.

Artigo semanal de Delubio Soares

O Partido dos Trabalhadores deu exemplo inquestionável de democracia interna ao levar seus filiados às urnas e promover a escolha direta de seus quadros dirigentes. No PED (Processo de Eleições Diretas) de 2013, milhares de companheiros de todas as regiões do Brasil compareceram às urnas para eleger seus representantes na direção partidária. Intenso e produtivo debate, promovido pelos candidatos em todos os níveis de representação, permeou a jornada.

O processo de escolha democrático e transparente, com a inclusão absoluta de todos os filiados, é uma prática exclusiva de nosso partido, que oxigena sua estrutura e promove uma intensa convivência entre as bases que o sustentam como a maior e mais popular força política do Brasil.

Tendo nascido como experiência pioneira e audaciosa de um partido que propunha mudar o Brasil, o PED foi se tornando um instrumento efetivo de maior democratização da nossa vida partidária e um chamamento ao debate político maduro e profundo, onde se discute o papel da legenda frente à sociedade e aos reclamos do país. Em verdade, o PED é a constatação da maturidade de um partido de lutas e sua inquestionável missão histórica, a da emancipação política, social e econômica do bravo povo brasileiro.

Nenhuma outra agremiação partidária, em tempo algum durante toda nossa história republicana, teve a coragem de tomar tal iniciativa, nivelando por cima os seus filiados, dando-lhes voz e respeitando-lhes o voto, tornando cada um deles, do Rio Grande do Sul até Roraima, nas pequenas cidades ou nas metrópoles, o ator principal dos destinos do partido. Assim, temos companheiros que professando idéias diferentes e defendendo as mais variadas teses, se unem em torno do ideal maior de mudar o Brasil, de consolidar as conquistas da classe trabalhadora e a democracia como nosso regime de governo, de forma sólida e duradoura.

A reeleição do companheiro Rui Falcão - com expressivos 70% dos votos num total de mais de 420 mil votantes – assume importância singular pelas circunstâncias em que se dá: é a aprovação eloquente das bases petistas à firmeza da atual direção partidária e a sinalização de que devemos continuar percorrendo o mesmo caminho de lutas, sem retroceder e sem contemporizar com interesses menores na defesa do programa partidário.

Com Rui Falcão, que venceu com folga em quase todas as unidades da Federação, disputaram a presidência do Partido dos Trabalhadores outros valorosos companheiros, que já cerram fileiras em torno dos ideais maiores que defendemos e que tem no presidente Lula e na presidenta Dilma suas maiores expressões.

O companheiro presidente Rui Falcão, cuja amizade muito nos orgulha, foi claro - como é de seu estilo franco e direto - ao elencar as metas a serem atingidas nessa nova quadra da atividade partidária: “reeleger Dilma, melhorar comunicação, atrair jovens e movimentos sociais são prioridades do PT”, disse ele.

A grande afluência de petistas às urnas, revestindo de inequívoco sentido histórico a reeleição da atual presidência, é a prova maior da vitalidade de nossa militância, de seu comprometimento com a luta e da disposição de seguir adiante, avançando e defendendo as conquistas de nosso povo ao longo da última década. Somos o partido que se identifica com os trabalhadores, as mulheres, as crianças, as minorias, os negros, os estudantes, os empresários comprometidos com o social, os agricultores e produtores rurais, além de todos aqueles segmentos sociais que tem por objetivo um país melhor.

Os petistas sabem da importância do papel de nosso partido nesse período virtuoso, os dois mandatos de Lula e o de Dilma, quando ocorreram as mais profundas transformações em nossa estrutura social, com a inclusão de 40 milhões de brasileiros que deixaram a miséria e a pobreza e passaram a integrar uma nova e poderosa classe média, fazendo do velho Brasil, rico e injusto, um país mais fraterno e com uma sociedade mais justa e feliz.

A direção nacional do partido aprovou como sendo uma de suas prioridades o estreitamento de nossas relações com os movimentos sociais e populares: “neste sentido nada mais natural do que procurássemos os dirigentes da CUT e do MST para buscar essa aproximação, trocar pautas, ver agendas e reivindicações comuns. Foram encontros muito produtivos”, reafirmou o presidente Rui Falcão.

O PT reafirmou à CUT sua disposição de caminhar conjuntamente e também a solidariedade do partido com relação à histórica reivindicação da jornada de seis horas de trabalho sem redução dos salários, além de manifestar apoio irrestrito a outras pautas, como o fim do imposto sindical. Há uma pauta ampla da CUT que se confunde com as bandeiras de luta do PT.

E com os companheiros do MST e todos os trabalhadores rurais do país, reafirmou-se o compromisso do PT com a continuidade do processo de reforma agrária, com os programas de agricultura familiar e as justas reivindicações a respeito da anistia das dívidas dos pequenos agricultores.
Nas urnas, em exemplar acontecimento de cunho democrático, sobrepondo-se aos que praticam a velha política dos partidos fechados tanto à realidade do país quanto aos seus movimentos sociais, o PT mostrou sua grandiosa diferença, sua vitalidade espetacular, seu inquebrantável espírito de luta.
Nada fará retroceder a legenda que em pouco mais de três décadas de existência sacudiu as estruturas de um Brasil destroçado pelas três sucessivas quebras no governo neoliberal de FHC, recuperando-lhe a perdida credibilidade internacional e a autoestima estraçalhada.
Nosso compromisso com os brasileiros é tamanho e nossa fé nos ideais que professamos é de tal forma grandiosa, que os imensos sacrifícios pessoais, os ódios que atraímos e as perseguições covardes das quais somos vítimas nada representam diante da responsabilidade que os brasileiros nos depositam, de forma crescente a cada eleição, fazendo do PT o mais querido, admirado e respeitado partido da história do Brasil.
Viva o PT! Viva o Brasil!

Canalha

É um fhc da vida
Farsante
Hipocríta 
Cínico 

Palavras e imagens vale mais

joaquim barbosa compra apartamentozinho de 1 milhão de reais em Miami e documenta como tivesse pago 10
Essa suntuosa mansão de José Genoino deve ter sido comprado por uns 100 reais visto que na realidade deve valer uns 10 milhões de no mínimo.
Não é mesmo?
[...] A ‘capa’ que o/a desinformado/a da UOL se refere é um painel bordado por Rioco em 2005/2006 e simboliza a solidariedade dos companheiros que visitaram Genoino quando ele passou um longo tempo sem sair de casa após o achincalhe do jornalixo produzido pela grande mídia. Genoino, que sempre viveu no mesmo bairro, não podia nem ir à padaria próxima a sua casa sem ser hostilizado.

Rioco fez então muito pássaros, um para cada amigo que não o abandonou, que não achou que a solidariedade fosse coisa privada. Rioco fez uma releitura de Mario Quintana: ‘eles passarão, eu passarinho’.
Por isso Genoino se cobriu com este manto de solidariedade de seus companheiros de luta e demonstração de amor da sua companheira de uma vida inteira.


Paralelos históricos - O senador Mccarthy, o pig, jb

O SENADOR McCARTHY E O MENSALÃO : PARALELOS HISTÓRICOS
Joseph McCarthy foi um Senador americano eleito pelo Estado de Wisconsin em 1947. Juiz de carreira, compensava a mediocridade e a falta de cultura jurídica com rispidez e rapidez nos julgamentos.
Chegando ao Senado em 1947, não se destacou pelo brilhantismo até que pegou um filão do qual extraiu capital de PATRIOTISMO, criando uma ideia de conspiração comunista no Departamento de Estado. Destruiu a carreira de veteranos diplomatas sob a acusação de filo-comunistas, sem nenhuma base, mas seus discursos histéricos e desbalanceados INTIMIDAVAM o Senado, ninguém tinha coragem de enfrentá-lo porque ela atacava quem se lhe opusesse, dando a entender que qualquer oponente dele estava ajudando os comunistas e portanto podia ser comunista. A Comissão de Atividades Anti-Americanas que ele criou e presidiu não tinha limites ou contrapesos.
Seu discurso inicial que desencadeou uma campanha violenta foi em fevereiro de 1950, com diplomatas como primeiro alvo. Depois virou a artilharia do patriotismo contra artistas e diretores de cinema, jornalistas, escritores, dramaturgos, roteiristas, cientistas, mais de 1.000 pessoas foram submetidas a seus interrogatórios, sempre na tecla de uma "conspiração comunista". Provocou grande quantidade de dramas pessoais, carreiras destruídas, exílios, como o de Charles Chaplin, que vivia há 35 anos nos EUA. Os ataques iam em um crescendo de histeria e agressividade, provocando também suicídios, como o do Senador Lester Hunt. Mas aí McCarthy partiu para atacar o Exército e começou sua queda. Como não tinha noção de limites, era um sujeito agressivo mas pouco inteligente, não percebeu que o Exército era um alvo muito mais poderoso que ele, o próprio Senado viu que suas teses e provas eram falsas e muito de seus discursos eram invencionices fantasiosas. Por uma moção votada em 2 de dezembro de 1954, por 67 a 22 o Senado lhe deu um voto de CENSURA, que é muito raro e que significa o fim político de um congresista. Morreu três anos depois de morte oficial por hepatite, na verdade alcoolismo.
McCarthy teve um apogeu incrível, apoiado por grande parte da imprensa, temido por todos, até no Executivo, ninguém lhe enfrentava, mesmo os que percebiam que era um crápula. Até hoje nos EUA se debate porque deixaram McCarthy ir tão longe e  desgraçar tanta gente boa. A explicação mais plausível é o medo de alguém que se opusesse a ele passasse por IMPATRIOTA. Como dizia um grande filósofo " O mundo seria um lugar melhor se os homens justos tivessem a audácia dos canalhas".
O julgamento do mensalão foi inteiramente orientado na direção de um linchamento político. As penas são aberrantes no sistema jurídico brasileiro. Como pode ser possível Marcos Valério ser apenado com 40 anos, o dobro da maioria dos assassinos, o goleiro Bruno que matou e sumiu com o cadáver de uma moça e por pouco não mata o filho dela teve metade da pena do operador do mensalão, uma empregada de agência de Valério foi apenada com mais de 10 anos, obviamente uma pessoa que estava lá pelo emprego e que recebia ordens do patrão. A teoria de "domínio do fato" é uma bizarrice jurídica, algueé construiu essa ideia mas ela está muito longe de ter aceitação importante nos sistemas jurídicos, uma tese tirada da biblioteca para esse julgamento, nunca foi aplicada antes em casos de corrupção e veremos se será plicada no caso dos fiscais da Prefeitura.
O julgamento de um colegiado como é uma Suprema Corte para ter legitimidade deve obedecer aos rituais tradicionais, onde cada um do colegiado dá sua posição e ao final se coletam os votos. Juiz de Suprema Corte contestar votos de outros juízes é algo inédito e contestar grosseiramente, agressivamente, passando lição é um constrangimento moral, viciando o processo. McCarthy também fazia isso, não admitia constestação a suas teses e quem lhe contestasse era submetido a agressão grosseira, essa era sua força, um medíocre que aterrorizava os demais Senadores porque ele punha na mesa a tese "quem me contesta é impatriota e vendido aos comunistas". Esse terrorismo moral com apoio da imprensa especialmente da revista TIME e do jornal Chicago Tribune garantiu a ele 4 anos de glorificação pela midia, era uma celebridade nacional, capa de revistas e jornais, desde o início muitos bons cérebros percebiam a falsidade e a demagogia do Senador McCarthy mas ninguém tinha sua ousadia, essa era sua maior arma, tipos como McCarthy avançam sem limites enquanto ninguém lhe barra a passagem, esse processo é relativamente comum nas democracias, cometas que surgem do nada e chocam pela novidade, pelo imprevisivel, pela surpresa, pela audacia sem limites, pela prepotencia até esfumarem no ar.
Qualquer semelhança é mera coincidência, como diziam os filmes da MGM.

Desabafo da filha de José Genoino

Eu encontro com amigos queridos, recebo dois convites lindos de casamento, trocamos conversas, desabafos, carinhos, tanta coisa... e chega o pedido de ir à casa de meus pais. Quando entro, vejo minha mãe tentando manter o semblante tranquilo, meu irmão olhando para o infinito, e meu pai, meu amado pai, meu Genoino pai, descomposto.

O novo procurador geral da república solicitou a prisão imediata dos condenados do processo que vocês já sabem qual é. Não, os recursos que eles têm direito não foram julgados. Não, ainda não foi publicada a sentença, não, não e não para muitos dos direitos dos envolvidos. Mas nada disso importa. Num mundo em que o que mais vale é conhecermos o rei do camarote, nós, a família Genoino, não podemos ter paz. Não podemos respirar, não podemos nos planejar, não podemos dormir sabendo minimamente o que nos espera amanhã. De novo estamos nas mãos do STF.

E o pior é ver meu pai, meu guerreiro pai, esse Homem com H maiúsculo, que já lutou tanto, que já deu tudo de si, que fez da sua vida uma única luta, a de sonhar com a liberdade e a igualdade, quebrado, ferido, açoitado no corpo e na alma. Ver esse Homem que nunca pensou em si mesmo por um segundo sequer, antes que em seus ideais, passar por isso, sentir que não existe saída, quando tudo o que fez na vida foi dedicar-se ao coletivo, é triste demais.

Eu já pedi muito a vocês, meus amigos, amigas, família. Mas peço de novo, porque é o único que nos resta. Peço a vocês que rezem, que orem, que mentalizem, que sonhem até, para que um dia possamos ter paz. Só isso, paz. Porque justiça, isso parece que nunca teremos.

Mimi Ka Ge, filha de José Genoíno numa declaração em uma rede social.