A Petrobras está perto de fechar parceria de longo prazo com o grupo japonês Marubeni para construção da refinaria "premium" no Maranhão, um projeto estimado em US$ 20 bilhões.
Os japoneses se dispõem a bancar todo o investimento, sem a necessidade de desembolsos da estatal brasileira, que pagaria com o fornecimento dos derivados de petróleo produzidos na refinaria.
"A Petrobras terá dispêndio zero”, disse ao Valor o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que prevê o início das obras até dezembro.
"Eles (os japoneses) estiveram na Petrobras e já assinaram um protocolo de intenções. É uma proposta firme", informou o ministro. A refinaria do Maranhão terá capacidade para processar 600 mil barris de petróleo por dia, que equivalem a um quarto da extração diária atual do país. O primeiro módulo, para 300 mil barris, deve ficar pronto em 2013 e o segundo, em 2015.
A refinaria será voltada para a produção de óleo diesel de alta qualidade, atendendo os padrões exigidos pelos paises ricos, e processará um "mix" de petróleo pesado da Bacia de Campos e de petróleo leve da camada pré-sal.
Lobão informou que, em princípio, a Petrobras teria 100% do empreendimento, mas a Marubeni concordou em associar-se, mesmo com uma parcela pequena do capital, entre 10% e 15%.
O grupo Marubeni atua em diversos setores - de alimentos à petroquímica, passando por produtos florestais e máquinas pesadas, além de construção civil e tem escritórios nos cinco continentes. Em 2008, faturou mais de US$ 100 bilhões, valor semelhante ao faturamento da Petrobras no ano passado.
O financiamento japonês representa o dobro do valor negociado com a China - até US$ 10 bilhões - para projetos de exploração no pré-sal.
Paralelamente à negociação de parcerias, o governo tentará resolver em definitivo o impasse com a Venezuela em torno da refinaria de Suape.
Lobão se reunirá amanhã, em Brasília, com o ministro de Energia e presidente da PDVSA, Rafael Ramírez.
Até agora, a petroleira venezuelana não investiu um centavo na refinaria pernambucana, em que terá participação de até 40%.
O projeto, de R$ 9 bilhões e com a conclusão das obras prevista para o fim de 2010, tem recebido recursos apenas da Petrobras.