Mostrando postagens com marcador bibliotecas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bibliotecas. Mostrar todas as postagens

Biblioteca básica para o ensino público

Livros de domínio público que pode serem utilizados na educação de crianças, jovens e adultos [ e melhor ], de graça. Segue abaixo a lista de vários clássicos da literatura universal.
* Gilgamesh da Mesopotâmia, (c 1800 aC)
* A Ilíada de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* Mahabharata, na Índia, (c 500 aC)
* Medéia de Eurípides, na Grécia, (c 480-406 aC)
* Metamorfoses de Ovídio, Itália, (c 43 aC)
* A Odisséia de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* O Ramayana por Valmiki, Índia, (c 300 aC)
* A Eneida de Virgílio, Itália, (70-19 aC)
* Édipo Sófocles Rei, Grécia, (496-406 aC)
* O Livro de Jó, Israel. (600-400 aC)
* O Mathnawi por Jalal ad-Din Rumi, Afeganistão, (1207-1273)
* A Divina Comédia de Dante Alighieri, Itália, (1265-1321)
* Decameron de Giovanni Boccaccio, Itália, (1313-1375)
* Os Contos de Canterbury de Geoffrey Chaucer, Inglaterra, (1340-1400)
* Mil e Uma Noites, Índia / Irã / Iraque / Egito (700-1500)
* Gargantua e Pantagruel por François Rabelais, França, (1495-1553)
* Os Ensaios de Michel de Montaigne, França, (1533-1592)
* Don Quixote de Miguel de Cervantes Saavedra, Espanha, (1547-1616)
* Hamlet de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Rei Lear de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Otelo, de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Irlanda, (1667-1745)
* A Vida e Opiniões de Tristram Shandy por Laurence Sterne, Irlanda, (1713-1768)
* Jacques, o Fatalista e o Seu Mestre por Denis Diderot, França, (1713-1784)
* Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, na Inglaterra, (1775-1817)
* Fausto de Johann Wolfgang von Goethe, na Alemanha, (1749-1832)
* Os poemas completos de Giacomo Leopardi, na Itália, (1798-1837)
* O Vermelho e o Negro de Stendhal, da França, (1783-1842)
* Morro dos Ventos Uivantes por Emily Brontë, Inglaterra, (1818-1848)
* Os Contos Completos de Edgar Allan Poe, Estados Unidos, (1809-1849)
* Old Goriot por Honoré de Balzac, na França, (1799-1850)
* Almas Mortas de Nikolai Gogol, Rússia, (1809-1852)
* Grandes Esperanças de Charles Dickens, na Inglaterra, (1812-1870)
* Contos de fadas e histórias de Hans Christian Andersen, na Dinamarca, (1805-1875)
* A Educação Sentimental de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Madame Bovary de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Middlemarch de George Eliot, Inglaterra, (1819-1880)
* Os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Idiota de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Possuído por Fyodor Dostoyevsky M, Rússia, (1821-1881)
* Moby-Dick, de Herman Melville, Estados Unidos, (1819-1891)
* Folhas de Relva de Walt Whitman, Estados Unidos, (1819-1892)
* Histórias selecionadas por Anton Chekhov P, Rússia, (1860-1904)
* Casa de Bonecas por Henrik Ibsen, da Noruega (1828-1906)
* As Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain, Estados Unidos, (1835-1910)
* Anna Karenina por Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* A Morte de Ivan Ilitch e Outras Histórias de Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* Guerra e Paz, de Leon Tolstoi, na Rússia, (1828-1910)
* Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, França, (1871-1922)
* O Castelo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* As histórias completas de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Nostromo de Joseph Conrad, Inglaterra, (1857-1924)
* O Processo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Os Confissões de Zeno de Italo Svevo, Itália, (1861-1928)
* Os Filhos e Amantes DH Lawrence, Inglaterra, (1885-1930)
* O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, Portugal, (1888-1935)
* Diário de um Louco e Outras Histórias de Lu Xun, China, (1881-1936)
* Romancero gitano de Federico Garcia Lorca, Espanha, (1898-1936)
* Mrs. Dalloway por Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ao Farol de Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ulisses, de James Joyce, Irlanda, (1882-1941)
Quais outros livros de domínio público, vocês acham que devem ser incluidos nesta lista?...

Biblioterapia - A cura pela leitura

Um ramo tanto da biblioteconomia quanto da psicologia, vem ganhando adeptos no Brasil.
AP
“La Lecture”, de Picasso: “Sabemos que o poder da boa literatura é profundo e transformador, mas não nos advogamos como médicos. Somos doutores de livros!”, ressalta a britânica Ella Berthoud

Mariane Morisawa | Para o Valor, de São Paulo

Um relacionamento que termina é sempre um motivo de tristeza ou de pausa para repensar a vida. Para superar a fase difícil, que tal um bom livro? “Flashman”, de George MacDonald Fraser, sobre um soldado britânico pouco recomendável, condecorado por heroísmo, pode distraí-lo de sua autopiedade. “Do Amor”, de Stendhal, pode auxiliá-lo a lidar com a melancolia, e “As Consolações da Filosofia”, de Alain de Botton, pode servir mesmo de consolo. Acabou de perder o emprego? Dureza, mas não se desespere! Uma boa pedida é rir com o conto “Bartleby”, de Herman Melville, sobre um empregado que recebe a solicitação para fazer uma coisa e diz preferir não fazer, mas estranhamente continua dia e noite no escritório. Já quem sofre pelo luto pode encontrar suporte em “Uma Comovente Obra de Espantoso Talento”, de Dave Eggers, baseado na história do próprio autor, que perdeu os pais jovem e precisou cuidar do irmão, ou “Metamorfoses”, de Ovídio, que descreve as transformações de todas as coisas, da vida à morte.

Essas são indicações genéricas de Ella Berthoud, da School of Life de Londres, fundada em 2008. Na prática, as “receitas” são individualizadas. O interessado pode marcar uma consulta pessoalmente, por telefone ou Skype. Depois de responder a um questionário sobre suas preferências literárias e conversar com a especialista, recebe uma lista de livros mais adequados às suas aflições. Usar literatura para ajudar a superar alguma dificuldade ou dor tem nome: biblioterapia. Desde a Antiguidade há relatos de prescrição de livros para enfrentar problemas cotidianos, mas só no século passado a prática ganhou esse nome e os primeiros estudos sobre seus benefícios, principalmente para doentes e presidiários. No Brasil, ela começa a ser difundida, com trabalhos principalmente em hospitais, ainda que não haja grupos fixos até o momento.

A biblioterapia pode ser um ramo tanto da biblioteconomia quanto da psicologia. A bibliotecária Clarice Fortkamp Caldin, autora de “Biblioterapia: um Cuidado com o Ser”, prefere fazer a distinção. “Biblioterapeuta é o psicanalista que se vale da leitura como uma das terapias, pois desenvolve a biblioterapia clínica com o intuito de cuidar das patologias psíquicas”, diz. “O bibliotecário, a seu turno, desenvolve a biblioterapia de desenvolvimento, quer dizer, cuida do ser na sua totalidade, sem fazer julgamento do que é ou não normal. Costumo chamá-lo de ‘aplicador da biblioterapia’. Não é um título tão charmoso quanto o primeiro, mas me parece mais justo.”

Clarice começou a se interessar pelo assunto quando percebeu que o bibliotecário estava muito preso às funções técnicas, esquecendo-se do lado humanista da profissão. Em 2001, defendeu dissertação sobre a leitura como função pedagógica, social e terapêutica. Depois, elaborou um curso de 80 horas na Universidade Federal de Santa Catarina. Na sua opinião, a eficácia vem da falta de cobranças. “O aplicador de biblioterapia não prescreve uma norma de conduta nem um remédio a ser tomado em horários determinados. Dela participa quem quiser, quem tiver vontade de escutar uma história”, afirma. “Essa história agirá no ouvinte do jeito que ele achar melhor ou mais conveniente naquele instante de sua vida. Será digerida lentamente, ficará na sua mente ou no seu subconsciente por tempo indeterminado e poderá ser retomada a qualquer momento.” E, como é grátis, não precisa ser interrompida se o dinheiro estiver curto.

Em sua experiência de quatro meses na ala pediátrica de um hospital em Santa Catarina, na qual se executou a biblioterapia por meio de leitura, contação, dramatização de histórias e brincadeiras, as crianças, segundo ela, esqueceram-se de que estavam em um hospital. Os familiares também se beneficiaram com o alívio do estresse. Num presídio feminino, as sessões de contos e poesias ajudaram as participantes a superar a sensação de impotência e a saudade dos maridos e filhos. Elas saíram do estado de prostração e chegaram até a escrever um jornalzinho interno.

Normalmente, a biblioterapia se dá em grupo. O aplicador seleciona o texto, faz a leitura, narração ou dramatização de uma história e aposta no envolvimento do público. Cuida, ainda, de permitir a liberdade de interpretação, propiciar o diálogo, a catarse, a identificação, a introspecção. “É bom frisar que para esse mister se presta a literatura, quer dizer, a ficção. Textos informativos ou didáticos não são considerados biblioterapêuticos, porque não produzem a explosão e apaziguamento das emoções [catarse], não permitem a identificação com as personagens [experiência vicária], nem induzem à introspecção [reflexão sobre como nosso comportamento afeta o outro].”

Os livros infantis são os geralmente utilizados por Lucélia Paiva, doutora em psicologia escolar e do desenvolvimento pela Universidade de São Paulo e autora da tese “A Arte de Falar da Morte: a Literatura Infantil como Recurso para Abordar a Morte com Crianças e Educadores”. Ela conta que descobriu o valor da biblioterapia intuitivamente. “Sentia que era mais fácil falar sobre certos temas com metáforas, de forma mais suave”, diz ela, que desenvolve trabalho voltado para pessoas em situações de crise e emergência, perdas e luto.

Lucélia começou a usar livros infantis para tratar de assuntos como a morte com seus sobrinhos. Mais tarde, conheceu o termo biblioterapia. Hoje, utiliza o mesmo gênero para adultos e crianças, em sessões em grupo ou individuais. “A Menina e o Pássaro Encantado”, de Rubem Alves, sobre uma garota que aprisiona uma ave numa gaiola por amá-la muito, serve para tratar de relações familiares ou conjugais e de luto. Já “Dona Saudade”, de Claudia Pessoa, ajuda a lidar com o luto e a saudade. “A Aids e Alguns Fantasmas no Diário de Rodrigo”, de Jonas Ribeiro e André Neves, auxilia na superação do estigma da doença.

As histórias, segundo ela, sempre precisam ter começo, meio e fim. “Não precisa ser final feliz, desde que exista uma solução. É ela que minimiza o sofrimento.” É preciso buscar o envolvimento do ouvinte, seja pela identificação com personagem ou história. “Se fizer eco, se fizer sentido, ele vai começar a ter um envolvimento emocional. A partir dessa catarse, pode identificar-se. E o desfecho daquele conflito do livro pode trazer para ele a possibilidade de desfecho de seus conflitos.” Ela afirma ter tido certeza de que dava certo quando soube que uma mãe enlutada tinha lido “Dona Saudade”, presenteada por uma amiga em comum, e espalhado o livro pelas outras pessoas afetadas pela perda de seu filho. Em outro caso, conseguiu, em sessão de psicoterapia, acessar até um trauma maior, fazendo uma senhora falar sobre o abuso sexual sofrido na infância.

Já os especialistas no ramo da biblioteconomia, ou aplicadores de biblioterapia, como descreve Clarice Fortkamp Caldin, deixam claro que a biblioterapia não é científica e não exclui os cuidados médicos. “Como arte, ela é criativa. Assim, o sujeito dela se vale para mitigar pequenos problemas pessoais. Cada um do seu jeito, usando a imaginação e de acordo com suas emoções”, diz ela. Para pessoas com problemas psicológicos sérios, pode ser auxiliar, sem ter a capacidade de cura. Mas dá seus resultados para quem embarca na viagem.

“Sabemos que o poder da boa literatura é profundo e transformador. Temos um feedback positivo de nossos clientes, que frequentemente voltam para mais sessões. Mas nós não nos advogamos como médicos. Somos doutores de livros!”, ressalta Ella Berthoud, da School of Life, que faz apenas atendimento individual. Para ela, funciona porque “você entra na cabeça de outra pessoa e vive outra vida por meio dos personagens do romance”. Essa experiência permite que se entenda melhor seus dilemas, se o livro for bem escolhido. “Você vê um personagem cometendo um erro e pode evitar fazer o mesmo. Outras vezes você vê os personagens superando as dificuldades, e isso dá a você, leitor, a resolução de resolver enfrentar a própria situação.” Fortalecido pela boa literatura ou por uma contação de histórias eficiente, ele tem a chance de estar mais apto a superar as dificuldades e os momentos de desânimo e de tristeza. Como se diz por aí, ler realmente faz bem, para a mente e para a alma.

Leis exigem biblioteca nas escolas e sala de aula nos presídios


Duas leis assinadas pelo presidente Lula e publicadas na edição de ontem do Diário Oficial tornam obrigatória a oferta de biblioteca em todas as escolas e de sala de aula nos presídios.
     A lei que exige bibliotecas fixa o prazo de dez anos para que todas as instituições de ensino públicas e privadas proporcionem aos estudantes o acesso a livros, vídeos e documentos que auxiliem o estudo, a pesquisa e a leitura.
     De acordo com o Censo Escolar 2009, há bibliotecas em 73% das escolas de ensino médio, em 40% dos colégios da educação básica e em menos de 35% das 152.251 escolas do ensino fundamental.
   O acervo das bibliotecas deverá conter, no mínimo, um título para cada aluno matriculado no estabelecimento. E cada sistema poderá ampliar as coleções de acordo com a necessidade e a realidade local.
    A outra lei publicada ontem no Diário Oficial obriga a instalação, nos presídios, de salas de aula “destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante”.
    Segundo relatório publicado em 2009 pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca Brasil), menos de 20% da população carcerária tinha acesso a algum tipo de atividade escolar; 70% dos detentos não possuíam ensino fundamental completo e 8% eram analfabetos.
    No início deste ano, o Conselho Nacional de Educação publicou as Diretrizes Nacionais para a Oferta de Educação nos Estabelecimentos Penais, que orienta e torna obrigatório o atendimento escolar a essa população. Sobre a infraestrutura, o documento do colegiado destaca que, com raras exceções, são espaços geralmente “improvisados e precários, sem qualquer organização especial”.
    Na avaliação do conselheiro Adeum Sauer, relator desse parecer, a sanção da lei é “muito positiva” porque reforça as diretrizes aprovadas pelo CNE.
    “A Constituição estabelece o acesso à educação como um direito público subjetivo de todo cidadão, esteja preso ou em liberdade”.
    O conselheiro Sauer explica que a oferta desse serviço compete aos estados, que são responsáveis pela administração dos presídios.