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Velhice

Querendo ou não,  por bem ou por mal todos os que não morrerem cedo haverá de envelhecer. 

A vista vai faltar, as pernas pesar, a barriga crescer, doenças aparecer e aparência mudar. Perderemos cabelos, peso, altura etc...

É a vida.


Quero envelhecer sem...

Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,
Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém,
Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,
Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,
Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,
Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.

Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,
Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,
Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,
Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,
Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,
Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,
Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,
Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,
Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,
Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,
Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,
Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,
Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,
Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,
Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!

- Concita Weber

Lição de vida

Assista com atenção este vídeo, e pense seriamente sobre ele. É uma linda lição que devemos aprender desde sempre. O amanhã está mais próximo do que a gente imagina.




Eu concedo-me o direito a dúvida

Uma imagem vale mais que mil palavras?
Será que ela vê e finge lê
ou
Lê e não vê?
Quem lê sabe que isso pode acontecer.
Qual tua opinião?

(Quase) a última crônica


De uns dias para cá tenho me dado conta de que também sou idoso. Que integro esse universo sob suspeita de minar os orçamentos públicos pelo crime de viver além dos cálculos atuariais, pelo que me flagro sob constante ameaça de amputações "saneadoras" destinadas a abolir velhas conquistas.
por Pedro Porfírio

Quando envelhecer, quero usar púrpura

Quando ficar velha, quero usar púrpura com chapéu vermelho, que não combina e fica ridículo em mim. 
Vou gastar o dinheiro que tenho em uísque, usarei luvas no verão, e me queixarei que falta manteiga em casa.
Vou sentar-me no meio-fio quando estiver cansada, comerei todas as ofertas do supermercado, tocarei as campainhas dos vizinhos, arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça, e só assim me sentirei vingada por ter sido tão séria durante a minha juventude.
Vou andar de chinelos, arrancar flores do jardim dos outros, e cuspir no chão.
Vou usar roupas horríveis, engordar sem culpa, comer um quilo de salsichas no almoço, ou passar uma semana só na base do pão e picles.

Você é velho, velho gagá ou velho sem simancol?

A gente percebe que está ficando velho, numa boa, quando admite sem vergonha que não consegue acompanhar direito a lógica e a velocidade de raciocínio dos rapazes do Fora do Eixo e da Mídia Ninja – Pablo Capilé e Bruno Torturra –, protagonistas do último ‘Roda Viva’ (TV Cultura), assunto da semana nas redes sociais.
Estamos falando de midiativismo, mosaico das multiparcialidades, teia editorial, expansor de consciência, desapego à mera viabilidade contábil, moeda complementar, cards, crise narrativa, lógicas de produção do século 21, coletivos midiáticos e o escambau, saca?
Não há nada de errado em envelhecer, a não ser quando esse descompasso com o pensamento em gestação irrita a gente a ponto de provocar ânsias de jogar água fria no tubo de ensaio das ideias novas. É isso que difere o homem velho do cara gagá!
Na mesma faixa etária, tem ainda um tipo que finge entender a rapaziada para não parecer que está ficando velho. Esses são os piores!
by Tutty Vasquez

Carta de uma Mãe


“Minha querida menina, no dia que você perceber que estou envelhecendo, eu peço a você para ser paciente, mas acima de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando. Se quando conversarmos, eu repetir a mesma coisa dezenas de vezes, não me interrompa dizendo: “Você disse a mesma coisa um minuto atrás”. Apenas ouça, por favor. Tente se lembrar das vezes quando você era uma criança e eu li a mesma história noite após noite até você dormir. 
Quando eu não quiser tomar banho, não se zangue e não me encabule. Lembra de quando você era criança eu tinha que correr atrás de você dando desculpas e tentando colocar você no banho?
Quando você perceber que tenho dificuldades com novas tecnologias, me dê tempo para aprender e não me olhe daquele jeito...lembre-se, querida, de como eu pacientemente ensinei a você muitas coisas, como comer direito, vestir-se, arrumar seu cabelo e lhe dar com os problemas da vida todos os dias...o dia que você ver que estou envelhecendo, eu lhe peço para ser paciente, mas acima de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando. Se eu ocasionalmente me perder em uma conversa, dê-me tempo para lembrar e se eu não conseguir, não fique nervosa, impaciente ou arrogante. Apenas lembre-se, em seu coração, que a coisa mais importante para mim é estar com você.
E quando eu envelhecer e minhas pernas não me permitirem andar tão rápido quanto antes, me dê sua mão da mesma maneira que eu lhe ofereci a minha em seus primeiros passos. Quando este dia chegar, não se sinta triste. Apenas fique comigo e me entenda, enquanto termino minha vida com amor.
Eu vou adorar e agradecer pelo tempo e alegria que compartilhamos. Com um sorriso e o imenso amor que sempre tive por você, eu apenas quero dizer, eu te amo minha querida filha.”

Quando a velhice chega

A gente adoece
O cabelo embranquece
O joelho endurece
A vista escurece
A memória esquece
A gengiva aparece
A hemorroida engrandece
A barriga cresce
A pelanca desce
O bilau amolece
O ovo padece
A mulher oferece e a gente agradece.

Acordei


[...] levantei os braços, mexi o joelho, virei o pescoço, estiquei a coluna.... 
Tudo fez “crec”....



Conclusão: 
Não estou velho, estou crocante!!!

A culpa do envelhecer

Os jovens podem tudo... Ou pelo menos pensam assim. São atrevidos, ousados, abusados, irreverentes, prepotentes, deseducados. Faz parte. Cada um de nós foi jovem e agiu exatamente assim, ou pior. Coisa de jovem! Jovens podem tudo e estão cheios de razão, ou pelo menos pensam assim. Faz parte. Numa boa! Maior barato! Jovens são inocentes, mesmo quando se prova o contrário. Jovens morrem, estupidamente, irresponsavelmente, mas morrem, e não estão nem aí para os pais, alguns já velhos, coitados, culpados, esses sim, por envelhecer. Ficar velho é uma enorme culpa. Devia dar cadeia. 

A velhice é uma embalagem em que os jovens escrevem, sem a menor cerimônia: "produto descartado". Basta visitar abrigos para idosos ou nem isso, basta ver os aposentos onde são relegados à mais cruel forma de ostracismo. Já assumi todas as minhas culpas: envelheci! 

Embora não ache tão ruim assim, provo de uma certa vergonha pelas rugas que não pedi, pelas placas acintosas que me reservam direitos, como o de entrar pela porta da frente sem pagar. 

Envelhecer é uma culpa tão grande que não cabe defesa nem apelação. 

Uma hora, embora um idoso ainda seja produtivo, cheio de vigor, capacidade e competência, passa a ser olhado através das lentes jovens dos que se arvoram em acusar com todos os dedos apontados: está na hora de fazer o caminho dos elefantes, como o livro de Dalton Trevisan (Cemitério de Elefantes). 

Envelhecer é quase uma obrigação imposta pelos jovens, de procurar o caminho da despedida e sumir da face da terra.


Jovens pensam assim, mas eles podem pensar assim. Fingem que se importam, mas não ligam coisa nenhuma. Jovens não podem perder tempo com a velhice alheia, embora os velhos tenham perdido muitas oportunidades nessa vida toda, repleta de anos vividos, cuidando deles, desde as primeiras luzes, os primeiros leites e toda uma infância carente de cuidados, uma adolescência cheia de problemas e essa idade agora, cheia de juventude, aqui e ali transviada, sem respeitar regras. Mas eles, os jovens, estão cheios de razão, são jovens e jovens podem tudo. E não me digam que não podem. O mundo do jovem é hoje, é aqui, é agora...



E amanhã? Que amanhã que nada. Amanhã não existe, custa muito. Jovens têm pressa, mesmo que seja para chegar a lugar algum, como nos pegas, quando a morte às vezes chega, sem pedir licença e ele vai embora, sem pedir licença, mas jovens podem sair assim, sem nem ao menos dizer adeus. Quem ousa envelhecer fica assim, se lamentando ou apenas escrevendo, enchendo-se de razões ou lições de vida que um jovem nunca escuta, mas os jovens não precisam escutar. Eles já sabem tudo, não dão valor a nada porque ainda não sabem o que é suar para ganhar dinheiro. Jovem já tem tudo pronto, recebem na hora, os velhos estão ali mesmo para supri-los, para fazê-los feliz. Velhos servem para isso, mais nada. Envelhecer é uma culpa terrível. Ficar assim, vez por outra, olhando a juventude tão sábia, tão sarada, com seus carrões abusados, som alto, mostrando as razões de seus gostos duvidosos, desfilando "pelaí", é o maior barato, irado, numa boa, só! 

Envelhecer é uma chatice. Todos nós, idosos, com certos direitos, como as prioridades humilhantes nos atendimentos, nas filas, somos uns chatos, insistentes em continuar vivendo um resto de vida que até parece estarmos roubando deles, jovens, sem tempo para nós. Melhor se fazer de forte, de saudável, de independente e nunca deixar que eles nos vejam chorar, cheios de saudades que eles não compreendem, arvorados de uma esperança que eles nem sabem do quê. Deveríamos, isso sim, fugir para um outro mundo, só de velhos, e olhar de lá para eles, torcendo, com muito amor e muito carinho, para que um dia possam viajar para o mundo de todas as certezas, principalmente as que nos asseguram de que chegamos até aqui. Seria um mundo de iguais, onde expiaríamos as nossas culpas por envelhecer, esse fardo terrível de carregar até um dia, em que retornaremos ao pó das estrelas de que somos feitos e voltaremos a fazer parte do ciclo da vida, por toda a eternidade universo afora.



A. Capibaribe Neto

Velhice é um conceito velho

Os outros
Aprendi com Pedro Nava que você está envelhecendo quando começar a achar os contemporâneos decadentes: "Vê como o Fulano está acabadinho". Quem está acabada é toda a nossa geração, a minha, a dele, a nossa. De fato, não se passa um dia em que um de nós não inteire 70 anos. No passado, 70 anos equivaliam a um século. Hoje, não. Somos septuagenários e ninguém se deu conta disso.

Vei
Quando alguém se queixa de que está envelhecendo, costumo lembrar-lhe que quem não quer viver tal fase da vida, morra antes. É o que dizia mais civilizadamente Maurice Chevalier, para quem a alternativa era fatal.

Velhotes acesos
No passado, o sujeito, nessa idade, se aposentava e ia para o fundo da rede, esperar a indesejada. Quando muito ouvia as novelas de rádio, antes de dormir cedo, porque naquele tempo ainda não havia televisão. Hoje, os velhotes estão acesos e, depois do Viagra, fazendo fila à porta dos motéis. Tenho contemporâneo, dois ou três anos nascido antes de mim, que só agora lembra, e lembra com tanto fervor, a vizinha, filha de crupiê de cassino do Ideal que, quando raspava os pelos das coxas, lhe pedia para conferir se o serviço fora bem- feito, se a pele estava lisinha, digna de ser acariciada. E ele, na inocência dos seus 14 anos, se encarregava de tal avaliação que não consegue esquecer.

Conceito
O conceito de idoso mudou muito. Lembram os leitores de como as mulheres dantanho esqueciam o ano do próprio nascimento e, quando dele se lembravam, era com desconto de dez, 20 anos que as faziam quase da idade das netas? Hoje, não. Elas agradecem a Deus a idade, a vida e vão vivendo. As colunas sociais estão cheias de "moçoilas" anunciando estar completando 60 anos, em plena forma. E às festas comparecem as nonagenárias que não se cansam de dançar com os netos ou com estes profissionais de festas que tanta alegria lhes causam.

Vexames
Antes de chegar aos 72, fui muito mais moço. Nem por isso escapei de vexames. Sempre conto que tinha 40 e poucos anos e voltava no velho Fusca que meu pai me emprestava da Praia do Futuro, quando me detive à esquina do Náutico. Logo duas suburbanas, esplendidamente despidas, me abordaram. Uma delas botou a cabeça para dentro da janela do carrinho e caiu na besteira de indagar: "Tio, o senhor deixa a gente no Centro?" Claro que tio não dá carona a ninguém. No máximo até o motel. Danado da vida, respondi-lhes com um sonoro não.

Velho
Lembro que, por esta época, ia saindo do estacionamento da Câmara dos Deputados quando cumprimentei Ary Ribeiro, colega de "O Estado de S. Paulo", que também encerrara suas tarefas. Meu filho Carlos Eduardo teve o desplante de indagar: "Quem é este velho?" Que diabo! O outro era de minha idade, dois ou três anos mais velho, se tanto. Um contemporâneo que meu filho alistara na legião dos anciãos, como eu.

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