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Economia




Balança comercial tem o melhor resultado desde 2007


Em janeiro as exportações superaram as importações, fazendo com que a balança comercial do país registrasse superávit de 923 milhões de dólares. 

As informações foram disponibilizadas pelo MDICE - Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior -, é o melhor resultado em nove anos. E trata-se do primeiro saldo positivo para o mês de Janeiro desde 2011. 

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Economia: É a crise!

Balança comercial do agronegócio brasileiro tem superávit comercial de 8,1 de dólares em Julho

Jornal GGN - A balança comercial do agronegócio fechou o mês de julho com um superávit de US$ 8,1 bilhões, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento.
Ao longo do período, as exportações do agronegócio atingiram o montante de US$ 9,61 bilhões, o que representou um crescimento de 3,3% em relação aos US$ 9,30 bilhões negociados no mesmo mês do ano anterior, além de uma participação de 41,7% no total das vendas externas brasileiras no período. No que se refere às importações do agronegócio, houve queda de 0,5% em comparação a julho de 2013, atingindo-se a cifra de US$ 1,51 bilhão.
No período, o principal setor da pauta exportadora foi o complexo soja, com vendas de US$ 3,94 bilhões (-0,3%) e embarque de 7,44 milhões de toneladas (+0,8%), representando 41% do total das exportações do agronegócio. O principal item do setor foi soja em grãos, com incremento de 3,0% sobre o mês anterior e valor negociado de US$ 3,15 bilhões. O quantum exportado foi de 6,04 milhões de toneladas, com expansão de 6,8%. As vendas do farelo de soja chegaram a US$ 657 milhões (-14,6%), com a comercialização de 1,25 milhão de toneladas do produto (-21,8%). Já o óleo de soja foi responsável por uma receita de US$ 131 milhões (+7,9%) e pelo embarque de 146 mil toneladas (+20,3%).
Os dados mostram que, apesar de o ingresso financeiro e da quantidade vendida continuarem elevados, o comércio de soja iniciou uma desaceleração, já que os embarques do produto costumam concentrar-se nos meses de maio e junho.
O segundo principal setor exportador do mês de julho foi o setor de carnes, com o valor de US$ 1,66 bilhão e crescimento de 14,0% em relação ao mesmo período de 2013. Já em quantidade, o incremento foi de 5,7% para as 586 mil toneladas comercializadas. Com a receita de US$ 772 milhões e aumento de 13,9%, a carne de frango foi o principal produto do setor no mês. Houve aumento também tanto na quantidade exportada (+9,4%) quanto no preço médio do produto (+4%).
Em seguida, destacou-se a carne bovina, com a cifra de US$ 690 milhões (+19,7%) e 145 mil toneladas embarcadas (+9,2%), além de valorização de 9,6% no preço médio do produto no mercado internacional. Completando as exportações do setor, a carne suína gerou um montante de US$ 139 milhões (+10,8%), enquanto a carne de peru apresentou queda de 56,0% em relação a julho de 2013, com vendas externas de US$ 19 milhões.
O complexo sucrolacooleiro foi o terceiro principal setor exportador do mês, com US$ 1,05 bilhão em vendas e embarque de 2,56 milhões de toneladas. A receita das exportações é 11,3% inferior à de julho de 2013, enquanto o embarque caiu 0,7%. Segundo nota do Ministério da Agricultura, houve queda de 10,7% no preço médio cobrado no mercado internacional. O açúcar foi o principal item comercializado, com 94,5% das vendas do setor em julho de 2014, e contribuiu com US$ 996 milhões (+3,3%) e 2,49 milhões de toneladas exportadas (+8,3%).
Os outros itens de destaque na balança agrícola foram os produtos florestais e o café. Nos produtos florestais, as vendas somaram US$ 882 milhões, crescendo 6,5%, e os embarques atingiram 1,46 milhão de toneladas, 13,2% mais que em julho do ano passado. Papel e celulose lideraram as vendas do grupo, com ganhos de US$ 652 milhões, 4,7% superiores aos de 2013, e embarques de 1,15 milhões de toneladas, 17% maiores que no ano passado.
Já no setor cafeeiro, a receita com as exportações totalizou US$ 583 milhões, 65,2% acima do registrado em julho de 2013, para 174 mil toneladas comercializadas, 42% mais que no ano passado. De acordo com o Ministério da Agricultura, o preço médio atingiu US$ 3.340 por tonelada, com alta de 16,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
No que se refere às importações do agronegócio realizadas em julho de 2014, os principais produtos adquiridos no mercado externo foram trigo (US$ 202 milhões); papel e celulose (US$ 176 milhões); pescados (US$ 97 milhões); lácteos (US$ 46 milhões); e borracha natural (US$ 46 milhões).

Fernando Pimentel: o que a balança comercial revela


A despeito das análises negativas, o Brasil nunca exportou tanto quanto no último biênio. Alguns produtos tiveram recorde de exportação
O Brasil fechou 2012 com exportações da ordem de US$ 242,6 bilhões -o segundo melhor resultado da série histórica- e um superavit de US$ 19,4 bilhões, a despeito do agravamento da crise econômica internacional.
No entanto, foi a queda de 34,8% do saldo positivo da balança comercial na comparação com 2011 que concentrou a atenção dos analistas, impedindo que se enxergasse muitos outros aspectos do bom resultado de 2012.
Bom resultado? Sim, e vejamos por quê. Antes de tudo, em nenhum outro biênio, o Brasil exportou tanto quanto nos últimos dois anos.
Em 2012, mantivemos o patamar elevado de exportações atingido em 2011, ano de recorde das nossas vendas externas. É preciso lembrar que já em 2011 tínhamos aumento de 27% em relação ao ano de 2010. Ou seja, a queda de 5,3% das exportações em 2012 tem que ser vista no contexto de um patamar muito elevado no ano anterior.
A corrente de comércio de 2012 foi a segunda maior da série histórica, com o registro de que 82% do que o Brasil importou no ano passado foram insumos e bens de capital, ou seja, alavancas para o crescimento econômico.
É sabido que as importações -dentro de parâmetros leais- contribuem para a competitividade da indústria brasileira e para as próprias exportações do país. Prova disso é que na lista dos cem maiores importadores brasileiros em 2012, 94 também exportaram.
Pode ter passado despercebido o fato de que, entre todas as categorias, as exportações de manufaturados apresentaram a menor queda (-1,7%). Em outras palavras, a venda de manufaturados evitou uma queda maior nas exportações em 2012.
Num ano marcado pela crise externa, o Brasil bateu recorde de exportação de produtos como ônibus, bombas e compressores, motores e geradores elétricos. Também as exportações de aviões cresceram 21% em relação a 2011.
Não se pode ignorar o impacto da crise internacional -e, em particular, da queda de preços de commodities- sobre o nosso comércio exterior. Obviamente, não se trata de negar a redução do superavit, mas um simples exercício aritmético permite concluir que, mantidos os preços do minério de ferro praticados em 2011, só as exportações dessa commodity teriam agregado US$ 10,3 bilhões ao resultado de 2012.
Essa diferença teria elevado nosso saldo aos quase US$ 30 bilhões de 2011, praticamente zerando a queda das exportações.
Notem que outros países exportadores de commodities minerais experimentaram quedas relevantes em seus saldos. De janeiro a outubro, a Austrália registrou perdas de 63%. No Chile, a queda foi de 72% entre janeiro e novembro.
Convém ainda um comentário sobre a Argentina. Apesar de persistirem dificuldades administrativas para exportadores brasileiros, poucos analistas notaram que a maior parte da queda das vendas está relacionada ao desaquecimento da economia do país vizinho e do efeito preço de alguns produtos: minério de ferro (-43%), combustíveis (-71%), aviões (-100%), energia elétrica (-39%) experimentaram queda significativa apenas por motivos relacionados à situação econômica da própria Argentina e do mundo.
Num cenário em que o mundo ainda se ressente dos efeitos da crise, pode-se considerar claramente positivo o resultado das exportações brasileiras em 2012, que, repito, atingiram o segundo maior valor da série histórica. Uma leitura da realidade que não leve em conta as variáveis aqui mencionadas certamente não conta toda a história.
Em 2013, o início de recuperação da economia internacional, combinada aos resultados de medidas adotadas pelo governo brasileiro para aumentar a competitividade da indústria nacional, decerto vai produzir efeitos positivos sobre o nosso comércio exterior.
Agora é trabalhar para mais um ano de bons resultados.