Entrevista de emprego

- O que você considera ser o seu maior defeito?
- Sinceridade.
- Bem, eu não acho que sinceridade seja um defeito.
- Tô me lixando para o que você acha.

Mensagem da Vovó Briguilina




Se sair de casa e um passarinho cagar na tua cabeça, relaxe, reflita e agradeça a perfeição da grande Mãe Natureza, que deu asas aos passáros e não as vacas.

Babaquices repetidas muito mais de mil vezes

Não deixam de ser babaquices.
Fiquem à vontade para apreciar as abobrinhas do dia:
  • Quando o governo copiou, acertou. As privatizações foram demonizadas por muito tempo, mas agora o governo se curva a essa necessidade. Precisamos substituir o software pirata pelo original
  • O Brasil tornou-se um “grande cemitério de obras inacabadas e paralisadas
  • O Brasil precisa de gestão, ousadia e coragem para construir um projeto de país, e não de um projeto de poder
  • O marco deste governo vai ser crescimento pífio, inflação alta, descontrole nas contas públicas e maquiagem fiscal
  • Vamos reestatizar a Petrobras
Quem disse essas baboseira?
Ah, pode colocar embaixo o nome de qualquer tucano jenial são todos farinha do mesmo saco. Dou um pelos outros e não quero volta.

Menos coisas mais qualidade

Tenho amigos que adotam filosofias de simplificação da vida e percebem dedos apontados para alguns bens de maior qualidade que estão sob sua guarda.
Vamos imaginar um cara que decidiu ter menos coisas. mas ele, como a maioria das pessoas hoje em dia, tem um computador. precisa dele para trabalhar, para se divertir e para se comunicar com os amigos. resolveu que se trata de uma coisa de que precisará para ter qualidade de vida neste momento.
Por acaso esse computador se trata de um mac, um exemplo que uso por se tratar de uma marca notavelmente mais cara que os computadores em geral.
Ter menos coisas não significa gastar necessariamente menos naquelas poucas que você tem. ao contrário: investir menos em quantidade pode ser uma oportunidade para investir mais em qualidade.
Tenha poucas, mas as melhores possíveis de acordo com suas possibilidades e necessidades. escolha aquelas que você mais quer, aquelas que vão durar mais e que vão precisar de menos manutenção, complementos e substituições.
Trata-se de fazer escolhas.
Para ter um mac (não necessária e exclusivamente para ter um mac), esse meu amigo decidiu que não precisava ter uma dezena de outras coisas.
Meu amigo preferiu não ter uma tevê de quarenta polegadas. ele decidiu, aliás, sequer ter uma tevê. consequentemente, não tem assinatura de tevê a cabo.
Ele também não tem carro, porque para o que ele precisa, o transporte público é suficiente.
Para isso, ele preferiu direcionar a sua vida para um tipo de trabalho e uma localização que permitissem esse tipo de deslocamento. assim, não gasta com combustível, impostos e a cara manutenção de um veículo.
(claro, não é simples assim escolher um tipo de trabalho específico ou uma localização específica e abrir mão de certo tipo de transporte. esculpir a vida para a simplicidade é ainda mais difícil que esculpir mármore. exige um tipo produtivo de esforço)
O que quero dizer com tudo isso é que talvez você não precise de dez camisas meia-boca. possivelmente, duas ou três de excelente qualidade sejam suficientes. você não precisa de 10 ternos, mas dois ou três muito bons para cada tipo de ocasião.
Eu, por exemplo, só tenho um, feito sob medida no melhor tecido que pude pagar na ocasião e com o melhor alfaiate que encontrei. não preciso de três, pois não sou um executivo ou coisa assim, nem quero ser. é lindo, eu o adoro e se eu conseguir manter a silhueta deverá durar ainda uns 10 anos ou mais, pois pedi um corte bem clássico.
Esse é mais um caso em que menos é mais: menos quantidade é igual a mais qualidade.
E, quanto a esse meu amigo que tem um mac, ora, ter um mac é problema dele. pare de falar das escolhas dos outros.

Às vezes o caminhar é lento, mas o importante é não parar

Mesmo um pequeno progresso é um avanço na direção certa.
E qualquer um é capaz de fazer um pequeno progresso.
Se você não pode conquistar algo importante hoje,
conquiste algo menor.
Pequenos riachos se transformam em rios poderosos.
Continue em frente.
O que de manhã parecia fora do alcance, pode ficar mais próximo
à tarde se você continuar em frente.
O tempo que usar trabalhando com paixão
e intensidade aproximará você do seu objetivo.
É bem mais difícil começar de novo se você pára completamente.
Então, continue em frente.
Não desperdice a chance que você mesmo criou.
Existe algo que pode ser feito agora mesmo, ainda hoje.
Pode não ser muito mas fará com que você continue no jogo.
Caminhe rápido enquanto puder.
Caminhe lentamente quando for preciso.
Mas, seja o que for, continue andando.
E você conseguirá alcançar suas metas...
Realizar seus planos, sonhos...
Portanto, não desista, nunca!
E lembre-se que sua capacidade de continuar
vem unicamente de Deus.
"Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como
de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.
"ÓTIMA SEMANA A TODOS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Valéria Caldas


Atualização do Artigo 5º da Constituição Federal do Brasil

Todos são desiguais perante a lei, com distinção de toda natureza, garantindo-se ao brasileiro ou estrangeiro residente no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade no seguinte termo:
  • I - Todos são obrigados a fazer ou deixar de fazer qualquer coisa  dependendo da vontade da maioria dos ministros do STF, independente do que esteja escrito na Constituição Brasileira. 
Revogam-se as disposições em contrário

Joel Leonidas Teixeira Neto

o rombo de R$ 500 milhões nas contas da prefeitura de São Paulo não passa de um pequeno escândalo, Ricardo Noblat

500 milhões - para começar - não passa de um pequeno escândalo para um dos porta-voz do GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão -.

E por qual motivo não é um grande escândalo?
Porque os partidos que patrocinaram e foram beneficiados pela roubalheira são principalmente o PSDB e o DEM.

Assim a grande imprensa brasileira chegou na lama.

E de lá vai demorar muito para sair.

Corja!

Prá desopilar

Minha filha, se você não é uma deusa, uma louca, uma feiticeira não tem motivo nenhum pra se achar demais.
Tradução de +Elton Brandão 

Marido moderno ou direitos iguais?

Reforma política com participação popular

"Considero que nosso sistema político precisa de mudanças. Por isso, um dos cinco pactos que lancei foi o da reforma política. A reforma política deve permitir à sociedade participar de forma efetiva dos destinos do país. Defendo uma reforma política decidida por consulta popular, ouvindo a população brasileira", Dilma Toussef.


Juros concentra renda

O que mais chama a atenção no debate econômico é o medo da inflação. Todos os governos subordinam sua política econômica à política monetária tradicional de elencar a Selic como a variável chave na economia.

O governo vive cercado de ameaças de que a inflação vai crescer e para dar resposta ao chamado mercado, que é na realidade o mercado financeiro, trata logo de elevar a Selic. Segundo algumas análises, a elevação dos juros desestimula o consumo e, com isso, ficam contidos os preços.

Mas não é bem assim. Em primeiro lugar, há que ver o que ocorre com a taxa de juros na ponta do tomador do empréstimo. Será que a Selic alterando um ou dois pontos porcentuais altera de forma sensível a taxa ao tomador? Em países onde o spread bancário (diferença entre a taxa de juros dos empréstimos e a taxa de juros de captação dos bancos) é de 3 a 5 pontos, uma mudança na taxa básica de juros influi decisivamente na taxa de juros do tomador. No País, no entanto, o spread é dos mais elevados do mundo. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) a taxa de juros à pessoa física desde outubro do ano passado até agora girou no entorno de 90% e assim, o spread do sistema financeiro alcança 80,5 pontos, considerando o custo de captação de 9,5%, base na Selic.

Aonde a Selic exerce alguma influência sobre os preços é nos chamados bens comercializáveis, que são os sujeitos à concorrência externa. Ao manter a Selic em nível acima da média internacional, o Banco Central atrai o capital especulativo internacional inundando o País de dólares, barateando o produto importado.

Há uma montanha de dólares especulativos aplicados em títulos federais que supera US$ 220 bilhões (!). Esses capitais especulativos lucraram, em média nos últimos seis anos, US$ 10 bilhões por ano. Esse ganho de estrangeiros se faz em cima de todos nós através dos tributos que pagamos ao governo federal. Mas outros danos piores ocorrem devido à Selic acima do nível internacional: a) rombo nas contas externas, que deve superar US$ 80 bilhões neste ano devido ao real supervalorizado perante o dólar; b) elevação dos custos de carregamento dos US$ 387 bilhões das reservas internacionais, que foram constituídas fundamentalmente com compras de dólares mediante emissão de títulos federais e c) ao tornar artificialmente barato o produto estrangeiro reduz-se mais ainda a competitividade do produtor local, que já tem contra si alta carga tributária e de juros, além de precária infraestrutura e burocracia infernal. É o que explica que o aumento do consumo das famílias cada vez mais é atendido pelo produto importado.

Será que compensa usar essa política de manter a Selic elevada para conter a inflação? Não creio. Mas o que pouco aparece nas análises é a outra política usada pelo governo federal de controle inflacionário, que é manter pesado controle sobre os preços administrados, também denominados de preços monitorados.

Na composição do IPCA os preços monitorados pesam 25% e os preços livres 75%. Nos últimos 12 meses encerrados em setembro a inflação foi de 5,86%, sendo de 7,37% nos preços livres e 1,12% nos preços monitorados. Vale observar que, desde o primeiro mandato de FHC até o início do segundo mandato de Lula, os preços monitorados foram corrigidos acima da inflação. A partir do segundo mandato de Lula passaram a ser corrigidos abaixo da inflação constituindo poderoso freio à inflação. O interessante é que pouca atenção tem sido dada a essa questão. Resumindo: o controle de preços se faz: a) pela Selic elevada e; b) pelos preços monitorados.

O principal responsável por essa contenção nos preços monitorados são os combustíveis e o instrumento usado para isso é a Petrobrás, que é obrigada pelo governo federal, seu controlador, a subsidiar a gasolina e o diesel, importando o que excede a produção interna desses derivados do petróleo. As quantidades importadas foram crescendo substancialmente com a política de incentivo à compra do automóvel reduzindo o IPI e levando a zero a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) da gasolina. Tudo isso embalado pelo forte crescimento da classe média que passou a comprar carro financiado em até seis anos pelas financeiras das próprias montadoras.

Consequência dessa política: a) o agravamento da mobilidade urbana nas maiores cidades; b) a piora no meio ambiente pelo uso mais intenso do automóvel; c) rombo crescente nas contas externas de combustíveis e; d) dano operacional, econômico e financeiro à Petrobrás.

A perda patrimonial da empresa e da União supera a centena de bilhões de reais. Sufocada financeiramente e, tendo que cumprir pesados investimentos no pré-sal e na ampliação da capacidade de refino, a Petrobrás foi obrigada a se endividar em excesso elevando sobremaneira suas despesas financeiras e, com isso, elevou substancialmente a necessidade original de recursos do plano de negócios.

Cobrado insistentemente pela Petrobrás para ajustar os preços da gasolina e diesel, para acabar com a perda estimada de R$ 1 bilhão por mês o governo se fez de morto durante mais de dez anos.

A situação foi se agravando a ponto tal que a agência de risco Moody's rebaixou a nota da Petrobrás de "A3" para "Baa1". Essa redução, segundo a Moody's, reflete a alta alavancagem e a expectativa de que a empresa continue com fluxo de caixa negativo nos próximos anos, à medida que conduz seu programa de investimentos.

Tentando responder a essa situação e à queda de 39% no lucro do 3º trimestre, o governo anunciou que vai dar transparência à formação dos preços dos derivados de petróleo estabelecendo sistema periódico de reajustes, possivelmente ligado ao preço internacional desses derivados e ao câmbio. Ao que tudo indica isso ocorrerá na reunião do conselho de administração da estatal no dia 22 de novembro segundo o diretor financeiro, Almir Barbassa.

As manifestações de junho acenderam a luz vermelha para a política suicida de entupir as cidades de automóveis via continuação de estímulos à indústria automobilística e subsídio à gasolina.

Tenho defendido a priorização das vias ao transporte coletivo e isso caminha pari passu com a elevação do preço da gasolina. A maior velocidade do transporte coletivo aliada ao replanejamento de linhas e horários de circulação dos ônibus pode constituir benefício a todos tanto no uso do transporte individual como coletivo, inclusive com redução da tarifa pela melhor utilização dos ônibus que passam a transportar mais passageiros.

Finalmente é risível argumentar, como faz a presidente, que é prioridade a mobilidade urbana anunciando a verba de R$ 50 bilhões para investimentos nessa área, e continue a artificializar o preço da gasolina em estímulo ao uso crescente do automóvel. Decida-se presidente!

Os brasileiros são segundo colocados em roubo de imposto

Pesquisa do Banco Mundial aponta que 13,4% do PIB brasileiro é perdido em impostos que não são pagos

São Paulo. Esta é para quem reclama da falta de inovação no Brasil. No campo da sonegação, poucos países desenvolveram "expertise" tão sofisticado como o governo brasileiro. Entre as economias mais importantes, perdemos apenas para a Rússia. E a medalha de bronze vai para a Itália. O ranking foi elaborado a partir de estatísticas do Banco Mundial pelo grupo internacional Tax Justice Network, com base em dados de 2011.

Dos R$ 86 bi da dívida do ano passado, R$ 135 milhões eram de dívidas de 317 empresas brasileiras

A conta é simples: a partir do Produto Interno Bruto (PIB) e das alíquotas tributárias estabelecidas, estima-se quanto deveria ser arrecadado. A partir disso, é possível saber o tamanho da evasão fiscal em cada país. No Brasil, o valor encontrado corresponde a 13,4% do PIB.

Os sonegadores

É fato que em países em desenvolvimento há muita atividade informal. Mas como explicar que o Brasil tenha um desempenho tão pior do que México e Argentina (evasão de 2,4% e 6,5% do PIB)? Para compreender isso, é preciso vencer a imagem de que a evasão brasileira se refere somente ao camelô ou ao contrabandista de muamba.

Muitas empresas grandes não pagam os impostos que deveriam. No ano passado, por exemplo, a Receita anunciou um plano de cobrança de R$ 86 bilhões em tributos vencidos. Metade do total se referia a 317 grandes empresas, com dívida média de R$ 135 milhões.

Neste ano, o governo planeja dar condições especiais de pagamento de dívidas de multinacionais brasileiras que somam nada menos que R$ 680 bilhões - sete vez o orçamento da Saúde. Caso paguem seus débitos, terão perdão sobre multas e juros. Divergências sobre o plano fizeram o subsecretário de Fiscalização da Receita, Caio Marcos Cândido, deixar o cargo.

Causas

Já nos anos 1970, o economista Michael Allingham, de Oxford, mostrou a forte correlação negativa entre a evasão e dois fatores: a probabilidade de a empresa ser fiscalizada e a magnitude da pena se for pega. Quanto maior forem esses dois fatores, menor a evasão. No caso brasileiro, desde 2003 a punibilidade dos crimes contra a ordem tributária passou a ser extinta caso o acusado, a qualquer momento, pague o seu débito.

Embora a lei preveja até cinco anos de reclusão para tais crimes, o réu pode escapar. A pendência pode ainda ser parcelada no âmbito do Refis, programa para facilitar o pagamento de dívidas tributárias criado em 2000 e reeditado várias vezes.

Os economistas Marcelo Siqueira e Francisco Ramos, das universidades federais do Ceará e de Pernambuco, citam ainda algo bem brasileiro: o sentimento generalizado da população de que o governo não aplica direito a arrecadação, reduzindo a culpa do sonegador.

Rui Falcão reeleito presidente do PT

Primeira parcial aponta 70% dos votos para o atual presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão; com uma vitória tão expressiva, ele terá legitimidade para coordenar a campanha de reeleição de Dilma em 2014, definir palanques regionais e também para construir uma interlocução mais favorável ao PT num eventual segundo governo Dilma; Falcão defende uma política de democratização dos meios de comunicação: "Temos que defender o nosso legado, diante dos constantes ataques que sofremos", diz ele; em São Paulo, Emídio de Souza, ex-prefeito de Osasco, comandará o partido

há quem goste de poema-cabeça e quem sabe que é impossível recitá-lo para uma mula sem cabeça…

mas, quando é o poema que dá cabeçadas
aí, não tem jeito…
ou bate prego na parede
o crava flexa no peito...

o sentimento mais frio cega o coração
nenhuma motivação se põe ao seu alcance
nenhum romance lhe dá alternativa
nenhuma alternativa te apoia uma emoção

… quando o poema dá cabeçadas,
não há ninguém com quem você possa dividir a solidão
muito menos compartilhar uma alegria
abafar uma melancolia
pois não há uma só alma
que deseje partilhar contigo uma derrota
que dirá uma vitória ou um empate…

… quando o poema dá cabeçadas,
é só olhar em volta para constatar…
o telefone que ninguém liga
não te ilumina um número que você possa ligar
a TV só passa filmes dos quais você não presta atenção
a festa que você vai está cheia de inimigos sorridentes
reina a mediocridade e você se sente
um estrangeiro em seu próprio país…

… quando o poema dá cabeçadas,
a sensação de que estás sendo traído e humilhado
é tão lúcida quanto arrepender-se de um pecado
a certeza de que ninguém se importa com sua agonia
só não é maior do que a sua desesperança
e na sua frente, as incertezas estão todas impassíveis
não lhe sobra nenhuma garantia de que pode estar certo ou errado
os sonhos estão entulhados de pesadelos redundantes
a paranóia te informa que você não está sendo perseguido
e a psicose te confirma: você está sendo abandonado!

… quando o poema dá cabeçadas,
o universo conspira a favor da sua desonestidade
seus desejos vão sendo imobilizados um a um
a infâmia te avisa que não terás o benefício do perdão
e você torna-se incapaz do arrependimento
e cede diante da ausência de misericórdia
à mercê do mais implacável castigo das horas
que passam por você como um tempo perdido
cuja busca será uma aventura imprudente e inglória…

… quando o poema dá cabeçadas,
a impotência se impõe diante dos teus desafios
a miséria aproxima-se da sua vida pessoal
sua individualidade fica cindida
e as desgraças dão o ar de sua graça
enquanto o pior dos medos te consome
você esquece seu nome e trata-se por um pronome
não consegue tocar na primeira pessoa do plural
nem enviar na primeira, um grito de socorro que ninguém escuta
perdendo a batalha sem ter como ir à luta…

… quando o poema dá cabeçadas,
a solidão te oferece uma fome sem comida
a sede te impõe a ausência da água
o ar te falta enquanto te sufoca
as desvantagens são suas únicas aliadas
a liberdade não lhe se serve pra mais nada
a sorte te vira a cara e te deixa numa roubada
em que nem mesmo a morte se anima a fazer sua derradeira jogada…

… quando o poema dá cabeçadas,
o poeta tá fudido e a poesia que lhe escapa
só lhe envia uma última mensagem…
resta-lhe agarrar-se a sua última chance
a mais intransferível de todas
a mais íntima das tuas verdades: a vida!

… quando o poema dá cabeçadas,
só a vida pode ser sua aliada…

… só a vida e mais nada!

 

Tavinho Paes é poeta e compositor. Como poeta publicou mais de 100 títulos em edições independentes. Fez parte da chamada "geração mimeógrafo" dos anos 70. Como compositor, assina letras de mais de 200 músicas gravadas por artistas como Caetano Veloso, Gal Costa, Bethânia, Marina Lima, Marisa Monte, Gilberto Gil, Lobão, Rita Lee, Ney Matogrosso. Foi editor de O Pasquim e Rio Capital. Tavinho é um poeta multimídia, tem mais de 10 canais ativos na web e figura emblemática da cena poética do Rio de Janeiro.