Mensagem da noite

+Belas mensagens

O "vencido" - José Dirceu - é o Vencedor!

"Temos hoje no Brasil 77 mil presos no regime semiaberto. A todos eles, sem discriminação, deve se dado o direito ao trabalho, porque esse é o regime da lei. Não pode haver vitória do discurso da intolerância: se o condenado é inimigo eu devo cumprir a lei, se é amigo não devo cumprir. A interpretação vingativa de um caso concreto não pode prejudicar 77 mil presos nesse regime assegurado por lei".

Marcus Vinícius Coelho, presidente da OAB.

O "vencido" - José Dirceu - é o Vencedor!

"Temos hoje no Brasil 77 mil presos no regime semiaberto. A todos eles, sem discriminação, deve se dado o direito ao trabalho, porque esse é o regime da lei. Não pode haver vitória do discurso da intolerância: se o condenado é inimigo eu devo cumprir a lei, se é amigo não devo cumprir. A interpretação vingativa de um caso concreto não pode prejudicar 77 mil presos nesse regime assegurado por lei".

Marcus Vinícius Coelho, presidente da OAB.

Dois passos para uma vida perfeita

Ame!
Agradeça!
Joel Neto

PSDB paulista lança o Programa Canequinha Para Todos

A capacidade de dizer asneiras é uma maravilha.
Saiu no Estadão:
“O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, negou nesta quarta-feira, 28, que haja racionamento de água na Grande São Paulo e disse que se a crise de estiagem do Sistema Cantareira se agravar vai “distribuir água com canequinha” aos moradores atendidos pela concessionária.”
O “seo” Massato disse que o fornecimento de água à São Paulo já foi reduzido em  9 mil litros por segundo – o que equivale a 780 milhões de litros – o que, na prática, representa uma redução de 30% no volume de água disponibilizado aos moradores da região  metropolitana.
É uma maravilha.
Só falta os tucanos apelarem para que os paulistas não tomem banho todo dia.
É “chic”, dizem que os franceses fazem assim.
E o “seo” Massatoo foi além.
Disse que se faltar água em São Paulo, antes vão faltar luz e comida.
Haverá levas de retirantes de São Paulo para o Nordeste, não é…
“Inté mesmo os tucaninho, “bateu” asa pro sertão”…
Ainda vou me candidatar a redator do José Simão…

Nokia Lumia 630 Dual SIM

A Microsoft anunciou hoje 28 de Maio a chegada do Nokia Lumia 630 Dual SIM ao Brasil. O bem falado aparelho é considerado o sucessor do famoso Lumia 520, que fez bastante sucesso por aqui.

O smartphone é dual SIM e ainda possui TV digital embutida, uma novidade e tanto em aparelhos com Windows Phone. Além disso, ele será o primeiro a sair de fábrica já com a nova versão do Windows Phone, a 8.1, que traz diversas melhorias na usabilidade e na interface.

“Com o lançamento do Lumia 630, o consumidor brasileiro desfrutará de uma série de benefícios em um smartphone acessível e de alto desempenho. Além de poder economizar em suas ligações e envio de SMS, com a possibilidade de escolher entre duas linhas telefônicas, o usuário poderá acompanhar seus programas favoritos na TV aberta com a tecnologia desenvolvida pelo INdT (Instituto Nokia de Tecnologia)”, comenta Clarissa Lettieri, gerente de produtos e portfólio da Microsoft Devices.

O novo Lumia 630 Dual SIM é fabricado em Manaus e vem com processador Qualcomm Snapdragon 400 de quatro núcleos rodando a 1,2 GHz, 512 MB de memória RAM e 8 GB de armazenamento. Além disso, o aparelho tem entrada para cartão de memória de até 128 GB e a Microsoft oferece 7 GB de espaço gratuito no OneDrive.
Lumia 630 Dual SIM
A tela é de 4,5 polegadas com o Gorilla Glass da Corning, mais resistente, além da tecnologia ClearBlack. A câmera traseira é de 5 megapixels, mas não tem câmera frontal. A bateria é de 1.830 mAh, então não espere uma autonomia muito grande, principalmente quando assistir TV.

Junto com o Windows Phone 8.1, virão também o Nokia Câmera, Nokia MixRadio para streaming de músicas gratuitas e o excelente HERE Maps.

O aparelho tem preço sugerido de R$699 e deverá chegar às lojas Nokia Store a partir do dia 10 de junho. A pré-venda estará disponível já no próximo dia 06 na loja online da Nokia. Um modelo só com um chip também deverá chegar em breve, mas será vendido exclusivamente pela Claro.


Copa 2014

O que mais me impressiona é tanta gente enfeitando rua, mesmo sabendo que não vai ter Copa...
Loucos!!!

Demagogia é isso



Os que chamavam o Bolsa Família de "Bolsa Esmola", agora querem aprimorar kkkkk

O jênios tucanos imaginam que a gente não lembra o que disseram e fizeram para atrapalhar o Programa.

Babacas!

Dia dos namorados chegando...

Bom prestar atenção no relacionamento  antes de comprar um presente a prazo.
Será que o namoro vai durar pelo menos o prazo das prestações?
Pense bem!

Casais felizes dormem agarradinhos

Pesquisa na Grã-Bretanha sugere que posição de dormir indica nível de satisfação no relacionamento

Observar a linguagem corporal é uma estratégia assertiva para desvendar as reais intenções do outro. E essa lição pode ser aplicada até nas horas mais profundas do sono.
Uma recente pesquisa divulgada pela Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, apontou que as posições escolhidas para dormir podem indicar a personalidade e o nível de felicidade de um casal.
O trabalho, assinado pelo psicólogo Richard Wiseman, foi apresentado no Festival Internacional de Ciência de Edinburgh. De acordo com a universidade, mais de mil pessoas responderam um questionário descrevendo sua posição preferida para dormir e avaliando a própria personalidade e a qualidade do relacionamento.
A maioria dos casais (42%) respondeu que dorme de costas um para o outro, enquanto 31% dormem virados para o mesmo lado e apenas 4% passam a noite de frente um para o outro. Além disso, 12% ficam a menos de 2,5 cm do parceiro e 2% preferem dormir a mais de 70 cm de distância.
Felicidade e personalidade
Um dos pontos mais interessantes da pesquisa, segundo o próprio autor em entrevista à universidade britânica, é que a distância mantida pelo casal à noite reflete diretamente quão felizes são na própria relação. Quanto mais afastado o casal dorme, pior é o relacionamento, garante Wiseman.
Entre os entrevistados que dormem a menos de 2,5 cm, 86% dizem estar felizes com o companheiro, contra 66% dos que passam a noite entre 70 cm.
“Uma das diferenças mais significativas no estudo envolve o toque, com 94% dos casais que passaram a noite em contato físico um com o outro se consideram felizes no relacionamento, comparando com 68% que não se tocam”, disse.
Personalidade
O trabalho revelou ainda que curiosas características da personalidade são também desvendadas pelas posições durante o sono. Extrovertidos, de acordo com o estudo, preferem ficar próximo ao parceiro durante a noite. Os criativos acabam escolhendo dormir do lado esquerdo do corpo.

Ouro branco da Amazônia: a história dos soldados da borracha

Boletim de notícias da Rede Brasil Atual - nº52 - São Paulo, 28/mai/2014
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/05/ouro-branco-da-amazonia-a-historia-dos-soldados-da-borracha-9078.html

Ouro branco da Amazônia: a história dos soldados da borracha

Na 2ª Guerra Mundial 35 mil homens sertanistas perderam suas vidas em uma batalha silenciosa dentro da floresta e só agora, 71 anos depois, começam a ter sua história reconhecida pelo Brasil
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/05/depois-de-15-anos-aprovada-a-pec-do-trabalho-escravo-7231.html

Depois de 15 anos, Senado aprova PEC do Trabalho Escravo

http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2014/05/metroviarios-ameacam-parar-no-dia-5-de-junho-5012.html

Metroviários de São Paulo ameaçam parar no dia 5 de junho

http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2014/05/uip-retira-correcao-salarial-de-servidores-que-ja-constava-no-holerite-5418.html

Alckmin retira correção salarial que já constava do holerite de servidores da saúde

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/05/para-valter-pomar-eleicoes-terao-disputa-durissima-no-2-turno-mas-vamos-ganhar-4074.html

Para Valter Pomar, eleições serão 'disputa duríssima', mas PT deve ganhar

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/05/a-vergonha-de-ronaldo-e-seu-lado-macunaima-3909.html

A 'vergonha' faz Ronaldo esquecer seu lado 'Macunaíma'

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/copa-na-rede/2014/05/porto-alegre-cidade-sede-da-copa-dois-estadios-reformados-5187.html

Porto Alegre recebe os jogos do Mundial: 2 estádios de ponta

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/copa-na-rede/2014/05/meia-da-selecao-alema-da-vexame-em-hotel-de-berlim-5304.html

Meia da seleção alemã dá vexame em hotel de Berlim

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Globo diminui audiência e aumenta faturamento

A "Vênus Platinada" vem perdendo - em média - 10% da sua audiência nos últimos anos. Mas, ao contrário do que deveria ser - também diminuir o faturamento -, acontece exatamente o contrário. A cada número negativo no IBOPE, números positivos no Caixa.

Curioso que sou, tentei saber qual o segredo dessa mágica. E conversei com um alto executivo vendedor de propaganda do PlimPlim. 

Exigindo sigilo, e deixando absolutamente claro que: "Lhe processo por calúnia, injúria, difamação e tudo mais que possa, caso revele meu nome".

Prometi sigilo da "Fonte" e repeti a pergunta: Qual o segredo dessa mágica?

Numa palavra ele revelou tudo:

Chantagem!

"Suspeitei desde o princípio"...

*Autodefinição do cubano Fabio Hernandez

A mulher da tatuagem de golfinho na virilha

“Você não mudou nada. Sempre com cara de criança. Sempre calado. Pensativo. Às vezes eu tinha que fazer a pergunta e a resposta para que nossas conversas não morressem.”
Fabio arregalou os olhos e encarou Lenira. Fazia cinco anos que não a via, mas parecia que estivera com ela na noite anterior. Fora a roupa, agora muito mais elegante, ela não mudara nada. Os cabelos pretos como uma noite siberiana de inverno continuavam a escorrer pelas suas costas como uma capa de super-herói.
Os óculos pretos de aro fino, antes sem marca, agora Armani, ainda lhe davam o ar ingenuamente sexy de professora. Os grossos lábios vermelhos sem batom – batom para quê? Um fêmur deslocado aos 15 anos deixara a perna direita de Lenira ligeiramente menor que a esquerda. Fabio adorava vê-la caminhar. Ninguém se movia com tanta graça, achava. O maior espetáculo da Terra. Lenira vestia um tailleur rosa de executiva.
Subitamente passou pela cabeça de Fabio a idéia absurda de dizer coisas assim: “Ei, você sabe que eu prefiro você de jeans e camiseta branca, como no passado? Você ainda fica com as bochechas vermelhas depois do amor? Você pode me deixar ver, pela última vez, aquela tatuagem de golfinho na virilha direita?”
Quantos anos ela já tinha? Trinta? Não, 31. Era quatro anos mais nova que ele. Pensou na Sofia de Machado de Assis. “O tempo, como um escultor vagaroso, a ia esculpindo ao correr dos longos dias.” Uma vez, no primeiro aniversário do dia em que alugaram um apartamento e foram morar juntos, escrevera isso no cartão em que lhe dera as obras completas de Machado em três volumes. Quando o deixou, ela não as levou. Os livros de Machado jaziam desprezados numa estante do pequeno apartamento em Pinheiros. Fabio se perguntou o que Lenira teria feito do cartão. Provavelmente o jogara fora, pensou. Ela jamais guardara nada, ao contrário dele.
“Você deve ter achado estranho eu aparecer depois de tanto tempo, não é, Fabio? Telefonar e marcar um almoço exatamente nesse restaurante.”
Esse restaurante. A cantina Speranza, na Bela Vista. Freqüentavam nos bons tempos. Um restaurante charmoso e barato, bom para gente de dinheiro contado como ele ontem e hoje e para ela ontem.
“Você nunca quis ir a outros restaurantes. Sempre a Speranza, sempre a lasanha à romanesca, sempre a Coca-Cola, sempre a musse de chocolate. A primeira coisa em que eu reparei hoje foi o seu pedido. Lasanha e Coca. Se pelo menos fosse Coca light. Quase que eu falei quando o garçom anotou o pedido: e musse de sobremesa para ele. Fabio, Fabio, você nunca vai mudar?”
Fabio achou no tom de voz de Lenira alguma coisa que sugeria que ela podia estar à beira de lágrimas ou gargalhadas. Não estava preparado para lágrimas. Preferia gargalhadas. Era mais fácil enfrentá-las.
“Eu precisava dizer certas coisas. Coisas que não foram ditas.”
Fabio fez um gesto com as mãos como dizendo que não, ela não tinha que lhe dar satisfação nenhuma. Algumas palavras talvez tivessem importância num passado já remoto, não agora.
“Quando eu decidi ir embora, sabia que não conseguiria falar com você. Olhar para você e dizer adeus. Mas imaginava escrever uma carta que explicasse tudo. Aí eu peguei a caneta e… e nada. A gente pensa que certas coisas são mais fáceis de escrever do que de dizer, mas isso é uma ilusão.”
Passou rápido por Fabio a lembrança de que Lenira jamais fora, mesmo, uma boa redatora. Estudara jornalismo, mas depois se fixara no departamento comercial de uma revista.
Ela tirou os óculos e os pôs na mesa. Era um sinal, Fabio sabia, de que estava emocionada. Era como se a vista turva a ajudasse a enfrentar melhor certas situações difíceis. Fabio sentiu uma súbita e absurda vontade de pedir a ela que caminhasse pelo restaurante, para ver aquele andar inigualável e majestoso em sua leve oscilação, mas tinha noção do ridículo de tal pedido e permaneceu calado.
“Não sei quantas vezes iniciei um bilhete de explicação e rabisquei tudo. No fim desisti. O silêncio era mais digno do que uma carta vulgar de despedida, cheia de lugares-comuns e de erros de português.”
Uma amiga de Lenira lhe telefonou, um dia, para dizer que ela decidira sumir um pouco para pensar na vida. Deixara o emprego, deixara o namorado, deixara a cidade, deixara tudo. A amiga disse que ela fora viajar para ninguém sabia onde. Fabio dormira depois, algumas vezes, com essa amiga de Lenira. Aprendeu ali que o sexo pode ser sinônimo de desespero. Naqueles dias, Fabio só se sentia vivo quando estava dentro de uma mulher.
Alguns meses depois da partida de Lenira, Fabio a viu numa coluna social, mulher de um homem 20 anos mais velho que ela, Miguel. Ele era um figurão do mundo publicitário. Conquistara leões de todas as espécies em Cannes e era sócio de americanos numa grande agência. Lenira era sua segunda mulher. Pouco mais de um ano depois, leu também numa coluna social que Lenira e Miguel tiveram um filho. Quase desesperara ao sabê-la perdida.
“Quando nós fomos morar juntos, eu pensei que era para sempre, Fabio. Mas tudo mudou, depois. Você, Fabio. Você mudou, cada vez mais monomaníaco. Primeiro ouvia músicas variadas, depois só o Nirvana, depois só o Acústico do Nirvana, depois só My Girl. Deus, às vezes passo dias sem conseguir tirar essa maldita música da cabeça.” Cantarolou um trecho, desafinada como sempre. Ninguém é perfeito, pensou Fabio.
Ocorreu a ele que não poderia haver prova de amor maior do que gostar de ouvir cantar uma mulher desafinada. E ele gostava de ouvi-la. “My girl, my girl / Don’t lie to me / Tell me where did you sleep last night.”
A história da música, sabia Fabio, era a história deles dois, a história de milhares, milhões de casais, aqui, ali, em todos os lugares. A falência de um romance, a tristeza, o desamparo, a perplexidade. Sempre a mesma história. Ridículo achar que um caso de amor possa ser especial, quimera vã e despropositada de amantes pretensiosos. Ocorreu a Fabio que Lenira entrara no restaurante acusando-o de não ter mudado em nada e agora o acusava de ter mudado em tudo. O que poderia se chamar de caso sem solução.
“Depois foram os livros. Você lia tudo, me fez ler até Guerra e Paz. Demorei seis meses, mas consegui. Depois só Machado de Assis, depois só um conto, sei o nome, Um Capitão de Voluntários. Quantas vezes você leu esse conto? Cento e oitenta, 320? E ainda dizia que era um conto menor do Machado de Assis. Menor! Eu comecei a ficar com medo. Eu tinha medo de você. Ainda tenho. Você pode imaginar o que é, de repente, descobrir que o homem com quem você dorme é um desconhecido? Um… um… um lunático?”
Lenira olhou para um jovem casal numa mesa ali perto. Estavam completamente entretidos um com o outro. Por baixo da mesa ela tocava os pés dele. De tempos em tempos ele se erguia parcialmente sobre a mesa para beijá-la.
“Parece que estou vendo a gente alguns anos atrás. Acho que um relacionamento começa a terminar quando as conversas começam a terminar. Aquele casal ali. Parece que eles poderiam conversar dias, anos sem parar. Sabe do que eu mais sinto saudade? Das nossas conversas do início. Eu gostava tanto do som da sua voz dizendo meu nome.”
Lenira fez uma pequena pausa como para se lembrar de alguma conversa que tivera, no começo, com Fabio. Depois prosseguiu. “Que coisa mais absurda ter 20 anos e acreditar em palavras tolas e sem sentido como amor. Ora, o amor. Devia estar escrito assim em todos os dicionários. Amor: o mesmo que ficção. E cuidado ao usar porque machuca.”
Lenira começou a chorar baixinho. Fabio pensou em abraçá-la, confortá-la, mas viu o absurdo de confortar quem vencera o embate entre os dois, a parte vitoriosa, a mulher que o abandonara para crescer na vida. Ele era, ali naquela mesa, o derrotado. Ao fim de alguns segundos, ela já se recuperara. Os olhos verdes estavam levemente avermelhados. E só.
“Não sei se isso tem importância, mas eu só comecei a namorar o Miguel depois que deixei você. Enquanto nós estávamos juntos, sempre fui fiel.”
Fiel. Que palavra mais ridícula, pensou Fabio. Ninguém é fiel a ninguém. As pessoas só são fiéis a si próprias. Às vezes, nem a elas mesmas. Fabio achou pelo tom de voz de Lenira que ela pronunciara a palavra fiel como se julgasse merecer uma condecoração.
“É verdade: nunca dormi com ninguém quando estávamos juntos. Eu… eu simplesmente não tinha a menor vontade.”
Era a Lenira de sempre, pensou Fabio. Usava “dormir” como sinônimo de copular. Podia ser pior, ele sabia. Lenira podia preferir “fazer amor”. Falava de Miguel como se fosse um velho conhecido de Fabio.
“Não podia terminar bem. Você parecia não gostar mais de nada, só de ler Machado de Assis e escutar o Nirvana. Eu tinha uma festa, você não ia. Queria ver um filme, você não ia. Pareço estar ouvindo o que você dizia de cinema. Cultura de preguiçoso. Quem não tem preguiça lê livro. Quem tem vê filmes. Você sempre foi tão cínico. Mesmo agora. Eu falo essas coisas todas, tão importantes para mim, tão duras que levei cinco anos para conseguir dizer, e você me olha impassível, com um sorriso pregado no canto dos lábios. Eu nunca atingi você, não é, Fabio? Me pergunto quantos dias você demorou para perceber que eu tinha ido embora.”
Fabio achou que não era o momento de falar no quanto sofrera. Não ia falar no dia em que pegara uma tesoura e, num acesso de fúria, rasgara as fotos dos dois. Como sempre, quem precisava falar era ela, não ele. Reparou que ela não tocara na comida, uma salada de salmão acompanhada de água sem gás. Tudo bem, Lenira não fora ali para comer.
“Ainda no dia anterior eu esperei alguma coisa, um gesto, um sinal que mostrasse que eu tinha alguma importância pra você. Que você me achava tão importante quanto My Girl e um Capitão de Voluntários. Mas nada. Você tinha se refugiado num mundo no qual eu não conseguia entrar.”
Fabio demorara algum tempo para entender que essa indiferença fingida era apenas uma autodefesa errada e inútil. Sabia que perderia Lenira, algum dia, para alguém mais adequado que ele. Um homem que a levasse para dançar, para viajar, que a fizesse sorrir. Alguém como Miguel. Fabio sempre olhara Lenira de cima para baixo, uma perspectiva que só poderia mesmo levar o casal ao colapso.
Lenira e Miguel parecem feitos um para o outro. Dois vitoriosos, que se olhavam de igual para igual. Pareciam tão felizes, os dois, nas fotos das colunas sociais. Por saber que a perderia, Fabio construíra um mundo ao qual Lenira não pertencia. Uma tolice, sabia agora, mas a vida é exatamente isso, uma sucessão interminável de tolices. E a gente só percebe que cometeu um erro grave num relacionamento depois que já é muito tarde para corrigi-lo.
“Fabio, Fabio. Você não vai falar nada?”
Fabio pensou em falar algo, mas se calou. Não falara nada quando falar poderia ter feito alguma diferença. Agora não fazia sentido falar nada.

“Fabio, Fabio, eu …”
Fabio percebeu que Lenira estava perto de perder o controle. Mas nunca houve nada que ele pudesse fazer a esse respeito.
“Eu te detesto, te detesto, te detesto. Você arruinou minha vida. Você me tornou uma mulher amarga, uma mulher que não consegue sonhar.”
Ele pensava que Miguel e ela fossem felizes. Era o que parecia nas colunas sociais.
“Você dizia que gente que não leu Sthendal não sabe nada da vida. Sthendal, não é isso? Não me lembro de ter passado uma noite só com você sem que você acendesse o abajur para ler um livro e …”

Lenira fez uma pausa breve, para recuperar ao mesmo tempo o fôlego e a raiva.
“… não consegui deixar de reparar que o Miguel nunca lia um livro antes de dormir. Mas ele é bom de sexo, entendeu? Muito bom, Fabio. Fabio, Fabio, eu te detesto.”

Ela foi subindo o tom de voz. Naquela altura todo o restaurante sabia que ela o detestava, e que Miguel era bom de cama.
Lenira levantou-se subitamente e foi embora. Fabio ficou na mesa. Admirou, uma última vez, o olhar torto e sublime de Lenira.
Depois olhou para o casalzinho que estava na mesma mesa em que eles gostavam de se acomodar. Estavam tão apaixonados.
Teve pena dos dois.

Depressão - identificado neurônios que causam a doença

Pesquisas comprovou que a região conhecida como córtex pré-frontal medial se torna hiperativa nas pessoas que sofrem da doença

EUA - Um estudo do Laboratório de Cold Spring Harbor, nos EUA, divulgado nesta terça-feira na revista científica “The Journal of Neuroscience” mostra que pesquisadores identificaram os neurônios que determinam se um indivíduo vai ser deprimido ou resiliente, ou seja, se terá poder de recuperação - quando em contato com o estresse. A pesquisa é mais uma que tenta entender a doença que atinge mais de 20% das pessoas em algum ponto de suas vidas. A novidade pode representar a descoberta de um marcador neurológico de depressão, algo que ainda não existe.

Depois de anos analisando as imagens do cérebro para procurar mudanças neurais durante a depressão, os cientistas descobriram que a região conhecida como córtex pré-frontal medial se torna hiperativa nas pessoas deprimidas. Esta área é bem conhecida por desempenhar um papel no controle das emoções e do comportamento, ligando nossos sentimentos com nossas ações. Mas os escaneamentos cerebrais não foram suficientes para determinar se o crescimento da atividade no córtex pré-frontal medial causa a depressão, ou se esse resultado é simplesmente um subproduto de outras doenças neurais.

Por isso, o professor Bo Li, líder do estudo, partiu para identificar as mudanças neurais que são subjacentes à depressão. No trabalho publicado hoje, ele e seu time usaram um modelo de depressão para ratos, chamado “desamparo aprendido”. Eles combinaram este modelo com um truque genético para marcar os neurônios específicos que respondem ao estresse e descobriram que os do córtex pré-frontal medial se tornam altamente excitados em ratos que estão deprimidos. Estes mesmos neurônios ficam fragilizados em ratos que não estão dissuadidos pelo estresse – o que os cientistas chamam de camundongos resilientes.

Depois, com a ajuda de química genética, aumentaram artificialmente a atividade neural nos ratos de laboratório. Os resultados foram notáveis: ratinhos uma vez fortes e resilientes se tornaram desamparados, mostrando todos os sintomas clássicos da depressão. O estudo ajuda a explicar como um promissor novo tratamento para a depressão pode levar a melhorias.

Agora, o desafio dos cientistas é explorar como os neurônios do córtex pré-frontal medial se tornam hiperativos. Assim, a ciência vai caminhando para desvendar a depressão.

Frase do dia

Os aeroportos não tem padrão Fifa...
Tem padrão Brasil.
Não estamos fazendo aeroportos só para Copa, só para Fifa.
Estamos fazendo aeroportos para os brasileiros!"

É esse o País da Copa III ?

Rango do dia