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Venda de emendas

[...] 06 meses sem que nada tenha sido investigado 



Guardo um silêncio obsequioso a respeito do caso, enquanto aguardo o aprofundamento das investigações e as primeiras conclusões delas sobre as denúncias que envolvem o líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO). Mas, se guardo um silêncio obsequioso, a mídia adota um silêncio cúmplice com os fatos e as investigações relativas ao líder demo, sem registrá-los em maior extensão e sem se aprofundar nas apurações que ela própria costuma fazer.

No caso Demóstenes Torres a imprensa adota um comportamento semelhante ao que segue em relação a venda de emendas parlamentares paulistas, um vício criminoso, que se tornou uma prática tucana comum em São Paulo, conforme o deputado Roque Barbiere, do PTB, integrante da base do governo do tucanato paulista.

Na semana passada se completaram exatos seis meses da denúncia Barbiere, de que a maioria dos deputados da base governista tucana de São Paulo vende emendas para ONGs, empreiteiras e prefeituras paulistas. Sem que, no que dependia do governo estadual, dos tucanos que administram o Estado há duas décadas, nada tenha sido apurado.

Tucanos põem pedra em cima do caso da venda de emendas


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ALESP
Pelo contrário, determinaram o imediato encerramento dos trabalhos da Comissão de Ética da Assembléia, que poderia apurar o caso, e botaram uma pedra em cima, embora os governadores, ex José Serra e atual, Geraldo Alckmin tenham sido obrigados a reconhecer que antes da denúncia pública Barbiere comunicou o fato em ofício ao Palácio dos Bandeirantes no dia 26 de dezembro de 2010.

Serra e Alckmin também ajudaram o secretário de Estado e deputado Bruno Covas (PSDB) a fugir de explicações sobre a proposta de propina que recebeu conforme confessou em entrevista ao Estadão. Seis meses depois, só há a arrastada investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP).

Mas a mídia nacional, nos dois casos (Demóstenes-venda de emendas parlamentares), faz de conta que não viu e não sabe. Este silêncio e pouca importância atribuída aos dois casos, sim, é um escândalo que precisa ser denunciado. Não fosse o promotor,  o caso Demóstenes já teria caído no esquecimento coletivo graças a esta ação parcial da mídia, que hora faz propaganda pura, o papel de policia, da Procuradoria e da justiça em certas investigações, ora simplesmente encobre certos escândalos, segundo seus interesses comerciais e políticos.
por Zé Dirceu