ou - é o cipó de aroeira no lombo de quem só sabia mandar -
A onda Aécio Neves começou na véspera e no dia da votação do primeiro turno. Cresceu, parecia irresistível e não se sabia aonde iria parar. Poderia ficar muito acima de Dilma, ou parelha.
Ficou parelha, levando os os grupos de mídia tentaram buscar um segundo salto em cima dos seguintes fatos:
1. Com a ajuda dos Procuradores do Paraná e do juiz Sérgio Moro, os depoimentos seletivos de Paulo Roberto Costa.
2. A adesão estrepitosa de Marina Silva e da viúva de Eduardo Campos.
As denúncias monopolizaram a discussão política por vários dias. Os grupos de mídia hipervalorizaram a adesão do PSB, sem dar destaque às reações internas; transformaram em pacto programático o suicídio político de Marina Silva, com pouco destaque para os protestos da cúpula da Rede.
Com todo esse investimento, Aécio não saiu do lugar. De lá para cá houve estabilização nas pesquisas – dois pontos a mais para Aécio no Ibope e Datafolha; dois a mais para a Dilma no Vox Populi; o resto não conta.
Superados os dois momentos pró-Aécio, ele terá agora que enfrentar a contraofensiva, com dois pontos altamente sensíveis:
1. Nos debates da Band, entrou em uma estratégia de alto risco: toda denúncia ou crítica levantada por Dilma era rebatida com indignação – a ponta de taxa-la várias vezes de leviana. Sempre a mesma resposta. Nesse ponto mostrou ter assimilado à risca o estilo José Serra de sofismar: primeiro, mostre indignação; depois, transfira a responsabilidade para fatores externos, de preferência para o governo federal. Em um próximo debate, bastará uma comprovação cabal de que Aécio blefou para sua muralha de negativas ruir.
2. A crise da água em São Paulo já está explodindo. Justamente no centro que representa o eleitorado mais pró-Aécio.
Como já antecipei algumas semanas atrás, o caso água representará para Geraldo Alckmin o mesmo que a desvalorização cambial para o segundo governo FHC. Rompe definitivamente a blindagem do governador. Nos próximos meses, haverá a dissecação honesta do seu governo, comprovando ter sido um dos mais desastrosos da história de São Paulo.
Se a campanha de Dilma souber aliar a crise de São Paulo com as promessas de campanha de Alckmin e, pelo veio do PSDB, chegar até Aécio, conseguirá desconstruir a candidatura Aécio.
Há pouco tempo de campanha pela frente e certamente os grupos de mídia tratarão de adiar a hora da verdade. Mas não poderão bater de frente com os fatos.
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