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Alfabeto de Corpos

Rolê de Traíra

Ingredientes:

Uma porção de LULA
Uma pitada de alianças
Um punhado de partidos interesseiros

Modo de fazer:

Misture os ingredientes juntamente com o PMDB, PDT, PSB, PR entre outras agremiações de pouca expressão. Coloque tudo num liquidificador e deixe bater até virar um caldo Escuro e denso e sirva para o povo, após comerem ficarão com uma tremenda dor de barriga que nem o melhor remédio irá curar.

Desabafo

Marco Antônio Leite

Caro Briguilino, estou muito aborrecido com vossa senhoria, pois venho comentando sobre a conduta neoliberal do compadre Lula e, nada esta sendo postado sobre esse assunto.

Seu blog no meu entendimento é um dos melhores que existe, mas não é defendendo somente um lado da moeda que se faz democracia de verdade.

Democracia de fato é aquela que fala bem ou faz criticas da esquerda, direita, anarquistas ou daqueles que não tem uma ideologia definida.

Por diversas vezes fiz criticas ao malandro do Zé Dirceu, homem que fez com que muitos ex-petistas radicais caíssem fora do PT água com açúcar devido às alianças feitas com partidos políticos conservadores e de direita conhecidos e manjados daqueles que não aceitam a elite que de fato manda e desmanda nesta bagunça disfarçada de nação.

Caro Marco, é uma honra e satisfação grande ter sua colaboração no blog. Mas, é bom você lembrar que além de publicar aqui, você também publica em outros e muitas vezes manda texto que já estão surrados de tanto serem lidos.

Quanto a defender e apoiar o governo Lula, Dilma Rousseff e José Dirceu eu não escondo de ninguém. E minhas criticas a eles prefiro fazer internamente. Publicamente já tem a tucademopiganalhada para fazer.

Saudações Briguilinas!

Exportação não é tudo

“Poucos atentam para isso, mas a China é menos dependente do exterior do que se imagina. As exportações chinesas não desempenham papel de principal motor da economia.O que verdadeiramente impulsiona hoje são os investimentos em ativos fixos e o consumo interno, incluindo gastos residenciais e públicos."

"O grande mito de que exportações líquidas são o principal motor do crescimento tem sido cada vez mais refutada diante do agravamento da crise mundial e consequente retração do mercado mundial."

"Em 2008, elas contribuíram com apenas 0,5 ponto porcentual para o aumento do PIB e, no primeiro semestre de 2009, essa contribuição foi negativa em 2,9 pontos. Impulsionados pelo pacote de estímulo, aumentou consideravelmente a contribuição do investimento fixo para o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2009, com 6,2 pontos ante 4,3 pontos em 2008. Já o peso do consumo interno foi de 3,8%."

"A China tornou-se o principal parceiro comercial brasileiro, ultrapassando os EUA pela primeira vez, atesta Rodrigo Maciel. E tudo indica que poderemos continuar assim nos próximos trimestres. É uma oportunidade única, num mercado mundial deprimido."

Rodrigo Tavares Maciel, secretário executivo do Conselho Empresarial Brasil-China

Aonde estão agora os críticos e especialistas que tanto bateram na política externa do governo do presidente Lula?

Gripe suina

Para ser criminoso

Gente lembram do Severino, aquele que a imprensa transformou no pior e mais perigoso criminoso do Brasil, quando foi eleito pela oposição a presidência da câmara e depois apoiou Lula?...

Pois é gente, para ser criminoso, bandido, e o diabo a quatro que seja basta ser do PMDB e defender o apoio oficial do partido a candidatura Dilma Rousseff. O resto é conversa pra boi dormir.
E quer ser bom? Apoie a tucademopiganalha.

Vide o Quercia, depois que apoiou o Serra...virou um santo.

A renda não encolheu

A verdade é que, nos últimos 12 meses, a renda real da população cresceu 6,6%, já descontada a inflação. O emprego não encolheu. Cresceu menos. E, pra mim, recessão já era, neste Brasil cor de anil.

O crédito avançou mais 4%. E o consumo das famílias em supermercados, mais 3,5%. Ora, consumo maior, com renda melhor e crédito em volumes maiores, em prazos maiores e a juros menores - e eis que 74% dos consumidores, em pesquisa da USP na Grande São Paulo, acabam de sinalizar que a intenção de compras para este segundo semestre é a maior dos últimos dez anos.

Essa combinação toda aponta mesmo para a reaceleração da economia brasileira. Em junho, por exemplo, a ocupação dos aviões no país cresceu nada menos de 10%.

Se o PIB 2009 fechar acima de 2%, não me surpreenderá. Saravá!

E que, neste Brasil cor de anil (onde já se viu?) a recessão já era. A economia abalroada pela crise importada trocou a ré pela primeira e já engata a segunda. Ela andou pra trás na rampa da erupção da crise global, mande in USA e abusa.

Quando?

No último trimestre do ano passado, tempo do fim do mundo. Nosso PIB verde-amarelo de susto recuou 3,6% de outubro a dezembro. No primeiro trimestre deste ano, recuo adicional de 0,8%. Mas o mercado, em junho, jurava por todos os juros retração de até 2,5%.

Pra variar, errou.

Ou seja: para 9 em cada 10 analistas (ou cenaristas), até o passado é imprevisível. Pois agora surgem os primeiros indicadores, na virada do semestre, dando conta de um PIB trimestral acima de 1%, na média de abril, maio e junho. Com impulso de banguela para 2% no terceiro e 3% no quarto e último trimestre de 2009. Algo parecido com PIB gregoriano de 1,3%. Mas o mercado continua apostando, para todo o ano, em recessão de meio por cento.

Se não adivinharam o passado, como é que vão enxergar o futuro?

Pé-frio do Aécinho e o silêncio midiático

Já imaginaram que escândalo seria se o Lula em um jogo do Corinthias bancasse a viagem de dezenas de convidados, todos no bem bom, para assistir no morumbi, a um jogo. Pois é... o Aécio pode!!


Raimundo André

Brasilia - DF

Impression, soleíl levant - Claude Monet

Rolê de Traira


Ingredientes:
  • batatas
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 150 g de farinha
  • espinafres
  • 1 kg de traira
  • 2 gemas
  • sal
  • pimenta
Preparação:

Cozinhe as batatas em água, temperada com sal .Escorra-as e passe-as pelo passe-vite. Misture a manteiga e a farinha, tempere com sal, pimenta e noz-moscada. Depois estenda um pano na bancada e polvilhe-o com farinha. Coloque sobre ele o preparado de batata e espalhe-o até obter um rectângulo. Escalde as folhas de espinafres em água fervente e escorra. Espalhe as folhas sobre a batata de seguida, sobreponha a traira. Enrole a massa até obter uma torta. Pincele com as gemas batidas,leve ao forno para gratinar.

O Brasil será uma superpotência

O Brasil deverá se tornar um dos motores da recuperação da economia global, afirma Leonardo Martinez-Diaz, especialista do Instituto Brookings e um dos organizadores do livro "O Brasil como uma superpotência? Entendendo a mudança do papel do Brasil na economia global", recém lançado nos EUA.

Para ele, o Brasil está posicionado de modo a colher os benefícios da retomada do crescimento mundial, que deverá começar pela Ásia. Confira trechos do que ele falou.

  • O Brasil é uma das dez maiores economias do mundo. Ele tem os ingredientes certos para isso, mas terá de manter as políticas adotadas, especialmente no nível macroeconômico. Considerando que continuem, estou confiante que o Brasil será um dos motores da recuperação.
  • Há duas maneiras de avaliar isso. A primeira é a tradicional, com base apenas em números e, neste caso, o Brasil seria a nona ou décima economia mundial. Em escala, ainda há um grande caminho a percorrer até chegar entre as quatro maiores.
  • O Goldman Sachs estima que o país precisaria crescer a 4% ao ano até a metade do século para atingir o tamanho de uma superpotência.
  • A segunda maneira é olhar se o Brasil tem influência para afetar as regras da economia global. E, desse ponto de vista, você pode chamar o Brasil de uma potência em ascensão, muito próximo de uma superpotência, pois ocupa um papel muito importante em mercados de commodities, tem um papel expressivo na OMC [Organização Mundial do Comércio], no G20, um papel em expansão no FMI e no debate sobre mudança climática.
  • A crise teve dois efeitos. O primeiro foi mostrar que o Brasil e outros emergentes não estão descolados, independentes dos EUA. Mas o segundo ponto é que o Brasil é muito resiliente, muito mais resistente à crise do que no passado. Além disso, tem uma poderosa base de crescimento dentro do país.
  • Vivemos um período de condições extraordinárias e raras nos últimos dez anos, entre a crise asiática e a crise atual, com alto crescimento, estabilidade, altos preços de commodities e demanda aquecida. Não vamos voltar a esse período tão cedo.
  • Avalio que a base de exportações do Brasil é diversificada e não depende apenas dos EUA e da Europa, mas também da demanda da Ásia, da América Latina e de algumas partes da África e do Oriente Médio. A recuperação deve começar primeiro na Ásia. O Brasil está posicionado de modo a tirar vantagens disso. As taxas de crescimento serão menores do que antes, mas haverá crescimento.
  • A política econômica externa brasileira é resultado de interesses e ideias conflitantes do governo e da sociedade. De um lado você tem políticas que são guiadas em prol de interesses econômicos, com uma pressão muito forte pela abertura de mercados agrícolas. De outro, você tem muita ênfase em acordos no eixo Sul-Sul que não trazem benefícios significativos para o país, não fazem sentido economicamente, mas ajudam a apoiar a visão de que o Brasil tem um papel de liderança entre os países em desenvolvimento.
  • Se isso puder ser traduzido em capacidade de avançar nas negociações de interesse próprio do país, sim. Em alguns casos não está claro que isso esteja acontecendo.
  • No Mercosul, o Brasil exagerou na descrição dos benefícios do bloco, mas não atacou os problemas. E há insatisfação de países como Uruguai e Paraguai. Há na região alguma suspeita sobre as ambições regionais e globais do Brasil. Podemos ver isso nas recentes tensões com Equador e Bolívia.
Tucademopiganalhada podem espernear, babar, espumar de raiva e inveja que não conseguiram esconder a verdade. Com o analfa Lula e o PT no poder, o Brasil se impôs e passou a ser respeitado no mundo.

Ana Maria e Globo condenados por ofensa a juíza


A apresentadora Ana Maria Braga e a TV Globo foram condenadas a pagar indenização de R$ 150 mil por danos morais para a juíza Luciana Viveiros Corrêa dos Santos Seabra, da 2ª Vara Criminal de Praia Grande, cidade do litoral de São Paulo. Para o juiz Alexandre David Malfatti, que assina a sentença, a apresentadora passou dos limites ao criticar uma decisão de Luciana.

No programa Mais Você veiculado em 20 de novembro de 2007, Ana Maria Braga criticou a juíza por ter libertado, meses antes, Jilmar Leandro da Silva, preso por agredir e manter refém a namorada, Evellyn Ferreira Amorim. Algum tempo depois que foi solto, o rapaz voltou a sequestrar a ex-namorada, a matou e se suicidou em seguida. O caso foi noticiado com destaque pela imprensa. Continua>>>

Comentário:

Os juízes brasileiros julgam-se acima do bem e do mal, consideram- se infalíveis e intocáveis. Criticar juiz é perigoso a liberdade e ao bolso.

Se político ou qualquer cidadão comum fosse "indenizado por danos morais" com a quantia de 150 mil por cada critica que recebe... ia faltar dinheiro. Mas, tem perigo não. Os juízes só agem com celeridade e dureza quando é para defender um colega...

Sabe aquela pessoa que pensa que é Deus?...

Pois é, os juízes do Brasil tem certeza que são.

É por estas e outras coisitas mais que eu digo: O judiciário é o mais corrupto dos poderes corrompe a ideia, o ideal de justiça.

Nelson Rodrigues racismo e livros

Já toquei no assunto, mas vou repeti-lo. Em toda a Europa, sobretudo na Itália, como nos EUA, o racismo volta com força na ideologia de J.A. Gobineau, da Chamberlain e de Gumplovicz, que defendiam a existência de raças superiores, dotadas de capacidade de comando.

As raças superiores seriam a germânica, ou a anglo-saxônica, as mais puras da raça ariana e o mais perfeito espécime do tronco indo-europeu. Era o velho sonho de Hitler.

Ora, tais movimentos resultam inúteis porque já se sabe, com certeza, não existir mais raça pura.

Os imensos movimentos de populações propiciaram um completo entrecruzar-se de todas as raças, devido ao qual a idéia de uma raça pura não passa de um mito.

No Brasil, existe um problema semelhante, em estado latente, caracterizado pela situação de fato da discriminação social.

Tudo se passa entre nós, como se, no plano coletivo, existisse uma generosa adesão às normas da igualdade democrática, mas no plano individual, quero dizer, no plano da consciência pessoal, ainda permanecem fortes resíduos de segregação.

Enfim, existe racismo no Brasil? Existe, sim, e forte. Só há pouco, vocês se lembram, tivemos o primeiro general negro do Brasil e o primeiro ministro negro do STF. Exceções especialíssimas.

Nélson Rodrigues, ´flor de obsessão´, costuma repetir, em muitas das suas geniais crônicas, o caso de Jean-Paul Sartre, quando andou no Brasil e foi a uma festa de grã-finos. De repente, o filósofo francês, Prêmio Nobel de Literatura de 1964, pergunta: ´E os negros? Onde estão os negros?´ Só via brancos e brancas. Uma grã-fina, ´de narinas de cadáver´, responde: ´Estão por aí assaltando algum chofer´.

Eu, de mim, que sempre tive bons amigos negros -- advogados, professores, jornalistas etc. -- costumo citar uma frase cujo autor desconheço: ´A sombra do negro é igual à do branco.´

Neste canto, um bom livro para ler é ´O Zumbi dos Palmares´ ou ´A Cabana do Pai Tomás´. Porém, como nem tudo é perfeito, tem gente que prefere ler o Paulo Coelho e até mesmo ler o relatório final sobre a guerra da reforma política no Senado.

HÉLIO PASSOS

Minha opinião:
No Brasil não existe preconceito racial. Existe preconceito social! Para ser mais exato, é o seguinte:
Tem dinheiro ...tudo bem, tudo tem.

VALE A PENA DIZER ... "EU GOSTO DE VOCÊ"

Bjs, abçs de quem mais te ama minha princezinha.
Te amo!!!

VALE A PENA DIZER ... "EU GOSTO DE VOCÊ"

Bjs, abçs de quem mais te ama filhão.
Te amo!!!

Porque a petrobras incomoda


Ana Maria e Globo condenados por ofensa a juíza

A apresentadora Ana Maria Braga e a TV Globo foram condenadas a pagar indenização de R$ 150 mil por danos morais para a juíza Luciana Viveiros Corrêa dos Santos Seabra, da 2ª Vara Criminal de Praia Grande, cidade do litoral de São Paulo. Para o juiz Alexandre David Malfatti, que assina a sentença, a apresentadora passou dos limites ao criticar uma decisão de Luciana.

No programa Mais Você veiculado em 20 de novembro de 2007, Ana Maria Braga criticou a juíza por ter libertado, meses antes, Jilmar Leandro da Silva, preso por agredir e manter refém a namorada, Evellyn Ferreira Amorim. Algum tempo depois que foi solto, o rapaz voltou a sequestrar a ex-namorada, a matou e se suicidou em seguida. O caso foi noticiado com destaque pela imprensa.

De acordo com o processo, a apresentadora da Globo disse que se tratava de uma tragédia anunciada e, em relação à juíza, afirmou: “Ele tinha sequestrado a jovem há menos de seis meses. Então a juíza falou: não, mas, né?, ele tem bom comportamento”. Também consta da ação que Ana Maria Braga afirmou que era preciso prestar atenção à juíza: “Eu quero falar o nome dessa juíza para a gente prestar atenção. Ela, ela, a juíza é Luciana Viveiro Seabra”.

A juíza entrou com ação de indenização por danos morais por conta das críticas. Ao condenar a emissora e a apresentadora, o juiz Malfatti, da 7ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro, em São Paulo, afirmou que “o ato judicial pode sofrer críticas da sociedade, como parte do Estado Democrático de Direito”, mas entendeu que as afirmações de Ana Maria transbordaram o direito de criticar e passaram para a esfera pessoal.

“Ora, qual era a finalidade de se mencionar em rede nacional de televisão o nome da juíza num contexto de indignação contra a decisão da mesma e para um público leigo?”, questionou o juiz. Para Malfatti, “ao declarar o nome da juíza, mais do que informar a prolatora de uma decisão judicial, a apresentadora deu a ela uma conotação pejorativa. Deixou a mensagem: a gente precisa prestar atenção no nome da juíza!”.

Informações do site Consultor Jurídico

Ouse fazer

O passo a mais que, longe, muito longe,

damos a cada caminhada é o que nos coloca
mais próximos de tudo o que ainda podemos ser.

A tentativa além,
um pouco mais além,
de todas as que já fizemos
é a que mais claramente revela do que somos capazes
e até onde poderemos chegar.

Quantos de nós nos entregamos antes mesmo de tentar.

Pela simples dificuldade de perceber
que é possível ultrapassar o limite do círculo que em torno de nós
e ao longo da vida traçamos.

Quantas vezes estivemos na iminência de girar a maçaneta da porta que nos levaria
da escuridão à claridade e não o fizemos,
simplesmente por não aceitar o impulso livre,
soberano e intuitivo que conduzia nossas mãos a girar.

Por não crer na liberdade,
nos impulsos da alma e na própria intuição.

Quantas vezes hoje você ouviu seu coração?

Sem temer,
sem limitar,
sem pré-conceber,
sem pré-julgar,
sem se prender,
deixando-se levar pelo prazer de descobrir,
correr riscos e realizar.

Pobre de quem põe a nuvem do medo diante dos olhos.

Que prefere fugir a se dar o direito de praticar o sonho.

Tem aquele que, sem saber que era impossível,
foi lá e fez

Esta é sua vez.

O verdadeiro poder é de quem ousa.

José Oliva

O cordel conta a lua

Uma fala mítica que ganhou o impresso como forma de aproveitar as tecnologias disponíveis e assim poder permanecer.

Mesmo quando denunciamos como superada a velha dicotomia entre sagrado e profano, não podemos perder de vista a oposição entre o alto e o baixo, o céu e a terra, o sublime (mágico e misterioso) e o banal do cotidiano que precisa ser suportado.

Velhas narrativas sempre deram conta de festas no céu com a presença de animais. Foi assim que se estilhaçou o casco do cágado, numa queda desastrada, provavelmente por conta do excesso de bebidas. O ´trancoso´ reforçou estes relatos nas noites mágicas, ao pé das fogueiras, nos terreiros das fazendas, onde estivesse um narrador com o fôlego de Scheerazade para nos enlevar, nos meter medo ou nos deixar curiosos pela estória que não poderia ser estancada.

São Jorge reina, altaneiro, no mundo da Lua, montado em seu cavalo branco.

O guerreiro que ganhou no sincretismo brasileiro o codinome de Ogun, onipresente nas lojas de produtos religiosos e nas paredes das casas do povo, anima a torcida do Flamengo e come vatapá de camarão seco, com amendoim e muito dendê.

São Jorge parece ser nosso, de tão bem aclimatado, mas é cultuado na Geórgia, na Turquia, e, no final dos anos 1960, foi cassado pela Igreja oficial que não comprovou sua existência histórica, como se o mito não pudesse também ser canonizado.

O santo é o guardião do satélite da Terra. A presença da Lua na literatura e na música popular reforçou essa importância no imaginário coletivo.

A atualização do cordel passou por essa permanente abertura para a incorporação de novos temas. Os relatos míticos que nos situavam diante do amor e da morte, foram dando lugar a narrativas mais bem focadas e de acordo com a expectativa da média dos leitores.

Pode-se pensar numa adequação entre a mitopoética e a indústria cultural que se reforça com a publicação dos folhetos, no caso brasileiro, nos instantes de folga dos parques gráficos dos jornais.

Foi assim, que conseguimos juntar a musicalidade do nosso cantar improvisado, com as rimas, a observância da métrica, e essas histórias ganharam o suporte do papel.

Leandro Gomes de Barros cantou, em 1910, a passagem do Cometa Halley pelos céus da Paraíba. Um ´alumbramento´, como disse o pernambucano Manuel Bandeira, que se apaixonou pelos cantadores e os colocou como os grandes poetas do Brasil.

O cordel passou a funcionar como um jornal popular: feito de acordo com o que se pensava ser mais consumido e obedecendo a outra lógica, descolada dos manuais de redação dos jornais que passavam a ser empresas jornalísticas, superada a fase de defesa de postulados e de ligação mais evidente com os partidos políticos.

Passamos a ter muitos episódios importantes como tema dos folhetos, como o reforço da figura de Padre Cícero; as andanças e peripécias de Lampião e seu bando de ´rebeldes primitivos´; relatos de secas; denúncias de carestia e outras crônicas. Os folhetos de cordel, aparentemente frágeis e perecíveis, tinham impacto na formação da visão de mundo da gente do sertão.

Este aspecto de jornal se reforçou com guerras, mazelas, denúncias de injustiças e atinge seu ápice com o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Nunca o cordel tinha sido tão importante como possibilidade de uma leitura que fugia ao padrão da mídia oficial, comprometida com a desestabilização do Presidente nacionalista, versão revista e atualizada do outro Vargas (1937/ 1945).

Tecnologia

Chegamos aos anos 1960 com a crise anunciada do cordel. Não exatamente por conta da ditadura militar, mas pela crise do papel no mercado internacional que elevou os custos da produção dos folhetos.

A modernização do País levava a outros valores e a industrialização era uma meta.

Nesse mesmo tempo, a televisão trouxe novas formas de lazer e de sociabilidade. O mundo descobriu, estarrecido, o poder hipnótico do tubo azul que emitia uma mistura de rádio, cinema, teatro, história em quadrinhos e, principalmente, de circo.

O projeto militar passava pela construção de uma hegemonia que recorria às mídias e pela construção de uma rede de comunicação que envolvia o País através de satélites, torres, antenas e micro-ondas. Integrar era uma forma de controlar para dominar.

Foi assim que se constituiu a Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações) e tivemos a possibilidade das transmissões instantâneas e da constituição das redes de televisão. A parafernália estava sendo experimentada antes do Jornal Nacional, que foi ao ar, pela primeira vez em setembro de 1969.

A viagem dos astronautas norte-americanos que chegaram à Lua em 20 de julho de 1969 testou o alcance da receptividade não só da engrenagem, mas das possibilidades de cobertura de um evento que tinha todo o toque de ficção científica.

Tudo isso vinha com a Guerra Fria, desencadeada pela vitória das Forças Aliadas contra o nazi-fascismo, em 1945, e trouxe a dicotomia entre Estados Unidos e Rússia.

O sonho da conquista da Lua estava presente desde os tempos mais remotos. A possibilidade ganhava forma com a disputa entre norte-americanos e russos pela supremacia espacial. Foi assim que o satélite Sputinik batizou um bloco que desfilou no carnaval cearense do final dos anos 1950 e a cadela Laika foi ao ar numa viagem sem volta. A disputa pela tecnologia era, na verdade, a luta ideológica transplantada para outro ´front´.

Versão no cordel

Depois de muita espionagem, contra-informação e factóides, o homem chegaria à Lua e o poeta de cordel estava atento ao acontecimento. Mais que uma forma de interferir no real, era uma possibilidade de vender mais folhetos e dar conta da expectativa do leitor em relação à versão legitimada de um líder da comunidade que dava seu aval à efeméride.

Havia dúvidas em relação à chegada do homem à lua, como deixou claro o baiano Rodolfo Coelho Cavalcante: ´Muita gente por aí / anda bancando o palhaço/ dizendo que os astronautas / não conquistaram o espaço´. Mesmo a presença da televisão, mostrando o ´pequeno passo´ de Armstrong (e o grande passo da Humanidade), não apaziguou a todos.

Eram tantas as possibilidades de simulações, que a descida do módulo na Lua, a escavação para trazer amostra de pedras, o ´enfincamento´ da bandeira norte-americana no solo e as pisadas desajeitadas que inspirariam, anos depois, o ´moonwalker´ (ou caminhada na Lua) do ´astronauta´ Michel Jackson (1958/2009), pareciam ficção.

A voz do poeta

A Terra parou para ver o homem pisar o solo da Lua. Os céticos e renitentes ainda desconfiavam do que estavam vendo. O poeta nem sempre reforçava esta desconfiança. Não era bom para as vendas. Melhor trabalhar com o ufanismo da conquista, com o tom de vitória e de superação da Humanidade que dava um salto para frente, pelo menos em termos de tecnologia.

A produção de folhetos foi importante como registro do fato. Muitos folhetos estão na Biblioteca Amadeu Amaral, do Museu do Folclore, no Rio, dirigida pela bibliotecária cearense Maria Rosário Pinto. Outros na Comissão Pernambucana de Folclore, presidida pelo professor Roberto Benjamim. Vale recorrer à Casa de Rui Barbosa e ao Instituto de Estudos Brasileiros da USP.

Nomes importantes da literatura de folhetos se envolveram na cobertura, como o ´poeta-repórter´ pernambucano José Soares, o baiano Rodolfo Coelho Cavalcante e João José dos Santos, o Azulão, paraibano radicado no Rio de Janeiro, dentre outros.

Prevalecia o tom oficial. Os poetas não se inibiam de dizer que tinham tido os jornais e a televisão como fontes. José Soares, por exemplo, escreveu que ´Num jornal de Pernambuco / eu li numa reportagem´ e logo depois retoma a necessidade da legitimação pela mídia ao fazer uma variação do verso, desta vez com uma ´folha´ (com o ´f´ minúsculo) de São Paulo. Rodolfo cantou: ´A sombra de Armstrong / via-se na televisão´. Azulão ia além na ´pegada´ ideológica, com entusiasmo e ufanismo: ´E todos lances ao vivo/ com a EMBRATEL mostrando´.

As capas trazem, em sua maioria, fotos da cobertura jornalística. A capa cega seria pouco atraente e a xilogravura precisava de uma referência para ser escavada na madeira.

O tom eloqüente não impedia o recurso ao humor. Outra vez o poeta-repórter do Recife aproveitava para aproximar a Lua de seu Pernambuco: ´Lá não se canta Rojão / xaxado, xote ou ciranda´. A crítica ia além ao comparar os buracos da Lua com os do Recife deste tempo. Depois de levar um coice do cavalo de São Jorge, Armstrong ainda é questionado pelo santo: ´A Lua falta uma banda / foi você quem carregou?´.

A cor local se evidencia quando o poeta introduz um grande líder religioso na narrativa: ´Eu mesmo estava lembrado / Que Padre Cícero dizia / A Ciência eleva o homem / Mas não dá autonomia / Se faz o que Deus consente / O resto é hipocrisia´.

Outra vez as ideologias vêm à tona quando Rodolfo fala mal da Rússia e toma partido ao declarar num verso: ´Ó grande América do Norte / aliada do Brasil´.

Assim, quarenta anos depois, por meio das páginas amarelecidas dos folhetos ou através da consulta ´on line´ dos acervos digitalizados, é possível evocar a euforia provocada pela conquista da Lua. O cordel testemunhou este momento. Não é difícil rememorar o range-range onomatopaico das velhas máquinas impressoras, o pregão das feiras e a magia do vendedor analfabeto que aprendia o folheto de cor.

O mundo mudou, o cordel mudou, talvez não tenha mudado a nossa necessidade da fabulação. E assim o homem se prepara para Marte. Quem sabe, um dia, a poesia se torne profecia de Azulão: ´Os sábios que descobriram / Satélite, estrela e luneta / Disseram que o homem ainda / Inventaria cometa / Onde se transportaria / da Terra a outro planeta´.

GILMAR DE CARVALHO