A verdade é que, nos últimos 12 meses, a renda real da população cresceu 6,6%, já descontada a inflação. O emprego não encolheu. Cresceu menos. E, pra mim, recessão já era, neste Brasil cor de anil.
O crédito avançou mais 4%. E o consumo das famílias em supermercados, mais 3,5%. Ora, consumo maior, com renda melhor e crédito em volumes maiores, em prazos maiores e a juros menores - e eis que 74% dos consumidores, em pesquisa da USP na Grande São Paulo, acabam de sinalizar que a intenção de compras para este segundo semestre é a maior dos últimos dez anos.
Essa combinação toda aponta mesmo para a reaceleração da economia brasileira. Em junho, por exemplo, a ocupação dos aviões no país cresceu nada menos de 10%.
Se o PIB 2009 fechar acima de 2%, não me surpreenderá. Saravá!
E que, neste Brasil cor de anil (onde já se viu?) a recessão já era. A economia abalroada pela crise importada trocou a ré pela primeira e já engata a segunda. Ela andou pra trás na rampa da erupção da crise global, mande in USA e abusa.
Quando?
No último trimestre do ano passado, tempo do fim do mundo. Nosso PIB verde-amarelo de susto recuou 3,6% de outubro a dezembro. No primeiro trimestre deste ano, recuo adicional de 0,8%. Mas o mercado, em junho, jurava por todos os juros retração de até 2,5%.
Pra variar, errou.
Ou seja: para 9 em cada 10 analistas (ou cenaristas), até o passado é imprevisível. Pois agora surgem os primeiros indicadores, na virada do semestre, dando conta de um PIB trimestral acima de 1%, na média de abril, maio e junho. Com impulso de banguela para 2% no terceiro e 3% no quarto e último trimestre de 2009. Algo parecido com PIB gregoriano de 1,3%. Mas o mercado continua apostando, para todo o ano, em recessão de meio por cento.
Se não adivinharam o passado, como é que vão enxergar o futuro?
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