Vargas Llosa: 100 como escritor, zero como político
Não posso deixar de registrar (e repudiar) a verdadeira agressão contra o ex-presidente Lula, vinda esta semana do escritor peruano e Prêmio Nobel da Paz, Mário Vargas Llosa.
Llosa escreveu um artigo distribuido pelo Washington Post sobre a visita do presidente Barack Obama ao Brasil. Nele saúda a presidenta Dilma Rousseff por "reverter a política externa infantil do predecessor" e se refere ao ex-presidente Lula como "o insignificante".
Concedo, lógico, a Vargas Llosa, como a qualquer outro, o direito de livre manifestação de seus julgamentos e opiniões, mas nesse caso, só deploro que o escritor não tenha atentado para um detalhe: o que ele disse não é o que pensam os brasileiros sobre seu ex-presidente.
Lula presidente foi apoiado e aprovado por 86% dos brasileiros
Lula deixou o governo há exatos três meses com 86% de apoio e aprovação populares - não só em um levantamento, essa era a média aferida em todas as pesquisas em seus últimos meses de governo. A registrar que Vargas Llosa, que anos atrás, disputou e perdeu a presidência da República de seu país, o Peru, como político ficou muito longe disso.
No mais, só reconhecer que o Nobel da Paz peruano reúne não só no Peru, mas no continente e no mundo, um consenso absoluto quanto às suas virtudes de escritor. Igual ou superior ao atribuído a Lula no governo como presidente do Brasil.
Ou seja, Vargas Llosa como escritor, é 100. Como político, zero. Fora o fato de que quando diz que o ex-presidente Lula é insignificante ele ofende ao povo brasileiro e se apequena. Uma pena para um grande escritor de tantos, tão indiscutíveis, e tão grande talento quanto ele.