Mostrando postagens com marcador Assédio sexual. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Assédio sexual. Mostrar todas as postagens

Destaques do dia

  • Com larga margem de votos (367 a 102), Câmara Federal aprova regime de urgência para tramitação do arcabouço fiscal
  • Refinaria privatizada na Bahia avisa que não seguirá política de preços da Petrobras e continuará vendendo combustíveis mais caro
  • A Globo diz ao judiciário que não tem provas de assédio sexual de Marcos Melhem contra Dani Caçabresa

Clique no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa

O que é assédio sexual?


Resultado de imagem para assédio psiu

Quero saber: Os tradicionais fiu-fiu, psiu, assovio e coio é assédio sexual?

Verônica Guarani-Kaiowá Alvares Cançado Naummm..
Glauce Medeiros É assédio tudo que não é permitido por ela.

Carla Barreneche Pra mim sempre foi, um constrangimento de uma pessoa que não conheço e a quem não dei liberdade, se você se sente bem quando alguém invade sua privacidade tranquilo, eu acho falta de respeito

Iris Mel C Meg Vai depender da mulher. Se ela não gostar, melhor pedir desculpas. Mas assédio não é. Assédio é uma outra coisa

Alan Frick Na verdade depende do contexto...pode ou não ser...


Nilce Marcondes Eu não me sinto nada nada aliviada com a ausência dos fiu fiu, dos olhares etc, que me dirigiam quando jovem, e que rareiam, e depois desaparecem quando vamos ficando idosas rsrs
Lucia Andre Eu também sinto a mesma coisa.
***
A maneira de você contribuir para manter este blog é clicando no anúncio que te interessa. Obrigado!

Ainda e definitivamente sobre decisão de juiz sobre esporro

A imagem pode conter: 1 pessoa, terno e óculos

Quanto as questões técnicas sobre a decisão do juiz que libertou um doente sexual (hoje 02/09 foi preso fazendo a mesma coisa), não tenho como discutir. Mas, no que diz respeito a não ter havido constrangimento à vítima...a única explicação que consigo compreender é que o magistrado gosta que esporrem na cara de. E, questão de gosto não se discute.
***


José Mayer, um tarado Global

Resultado de imagem para josé mayer tarado
- Quem cala consente, diz o ditado popular. Cabe a ele se manifestar. Enquanto não o faça, reservo-me o direito de reproduzir o relato da vítima, Su Tonani -. Confira abaixo:
José Mayer me assediou
Por Su Tonani*

Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista.
Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi oprimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda à sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.
Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentir medo de gritar e parecer loucas? Quantas vezes teremos que ouvir, inclusive de outras mulheres: “ai que exagero! Foi só uma piada”. Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas?
Foram meses envergonhada, sem graça, de sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?”
A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de RH ou à ouvidoria pedir respeito?
Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar eu meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade.
Mas segui na engrenagem, no mecanismo subserviente.
Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontra-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.
Até que nos vimos, ele e eu, num set de filmagem com 30 pessoas. Ele no centro, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei.
“VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?
Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?
Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas às vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 e tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez?
Tenho de repetir o mantra: a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítiva. E me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos mudar a engrenagem.
Não quero mais ser encurralada, não quero mais me sentir inferior, não quero me sentir mais bicho e muito menos uma “vaca”. Não quero ser invisível se não estiver atendendo aos desejos de um homem.
Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que, como ele, homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo.