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Quem topa aventuras?

por Marcos Coimbra, em CartaCapital
Em meio ao desprezo pelos políticos, emergem estrelas como Marina Silva e Joaquim Barbosa, que nem sequer partido têm. Mas os candidatos “não políticos” costumam ser preteridos nas urnas.

Constitui verdade acaciana afirmar que é ruim a imagem dos políticos no Brasil. Até as crianças do grupo o sabem e, aliás, compartilham a opinião. Não é idiossincrasia nossa, tampouco decorre de alguma peculiaridade da evolução política brasileira.
Mundo afora o mesmo ocorre em países ricos e pobres, de democracia mais ou menos consolidada. Os políticos andam em baixa em todos os lugares.

Mas o fenômeno assume aqui feições características. Passamos 20, dos últimos 50 anos, sob uma ditadura, que se instaurou com o pretexto de extirpar a corrupção e a subversão. Seus alvos imediatos foram os partidos e as lideranças políticas, acusadas de uma ou outra. Os generais se fantasiavam de os mais honestos e respeitadores das leis, e melhores como administradores. Durante o autoritarismo, político era quase sinônimo de corrupto e incompetente.

Mesmo que já tenha transcorrido três décadas desde a redemocratização, os ecos daquele período ainda estão vivos. Uma parte ponderável de nossa sociedade foi formada em uma cultura que olhava com repúdio aqueles que se dedicavam à política.

Muitos entre os muitos jovens aprenderam com seus pais a desconfiar deles e a menosprezá-los.

Em junho, nas manifestações de rua da classe média conservadora, os bordões que se ouviam expressavam tais sentimentos. É claro que são muitos os exemplos de políticos que só pensam em ganhar dinheiro ilicitamente, locupletar-se e se eternizar no poder. Assim como são inúmeros os casos de incompetência.

O problema brasileiro é, no entanto, maior que no resto do mundo? Terá se agravado recentemente?

Pelo que se conhece da experiência internacional e de nossa trajetória, parece que nem uma coisa nem outra. Tivemos, por exemplo, um presidente que sofreu impeachment, mas o mesmo aconteceu nos EUA. Nossos partidos foram acusados de se financiar de maneira irregular, algo, porém, que volta e meia ocorre em democracia maduras, como a Alemanha e a França. E nem temos famílias reais que traficam influência, como a Espanha e a Holanda.

Dizer que a corrupção e a incompetência dos políticos brasileiros aumentaram nos últimos anos é simples ignorância ou ação política deliberada. Ao contrário do que pensa o cidadão pouco informado, os mecanismos de controle do uso dos recursos públicos são mais eficazes hoje que no passado e são melhores as safras mais recentes de administradores em municípios, estados e União. Ao contrário de ter piorado, avançamos nesse aspecto.

Então, o que ocorre? Por que a grita contra “os políticos”? Por que diminui a aprovação de prefeitos, governadores e da presidenta? Por que sobem nas pesquisas de intenção de voto para a próxima eleição presidencial apenas os candidatos não políticos e caem os candidatos de verdade? Por que as estrelas das últimas pesquisas foram Marina Silva e Joaquim Barbosa, que nem sequer partido têm?

Nossa vida política é curiosa. No segundo mandato de FHC, o país ficou em sobressalto permanente: uma crise cambial aguda, trocas atabalhoadas de presidentes do Banco Central, denúncias de que autoridades econômicas passaram informações a bancos particulares, a ameaça de um calamitoso apagão elétrico, a inflação voltando a ser voraz.

Tudo em um governo suspeito de ter comprado votos na Câmara de Deputados para conseguir permanecer no poder. Onde estava a “grande mídia”? O que escreveram os colunistas que hoje se proclamam indignados? Onde estavam os ministros da Suprema Corte? E a Procuradoria-Geral da República? E a classe média “manifestante”?

Quietos e calados.

No fundo, tudo o que querem, desde quando começaram a gritar de um ano para cá, é derrotar o “lulopetismo”. Mas não sabem dosar a munição. Atingem o conjunto do sistema político e abrem o caminho para aventuras de alto risco. Resta-nos lembrar que a maioria do eleitorado brasileiro até finge que vota em gente que não é do ramo.

Quem não se recorda da dianteira de Celso Russomano na eleição municipal de São Paulo, em 2012? Ou de Ratinho Junior em Curitiba? Mas quem foi que ganhou nas duas cidades?

Na hora de escolher alguém para um cargo executivo importante, o eleitor pensa com seriedade. A menos que o impeçam, é o que fará em 2014.

Ayres Brito - ex presidente do STF - dormiu sobre o "mensalão" tucano

POR EDSON SARDINHA - No Congresso em Foco
Dois anos antes das denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que o governo Lula repassa recursos financeiros a parlamentares e partidos da base aliada, o Supremo Tribunal Federal (STF) já conhecia o empresário Marcos Valério Fernandes e o seu esquema de irrigação de campanhas políticas. Em 2003, uma denúncia por improbidade administrativa contra o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) e seu candidato a vice nas eleições de 1998, Clésio Andrade (hoje senador pelo PMDB), levou ao Supremo o que viria a se chamar mais tarde de “mensalão mineiro” ou “valerioduto tucano”. Na ação cível, aquela que permite a reparação do prejuízo ao erário, o Ministério Público pede que os acusados devolvam aos cofres públicos R$ 12 milhões, conta reportagem da sexta edição da Revista Congresso em Foco.
De lá para cá, o Supremo tomou conhecimento do mensalão petista, julgou e condenou 25 dos seus réus. Também recebeu a denúncia criminal do mensalão mineiro. Mas nada fez em relação à ação cível. Uma demora que o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, responsável pela primeira denúncia, põe na conta do ex-ministro Ayres Britto.
Em entrevista exclusiva à revista, Cláudio Fonteles acusa Ayres Britto de “deitar” no processo do mensalão mineiro e questiona por que o ministro não imprimiu a esse caso a mesma celeridade que deu ao mensalão petista, cujo julgamento criminal foi pautado por ele como presidente do Supremo. Ayres Britto nega ter usado dois pesos e duas medidas no caso. Segundo ele, por se tratar de ação criminal, passível de prescrição, era preciso correr com o mensalão mais famoso. Um risco que a ação cível do processo mineiro não corria, afirma o ministro aposentado.
Fonteles: “Brittinho deitou em cima desse troço aí”
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Ayres Britto: “Jamais sentei em um processo”
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Há oito anos o caso está parado porque o Supremo não examinou um recurso do então senador e agora deputado Eduardo Azeredo, que pedia que o caso, remetido anteriormente à Justiça de Minas Gerais, tramitasse na corte. Sem decisão sobre esse recurso do tucano, a ação não sai do lugar.
A reportagem de Eduardo Militão mostra que, sem contrato, cheques de estatais foram parar na conta da agência de publicidade SMP&B, de Valério, que organizava um enduro de motocross e participava da campanha e do governo de Azeredo, segundo a denúncia do Ministério Público. Um desvio de R$ 3,5 milhões. O hoje senador Clésio Andrade, que foi sócio da de Valério na agência, diz que não sabia dos repasses. Já Azeredo afirma que nunca houve mensalão em Minas e que não tinha conhecimento da contratação da empresa. Em entrevista à revista, o tucano sustenta que a denúncia atende a interesses do PT.

“A política é instrumento para melhorar a vida das pessoas”







O primeiro-vice presidente da Câmara Federal, deputado André Vargas, participou da plenária Regional do PT Londrina, onde fez uma avaliação da conjuntura econômica do país e avaliou as manifestações que ocorrem nas últimas semanas no país.

Vargas destacou que a política no campo democrático e popular está sendo atacada e desconstruída como instrumento de transformação. "Por muitos anos, a política só piorou a vida das pessoas, nos últimos anos a população brasileira percebeu que a política passou a transformar a vida das pessoas e o Brasil se fortaleceu aqui e lá fora, isso desagradou muitas pessoas", ressaltou.

Ele lembrou que desde 2008, uma crise assola a Europa e os norte americanos,  e mesmo assim o Brasil vem se mantendo de pé, com emprego e crescimento de salários, no entanto, as manifestações surgiram pelo anseio da juventude de ser ouvida . "Precisamos respeitar e ouvir especialmente a juventude, que tem uma pauta que joga o país para cima. Temos que participar deste debate. Em Brasília, olhei de frente e percebi que era uma manifestação espontânea, sem líderes, com o espírito de ter uma vez e serem ouvidos", declarou.

Segundo Vargas, o governo foi desafiado e a presidenta Dilma respondeu prontamente com as medidas. "Sempre defendemos a reforma política, votamos a cláusula de barreira, e o supremo barrou, tentamos o plebiscito e a mesma coisa ocorreu. São porta vozes do conservadorismo".

Vargas lembrou que cada vez que se fala em plebiscito, em referendo popular, a Globo é contrária, pois não quer que o povo seja ouvido. "Precisamos estar atentos, mas sem perder o compromisso com este Brasil que é generoso com a população. Não ditamos regras lá fora que não fazemos aqui e somos respeitados lá fora".

Sobre as novas medidas em relação à saúde, ele destacou que o debate está ideológico, mas lembra que os médicos formados hoje não chegam à saúde pública. "O governo da Dilma é muito corajoso, ela enfrentou banqueiros, tomou medidas necessárias", defendeu.


Para finalizar, o deputado destacou a importância da participação de todos os petistas no debate, e ressaltou que é preciso estimular as candidaturas para estarem nas ruas para debater o projeto que está mudando o país. "A política é instrumento para melhorar a vida das pessoas. Dilma é favorita para a reeleição, mudou muita coisa, o próprio Fundo de Participação dos Municípios era menos da metade do que hoje, quando o PT assumiu o governo. Todos os municípios estão recebendo motoniveladoras, retroescavadeiras e vão receber um caminhão. Isso nunca aconteceu antes!", finalizou.