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desPoetizando Francislost

O inimigo 

Meu inimigo sou eu
mergulhado em ondas de pavor e covardia
sólida
sem rosto, sem voz, sem impressão digital
com vergo de coluna

De início, um ping tão perceptível
Quanto a gota d’água caindo a léguas
(nem anos-luz seriam obstáculos).
No primeiro momento, pensei:
Virá a mim em linha reta
Ou em espirais
Virá feito águas, toalhas ou feito serpentes
virá
Feito um projétil ou um câncer.
Ledo engano, vã esperança...
Nunca virá porque sempre esteve aqui
Comigo em mim e
Antes de mim
E nunca irá porque estará sempre aqui
Depois de mim...

Poesia da hora

Atlântico e Pacífico 



Vastos, os oceanos não são

Azuis.

Eles são estes teus olhos

Verdes.


Cleóbulo Teixeira

Presságio

Donde vem a voz sussurrante
Que, com a brisa da noite
Chega lúgubre e, de chofre
Se apossa dos meus ouvidos?

Como chega a poeira fina
De sepulturas recentes
Grudando nos meus cabelos?
Cheiro de flor de mortalha
Ativo no meu olfato
Insistindo em recordar...

Por que mais um calafrio anunciando a presença incômoda do assassino comum?

Por que, se de antemão
A carne sabe e aguarda
Insone, o fio da foice...