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Meu fake, minha vida

A imprensa corporativa sempre tentou impingir à esquerda a pecha de intolerante e fanática. Agora essa mesma imprensa está de verdade sentindo na pele o que é fanatismo e intolerância.

A "Esquerda" - assim chamado esse balaio de gato que contém comunistas, petralhas, bolivarianistas etc. etc. - sempre combateu e denunciou a manipulação dos fatos por um jornalismo venal, prostituto, que coloca os interesses de seus patrocinadores acima do direito universal à informação isenta. 

Ilustrativamente, é mais ou menos assim: entre a vontade de verdade da "Esquerda" e a versão da imprensa corporativa, existe a realidade objetiva. A "Esquerda" reivindica que a versão da imprensa coincida com essa realidade objetiva. Nem lá, nem cá: apenas o factual.

O que a ultradireita fascista vem fazendo no Brasil é totalmente diferente disso. Eles não se insurgem em defesa de uma informação isenta para todos: eles se insurgem violentamente contra qualquer versão, opinião ou interpretação que divirja de sua vontade de verdade própria. 

Os fascistas não exigem que a versão da imprensa retrate com fidedignidade os fatos, mas que coincida cem por cento com seus constuctos mentais, seus solipsismos, que traduza seus delírios e retrate fielmente sua realidade paralela. O mundo não pode ser maior do que sua bolha.

Não é uma briga para que o fato se sobreponha ao fake. É a pretensão TOTALITARISTA de que o "MEU fake" se imponha sobre qualquer outro fake e sobre o factual também. Zero honestidade intelectual. O MEU fake deve ser universal e ponto final. Todo o resto, isto é, o mundo que se dane. E que se cale!
por Rafael Patto