Os
números assustam. Em todo mundo existem entre 17 e 25 milhões de
portadores de Alzheimer, o que representa 70% do conjunto de doenças que
afetam a população geriátrica.
Ele atinge pessoas a partir dos 50 anos de idade, porém é
mais comum depois dos 60. Ainda não se descobriu a cura e também não há
um exame específico para detectar o problema.
O Mal de Alzheimer
deteriora algumas regiões do cérebro, que alteram o comportamento
físico, mental, a linguagem, entre outros, levando a demência.
Essa
doença prejudica a relação de sociabilização da pessoa, tanto da
sociedade com a pessoa e vice-versa, pois o Alzheimer leva ao
esquecimento de familiares, hábitos, lugares, entre outros.
Além
dos cuidados médicos, o doente também precisa de muito carinho e atenção
da família. Deonil de Oliveira, 75, pai da dona de casa Doeli Aparecida
de Oliveira, 50, é portador do Mal de Alzheimer. Segundo Doeli, a
família descobriu a doença há mais ou menos 08 meses. Viúvo, Deonil
mudou-se para a casa da filha, que a adaptou para atender suas
necessidades.
A dona de casa afirma que carinho e atenção são
fundamentais: "Aqui em casa todos dão muita atenção a meu pai, aqui ele
se sente amado", diz Doeli. Deonil também freqüenta diariamente um asilo
no período da tarde. "Lá ele tem contato com outras pessoas e
especialistas", completa Doeli.
Segundo a geriatra Regina
Quintanilha de Almeida Vasconcelos, que atua na área há 14 anos, o Mal
de Alzheimer possui três fases: a fase inicial, a intermediária (que se
divide em leve e grave) e a terminal.
Fase inicial: há somente
alguns esquecimentos que não atrapalham a convivência. O doente ainda é
independente. Existem dois tipos de esquecimento: o esquecimento de uma
pessoa normal e de um portador de Alzheimer. Por exemplo: uma pessoa
normal lembra-se que esqueceu um lápis na mesa, já a pessoa que tem
Alzheimer não lembra-se que deixou o lápis em cima da mesa.
Fase
intermediária leve: o doente começa a depender de outra pessoa. Nessa
fase ainda há momentos de lucidez. Trata-se de uma criança de mais ou
menos de 08 anos, pois outra pessoa precisa lembrar de algumas rotinas,
como tomar banho, por exemplo.
Fase intermediária grave: exige um
cuidado intenso, porém o doente ainda pode ajudar em suas atividades.
Nessa fase, há uma dificuldade maior de socialização e a perda de
memória é mais intensa.
Fase terminal: o doente está completamente
dependente de outra pessoa. Nesse momento, ele já está de cama, tem
dificuldade em comunicar-se, alimentar-se, higienizar-se, entre outras.
Muitos dos portadores não chegam a essa fase, pois morrem antes, devido a
outras doenças, como diabetes, hipertensão, câncer, entre outras.
Não
há prevenção para o Mal de Alzheimer, porém especialistas recomendam
exercícios contínuos para o cérebro como leitura, palavras-cruzada, etc.
Fique atento a todos os sintomas da doença, pois se for detectada no
início, medicamentos poderão minimizar alguns dos sintomas da doença e
assim oferecer ao paciente uma melhor qualidade de vida.
Atualmente,
os asilos públicos tratam de portadores do Mal de Alzheimer, porém
quando o paciente chega a determinada fase que exige cuidado intensivo
não há recursos para a continuidade. Por isso o Mal de Alzheimer é um
problema de saúde pública com custos sociais a serem levados em conta.
Por Renato Romani
Clínico geral especialista em medicina do esporte - CRM 99.950