Grotescos e malandros alimentam crie entre STF e Congresso

por Paulo Moreira Leite 

Podemos observar várias reações diante do julgamento do mensalão. Empolgados com as penas duríssimas, que atingem um partido que desde 2002 não conseguem vencer pelo voto, políticos conservadores querem superfaturar a vitória. Não basta, para eles, a decisão do STF.
Torcem para que o Supremo tome decisões radicais e até grotescas. Uma delas é mandar prender os condenados antes da pena transitar em julgado.  A ideia é a execração pública. Consiste em demonstrar que os condenados  não merecem sequer o respeito que a lei garante a cada um dos brasileiros.
Na mesma linha, pretende-se que o Supremo determine a cassação dos mandatos dos três deputados condenados, quando se sabe que o artigo 55 da Constituição define que esta é uma prerrogativa da Câmara e do Senado. Pede-se um ato de brutalidade, ilegal, como prova de força. Em vez de discutir e deliberar – ou não – pela perda de mandato, quer-se transformar o Congresso num poder subordinado ao STF.
É uma postura vergonhosa, de quem conta com a Justiça para obter vantagens que não conseguiu obter nas urnas.
Você acha que esse pessoal estaria tão nervoso se Fernando Haddad tivesse sido derrotado em São Paulo?  Ou se o PT não tivesse crescido tanto num pleito ocorrido em pleno julgamento, na semana em que dirigentes e líderes do partido foram condenados em transmissão ao vivo pela TV? Quem  disse que seria “saudável” se o julgamento se refletisse nas urnas?
A segunda postura é do silêncio. Respalda-se medidas anti-democráticas, porque elas podem trazer vantagens no futuro. Teme-se, no entanto, ficar contaminado com um serviço que pode manchar tantas reputações com colarinhos tão brancos, causar denúncias e prejuízos a imagem no futuro, quem sabe numa Comissão da Verdade dos anos 2020.
A atitude é típica de malandros, embora a maioria desse povo viva no asfalto e nã0 no morro. Evita críticas ao que está acontecendo.  A atitude  é: se der certo, está tudo bem. Mas se não der, não me comprometa!
A única postura coerente, numa hora que pode tornar-se grave, começa pela leitura do artigo 1 da Constituição: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Não se trata, é claro, de um palavrório vazio. A noção de que o “todo poder emana do povo”  percorre toda a Carta, inclusive naquele momento em que os “representantes eleitos” podem perder seu mandato.
Em 1988, quando se escreveu a Constituição em vigor, o país saía de uma ditadura, onde os generais cassaram 176 mandatos parlamentares sem prestar contas a ninguém.
Em 1968, o regime exigiu que a Câmara de Deputados cassasse o mandato de Márcio Moreira Alves. Os parlamentares se recusaram e o governo militar fechou o Congresso. Em 1976, o deputado Chico Pinto fez um discurso onde chamava Augusto Pinochet, general que governava o Chile de forma tenebrosa, de ditador. Foi cassado. Quem fez o serviço desta vez foi o STF.
A ideia básica, em 1988,  era assegurar que apenas representantes eleitos pudessem cassar representantes eleitos. Esta era a distinção entre uma democracia e uma ditadura.
A Constituição assume, de cara, o princípio de que não se deve cassar representantes eleitos. A ideia, essencial, é que serão protegidos sempre. O artigo 15 fala até que a cassação “é vedada.” Este é o espírito da coisa. Admite-se exceções, contudo.
Mas sempre se deixa claro quem pode fazer isso. Não é o Executivo nem o Judiciário.
Está explícito no parágrafo 3o,  artigo 55, que repito a seguir só para destacar:
“a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.”
E aqui chegamos ao ponto essencial do debate: “voto secreto e maioria absoluta, assegurada ampla defesa.” O que se quer é que o Congresso fique menor, diminuído, que aceite que lhe digam o que pode e o que não pode fazer. Embora sejam representantes eleitos pelo povo, não podem ser soberanos. Será que isso tem a ver com a hemorragia eleitoral das grandes esperanças conservadoras? Até Gilberto Kassab está negociando uma vaga no imenso Aero-Dilma, não é?
Será que essa gente anda triste por que não consegue ganhar uma eleição há muito tempo?
Não vou retomar as sentenças do mensalão. Cada um tem uma opinião a respeito. Mas é consenso que  os ministros aceitaram noções que prejudicaram os réus. A ideia de que era possível flexibilizar provas  foi anunciada sem maiores ressalvas. A noção básica de direito penal, de que todo réu é inocente até que se prove o contrário foi colocada em questão desde o primeiro dia, pelo método do fatiamento, altamente favorável a acusação. No debate sobre as penas, ficou clara a preocupação em garantir de todas as maneiras que elas fossem longas para impedir casos em que pudesse haver prescrição. Ou seja: mais do que a pena correta, fosse qual fosse, tentou-se garantir a mais  dura.
Você pode até achar que isso era necessário, que a política “não tem jeito” e os políticos “são todos ladrões…” Mas aí estamos fazendo um julgamento político de um grupo político, correto?
Também pode fazer cara de inteligente e pensar assim: agora vamos ao mensalão do PSDB-MG e ao mensalão do DEM-DF. Aí vai ficar claro que o país está mudando e essas críticas ao julgamento é coisa de quem enxerga conspiração em tudo.
É bom estar preparado. Não haverá reprise neste show. A sociedade do espetáculo tem dono. Tanto que nenhum empresário que poderia ser enquadrado como corruptor privado foi para o banco dos réus, numa tradição que também havia ocorrido no julgamento do esquema de Collor.
Os dois mensalões seguintes foram desmembrados e vão seguir seu curso, vagaroso, na Justiça comum. Os réus terão direito a um segundo julgamento, o que foi negado aos 35 condenados do mensalão Delúbio-Marcos Valério. Isenção? Só se o julgamento fosse remembrado, o que eu acho sinceramente que seria um erro.
Resta, então, entender o debate sobre as cassações.
Muitas pessoas tem dito que é esquisito imaginar um político condenado – e até preso – que foi capaz de preservar seu mandato. Vai votar por email? Por telefone?
Terá autorização da direção do presídio para dar comparecer a uma votação mais importante?
Poderá usar celulares do PCC? (Aí depende da polícia do Alckmin, né…Piadinha, piadinha…)
Minha visão é que isso não é o mais importante. Nem é tão estranho assim, na verdade. Em 1992, o Congresso votou o impeachment de Fernando Collor, que renunciou antes de ser condenado. O Senado cassou seus direitos políticos por oito anos. Sim. O Congresso.
Em 1994, o Supremo absolveu o ex-presidente por falta de provas válidas. Estranho? Anormal? Ninguém achou. Era normal considerar que o julgamento político de Collor fora feito no Congresso e o criminal, no Supremo. As atribuições estavam claríssimas e ninguém precisou debater o artigo 55…
O estranho, o esquisito, o delirante, o vergonhoso, é desrespeitar a Constituição. O resto se explica e se entende, pois tem a legitimidade de nossa democracia.
E aí chegamos a um ponto essencial. Ninguém pode prever, agora, qual será o voto dos deputados no julgamento dos colegas condenados pelo Supremo.  Em 2005, Dirceu, Jefferson e Pedro Correa foram cassados por votação ampla. O que pode acontecer em 2012?
Ninguém sabe. Vai depender, essencialmente, do ambiente político da época. Para começar, muito possivelmente a Câmara terá um novo presidente, Henrique Alves, do PMDB, no lugar de Marco Maia, do PT. Este é o acordo entre os maiores partidos da casa. O que isso muda na ordem das coisas? Ninguém pode antecipar.
O certo é que os parlamentares condenados têm direito constitucional a uma “ampla defesa”. Isso quer dizer que poderão subir a tribuna e dar sua versão dessa história. Negar este direito é assumir, descaradamente, que se quer diminuir o artigo 1 da Constituição, que diz que “todo poder emana do povo, que o exerce através de representantes eleitos.”
Como explica Luiz Moreira Junior, doutor em Direito pela UFMG e diretor acadêmico da Faculdade de Direito de Contagem, é possível cassar o mandato de um político mas para isso  é preciso “autorização do Congresso. Ele foi investido de poder pelo povo, só o povo pode tirar. Se a gente relativiza isso, relativiza a própria democracia.”
Nos sabemos quem gostava de democracia relativa. Era aquele general que prendeu Chico Pinto e mandou o STF cassar seu mandato.

A ordem dos fatores não altera o produto

  1. *Este é um blog militante. Não um blog jornalístico.
  2. É um blog que preza a discussão de alto nível de nossos comentaristas. A pluralidade e o aprofundamento de temas são pontos centrais da linha editorial. O critério para a seleção de comentários é o de estimular o contraditório e a discussão. Às vezes leio críticas contra posições consideradas conservadoras de alguns comentaristas. Lamento não haver mais comentaristas conservadores para maior equilíbrio das discussões.
  3. Acredito na importância da crítica consistente, como fator de aprimoramento das instituições. A manipulação da crítica pela mídia não é razão para se abolir as críticas consistentes às políticas públicas. A não-crítica é tão perniciosa quanto a crítica generalizada.
  4. Acredito na importância de visões alternativas de país, seja de liberais, seja mais à esquerda. A construção de um país não se faz com enquadramentos ideológicos de medidas, mas pela definição pragmática daqueles que são mais eficientes. Por isso mesmo, prezo tanto as políticas e os movimentos sociais, quanto ferramentas de gestão, inovação e práticas de mercado.
  5. Defendo as políticas sociais, o desenvolvimentismo, condeno qualquer forma de discriminação e de intolerância, acredito na importância de uma oposição civilizada  e de maior regulação do mercado. O que não me impede de abrir espaço para pensamentos contrários, sabendo que é da discussão de ideias que nascem as informações e as análises mais relevantes.
A frase original é:Este é um blog jornalístico, não um blog militante. O restante do texto [ do Luiz Nassiff ] é PO - Puro de Origem -.

Motorola Razr i - participe do Concurso Cultural

Para participar, clique aqui e crie seu cadastro na “Área Logada”, espaço que reúne a comunidade exclusiva do Olhar Digital. Depois, procure a aba "Concurso" localizada no menu ao lado esquerdo da página, logo abaixo do seu nome e foto.

O prazo final foi alterado. Agora, você pode enviar sua resposta até a meia-noite desta segunda-feira, dia 17/12/2012.

Participe! O vencedor será anunciado no dia 21/12. Fique ligado! 


O Blog do Briguilino se juntou ao Olhar Digital, Intel e à Motorola para lançar neste domingo, 9, o concurso cultural que premiará um leitor com o smartphone Motorola RAZR i.

Equipado com chip Intel, o telefone tem velocidade incomparável obtida com o processador de 2 GHz. O peso de 126 gramas e a espessura de 8,3 milímetros fazem do RAZR i um smartphone surpreendentemente leve e fácil de manusear.

Outro diferencial do aparelho é a câmera de 8 MP, que é inicializada rapidamente e conta com uma tecla dedicada para fotos, assim como o modo multi-shot, que permite captar dez imagens em menos de um segundo.

Os leitores interessados em concorrer ao smartphone devem responder à seguinte pergunta: “O que você faria com um smartphone tão rápido quanto o Motorola RAZR i?”. A resposta mais criativa ganha o prêmio. A escolha será feita por uma comissão formada por profissionais da Intel, Motorola e Olhar Digital.

Para participar, clique Aqui e crie seu cadastro na “Área Logada”, espaço que reúne a comunidade exclusiva do Olhar Digital. Depois, procure a aba "Concurso" localizada no menu ao lado esquerdo da página, logo abaixo do seu nome e foto. A resposta deve ser enviada por lá até a meia-noite do dia 16, no próximo domingo.

Participe! O vencedor será anunciado no dia 21/12. Fique ligado!

Consulta médica

Um papudinho vai ao medico, acompanhado de sua mulher. 

- E, doutor, sinto náuseas, dores no corpo, boca seca, e etc... 

- Você fuma ? 

- Uns dois maços de cigarros por dia... 

- Taí o problema, interrompeu o medico. Pare de fumar imediatamente e voltará a ter uma saúde de ferro. Pode ir. Já fora do consultório a mulher do papudinho diz:

- Tu nunca fumaste um único cigarro. Por que mentiu? 

- Se eu dissesse que não fumava ele iria perguntar se eu bebia. E aí ... 

A política econômica do Governo Dlma é a política econômica da Dilma, que segue a do Lula


[...] Guido Mantega é o executor, de um e outro.
Derrubar o Mantega é derrubar a Dilma – e o Lula.
É uma ilusão supor que um novo Mantega fizesse uma outra política econômica para agradar a ‘Economist’ e seus neo-leitores no Brazil (com “z”, revisor”, por favor.).
Dizer que o Mantega se comunica mal – como propõe nosso blogueiro amigo Luis Nassif – é supor que o Pedro Malan fosse o Chacrinha da Economia.
E já que o Aécio voltou a falar do JK: quem era mesmo o Ministro da Fazenda do JK, hein, amigo navegante ?
Pode-se até discutir a política econômica da Inglaterra – que estará no buraco por muitos anos -, como a americana, a da Alemanha – onde os bancos vão bem e os números vão mal, e o povo só não se estrumbica por causa da sólida rede de proteção social – , da Espanha, de Portugal.
Não é esse propósito dos merválicos – não deixe de ver que o Mino o pegou na vanguarda do Golpe – colonistas (*) pigânicos nem do Aécio que Never sairá de Minas.
Como não é deles o propósito de preservar a Moral e os Costumes com a beatificação do Presidente Joaquim Barbosa.
O negócio é mais embaixo.
É o Golpe.
A rasteira.
O mensalão (o do PT), a Rose ou o Guido.
Vale tudo, como diz o Marcos Coimbra, em inspirada catilinária.
Conversa Afiada pretende lançar no Natal o Prêmio a “Virgem de Higienópolis”, para tratar de uma certa malta, como dizem meus antepassados portugueses.
Porque o Guido é a Dilma, estúpido.
E não se trata do PiB, mas do PIG (**).
Paulo Henrique Amorim

Frase da hora

Quem me fere com a verdade...já está desculpado
Joel Neto

A semana da Presidente Dilma

A semana da presidenta Dilma Rousseff, entre 3 e 7 de dezembro, foi marcada pelas homenagens ao maior arquiteto brasileiro, Oscar Niemeyer, e a reafirmação do compromisso do governo brasileiro em reduzir a tarifa no início de 2013, apesar da resistência de parte do setor de geração energia elétrica. Também foram anunciadas a reestruturação do setor portuário, com investimentos e um novo marco regulatório; balanços das ações voltadas para pessoas com deficiências e para o setor industrial; e entrega de 1 milhão de moradias pelo Minha Casa Minha Vida e contratação de outras 1 milhão.
A semana da presidenta começou com a inauguração de obras de melhorias no Porto de Itaqui, em São Luís, que, orçadas em R$ 169 milhões, incluem nova estrutura com 320 metros de comprimento e 40 metros de largura, o que assegura, segundo o governo do Maranhão, um aumento de capacidade de movimentação de 5 milhões de toneladas/ ano. Na quinta-feira (6), Dilma voltou ao tema, com o anúncio de um novo marco regulatório para o setor e de R$ 54,2 bilhões em investimentos.
“Nós damos mais um passo para os portos não mais às nações amigas, porque não é o caso, mas às forças produtivas do país e à iniciativa privada também. (…) Nós queremos inaugurar uma nova era com a modernização da infraestrutura e da gestão portuária. Nós queremos expandir os investimentos baseado numa parceria entre o setor privado e o público, e queremos que isso se dê pelo aumento da movimentação de cargas. (…) O objetivo do programa é ter a maior movimentação de carga possível, com o menor custo possível. O volume de cargas é a nossa orientação”, afirmou.
Dilma começou a terça-feira participado da 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, quando fez um balanço das ações do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, que conta com R$ 7,6 bilhões em investimentos para saúde, educação, acessibilidade e capacitação para o trabalho. Em seguida, de vota ao Palácio do Planalto, a presidenta comandou a cerimônia alusiva a entrega de 1 milhão de casas e contratação de outro 1 milhão pelo programa Minha Casa Minha Vida.
“Agora, a gente não pode ficar conformado com o que já conseguimos. O objetivo é que, até o final de 2014, mais 1,4 milhão moradias nós consigamos contratar. Isso significa que ainda nós vamos conceber uma outra etapa do Minha Casa, Minha Vida para viger. Deixaremos ela pronta para viger nos anos seguintes, seja quem seja que governa este país, terá de cumprir e dar continuidade a esse programa”,  disse. No evento, o ministro Guido Mantega ainda anunciou medidas de estímulo à construção civil, com a redução da alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) sobre o faturamento de 6% para 4%, entre outras.
No 7º Encontro Nacional da  Indústria (Enai), na quarta-feira (5), Dilma fez um balanço das medidas tomadas pelo governo para o setor, que, segundo ela, ainda não têm seus efeitos completos apresentados em 2012 (veja o balanço em detalhes). No evento, a presidenta afirmou que o governo não recuará da decisão de reduzir a tarifa de energia em 16,2% para residências e até 28% para indústrias, apesar de algumas resistências no setor. Na quinta, a presidenta voltou ao assunto e reforçou que a medida seria tomada porque o governo tem compromisso com o país.
“Mas nós temos não colaboradores nessa missão. E quando você tem não colaboradores, os não colaboradores deixam no seu rastro uma falta de recursos. Essa falta de recursos vai ser bancada pelo governo federal, pelo Tesouro do governo federal. Agora, a responsabilidade por não ter feito isso, é de quem decidiu não fazer. Quem não foi capaz de perceber que o Brasil tem hora para tudo. Tem hora para a gente não prorrogar e tem hora para a gente prorrogar. A hora de prorrogar, passou. Agora é a hora de devolver. E por isso, nós iremos devolver.”
Na quinta-feira (6), o Palácio do Planalto foi cenário de tributo a Oscar Niemeyer, que faleceu aos 104 anos. Um dia antes, a presidenta Dilma emitiu nota de pesar citando realizações e frases do arquiteto, e afirmando que “O Brasil perdeu hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua vida”. Mais de 5 de mil brasilienses prestaram sua homenagem e passaram pelo velório. Carlos Oscar Niemeyer Magalhães, neto, emocionado, classificou a recepção como “fantástica”. O Blog do Planalto preparou especial com imagens, vídeos e áudios que contam um pouco da trajetória do “gênio da arquitetura”.
O arquiteto também foi lembrado durante a reunião de chefes de Estado do Mercosul, dos Estados associados e dos países convidados, que aconteceu na última sexta-feira (7), em Brasília. Em discurso, Dilma afirmou “Ele dizia que a gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem. Concordamos com ele. Nós que temos um sonho de América Latina desenvolvida com oportunidades iguais, uma sociedade democrática, pacífica e capaz de cooperar estreitamente”. Já  Cristina Kirchner, presidenta da Argentina, disse que Niemeyer não foi somente um fundador e construtor de cidades, mas também um construtor de sonhos políticos. Sobre o encontro, a mandatária brasileira comemorou um ideal de integraçãocada vez mais sul-americano no bloco.
“Fico muito feliz em ver que o Mercosul está se consolidando em um ideal de integração cada vez mais sul-americano. Um novo Mercosul está em marcha. (…) Como bloco, somos a quinta economia do mundo. Dispomos de enorme potencial energético e de ampla capacidade de produção de alimentos, além de contar com um parque industrial pujante e diverso. Constituímos também um mercado de grandes dimensões”, afirmou.

A vida é brincalhona


Brinca de alegria e tristeza.
Brinca de saúde e doença.
Brinca de esperto e bobo.
Brinca de subir e descer.
Brinca de entrar e sair.
Brinca de ir e voltar.
Brinca de bater e apanhar.
Brinca de acreditar e desacreditar.
Brinca de vida e morte.
Brinca de comer e passar fome.
Brinca de ser educado e ser mal educado.
Brinca de ficar em pé e ficar sentado.
Brinca de receber e abrolhar.
Brinca de ser incorruptível e ser ilícito.
Brinca com a escova da menina e ela brinca com o cabo do menino.
O político brinca de verdade de abrir cofres públicos.
Temos muito mais peso  do CHUMBO para carregar do que ISOPOR neste desvairado mundo de ninguém.
Marco Antonio Leite da Costa

Esse julgamento da AP 470 é uma vergonha para o STF


Um julgamento político-partidário, o que não se pode em absoluto negar.
O que é mais vergonhoso é a "gana" demostrada por seu Presidente, Joaquim Barbosa, em investir contra os políticos tentando "cassar seus mandatos" como na ditadura! Ignorando o Artigo 55 da Constituição que diz explicitamente ser essa uma prerrogativa da Câmara. 
Mas será exatamente por isso, por essa falta de parcialidade, que cresce a cada dia as chances reais de esse julgamento vir a ser anulado. Ou mesmo revisto. O STF existe para julgar Ministros, Presidentes da República e não para julgar um cidadão comum.
A tese de levar o julgamento de alguns réus para a Justiça de primeira instância, não está ainda descartada. 
Já sabendo dos riscos reais, o atual Presidente do STF, vai tentar mandar prender o Ministro José Dirceu antes de a sentença ter "transitado em julgado". O que é mais um absurdo!
Essa será a primeira vez que o STF determinará a prisão de um acusado antes de lhes outorgar o instituto da "ampla defesa". Antes de a sentença "transitar em julgado".
Mas é até bom que o faça porque esse será mais um ponto a se somar na defesa que será perpetrada no sentido de anular o julgamento da Ação Penal 470 da forma como ocorreu. 
Por tudo isso, inclusive a ânsia indisfarçável de finalizar logo o julgamento e dar ordem de prisão às pessoas que o Presidente do STF deseja e almeja, no fundo de seu ser colocar na prisão (os três políticos do PT), isso será sem dúvida mais um erro, talvez decisivo no sentido de anular a decisão do Supremo.
Na última seção do plenário, disse com todas as letras, "a imprensa e as pessoas estão querendo que o julgamento termine logo" (Disse isso, mais ou menos com essas palavras). O que levantou a indignaçao até de um Ministro de sempre tem acompanhado as opiniões do relator (JB) em suas posições, o Ministro Celso de Melo. 
Ou seja, o importante não é discutir até a exaustão os assuntos julgados complexos, exigindo reflexão. O importante é acabar logo e condenar as pessoas porque o público e a imprensa, na concepção de Barbosa, assim o quer.
Que julgamento afinal é esse? Um Juiz deveria, não, estar preocupado com isso, em jogar para a platéia, até porque está em jogo o bem mais precioso do ser humano que é sua liberdade.
Barbosa trata isso apresentando uma postura arrogante. Com desdém para qualquer direito que tenha o réu em se defender, como nos tempos da Inquisição. Querer cassar mandato de um deputado "na marra" é coisa de ditatura.
Esperamos que a Câmara dê uma resposta a altura ao Presidente do Supremo. Que enquadre o STF como poder que não está observando o Artigo Terceiro da Constituição "Zelar pela harmonia entre os Poderes".
Como sabemos, "o tempo é o senhor da razão"!
Collor disse isso no alge da comoção nacional em cassá-lo (hoje vejo que foi mais uma armação do PIG).
Ele foi julgado e absolvido, inclusive pelo STF,  que não encontrou nenhum indício de que tenha efetivamente roubado. Portanto não cometeu "improbidade administrativa".
Mesmo não gostando de Collor (estou até gostando dele agora por sua coragem) essa é uma justiça que se tem que prestar ao ex-presidente. Não se provou nada contra ele, apenas que tenha contrariado pessoas, notadamente o império midiático que passou a atacá-lo após o confisco da poupança, os usineiros com o fechamento do IAA e, os próprios deputados pela pouca interação que havia entre o Presidente e a Câmara (queria governar através de medidas provisórias o que irritou profundamente os deputados). Esses, em minha avaliação hoje, os principais vetores determinantes de sua cassação!  
Será assim também com os políticos "chacinados" pelo STF nesse chocante e vergonhoso julgamento da Ação Penal 470 (por ser essa uma ação, a olhos vistos, tendenciosa).
Quem viver verá! 
Rodolfo Araujo de Moraes Filho

Artigo dominical de Jânio de Freitas

À procura da uma crise

A época das crises institucionais parecia encerrada em definitivo. Foi o que sugeriu a travessia da crise política do mensalão, sem sua progressão para a crise institucional ansiada por muitos no empresariado e na política. São poucas as letras, aqui, não só entre os reconhecidos como pouco letrados, daí que nossas crises não encontrem seus cronistas. Se aquela tivesse o seu, seria mais clara a natureza do problema que emerge nestes dias.
O risco de enfrentamento do Supremo Tribunal Federal e da Câmara dos Deputados é real.
O presidente da Câmara, Marco Maia, é muito zeloso do que entende como sua função e está determinado a aplicar o art. 55 da Constituição, que confere aos deputados a tarefa de cassar o mandato de colega condenado sem mais recurso.
O ministro Joaquim Barbosa não é menos direto em sentido contrário. Entende que o ato final do julgamento tem que ser a cassação de mandato dos deputados condenados, com base no poder que a Constituição confere ao tribunal para cassar mandatos parlamentares. Marco Maia é seco ao falar de sua determinação. Joaquim Barbosa não recolhe o tom de desafio. Só concede à possível "deliberação da Casa Legislativa [a Câmara] efeito meramente declaratório". Mais:
"Mandamos a decisão [a cassação dos mandatos] para a Câmara e ela faz o que ela bem entender. Se a Câmara resolver que esse ou aquele parlamentar será protegido, que arque com as consequências". Joaquim Barbosa pôs em dúvida que a Câmara confirme o decidido pelo STF nos casos dos deputados.
Que consequências seriam? A adotar o valor dado a deduções pelo Supremo, para atribuir as culpas criminais a alguns réus, seria possível voar alto nas especulações. Não é preciso. A expressão "arque com as consequências" é velha conhecida como indicadora de consequências severas. Em confrontação de Supremo e Câmara, as consequências só poderiam configurar uma crise institucional. Como todas as do gênero, de efeitos imprevisíveis.
O quanto estamos próximos ou distantes disso também não se sabe. Há políticos e jornalistas ocupando-se de contas e combinações de votos, consideradas as posições conhecidas dos ministros e as possibilidades de variação, no caso, deste ou daquele. O resultado da especulação é só especulação.
A falta de sentido do risco instalado cresce ao pensar-se que o problema nem é cassar ou não cassar os mandatos dos condenados com trânsito em julgado. Até agora, a lógica da incompatibilidade entre condenação e mandato na Câmara prevalece, como esperável. O risco vem da maneira de aplicar o afastamento, se pela Câmara ou pelo Supremo.
Chega a parecer pueril. E, no entanto, é das instituições democráticas que se trata.

O Dia da Bíblia


Celebrado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia foi criado em 1549, na Grã-Bretanha pelo Bispo Cranmer, que incluiu a data no livro de orações do Rei Eduardo VI. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. No Brasil a data começou a ser celebrada em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo (SP).

E, graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela entidade, o Dia da Bíblia passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de todas a semana que antecede a data. Desde dezembro de 2001, essa comemoração tão especial passou a integrar o calendário oficial do país, graças à Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional.  

Nunca na história do nosso país necessitamos tanto de nossos políticos


[...] Que estes voltem a exercitar a arte da Política. 
O que temos hoje é um país paralisado: de um lado o governismo ou interesseiro ou obtuso. Tipo: há governo? Sou e serei sempre a favor. Mesmo quando este estiver disfuncional. Pelo outro uma oposição sem projeto, sem discurso e sem responsabilidade. Teleguiada por uma mídia que faz da destruição de um partido e de seu líder maior uma razão para viver.
A Constituição de 1988 deu-nos a tranquilidade na parte institucional. 
A estabilidade econômica a partir de 1995 ofertou a base para alavancarmos o crescimento. 
A melhoria na distribuição da renda propiciou mobilidade social e fortificou ainda mais nossa economia em termos de mercado interno. 
Falta o quê agora? Espírito público e visão. 

Desconto na conta de luz

Mensagem dominical de Paulo Coelho

O lenhador e o diabo

Num albergue perdido na montanha, a senhora que chamam de Demônio Feminino, vestida com um quimono negro, veio me receber. Tirei os sapatos, entrei no quarto tradicional japonês, e descobri que jamais conseguiria dormir com o frio que fazia. Solicitei a interprete que pedisse um aquecedor; a velha japonesa, com um olhar de desdém, disse que eu precisava me acostumar com Shugêndo.

- Shugêndo?...Mas a mulher já havia desaparecido, dando instruções para que fôssemos jantar logo. Em menos de cinco minutos estávamos sentados em torno de uma espécie de fogueira cavada no chão, com um caldeirão pendendo do teto, e peixes em espetos colocados ao redor. Logo depois chegou Katsura, minha guia, e o lenhador.

- Ele sabe tudo sobre o caminho - disse Katsura. - Pergunte o que quiser.

- Antes de falar, vamos beber - disse o lenhador. O sakê em quantidade certa (uma espécie de vinho japonês, feito de arroz) afasta os maus espíritos.

- Afasta os maus espíritos?

- A bebida fermentada está viva, vai da juventude à velhice. Quando chega à maturidade, é capaz de destruir o Espírito da Inibição, o Espírito da Falta de Relações Humanas, o Espírito do Medo, o Espírito da Ansiedade. Porém, se bebida além da conta, ela se rebela e traz o Espírito da Derrota e da Agressão. Tudo é uma questão de saber o ponto que não se deve ultrapassar.

Bebemos sakê, e comemos os peixes que assavam em volta do fogo. A dona da pousada juntou-se a nós. Perguntei porque a chamavam de Demônio Feminino.

- Porque ninguém sabe onde nasci, de onde venho, qual a minha idade. Decidi ser uma mulher sem história, já que meu passado só me trouxe dor; duas bombas atômicas explodindo em meu país, o fim dos valores morais e espirituais, o sofrimento com as pessoas desaparecidas. Um belo dia resolvi começar uma nova vida; existem certas tragédias que não entenderemos nunca. Então deixei tudo para trás, e vim parar nesta montanha. Ajudo os peregrinos, cuido do albergue, vivo cada dia como se fosse o último. E me divirto ao conhecer todos os dias pessoas diferentes. Sempre conheço pessoas estranhas - como você, por exemplo. Nunca tinha visto um brasileiro em minha vida. Também nunca tinha visto um negro até 1985.

Bebemos mais sakê, o Espírito da Falta de Relações Humanas parecia ter sido afastado. Falei muito do Brasil, e comecei a me sentir estranhamente em casa.

- Por que as pessoas vinham até Kumano? - perguntei ao lenhador.

- Para pedir algo, pagar uma promessa, ou querer mudar sua vida. Os budistas percorriam os 99 lugares sagrados que estão espalhados por aqui, e os xintoístas visitavam os três templos da Mãe Terra. No caminho encontravam outras pessoas, dividiam problemas e alegrias, rezavam juntos, e terminavam por entender que não estavam sozinhos no mundo. E praticavam shugêndo.

Lembrei-me do que o Demônio Feminino me dissera, e pedi que me explicasse o que era aquilo.

- Difícil explicar. Mas digamos que é uma relação total com a natureza: de amor e de dor.

- Dor?

- Para dominar a alma, você tem que aprender também a dominar o corpo. E para dominar o corpo, você não pode ter medo da dor. Ele contou-me que, de vez em quando, ia com um amigo para um dos precipícios próximos, atava uma corda na cintura, e ficava pendurado no espaço vazio. O amigo balançava a corda até que ele se chocasse várias vezes com a rocha; quando sentia que estava a ponto de desmaiar, fazia um sinal e era de novo içado.

- O homem tem que conhecer a natureza em todos os seus aspectos - disse o lenhador. - Sua generosidade e sua inclemência; só desta maneira é capaz de nos ensinar o que sabe, e não apenas o que queremos aprender.

Sentado em volta daquela fogueira, num albergue perdido no meio do Japão, o sakê afastando as distâncias, o Demônio Feminino rindo para (ou de) mim, eu entendi a verdade das palavras do lenhador: era preciso aprender o que necessitava, e não apenas o que queria. Naquele momento, decidi que iria achar uma maneira de praticar Shugêndo no caminho de Kumano.

Crônica dominical de A. Capibaribe Neto


Diamante que respirava
Um diamante sem jaça é uma pedra preciosa sem defeito, e assim a queria o poeta, pois ela duraria bem mais que qualquer amor, por mais que esse amor durasse. Queria um tesouro, para acalentar os sonhos do amor perfeito que precisassem de joias raras e caras. Mas era assim que sentia, era assim que queria, era com esse diamante que sonhava. Anoitecia e quando ela chegava e dormia, ele ficava ali, em acalanto silencioso, a acarinhar-lhe a pele macia e morena, a enfiar os dedos, suavemente, por entre suas cabeleiras de castanho reluzente, fazendo com suavidade o contorno de seu rosto enquanto escutava seu ressonar cheio de paz.

E quase num sussurro, repetia sem canseira, "meu amor querido" e quando o sono lhe vencia ia dormir pensando no diamante para no dia seguinte acordar para a realidade. Dinheiro não traz felicidade! Mentira! E nem precisa ser muito, basta o bastante redundante, que seja o suficiente para comprar seu diamante reluzente, dentro do qual se pode enxergar a luz que ilumina e guia os passos da mulher feliz. Mas ela era, mesmo sem diamante, sem tesouro com o qual sonhava, sua melhor joia. Nos seus lábios doces, depois dos beijos sem hora para acabar, havia sempre um brilho, mais reluzente que a luz do brilhante e mais que a pureza da pedra sem jaça. E das mãos fazia uma taça e na taça bebia os vinhos, os licores e nada se comparava ao néctar dos lábios perfumados por natureza. Gostava de sentir seu respirar que parecia a própria vida fluindo do coração como um córrego de águas cristalinas surgindo por entre as pedras de uma fonte escondida na montanha. E ficava ali perto, bem perto, só sentindo, respirando seu ar, vendo seu coração pulsar no colo em repouso dentro do decote generoso largado no repouso depois da canseira do amor ou do cansaço do dia. De manhã, quando saía para o trabalho, ficava abraçado ao travesseiro feito criança a brincar com as lembranças da noite apenas passada. "Esse travesseiro é o seu, está todo amassado..." Ela não sabia que eram os amassados dos abraços que ele dava na sua ausência, sentindo seu cheiro na fronha, vendo seu rosto sorrindo.

Eram seus melhores fantasmas que só iriam embora quando outra noite chegasse e ela voltasse para o mesmo lugar, para os mesmos sonhos silenciosos. Lembrava da crônica que lhe escrevera o pai, quando ficou rapaz. "Hoje, manhã cedo, fui abraçar o fedelho de apenas alguns centímetros de ontem. E vi-o erguer-se um guapo rapaz assumindo o rosto de um homem feito em que se tornaria breve, e perguntei-me que tipo de presente se pode oferecer a um jovem que atinge a plenitude da sua mocidade, quando se tem origem humilde e recursos modestos?

Então, depois de um abraço forte ele disse: meu filho, existe uma razão para haver acabado desde cedo com a sua crença em Papai Noel, dando desculpas por ele haver lhe esquecido. Hoje, pensei muito no tipo de presente para lhe dar no seu aniversário de dezoito anos. Tudo o que tenho para lhe oferecer, meu filho, é um nome decente, para você carregar com orgulho pelo resto da sua vida, como um tesouro". Lembrou disso no aniversário dela. O nome limpo lhe dera melhores condições de vida, é verdade, mas não o dinheiro para comprar um diamante sem jaça para ela. Queria dizer palavras parecidas com as que lhe dissera o pai desde há muito, agora morando entre as estrelas. Pensou em dizer que tudo o que tinha era um amor enorme, mesmo na moldura dos medos de perdê-la. Queria dizer com as suas melhores palavras, fazer juras e renovar promessas, mas queria o diamante que infelizmente, não podia lhe dar. Logo amanheceria e antes de vê-la despertar para mais um dia como os outros, puxou-a para si com cuidado para não acordá-la antes da hora, e em silêncio chorou suas lágrimas mais sentidas. E foi nesse momento, que se deu conta de que ele, tinha seu maior tesouro e estava ali, abraçado a ele, um diamante sem jaça que respirava. 

Eleição 2014: o projeto fundamental das oposições é preparar-se para o futuro.


Uma das mais lúcidas avaliações das perspectivas da oposição nos próximos dois anos foi apresentada esta semana pelo senador José Agripino (DEM-RN). Louve-se sua sinceridade e bom senso.
Atributos que nem sempre revela possuir. Quem não se lembra de sua lamentável interpelação, em 2008, à então ministra Dilma Rousseff, a respeito de mentir sob tortura? Teve a resposta que merecia, registrada para a posteridade em um vídeo que é até hoje acessado no YouTube.
São, no entanto, águas passadas.
O senador ocupa, desde 2011, um cargo complicado. É o presidente de seu partido, função a que chegou sem tê-la pleiteado. Assumiu-a em um momento em que o DEM parecia prestes a se dissolver, sangrando a céu aberto depois da debandada da maioria de seus integrantes em direção ao PSD de Gilberto Kassab.
Para piorar o cenário, seus correligionários remanescentes se dividiam em dois grupos antagônicos, um ligado a Rodrigo Maia (DEM-RJ) e outro ao ex-senador Jorge Bornhausen (SC). José Agripino tornou-se opção de conciliação.
Difícil encontrar alguém com currículo tão antilulopetista. Começou na política na ARENA e daí foi para o PDS. Foi fundador do PFL, líder do partido no Senado, integrante da tropa de choque das oposições ao governo Lula.
Biografia que o credencia a dizer o que disse e torna mais relevante a entrevista que concedeu à Folha de São Paulo.
O essencial estava em seu prognóstico de que, sozinhos, PSDB e DEM “não têm chances de vitória em 2014”.
Foi franco desde a largada, sequer incluindo na lista o PPS. Com razão, pois a agremiação tornou-se pouco mais que estafeta para missões desagradáveis - como protocolar requerimentos de instalação de CPIs e pedidos de abertura de inquérito no Ministério Público.
(Que destino triste o do velho Partido Comunista Brasileiro! Nesta semana em que perdemos Oscar Niemayer, um dos mais ilustres militantes do “Partidão”, dá pena ver aonde foi levado por suas lideranças atuais.)
Mas José Agripino foi ainda mais incisivo: disse que não sabia o que poderia ser feito para atrair outras correntes de opinião a integrar uma frente capaz de derrotar o governo na próxima eleição.  
Para ele, a soma de PSDB, DEM e, vá lá, PPS, não é competitiva e tem pouca possibilidade de crescer significativamente. 
Isso é mais verdadeiro que quase tudo que se lê hoje em dia. E tem consequências práticas, se ele e seus companheiros de oposição menos irracional forem ouvidos na hora de decidir que campanha farão na sucessão de Dilma.
Em política, raramente o errado acaba dando certo. Quase sempre, a conta chega, com juros e correção monetária.
Tivessem as oposições pensado olhando para a frente, dificilmente teriam feito o que fizeram em 2010. Apostar outra vez em Serra foi adiar a tarefa que permanece à frente delas. Continuam tendo que criar um novo rosto, diferente do que tinham há vinte anos.
É difícil construir uma candidatura vencedora ao longo de uma só eleição, como ilustram as exceções que confirmam a regra. Em 1994, Fernando Henrique precisou das fanfarras de um plano econômico lançado na véspera. No caso de Dilma, apesar da extraordinária popularidade de Lula, apesar do forte desejo de continuidade, a dúvida a respeito de alguém pouco conhecido levou a eleição para o segundo turno.
Em 2014, se José Agripino estiver certo, o projeto fundamental das oposições é preparar-se para o futuro.
O que significa fazer uma campanha afirmativa, propositiva, otimista, que leve até quem não votará em seu candidato a simpatizar com ele. Significa não fazer como Serra, tentar ganhar a qualquer preço e apenas sair da eleição com a imagem destruída.
Significa manter-se ao largo das maluquices da extrema direita oposicionista, dos pitbulls cujo único sentimento é a raiva. E parar de ler alguns comentaristas, que talvez saibam conspirar, mas de eleição não entendem nada.  
por Marcos Coimbra

O Brasil que Luiz Gonzaga percorreu e cantou no século 20 não é mais o mesmo

[...] Cresceu e apareceu para o mundo: virou potência econômica. Mas olhado por dentro, como fez o sanfoneiro a partir dos anos 1940, o país continua desigual, com grandes prejuízos a cada adversidade climática. 

"A seca compromete a produção agrícola e pecuária, que tem um peso grande no PIB (Produto Interno Bruto) dos pequenos municípios. Comas estiagens prolongadas, há uma grande perda da capacidade de renda das famílias desses lugares ", avalia o economista Geraldo Antonio Reis, professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). 

Embora esteja no Sudeste, a região mais rica do país, o Norte de Minas, juntamente como Vale do Jequitinhonha, padece da mesma forma que o sertão nordestino. Mas por que a falta de água ainda mata o gado e provoca tamanha judiação? É o que os repórteres Paulo Henrique Lobato, Luiz Ribeiro e Alexandre Guzanshe respondem a partir de hoje, quatro dias antes dos 100 anos do Rei do Baião, na série de reportagens "O Brasil de Gonzaga".

Asa branca (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira, 1947)

Clipping do Briguilino

Bom dia


Faça valer a pena. Faça cada segundo da sua vida valer a pena. Não se arrependa de nada, nem das coisas que não fez. Não tenha vergonha do seu medo, afinal só tem coragem, quando se tem medo. Se arrisque. Agarre cada chance que tiver. Sorria, mesmo que tudo a sua volta esteja desabando, seu sorriso é sua maior arma. Ame a si mesmo em primeiro lugar, isso não é egoísmo e sim amor próprio. Se valorize a acredite em você. Busque o impossível, mostre a todos do que você e capaz! 

Diga pra vida eu sou mais eu, diga aí vou eu!

Excelente dia para vocês!!