Essa seleção pode não ser a melhor da história, mas talvez seja a mais simpática. A cena do Neymar correndo para resgatar o menino que estava sendo retirado de campo no treino é um exemplo. Julio Cesar pulando a cerca para dar autógrafo é outra. O sorriso de David Luiz com aquela cabeleira de anjo barroco revolta ao vento é irresistível.
Calazans e Renato, que entendem de futebol, me corrijam, se for o caso, mas acho que não há entre eles nenhum bad boy como Edmundo, nem marrento como Romário. Vamos ver como será recebida mais tarde.
O comportamento do paulista é uma incógnita para mim, pelo menos na política. A cidade e o estado estão, como se sabe, enfrentando muitas dificuldades: engarrafamentos de até 344km, violência urbana, greves, manifestações e até falta de água. Pois bem, nada disso abalou o prestígio do governador Geraldo Alckmin, que hoje venceria as eleições com 44% dos votos.
O segundo colocado, Paulo Skaf, teria 21%, e o terceiro, Alexandre Padilha, do PT, apenas 3%, segundo a pesquisa do Datafolha divulgada esta semana. Dilma em queda deve estar querendo desvendar o segredo do sucesso desse que o humorista José Simão já apelidou de “picolé de chuchu”.
Isso me lembra um colega de Simão, o casseta Bussunda, ao revelar numa enquete de jornal “o lugar mais estranho em que tinha feito amor”. As pessoas citavam: banheiro de avião, debaixo de uma escada, em cima do capô de um carro, num elevador em movimento. Ele respondeu: “São Paulo.”
Voltando ao futebol, os entendidos dizem que o time de Felipão só tem um craque, craque mesmo, que é Neymar. Os outros são bons jogadores, um ou outro até ótimo, mas que não fazem a diferença, o que não impediu, porém, que ganhasse brilhantemente a Copa das Confederações.
Quem sabe não vai acontecer agora o inverso de 78, 82 e 98. No primeiro caso, o Brasil terminou invicto, mas em terceiro lugar, e isso levou o treinador Cláudio Coutinho a se consolar com a declaração: “Somos os campeões morais.”
No segundo caso, a seleção de Telê Santana, de craques como Sócrates, Zico, Falcão, Júnior, Roberto Dinamite, grande favorita, também perdeu. O futebol-arte foi derrotado por três gols do italiano Paolo Rossi. E a de 98, que tinha tudo para ganhar, não fossem a polêmica convulsão de Ronaldo Fenômeno e o apagão do time, goleado pela França por 3 a 0.
Torço para que o resultado de amanhã seja pelo menos o mesmo do jogo contra a Sérvia, em que o Fluminense venceu por 1 x 0. Falando nele, consta que Fred comprou um apartamento na rua onde mora Alice, minha neta tricolor de 4 anos e sete meses. Metida como é, deve estar achando que é por causa dela.
por Zuenir Ventura