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Timidez dá prejuízo

O sujeito era pintor de quadros e muito tímido.

Um dia, conheceu uma mulher monumental, lindíssima que bagunçou com seus sentimentos. Não sabendo como se aproximar, ensaiou várias maneiras de abordagem, até que tomou coragem e perguntou para a mulher:




- Quanto você cobraria para posar para mim... vestida, é claro? A moça pensou um pouco e respondeu:

- 500 reais.

O pintor, na hora, topou. Pagou-lhe o cache adiantado e lá se foram os dois para o atelier dele. A moça se posicionou

conforme o rapaz havia pedido e os dois ficaram lá: ela imóvel e ele admirando-a, já louquinho de tesão. Resolveu fazer outra proposta:

- Quanto você cobraria para posar só de calcinha e sutiã? A moça pensou, pensou e disse:

- 5.000 reais!

Todo animado, ele saiu correndo. Foi ao caixa eletrônico, pegou mais dinheiro, pois não dispunha de tal quantia em casa,

e voltou todo ofegante, começando a pintar, enquanto contemplava a moça, agora só de calcinha e sutiã. Não suportando mais o tesão louco, foi objetivo:

- Quanto você cobra para posar nua para mim? A moça pensou um pouco e respondeu:

- 10 mil reais.

O cara pediu dois dias de prazo. Ai, correu para vender tudo o que podia, a fim de juntar o dinheiro. Dois dias depois, com os 10 mil reais na mão, ele disse para a moça:

- Pronto! Aqui está o que combinamos! Tira a roupa! A garota tirou a roupa e ficou nua em pelo. E o camarada começou a pintá-la.

Dez minutos depois, sem poder se controlar, ele foi até ela, já com os olhos brilhando e disse, ofegante:

- Vem cá, meu amor, quanto você cobra pra transar muito comigo? Ela deu um sorrisinho maroto e respondeu:

- Ah, o mesmo que eu cobro de todos, oitenta reais!!!


Erisson Rosati -Drible a timidez

Saiba como e onde conhecer pessoas 
Aprenda isolar o isolamento e a timidez para fazer novos amigos e até - quem sabe -, um novo amor

Em um mundo cheio de estímulos visuais e conectado quase 24 horas por dia, arranjar companhia não deveria ser um problema. Embora a tecnologia tenha facilitado a comunicação entre as pessoas muitos ainda reclamam da solidão e da dificuldade para fazer novos amigos, principalmente na vida adulta.
“Ficou fácil conversar com alguém, pois os dispositivos permitem isso o tempo todo. No entanto, o que as pessoas não percebem, é como elas estão começando a substituir relações reais pelo mundo virtual. O contato pessoal acabou se tornando uma barreira”, diz a psicóloga Andrea Deis.
“Muitos não sabem como abordar, iniciar uma conversa, entender os sinais da outra pessoa no mundo real. Isso passa a ser um obstáculo, que faz alguém introspectivo se fechar ainda mais”, completa.
Esse isolamento pode ser bem prejudicial, na medida em que vivemos em uma sociedade na qual conhecer pessoas é fundamental para o sucesso profissional e pessoal.
“A timidez não é uma característica desejável hoje, inclusive em grandes empresas. Ninguém nasce tímido, é um sentimento reflexo de problemas com autoestima, autoconfiança e capacidade do indivíduo”, explica a psicóloga.
Uma boa opção para desenvolver habilidades sociais é fazer cursos de teatro, circo ou artes plásticas, que podem ajudar os tímidos a serem mais extrovertidos. Outra técnica sugerida pela profissional é praticar em frente ao espelho.
“Converse na frente do espelho, como se estivesse conhecendo outra pessoa. Perceba gestos, palavras, postura e vá se acostumando com você. Aos poucos, isso te deixará mais solto ao falar com um desconhecido”.
Thinkstock/Getty Images
Sem vergonha: conversar sozinho em frente ao espelho é uma das formas de treinar para superar a timidez
Para quem realmente sofre com a dificuldade em conhecer novas pessoas, um alívio: com terapia e exercícios diários, qualquer um pode se tornar apto a ter boas interações sociais. Essa é a promessa de Alexandre Meirelles, um administrador de empresas que hoje se dedica, exclusivamente, a treinar homens a deixarem de lado a insegurança e terem sucesso com as mulheres. Ao lado dos sócios Guilherme Pinheiro e Bruno Giglio, Alexandre fundou a Social Arts, empresa que dá treinamentos diversos no “jogo da sedução”.
Segundo o coach, os homens de hoje têm uma carência de figuras paternas que sirvam como referencial masculino. Muitos são filhos de pais separados e foram criados apenas pelas mães. Além disso, a rotina diária de trabalho impede, muitas vezes, que o pai esteja mais próximo do filho, o que gera um distanciamento natural que se aprofunda na adolescência. Isso afeta diretamente a segurança deste novo homem, que se vê em apuros na hora que decide conhecer uma mulher. Um dos problemas mais comuns está na ansiedade exagerada ou no sentimento depreciativo.
“Em geral, as pessoas, não gostam de conhecer alguém que logo começa a contar de seus problemas e que demonstra insegurança e carência afetivas”, aponta Alexandre. Por isso, segundo ele, estar certo de suas qualidades e ter certeza daquilo que quer é um poderoso ingrediente na conquista.
“Ter uma boa energia, ser honesto com aquilo que quer e ter firmeza no discurso são fundamentais. A confiança é um afrodisíaco”, completa.
Cartilha da paquera
Focados em conquistar o maior número de mulheres, os rapazes da Social Arts têm vídeos com uma série de dicas para uma abordagem de sucesso. Entre as mais importantes estão higiene e uma boa aparência. Segundo Meirelles, ter conhecimentos de moda e estilo denota inteligência social. Por isso, não tenha medo de investir em você.
“Ler, informar-se, ir ao cinema e teatro, conhecer restaurantes, ter um hobby. Tudo isso torna uma pessoa mais interessante”, afirma o coach.
“Busque assuntos em comum. Pode ser um tipo de filme, uma profissão ou um esporte”, ensina Meirelles. Para ele é importante ser honesto, evitando mentiras sobre a vida pessoal para impressionar a outra pessoa. Além disso, bom humor é fundamental.A maioria dos homens tem dificuldade em manter contato após a primeira abordagem. Isso acontece, muitas vezes, pelo fato da mulher perder o interesse no companheiro ao aprofundar a conversa. Por isso, a afinidade é tão necessária.
“Sorrir sempre e mostrar educação ao falar com os outros contam pontos”, ensina o profissional.
O medo da rejeição, natural em todos nós, não pode ser mais forte do que a vontade de conhecer pessoas e de estabelecer novos vínculos sociais e sentimentais.
“Falta de química é normal, mas uma rejeição não é pior do que o arrependimento de ficar pensando se você deveria ter tentado. Na dúvida, arrisque”, diz o coach.
No entanto, segundo Andrea Dies, quando o assunto é paquera, é preciso ter cuidado com abordagens ostensivas.
“É importante criar empatia antes de querer mostrar controle da situação. Os padrões atuais mudaram e nem todas as mulheres se sentem atraídas pelo comportamento típico do macho-alfa. É aí que muitos homens se perdem.”
Para ela os homens precisam evoluir para aprenderem a se comunicar com a mulher moderna. O tipo de abordagem imperativo e focado apenas nas qualidades da pessoa pode levar a relacionamentos breves, sem perspectiva de vínculos duradouros.
Ver e ser visto
Se a intenção é conhecer pessoas é preciso deixar o computador de lado e investir nos encontros reais. Evite lugares com excesso de estímulos, como baladas, onde os frequentadores podem se distrair com a música, amigos, flertes, bebida alcoólica e etc. Outro lugar que não facilita contato são os restaurantes, pois são ambientes mais formais, onde as pessoas se fecham em suas mesas.
De acordo com os profissionais entrevistados, existem muitos locais e atividades que propiciam conhecer pessoas. Só não vale ficar em casa! Veja a seguir algumas opções:
Festas e encontros na casa de amigos: pode ser um "esquenta" antes da balada, uma festa ou até mesmo um churrasco. Se você foi convidado, não deixe de ir. É uma grande oportunidade de conhecer pessoas.Parques e praias: ao ar livre, favorecem atividades diurnas e um clima de coletividade e cordialidade. A presença de crianças e animais facilita o início de conversa.Shows e festivais: bons para os mais jovens, pois inspira a participação e a interação por um interesse comum. Todos acabam fazendo parte da mesma “família musical”.Museus e exposições: bons para conhecer pessoas em busca de algo menos superficial. Discutir sobre um artista ou obra específica é um ótimo primeiro contato. Cursos: como todos buscam um conhecimento em comum há grandes chances do contato evoluir para algo mais. A regularidade dos encontros também facilita isso. Atividades esportivas: o espírito de equipe ajuda a aproximar. O mesmo vale para as com contato corporal (ioga, pilates, dança). Eventos esportivos: jogos e competições também podem render novos amigos. Livrarias: vasculhando estantes em busca de um clássico ou de um jogo de computador é possível encontrar pessoas buscando o mesmo que você.

Timidez: como superar

Quem vê o arquiteto Paulo Grossi cantando e dançando nos palcos em montagens amadoras de musicais como “Hair Spray” e “Glee” não imagina que, aos 10 anos, ele se retraía todo e tinha vontade de sair correndo a cada vez que lhe perguntavam algo na rua. Pedir uma informação, então, nem pensar. O irmão mais novo é quem tinha de tomar frente. Afinal, ele era um tímido assumido . 

Sentimento natural do ser humano, a timidez tem origem em vários fatores, e seu grau pode ser uma questão cultural – os japoneses são os mais tímidos e os israelenses, os menos. Porém, quando ela atrapalha a vida das pessoas, é preciso ligar o botão de alerta. “Antes de mais nada, é importante procurar ajuda. A timidez pode ter um efeito de ‘maçã podre’, e atingir diversas áreas da vida do tímido”, explica o psicólogo Ailton Amélio, autor do livro “Relacionamento Amoroso: Como Encontrar Sua Metade Ideal e Cuidar Dela” (Publifolha).
A timidez surge de uma espécie de medo, seja ele de não ser aceito, de falar alguma besteira ou de desagradar. Essas inseguranças podem começar a ser moldadas na infância, e com mais força dependendo da criação. “O tímido tende a acreditar que não está à altura dos acontecimentos da vida. Sentimento que piora bastante caso a pessoa seja submetida a uma educação autoritária. Mas aí é que entram outras nuances mais discretas”, afirma Bruno Maron, autor do livro “Manual de Sobrevivência dos Tímidos” (Editora Lote 42). “Se você não é tutelado por uma força que impõe medo, ainda assim existe a chance de os seus tutores serem pessoas afrontadas por outras forças intimidatórias. Qualquer atmosfera carregada de medo tem as condições normais de temperatura e pressão para o desenvolvimento do vírus da timidez”, completa Bruno.
Mas, afinal, é possível deixar de ser tímido? 
Existem várias maneiras de diminuir a timidez; ou, ao menos, aprender a conviver com ela. Ailton Amélio explica que, em seu consultório, ele ensina técnicas de discurso para falar em público ou conversar, utilizando a associação de ideias e reposição de assunto. Caso esqueça algo durante a fala, a associação faz com que o tímido saiba como prosseguir. “Essa é uma maneira de praticar temas que podem ser discutidos caso haja um ‘branco’ ao falar. Nessas horas, a ansiedade pode bloquear o pensamento e por isso é importante ter essa lista [de associações] gravada.” 

Ao contrário do que se pensa, pessoas tímidas não têm déficit de habilidades; apenas têm receio de explorar seu potencial. “O importante é criar confiança e fortalecer esse sentimento diariamente”, diz Ailton. Para isso, além de técnicas mais objetivas, os tímidos podem recorrer a cursos menos específicos, mas que também têm bons resultados, como de oratória, de teatro, música e canto.
Foi o que fez Paulo Grossi para virar o jogo. “Desde criança já tocava alguns instrumentos, mas foi o canto e a atividade em grupo realizada no coral, com o trabalho cênico, que fez a grande diferença”, lembra o arquiteto, que hoje é também diretor de teatro do Grupo Singulari, com o qual apresenta números de canto e dança. A atividade permitiu que ele ganhasse mais cumplicidade nos relacionamentos interpessoais e pudesse ter maior entendimento de suas próprias limitações e potenciais, colocando-os à prova diante do público.
Além disso, Gross garante que o contato com o espelho nas aulas de dança ajudou, e muito, nesse processo. “É uma atividade que traz autoconhecimento. Assim você passa a se entender, se aceitar, se desafiar ou se encarar. E acredito que tudo isso contribui para superar a timidez.”
Outra alternativa são aulas de dança, como conta a professora Debora Cristina Silva, da escola Um Ponto de Dança, que criou uma turma especial para tímidos. “Os ritmos ensinados são forró, bolero, salsa; todos os que exigem a formação de um casal. O objetivo é facilitar a aproximação”, explica a professora. Para as aulas, ela utiliza jogos teatrais e brincadeiras para animar e relaxar a turma. “Nada de constrangedor, não permitimos brincadeiras que magoem”, completa.
Segundo Ailton Amélio, cerca de 40% dos tímidos têm uma remissão espontânea conforme crescem; ou seja, deixam de ser tímidos naturalmente. “A vida obriga a pessoa a se expor e a refazer sua imagem e do próprio mundo.” Porém, em casos em que isso não ocorre, é importante conseguir superar os medos. “A maioria dos tímidos têm medos que são fictícios. Nós ensinamos a superá-los com muito treinamento”, conta o psicólogo. Outro método utilizado por ele é a recriação de situações, isto é, reviver o fato e ensinar uma postura diferente ao tímido, para que ele saiba como lidar com algo semelhante no futuro.
A exposição gradual a situações sociais também é uma maneira de lutar contra a timidez excessiva. Ir a lugares com pessoas de interesses comuns, conversar sobre temas que domina com conhecidos e, dessa maneira, ir aprofundando o contato com desconhecidos, faz com que o tímido teste os seus limites e ultrapasse algumas fronteiras.
Quando uma pessoa é tímida, ela se reconhece como tal. Portanto, se alguém diz que é tímido, mesmo que não pareça, acredite. “A pessoa se identifica com a sua timidez, os outros acharem que ela não é faz com que tenha a impressão de falso inibido, piorando a autoestima”, comenta o psicólogo Ailton Amélio. Os tímidos têm muita consciência de si mesmo, e acham que tudo ao seu redor conspira para seu fracasso. É importante tentar sair dessa bolha e ver que o mundo, afinal, gira em torno de todos. “Convença-se: o mundo não está só esperando para ver qual é a próxima que você vai aprontar”, já dizia Luiz Fernando Veríssimo, tímido veterano, em sua “Carta aos Tímidos” (revista Época, 29/03/04).
É possível conviver com a timidez e atingir a excelência na área de sua escolha. Não é porque se é tímido que não se pode ser bem sucedido. Nomes de tímidos famosos como Woddy Allen, Reynaldo Giannechini, Johnny Depp, Lady Gaga e o próprio Luis Fernando Veríssimo são provas disso. 
Bianca Castanho , iG