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Bolsonaro é um cafajeste

"Bolsonaro é um cafajeste. Não há outro adjetivo que se lhe ajuste melhor.
Cafajestes são também seus filhos, decrépitos e ignorantes. Cafajeste é também a maioria que o rodeia.
Porém, não é só. E algo que se constata é pior. Fossem esses os únicos cafajestes, o problema seria menor.
Mas, quantos outros cafajestes não há neste país que veem em Bolsonaro sua imagem e semelhança?
Aquele tio idiota do churrasco, aquele vizinho pilantra, o amigo moralista e picareta, o companheiro de trabalho sem-vergonha…
Bolsonaro, e não era segredo pra ninguém, reflete à perfeição aquele lado mequetrefe da sociedade.
Sua eleição tirou do armário as criaturas mais escrotas, habitués do esgoto, que comumente rastejam às ocultas, longe dos olhos das gentes.
Bolsonaro não é o criador, é tão apenas a criatura dessa escrotidão, que hoje representa não pela força, não pelo golpe, mas, pasmem, pelo voto direto. Não é, portanto, um sátrapa, no sentido primeiro do termo.
Em 2018 o embate final não foi entre dois lados da mesma moeda. Foi, sim, entre civilização e barbárie. A barbárie venceu. 57 milhões de brasileiros a colocaram na banqueta do poder.
Elementar, pois, a lição de Marx, sempre atual: "não basta dizer que sua nação foi surpreendida. Não se perdoa a uma nação o momento de desatenção em que o primeiro aventureiro conseguiu violentá-la".
Muitos se arrependeram, é verdade. No entanto, é mais verdadeiro que a grande maioria desse eleitorado ainda vibra a cada frase estúpida, cretina e vagabunda do imbecil-mor.
Bolsonaro não é "avis rara" da canalhice. Como ele, há toneladas Brasil afora.
A claque bolsonarista, à semelhança dos "dezembristas" de Luís Bonaparte, é aquela trupe de "lazzaroni", muitos socialmente desajustados, aquela "coterie" que aplaude os vitupérios, as estultices do seu "mito". Gente da elite, da classe média, do lumpemproletariado.
Autodenominam-se "politicamente incorretos". Nada. É só engenharia gramatical para "gourmetizar" o cretino.
Jair Messias é um "macho" de meia tigela. É frágil, quebradiço, fugidio. Nada tem em si de masculino. É um afetado inseguro de si próprio.
E, como ele, há também outras toneladas por aí.
O bolsonarismo reuniu diante de si um apanhado de fracassados, de marginais, de seres vazios de espírito, uma patuléia cuja existência carecia até então de algum significado útil. Uma gentalha ressentida, apodrecida, sem voz, que encontrou, agora, seu representante perfeito.
O bolsonarismo ousou voar alto, mas o tombo poderá ser infinitamente mais doloroso, cedo ou tarde.
Nem todo bolsonarista é canalha, mas todo canalha é bolsonarista.
Jair Messias Bolsonaro é a parte podre de um país adoecido."
Paulo Brondi é Promotor de Justiça em Jataí, Goiás.

A razão não adere ao erro total

“Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.”
Provérbios 26:4-5
O sábio poeta hebreu dá um conselho ambíguo. Devemos ou não responder ao tolo? Há na resposta um risco intrínseco. A arena de debate do tolo situa-se no campo da irracionalidade, da ignorância, da vaidade e, por vezes, do ódio. Posta-se o tolo em sítio distante da razoabilidade, do bom senso, da ponderação. Então, o conselho: não desça a essa arena jamais. Logo, não responda ao tolo segundo a sua estultícia. Mas, em aparente contradição, ensina o sábio: não deixe o tolo sem resposta para que não passe por sábio.
Considerado esse paradoxo, é que externo publicamente meu mais veemente repúdio ao que o Sr. Reinaldo Azevedo escreveu em sua lastimável coluna, no blog da Revista Veja, intitulado “Esta vai para o Senado”.
O senhor Reinaldo Azevedo que, nada lê muito além de orelhas de livros, busca ávido entre escritos jurídicos algum texto que lhe sirva de pretexto para atacar a indicação do professor Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal.
Este pretenso jornalista valeu-se de um livro de minha autoria, resultado de tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, para tentar agredir e infamar a imagem do professor Fachin.
Somente quem não leu o livro, como Reinaldo Azevedo, é que pode fazer a absurda assertiva de que há, na tese, uma defesa da poligamia e, concomitantemente, um ataque à família formada pelo casamento. O autor não subscreve esse disparate e, muito menos, o ilustre professor que prefaciou o livro.
O “blogueiro” da revista Veja promoveu distorção rasteira e fraudulenta de um complexo tema, que remonta às raízes da formação do Brasil e guarda estreita relação com a dominação masculina.
Trata-se de um ataque desleal, covarde, oportunista. O que lastimo profundamente é que uma pessoa como essa, que tem coragem de lançar mão de tão sórdida mentira, seja albergado por uma Revista que se pretende formadora de opinião. Lamento que tantos desavisados leiam estas postagens de textos desqualificados, tomando-os como expressão de verdade.
Ah! Se conhecessem quem é Luiz Edson Fachin e o que a sua obra e atuação jurídica significam para o Direito, no Brasil. É lamentável que sua indicação ao Supremo Tribunal Federal tenha ocorrido neste momento em que a irracionalidade, patrocinada por alguns veículos de comunicação de massa, vem tomando vulto e se verifica um notável esvaziamento do verdadeiro debate político.
Evoco, contudo, as sábias palavras de Dom Hélder Câmara, que sempre me serviram de alento quando vejo avolumar a barbárie, a brutalidade e, às vezes, a bestialidade. Ensinava o sábio Bispo de Olinda: “A razão não adere ao erro total”. Tenho viva esperança de que o Senado Federal não há de deixar-se conduzir pela fúria dos tolos. A luz da razão há de prevalecer.

Marcos Alves da Silva, professor de Direito e pastor presbiteriano




Por um País e mundo melhor


Precisamos de pessoas que falam a verdade e a verdade é que o brasileiro está se afundando em dividas com essa economia que já pode se dizer falida, além de uma sociedade que zela por um pais menos pior é muito difícil mudanças, o pais precisa de incentivo profissionalizante nas escolas o aluno já sai profissional para fazer uma faculdade e aprimorar seus conhecimentos olha os exemplos dos EUA se um aluno tem tendência a ser esportista eles investem nesta profissão e o aluno vira um atleta olímpico, entre outros incentivos, famílias passando necessidade com falta de dinheiro para se alimentar  vendendo os bens para se alimentar, emprego é outro fator que é horrível se você vai procurar um emprego as empresas perguntam se já tem experiência bom vamos falar um pouco disso você vai entrar para um empresa nova como ter experiência mesmo que seja no mesmo segmento toda empresa tem suas particularidades e produtos diferentes não tem como ter experiência é necessário treinamento e orientação o porque a pergunta 6 meses de experiência, porque não da oportunidade para pessoas novas e treinar e até dar um futuro quem sabe aquela pessoa vai ser muito melhor do que a com experiência fora que as vezes a experiência é só uma forma de barrar as pessoas de serem ou exercerem o que gostam e ficam presas a empregos passados e fazendo o que não gostam por comodismo hoje eu me encontro desempregado procurando emprego a mais de 2 meses e não sei o futuro meu e de minha família, sou formado em administração de negócios em alimento mas minha area está difícil por que é só com experiência!!

Sobre a Daspu, o Putas Dei e o respeito que merecemos

Eu estava procurando alumas garotas de programa pra comentar como ficaria o mercado delas durante a Copa. Dezenas de garotas desligaram o telefone na minha cara. Há um medo grande em se assumir puta, em colocar um nome qualquer e em falar como puta, porque puta não tem voz. Tem corpo, mas não tem voz.
Ao contrário de quase todas as outras, a Naty Harper, quis se fazer ouvir e me convidou para o desfile da Daspu. O assunto da Copa ficou pra trás. Sexta feira, 13, era a comemoração do dia das Prostitutas, o Puta Dei. E o desfile não era apenas uma passarela montada pra mostrar novas tendência de roupas curtas e provocantes. O desfile é uma forma de se mostrar prostituta sem vergonha de ser puta.
Quando a apresentadora anuncia o desfile, não se vê aquela fila de mulheres andando em linha reta. Entram todos juntos, mulheres, homens, putas, artistas… A ordem é quebrar a ordem. Quem quis, tirou a roupa. Quem quis, dançou o funk. Quem quis, se divertiu. Eu tive vontade de deixar minha câmera com alguém e ir lá em cima dançar e reforçar o orgulho de liberdade que se via brilhando nas calcinhas, camisetas e seios nus.
Quem fundou a Daspu foi Gabriela Leite, filha, mãe, avó e puta. Uma mulher que não teve medo de dar as caras, que lutou até o último dia da sua vida pelo reconhecimento da profissão. Quem conheceu Gabriela, me falou dela com um brilho no olho. Betânia Melo, puta feliz, conta que sua vida nunca mais foi a mesma depois de Gabriela, que foi com ela que aprendeu a ter orgulho da profissão, parou de se esconder e entrou na briga pelo reconhecimento.
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A falta de respeito e a falta de direitos das putas cruzou comigo na rua, a caminho do desfile. Eu estava ali na Luz, perto da estação Julio Prestes, uma velha área de prostituição. Parei num posto policial pra pedir informação e vi uma senhora de seus 50 anos reclamando pro policial. Ela contava que tinha combinado o programa com o cliente, fez conforme o combinado e logo em seguida ele saiu sem pagar. A mulher ainda ficou com a dívida do motel.
O policial concordava como quem não quer contrariar um louco. Mas não havia o que fazer. Ela não era uma mulher de bem que fora assaltada, ela era um puta. Essas mulheres não tem direitos, é como se ao colocar-se na esquina à procura de clientes, elas abrissem mão de tudo que lhe cabe: a dignidade, a integridade física, e o reconhecimento pelo trabalho feito.
Naquela noite, com as meninas das Daspu, eu aprendi muitas coisas, uma delas é que a puta não vende o corpo. Ela presta serviços sexuais. Essa mudança de vocabulário representa muito porque assegura à mulher que é profissional do sexo, o poder sobre o próprio corpo.
Mesmo que o cara pague, ela ainda é dona do seu corpo e tem poder sobre ele. Ela é uma profissional como qualquer outra e tem direitos. Afinal, trabalhadores não sexuais, como eu, também submetem o corpo a um tipo de serviço, seja ele intelectual ou braçal, para receber o ordenado no final do mês.
O Puta Dei mostra que puta é tão mulher como todas as outras, tão trabalhadora como todas as outras. Betânia fala pra mim, com o queixo pra cima e um sorriso no rosto, que a única diferença é que “nós [prostitutas] temos o ganho que nós mesmas fazemos, nós negociamos o nosso salário. Se você está em um escritório ou em um outro espaço, você não tem toda a liberdade que você tem na prostituição”.
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Quando o time da Daspu sobe no palco pra mostrar sua cara, elas querem reconhecimento, respeito. Naquele momento o verde e amarelo que elas vestiam era o simbolo da briga pelo direito de ser parte do Brasil na Copa.
No Rio, principalmente, o governo tirou garotas de programas do seu local de trabalho e prendeu algumas mulheres, como se o trabalho delas fosse um crime. Não é. Tráfico de pessoas é crime, abuso de menores é crime. Prostituição, não. Quando a mídia e as pessoas criticam o turismo sexual, elas colocam a prostituição no mesmo pacote do abuso sexual. As meninas brigam pelo reconhecimento da profissão, justamente para que elas possam sair dessa margem, desse espaço sempre ligado a crimes, tráfico e abusos.
Enquanto se maquiavam e penteavam os cabelos umas das outras, elas e eles proclamavam seu direito de se prostituir sem  recriminação. “Somos maiores de idade, donas do nosso corpo, e não estamos prejudicando ninguém ao nos prostituir. Temos direito de lucrar como qualquer outro prestador de serviço. Nos deixem trabalhar”. Esse é o resumo de muitas falas.
“Por que a gente é sempre vista como a coitada ou como a pessoa que esta ali pra destruir a sociedade, pra incomodar?” Betânia fala com a ânsia de quem não aguenta mais ficar na sarjeta imaginária das pessoas. As prostitutas foram as primeiras mulheres no mundo a conquistar a independência feminina financeira, a pagar suas próprias contas. Enchendo a boca, a Betânia fala da sua revolta quando ouve as pessoas falarem das prostitutas como coitadas, ou como mulheres prostituídas, que não tiveram outra escolha. “Quem fala isso não é Puta. Meu bem, se você não tá dentro da profissão, então não conta”.
Naquela noite, eu conheci mulheres que tiveram opção. Uma das que estavam lá era Lola Benvenutti, estudante de letras na Universidade Estadual de São Carlos, optou pela prostituição por livre e espontânea vontade e hoje é um dos grandes nomes do mercado.
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Conversando com a Naty, aquela que me chamou pro desfile, ela me conta que se formou em jornalismo, trabalhava com noticias automobilísticas. Naty me apresentou pro seu namorado, “hoje ele veio”. E ainda me falou da sua filha de 14 anos, que sabe da sua profissão e que não tem problemas com isso. “Se for bom pra mim, ta bom pra ela… Tem dia que fica cheio de amiga dela lá em casa me perguntando sobre as coisas.”
“É tudo mulher igual, é tudo mãe, é tudo filha. Tem que parar com isso de achar que é diferente.”Karina Buhr estava no camarim conversando com a gente e, para ela, essa é a mensagem que tem que ficar.
Gabriela já dizia “a prostituta não é uma vagabunda ou então o resultado do capitalismo selvagem, mas sim a linha direta de uma sociedade que morre de medo de mostrar sua sexualidade e consequentemente se sente profundamente ameaçada quanto uma prostituta mostra seu rosto. Como um dia eu mostrei o meu rosto de prostituta, todos ficaram chocados pois perceberam que não era diferente do de outras mulheres.”
Eu confesso que não li o livro de Gabriela Leite Filha, mãe, avó e puta. Mas agora a vontade é inevitável, depois de tantas pessoas falando de Gabriela com o peito erguido, com o orgulho de se saberem privilegiado por terem conhecido essa mulher que lutou tanto pra que a profissão finalmente seja reconhecida no papel e nas ruas.
Ah… Gabriela também não foi puta por falta de opção, ela cursava sociologia na USP e trabalhava em escritório quando largou tudo para viver do próprio corpo.
Mas infelizmente, estando lá, naquele evento incrível, eu senti o que me disse a Naty – que ninguém enxergava o problema delas. Lá, com toda a estrutura, não tinha ninguém de nenhum veículo de mídia. Só eu.
No dia seguinte, muitos veículos soltaram a notícia do acontecimento do desfile, com fotos de arquivo que nem sequer eram do lugar ou do dia do evento. Para o resto das revistas, sites e jornais, o assunto não tinha importância. Pra mim tinha. Talvez  por eu ser uma Gabriela, assim como a Gabriela Leite, assim como a Gabriela Natalia (nome verdadeiro da Lola), veja importância nisso que elas tem pra dizer.
Se eu precisasse resumir em uma frase tudo isso, eu diria apenas que é preciso parar de usar “puta” para ofender, porque essa palavra é um dos melhores adjetivos. “Ela é uma puta mulher, e merece um puta respeito”.
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Gabriella Feola

Estudante de jornalismo da USP, apaixonada por músicas latinas, acredita que 'sexo' deveria ser uma editoria, assim como esporte.


Outros artigos escritos por 

Zuenir Ventura - podia ser pior

Não peço muito para 2014, até porque no ano passado, por essa mesma época, fiz uma lista de doze desejos e vejam abaixo algumas de minhas frustrações. Eu dizia, por exemplo, que ficaria feliz em 2013...
  • “Se o tricolor repetir o brilhante desempenho de 2012.” Não repetiu e ainda teve que apelar para o tapetão.

  • “Se os mensalões do PSDB e do DEM forem julgados pelo Supremo Tribunal Federal com o mesmo critério e rigor com que foram tratados os aloprados do PT. Não por represália, como querem alguns, mas por uma questão de equidade e justiça.” Continuo aguardando.
  • “Se eu não precisar embarcar (ou desembarcar) no aeroporto Galeão-Tom Jobim ou no Santos Dumont num dia de calor.” Sem comentários.
  • “Se as autoridades conseguirem impor a ordem no caos do nosso trânsito de cada dia — inclusive das bicicletas que em geral não respeitam as calçadas nem o sinal vermelho.” Piorou.
  • “Se o Rio continuar lindo e adorável — só que um pouco menos quente.” Como se sabe, ficou mais quente ainda.
  • “Se Alice superar a sua crise existencial por causa do ciúme do irmãozinho Eric.” Nem nisso fui atendido.

  • Se no próximo réveillon houver menos confusão do que neste que passou, com arrastões, roubos em frente ao palco principal e até troca de tiros, com doze pessoas feridas. A cena dos documentos roubados ou perdidos espalhados pelo chão de uma delegacia foi patética (ainda bem que o delegado foi exonerado). Saudades do tempo em que os turistas estrangeiros se extasiavam com o espetáculo e pediam explicação, como um francês me pediu uma vez: “Como é que vocês conseguem juntar 2 milhões de pessoas sem tumulto e violência?”

De qualquer maneira, em matéria de violência, o destaque não foi daqui, mas do eterno feudo dos Sarney, que já disputava o título de mais pobre. Agora, ostenta o de campeão no quesito barbárie. O que aconteceu em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, chocou os juízes do Conselho Nacional de Justiça: mais de 60 presos foram selvagemente assassinados dentro da prisão (alguns tiveram a cabeça decepada), onde também chefes de facção criminosa promoviam espetáculos de estupros de mulheres e irmãs de bandidos rivais à vista de todos.
O estarrecedor relatório do CNJ ao presidente do STF levou o governo do estado a ocupar o presídio com a PM. Parece que não adiantou muito. Logo nos primeiros dias deste ano, mais dois detentos foram encontrados mortos dentro de celas. Portanto, na hora de lamentar as mazelas do Rio, devemos nos lembrar de um consolo: é que podia ser pior, muito pior.
Podia ser o Maranhão.

Artigo semanal de Cristovam Buarque

Susto e alerta
A cena dos vereadores do Rio de Janeiro pedindo permissão aos jovens manifestantes para reunirem-se no plenário da Câmara Municipal foi mais enfática para mostrar a nossa instabilidade política do que as grandes manifestações do mês de junho.
Mas a reação das direções políticas tem sido comparável a de uma pessoa que ao caminhar em direção a um abismo ouve um grito e se assusta, mas continua no mesmo rumo, sem perceber que era um alerta. Os sustos despertam, mas nem sempre alertam.
Houve reação. No primeiro momento, o governo propôs pactos confusos e sobre temas superficiais. O Congresso Nacional se reuniu para uma chamada agenda positiva, onde alguns poucos projetos foram debatidos sem qualquer consequência para o pacto social que está rompido.
Por omissão, insensibilidade, perplexidade ou impossibilidade de mudar o caminho, todos continuaram na mesma marcha em direção a um futuro repleto de instabilidade.
As poucas grandes manifestações no país com pauta variada foram substituídas por muitas manifestações pequenas com propósitos específicos. Como são específicas e contra alvos determinados, as lideranças políticas não se afetaram e voltaram à lenta passividade do dia a dia à espera das próximas eleições. Agem como se as manifestações fossem apenas contra um governador e não contra o que ele simboliza como imagem de toda a política.
Até o mês de junho, a sociedade funcionava apesar do quase colapso da segurança e do trânsito, do tamanho da desigualdade, da péssima qualidade nos serviços de saúde e educação e da imoralidade da corrupção.
Apesar do descontentamento, a parte da população beneficiada e a parcela sacrificada conviviam, aceitavam-se, produziam e esperavam. O grau de desigualdade no acesso aos serviços públicos e a sua ineficiência fizeram “cair a ficha” na população, especialmente contra a classe política. Além de ser vista como responsável pelos erros é vista como privilegiada e tolerante com a corrupção, sem diferenciar os partidos.
Esta “queda da ficha” levou a uma quebra do pacto social, que acontece simultaneamente com a percepção do poder de mobilização oferecido pelas redes sociais, provocando uma guerrilha-cibernética, capaz de incomodar e de dar visibilidade às várias pautas sociais.
A partir de agora, qualquer pretexto provocará manifestações de centenas de pessoas, ou mesmo de apenas dezenas, mas todas capazes de parar o funcionamento do tecido social e seus serviços, de servir de grito de alerta e de exigir um novo pacto social que vai precisar de substanciais concessões da elite para melhorar a qualidade de vida do público e dos serviços públicos, a fim de reduzir a desigualdade e eliminar a corrupção.
Mais do que um susto, as lideranças precisam sentir o alerta e buscar novos caminhos que reconstituam o pacto social, em um novo patamar de eliminação de privilégios e desigualdades.

Qual o nosso papel nessa luta da vida contra a morte?

[...] será que é de seda, de jornal, de carnê, de boleto, de cheque, de saco de pão, qual será o que deram para que possamos representar nesta terra. 

Quem sabe papel de bobo, será que é de esperto, inteligente ou papel de quem só faz papelão na vida. 

Papel de malandro quem sabe, para o político deram papel de corrupto, para o que faz mal ao semelhante deram o papel de chicote do carrasco. 

Para o traficante deram o papel de prejudicar a vida de terceiros, para o assassino deram o papel de apertador o gatilho. 

Para a moça sem juízo ou com pouco juízo deram a bolsa para virar nas esquinas da vida. 

Para a mulher honesta deram o papel de amada de UM homem só. 

Para o Juiz deram o papel da mão pesada, para o pobre ele aplica a lei na integra, já para o RICO sua mão é mole. 

Para o jogador de futebol deram o papel de alegrar a galera, para que esta não fique sem atividade mental. 

Para o alienado deram o papel de assistir a rede Globo de TV, a fim de se alienar ainda mais. 

O tempo não passa

O dia tem 24 horas, a semana sete dias, o mês 30 dias e o ano 365 dias. 

Quem dorme não vê a vida, por isso vamos ficar acordados para que tenhamos maior TEMPO disponível para ver e ouvir tudo que a natureza oferece. Este espaço existe para que possamos escrever tudo aquilo que o Blog trás de noticia, bem como, levamos através de comentários aquilo que entendemos e interpretamos nas linhas e entrelinhas dos artigos em questão. Para que as coisas sejam mais rápidas, não existe tempo de espera, procure seguir o ritmo dos acontecimentos e transformações que o mundo desenvolve e faz de forma ágil para que possamos ver ouvir e ler o mais brevemente possível. 

O TEMPO não passa, quem passa pelo TEMPO somos nós, viva e viva intensamente, pois quando a vida passar já estaremos nas profundezas de um campo SANTO.

Caminho


Nem todo caminho leva ao destino. Nem toda vela é de velório. Nem todo defunto merece ser velado. Nem todo defunto foi bom em vida, pois ele não merece lamentação, nem vela, muito menos uma faixa amareleja. Nem todo comentador merece atenção do parceiro de jornada diária das venturas e desventuras que o existencial oferece. Nem todos Estados são Unidos. Nem bem e nem mau, o Neoliberalismo e seu irmão gêmeo em vida, foram dois canalhas que maltrataram os trabalhadores do planeta terra.

Os políticos são todos gatos do mesmo balaio? São todos capins do mesmo pasto? São todos ratos do mesmo porão? São todos parceiros da mesma cela? São todos cachaça do mesmo litro? São todos defensores do mesmo sistema, ou seja, neoliberalismo? São todos bolsas do mesmo jacaré? São todos amantes do mesmo cofre? São todos convidados do mesmo jantar? São todos malacos da mesmo facção. São todos bandidos da mesma quadrilha?

Assim caminha a humanidade, caminho que levará ao vazio  do “abóbada celeste” ou então ao caminho do inferno,  ou falamos com o inexistente”deus” ou com o verdadeiro Satã.

Chico Alencar: desfazendo anos


Rubem Alves alertou: em cada aniversário a gente ‘desfaz’ uma idade. Então, parabéns são por se completar mais uma etapa. De preferência na boa intenção de usarmos a “data querida” (por quem nos quer bem) como marco para, esperançados, nos reelaborarmos como pessoas mais justas, generosas e corajosas.
 
O fim do 62º ano vivido tem, para mim, um sabor especial: o da GRATIDÃO.
 
Nunca, até então – nem com as ameaças das trevas da prisão, tortura e morte no terror da Ditadura – eu me deparei de forma tão contundente com essa possibilidade do fim, com essa proximidade de não mais estar. É que o coração, com o seu pulsar vital, é um órgão delicado, carregado de simbolismos e de funções concretas, imprescindíveis.
 
E o que ficou dessa experiência? Um profundo sentimento de GRATIDÃO. A Deus, pela exigência de entrega, de despojamento: ‘fiat voluntas tua’. Consegui aceitar, reclamando e chorando um pouco, é verdade, mas sem desespero. E ainda ao Todo Poderoso Amor, pelo Amor, incontável e indescritível, que recebi. Daqueles servidores da Saúde Pública que colocaram sua ciência e técnica para me consertar. Daqueles que revelaram um carinho, um afeto, uma solidariedade que mostrou-se o remédio mais eficaz, capaz de qualquer cura. Os consanguíneos amados e a família da amizade, escolhida, que harmoniza nossa caminhada. Todos ternos e eternos. Minha rica herança, imorredoura e já compartilhada. Dádiva da vida, razão de estar e continuar, razão de ser. Pássaros, anjos, dentro de nós.
 
Gratidão vem de graça e tenho que ser fiel a essa, tanta, que recebi. Proclamá-la é um dever e significa, mais e mais, ser-com-os-outros, “na calma, cálida e intensa mutualidade do amor. Esta é a fonte da verdadeira generosidade e do autêntico entusiasmo – Deus comigo!”(Hélio Pellegrino, “Lucidez Embriagada”).  Se as estrelas são tantas, só mesmo amor...
 
Viver é queimar o carvão do tempo de que somos feitos – passagem, finitude, chama que se consome e consuma – para gerar energias que transformem nossas relações, cada vez mais marcadas pelo individualismo, pela posse e pela competição. Viver é morrer a cada dia para o ego, e sentir a perfeita alegria de servir e de curtir o sagrado em tudo o que nos cerca, na maravilhante natureza da qual somos parte – estrela e estrume, sombra e lume.
 
Viver é maturar como fruta boa, integrada à árvore, jamais esquecendo das raízes que nos nutrem. E “amadurecer é perder o orgulho, é descobrir a gratuidade do mundo”(HP), inserindo-se nele de forma cada vez menos fragmentada e cada vez mais sensível e serena. Para ser grande, sê inteiro!
 
Viver é prosseguir na sinuosa ‘avenida Brasil’ real rumo ao futuro, tecendo com o novelo do tempo nossa história comum, combatendo as atrocidades contra a dignidade humana. Pelos que nos antecederam, nossos pais e tantos outros que moram na saudade. Pelos que nos sucedem, “no arco do movimento de tudo, pois as coisas navegam na direção de um porto que não chega nunca, e cada porto é véspera de outro, até à luz de Deus, começo, meio e fim de todos os portos. Viver é saber-se construção inacabada cujo projeto é inacabar-se”(HP)
 
“Quem canta reza duas vezes”, disse Santo Agostinho. Nos momentos cordiais ou cruciais da vida – e agora me foi dado viver o encontro de ambos –, a música sempre aparece como trilha melódica do acontecido. Aos querido(a)s rouxinóis da minha precária e abençoada existência, uma linda composição de quem viveu situação similar:
Rouxinol tomou conta do meu viver/ chegou quando procurei/ razão pra poder seguir/ Quando a música ia e quase eu fiquei/ Quando a vida chorava mais que eu gritei/ Pássaro deu a volta ao mundo e brincava.../ Rouxinol me ensinou que é só não temer/ cantou, se hospedou em mim.../ Todos os pássaros, anjos/ dentro de nós/ uma harmonia trazida dos rouxinóis (Milton Nascimento)
 
Mais do que nunca, vamos juntos. Assim seja, sempre, de geração em geração!

Maluf venceu!

por Ricardo Noblat

Que baita hipocrisia, essa, de criticar Lula só por ele ter selado com um aperto de mão o apoio do deputado Paulo Maluf (PP) a Fernando Haddad, o candidato do PT a prefeito de São Paulo.
O que Lula fez de original?
Como Maluf sobreviveria tanto tempo na política se não tivesse quem lhe estendesse a mão oferecendo ajuda ou pedindo socorro?
O senador Alfredo Nascimento (PR-AM) acabou “faxinado” por Dilma do Ministério dos Transportes sob a acusação de ter fechado os olhos a malfeitos. José Serra apertou a mão dele outro dia para celebrar a adesão do PR à sua candidatura a prefeito de São Paulo.
Nascimento será muito diferente de Maluf? E o PR dele do PP de Maluf?
Pontifica na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo um afilhado político de Maluf. O cargo foi dado ao PP para recompensar seu apoio ao governo de Geraldo Alckmin.
Por antecipação, Dilma cedeu a Maluf uma secretaria do Ministério de Cidades pelo serviço que ele prestará à candidatura Haddad.
Nas últimas décadas, Maluf foi tratado como a Geni da música de Chico Buarque de Holanda: “Joga pedra na Geni! Joga pedra na Geni! Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra qualquer um! Maldita Geni!”.
O tratamento só mudava às vésperas de eleições: “Vai com ele, vai Geni! (...) Você pode nos salvar! Bendita Geni!”.
Maluf venceu.


Talvez tenha faltado a Lula a exata dimensão do seu gesto de, contrariando ordens médicas para que permanecesse em casa, ir ao encontro de Maluf e trocar afagos com ele diante de fotógrafos.
Para Maluf, que o exigiu, o gesto foi uma espécie de “mea culpa” dos políticos que sempre fingiram abominá-lo.
Em 1985, nos estertores da ditadura militar, Maluf encarnou o mal a ser esmagado.
De um lado havia Tancredo Neves pelo PMDB, ex-governador de Minas Gerais, o candidato a presidente da República de todas as forças que se opunham ao regime. Do outro, Maluf, o candidato do regime que imaginava ganhar uma sobrevida.
Os dois candidatos travaram a peleja do bem contra o mal usando as mesmas afiadas armas. A mais eficiente: dinheiro para a compra de votos de deputados e senadores que formariam o Colégio Eleitoral destinado a escolher o sucessor do general-presidente João Figueiredo. A segunda mais eficiente: cargos para saciar o apetite dos eleitores.
Ficou registro do jogo pesado protagonizado por Tancredo e Maluf? Em termos.
Quer dizer: ficou registro dos instrumentos de corrupção utilizados por Maluf para tentar se eleger.
O processo de santificação de Tancredo quase se completou com a sua morte sem ter tomado posse do cargo de presidente. O cargo sobrou para o vice, José Sarney.
Aconteceu o quê desde então? Quem mudou? Maluf?
Dele se poderá dizer com excesso de boa vontade que supostamente mudou um tiquinho para melhor -  à parte a roubalheira, é claro. Poucos políticos concorreram a tantas eleições como ele. Ganhou muitas, perdeu muitas. Ajustou-se à nossa democracia de fachada.
Quem mudou de verdade?
Os políticos. Esses malufaram em grande estilo.
Maluf segue na dele. Está onde sempre esteve. Pensa como pensava. Vale-se das mesmas práticas que lhe asseguraram mandatos.
Em resumo: venceu o padrão de política que ninguém melhor do que ele representou tão bem nos anos 80.
O PT expulsou deputados que em 1985 votaram em Tancredo para presidente. De tão puro, o partido se recusara a participar da eleição indireta.
O PT expulsou Erundina em 1992 porque ela aceitou ser ministra do governo de união nacional do presidente Itamar Franco, o sucessor do deposto Fernando Collor.
O encontro carinhoso de Lula com Maluf começou a ser desenhado quando Lula bebeu Romanée-Conti na companhia do marqueteiro Duda Mendonça e depois justificou o mensalão como algo que todo partido faz.
Nunca se ouviu Maluf dizer que seus companheiros de ofício seriam obrigados a engoli-lo um dia. Pois assim aconteceu.

O Cachoeira e as goiabas

por Carlos Chagas

  É conhecida mas merece ser recontada a história do Zezinho e do Juquinha, dois peraltas acostumados a pular o muro do quintal de dona Mariquinhas para roubar goiabas. Dispunham os dois  meninos de uma defesa prévia sempre que prestes a ser acusados do roubo das frutas: “Foram os comunistas...”
                                                        O tempo passou, os comunistas também, Juquinha e Zezinho cresceram, mas outros pimpolhos ainda invadem o quintal da velha senhora, só que agora com outra argumentação: “Foi o Cachoeira...”
                                                        O meliante está recebendo o que merece, mesmo  ficando  no ar a indagação: “Só ele?”
                                                        No universo de corrupção que nos assola, existem bandidos muito mais eficazes do que o Cachoeira. Assim como empreiteiras bem mais espertas do que a Delta Engenharia. E parlamentares capazes de receber não apenas geladeiras e fogões de  presente de casamento, como Demóstenes Torres, mas fazendas, mansões, ações de empresas, milhões de dólares e capacidade para indicar altos funcionários e até ministros. Estão todos felizes, porque, afinal, “foi o Cachoeira”...

Corrupção e hipocrisia

Título original: Corrupção e Estado
Autoria: Simone Del Rio


A tradição udenista volta a prestar serviços à nação. A cada eleição são divulgadas acusações sobre a corrupção de políticos no país. Desde Vagas até hoje, políticos e a mídia  manipulam o eleitorado, ora com promessas de por fim à corrupção, prometendo caçar os infratores, ora com acusações aos adversários políticos da hora para que a punição seja feito pelo voto.
As formas de corrupção variam, desde a formação de quadrilhas nacionais, com ou sem ramificações no exterior, para "comprar votos no Congresso, ganhos com privatização de empresas, com a administração de obras em que qualquer instância do Estado, subornando agentes públicos de todas as esferas do poder. 
No Rio Janeiro a intimidade com a ilegalidade fez tradição, em escala menor mas perene, como na  grana extra para obter habilitação no DETRAN, nos pontos de táxis dos aeroportos e rodoviária, a extorsão aos turistas, a dos guardas de trânsito corruptos, policiais e os ex-policiais no combate ao tráfico e simultaneamente fornecedores de armas e ainda componentes de milícias. Sem esquecer do famoso jogo do bicho e dos bingos e das caixas de jogos eletrônicos. Qualquer carioca conhece as jogadas e os truques para escapar ou colaborar com a bandidagem.
Faça um passeio pela zona oeste e visitem os pés sujos ( na zona sul, procurem os bingos clandestinos). Os donos usam um camiseta suja, o "bar" oferece apenas bebidas e um ovo cozido colorido, às vezes há uma sinuquinha para distrair a galera. Outros botecos são mais jeitosos, com música e aperitivos para acompanhar a cervejinha, televisão para o futebol.  Os donos são mais arrumadinhos.
Mas no andar de cima ou na casa ao lado, há um movimento estranho, intenso. Homens  com o uniforme da PM, nunca se sabe, aparecem às vezes, levam  máquinas eletrônicas, sai no jornal, não prendem ninguém. Se há também droga na jogada, também não se sabe, se alguém fosse preso por quanto tempo ficararia à disposição da justiça?  Há juízes na jogada?  Nesses períodos curtos de entressafra, pés sujos e  botecos  ficam  meio desanimados, e logo o movimento reaparece.
 Pode parecer pouca titica, mas não é. Os donos de camiseta suja, os donos e de alguns empregados dos botecos mais bacaninhas, os PM da banda podre ficaram ricos? Muito ricos? Como? Fazem parte do esquema milionário dos jogos eletrônicos ilegais? Os fiscais fiscalizam ou têm medo dos poderosos chefões por trás do mega negócio?
É bandidagem, não é? Caso de polícia?
Entretanto, ela floresce nas campanhas eleitorais. Candidatos de "ganho" (dinheiro, votos, cargos, empregos, prestígio social ?), especialmente dos pequenos partidos coligados aparecem do nada. Sabem que receberão uns 100 votos. Por que se empenham em distribuir tickets refeição, transporte,  peixes na semana santa, mimos de ocasião, mesmo antes da campanha oficial?  Quem distribui cargos e funções sem concurso nas agências administrativas municipais e estaduais na zona oeste? Quem inventou a terceirização? 
E quem perde as eleições, com ou sem ficha limpa? Não tem problema, nossa democracia tornou-se monárquica. Os políticos agora têm linhagem. Filhos, irmãos, mulheres herdam os cargos, financiados pelos parentes e amigos dos amigos.   
É caso de polícia apenas? Parece o retrato do caos, do terror, mas não é.
Leiam o artigo do IPEA, assinado por Clarisse Furtado, leiam, por favor:
"Subornos, desvios de verbas e fraudes provocam perdas econômicas mundiais de 1 trilhão de dólares por ano. Organizações internacionais procuram meios de detectar, controlar e punir os responsáveis pelo rombo. Aqui e em todo o planeta."
Examinem especialmente as soluções quanto ao inquérito policial ter a iniciativa do MP e não pelas delegacias de polícia. A redução do número de cargos do governo e o controle do financiamento das eleições são apontadas com soluções para controlar esse vínculo que desmoraliza a democracia.
Repito, leiam o artigo do IPEA:

O Brasil é um país abençoado de fato


Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. 


Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado.Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’.

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos..

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc… Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.

5.. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.

6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.

8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.

9.Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas..

10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?



1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? :)

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato.

Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.

Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.

Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.

Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!