por Ricardo Noblat
Que baita hipocrisia, essa, de criticar Lula só por ele ter selado com um aperto de mão o apoio do deputado Paulo Maluf (PP) a Fernando Haddad, o candidato do PT a prefeito de São Paulo.
O que Lula fez de original?
Como Maluf sobreviveria tanto tempo na política se não tivesse quem lhe estendesse a mão oferecendo ajuda ou pedindo socorro?
O senador Alfredo Nascimento (PR-AM) acabou “faxinado” por Dilma do Ministério dos Transportes sob a acusação de ter fechado os olhos a malfeitos. José Serra apertou a mão dele outro dia para celebrar a adesão do PR à sua candidatura a prefeito de São Paulo.
Nascimento será muito diferente de Maluf? E o PR dele do PP de Maluf?
Pontifica na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo um afilhado político de Maluf. O cargo foi dado ao PP para recompensar seu apoio ao governo de Geraldo Alckmin.
Por antecipação, Dilma cedeu a Maluf uma secretaria do Ministério de Cidades pelo serviço que ele prestará à candidatura Haddad.
Nas últimas décadas, Maluf foi tratado como a Geni da música de Chico Buarque de Holanda: “Joga pedra na Geni! Joga pedra na Geni! Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra qualquer um! Maldita Geni!”.
O tratamento só mudava às vésperas de eleições: “Vai com ele, vai Geni! (...) Você pode nos salvar! Bendita Geni!”.
Maluf venceu.
Talvez tenha faltado a Lula a exata dimensão do seu gesto de, contrariando ordens médicas para que permanecesse em casa, ir ao encontro de Maluf e trocar afagos com ele diante de fotógrafos.
Para Maluf, que o exigiu, o gesto foi uma espécie de “mea culpa” dos políticos que sempre fingiram abominá-lo.
Em 1985, nos estertores da ditadura militar, Maluf encarnou o mal a ser esmagado.
De um lado havia Tancredo Neves pelo PMDB, ex-governador de Minas Gerais, o candidato a presidente da República de todas as forças que se opunham ao regime. Do outro, Maluf, o candidato do regime que imaginava ganhar uma sobrevida.
Os dois candidatos travaram a peleja do bem contra o mal usando as mesmas afiadas armas. A mais eficiente: dinheiro para a compra de votos de deputados e senadores que formariam o Colégio Eleitoral destinado a escolher o sucessor do general-presidente João Figueiredo. A segunda mais eficiente: cargos para saciar o apetite dos eleitores.
Ficou registro do jogo pesado protagonizado por Tancredo e Maluf? Em termos.
Quer dizer: ficou registro dos instrumentos de corrupção utilizados por Maluf para tentar se eleger.
O processo de santificação de Tancredo quase se completou com a sua morte sem ter tomado posse do cargo de presidente. O cargo sobrou para o vice, José Sarney.
Aconteceu o quê desde então? Quem mudou? Maluf?
Dele se poderá dizer com excesso de boa vontade que supostamente mudou um tiquinho para melhor - à parte a roubalheira, é claro. Poucos políticos concorreram a tantas eleições como ele. Ganhou muitas, perdeu muitas. Ajustou-se à nossa democracia de fachada.
Quem mudou de verdade?
Os políticos. Esses malufaram em grande estilo.
Maluf segue na dele. Está onde sempre esteve. Pensa como pensava. Vale-se das mesmas práticas que lhe asseguraram mandatos.
Em resumo: venceu o padrão de política que ninguém melhor do que ele representou tão bem nos anos 80.
O PT expulsou deputados que em 1985 votaram em Tancredo para presidente. De tão puro, o partido se recusara a participar da eleição indireta.
O PT expulsou Erundina em 1992 porque ela aceitou ser ministra do governo de união nacional do presidente Itamar Franco, o sucessor do deposto Fernando Collor.
O encontro carinhoso de Lula com Maluf começou a ser desenhado quando Lula bebeu Romanée-Conti na companhia do marqueteiro Duda Mendonça e depois justificou o mensalão como algo que todo partido faz.
Nunca se ouviu Maluf dizer que seus companheiros de ofício seriam obrigados a engoli-lo um dia. Pois assim aconteceu.
"Provavelmente eu até tenha postado o comentário abaixo em algum de seus artigos antigos, como em tantos quantos eu consegui faze-lo tamanha foi a minha indignação. Principalmente porque eu apoei e defendi publicamente também via comentário em vários blogs a coligação Haddad e Erudina. E porque não com o PP também? Por isso vou repetir o meu comentário aqui, caso o aceitem claro."
ResponderExcluirInteressante a coincidência das fotos e das manchetes da matéria de Luíza Erundina ao lado ou acima da de Delfim Neto na Carta Capital. E quem acompanhou a política brasileira na época em que Delfim Neto foi ministro da direita e hoje é um dos aliados do PT não compreende essa repulsa de Erudina, tardia por sinal, porque veio mais de vinte e quatro horas depois, repelir Paulo Maluf. Prova ela que retroage, retrógrada é, a concretização da "Esquerda Burra". E a configuração de uma pessoa tresloucada e traidora.
Parte 2: Que na comissão da verdade age cheia de ódio e rancor, vingativa. Invertesse o caso e lhe dessem poder absoluto sabe-se lá qual seria o tamanho da maldade de sua vingança sob o ardor do fogo de seu ódio.
Toda a concentração de energia que pulsa em explosão nas suas decisões entre um sim e um não são as mesmas, volátil alguém definiria. Um perigo para a sociedade analisariam, pois aparentemente o que se menos levou em conta em sua decisão foi a melhoria para o povo.
Parte 3: Uma faísca que por um tempo riscou o céu com luz não própria e que logo se apagou, para sempre. Com petulância de desesperada defesa a Estrela Guia com seus argumentos apagou. Lula-lá passou dos limites, disse, pelo povo. Luíza Erundina melhor do que ele moralmente se achou. Seria o mesmo que dizer.
Parte 5: Quem és tu Lula Estrela Guia diante de apagado risco no céu que um dia pouca luz lançou? Ainda obrigado, Lula, a ouvir o que não é nada em qualquer espaço, além de escuridão. Ousar dizer que quem passou dos limites foi tú, Lula-lá, ainda estrela guia brilhante no céu do coração do povo brasileiro.
Parte 6: E quem és tu Erundina para para falar o que quer que seja do Lula e criar-lhe problemas para a eleição de São Paulo. Dizendo inclusive que ele foi longe de mais?
E você para onde foi? Onde esta? E se foi e chegou a algum lugar, foi por quem? Por mérito político seu? E se, o que fez para merece-lo? Quem é você como liderança para o nosso país?
Parte 7:Foi prefeita de São Paulo nas costas de quem? De sua liderança política de nada e de ninguém como é até hoje, ou por Zé Dirceu, Lula, Suplicys e PT?
Que arrogância é essa para se achar com o direito de desistir dizendo que foi porque o Lula foi longe nessa ao coligar-se como o partido de Paulo Maluf? E ainda querer atrapalhar Lula e PT, isso tem nome, é covardia e traição! Típico de um tresloucada que não transmite confiança à ninguém, PSB que se cuide.
Parte 8: Coincidinco com o artigo aqui comentado: Mas estranhamente só se decidir depois de mais de 24hrs?
Pergunte-se a si mesma, quem sou eu? O que represento para o meu país como pessoa e política? Que falta eu faço para o Brasil? Antes de arrogar-se ao que quer que seja. Por que senão a pergunta quantos Malufs valem uma Erundina que fizeram na Carta Capital pode ser respondida por você mesma, e você com toda a certeza já se deu mal.
José da Mota.