Não peço muito para 2014, até porque no ano passado, por essa mesma época, fiz uma lista de doze desejos e vejam abaixo algumas de minhas frustrações. Eu dizia, por exemplo, que ficaria feliz em 2013...
- “Se o tricolor repetir o brilhante desempenho de 2012.” Não repetiu e ainda teve que apelar para o tapetão.
- “Se os mensalões do PSDB e do DEM forem julgados pelo Supremo Tribunal Federal com o mesmo critério e rigor com que foram tratados os aloprados do PT. Não por represália, como querem alguns, mas por uma questão de equidade e justiça.” Continuo aguardando.
- “Se eu não precisar embarcar (ou desembarcar) no aeroporto Galeão-Tom Jobim ou no Santos Dumont num dia de calor.” Sem comentários.
- “Se as autoridades conseguirem impor a ordem no caos do nosso trânsito de cada dia — inclusive das bicicletas que em geral não respeitam as calçadas nem o sinal vermelho.” Piorou.
- “Se o Rio continuar lindo e adorável — só que um pouco menos quente.” Como se sabe, ficou mais quente ainda.
- “Se Alice superar a sua crise existencial por causa do ciúme do irmãozinho Eric.” Nem nisso fui atendido.
- Se no próximo réveillon houver menos confusão do que neste que passou, com arrastões, roubos em frente ao palco principal e até troca de tiros, com doze pessoas feridas. A cena dos documentos roubados ou perdidos espalhados pelo chão de uma delegacia foi patética (ainda bem que o delegado foi exonerado). Saudades do tempo em que os turistas estrangeiros se extasiavam com o espetáculo e pediam explicação, como um francês me pediu uma vez: “Como é que vocês conseguem juntar 2 milhões de pessoas sem tumulto e violência?”
De qualquer maneira, em matéria de violência, o destaque não foi daqui, mas do eterno feudo dos Sarney, que já disputava o título de mais pobre. Agora, ostenta o de campeão no quesito barbárie. O que aconteceu em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, chocou os juízes do Conselho Nacional de Justiça: mais de 60 presos foram selvagemente assassinados dentro da prisão (alguns tiveram a cabeça decepada), onde também chefes de facção criminosa promoviam espetáculos de estupros de mulheres e irmãs de bandidos rivais à vista de todos.
O estarrecedor relatório do CNJ ao presidente do STF levou o governo do estado a ocupar o presídio com a PM. Parece que não adiantou muito. Logo nos primeiros dias deste ano, mais dois detentos foram encontrados mortos dentro de celas. Portanto, na hora de lamentar as mazelas do Rio, devemos nos lembrar de um consolo: é que podia ser pior, muito pior.
Podia ser o Maranhão.
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