Os golpistas levaram meses para consumar seu crime contra a democracia. Mas poucos dias bastaram para a completa, absoluta, irrevogável desmoralização do golpe.
É um marco, neste processo fulminante, o que acaba de ocorrer no festival de cinema de Cannes. A mensagem épica antigolpe que a equipe do filme brasileiro Aquarius correu instantaneamente o Brasil e o mundo nos sites e nas redes sociais. O grupo, no qual estava incluída a estrela do filme, Sônia Braga, posou segurando cartazes em inglês e francês que denunciaram ao planeta o caráter do golpe.
Um dos cartazes dizia: “O Brasil não é mais uma democracia”.
Vídeos e fotos do protesto de Cannes viralizaram imediatamente nas redes sociais. Dilma, nelas também, agradeceu a solidariedade.
O fato é que o golpe perdeu o que se poderia chamar de duelo de narrativas, e isso é o princípio do seu fim.
A Globo e a oposição liderada pelo PSDB fracassaram miseravelmente na tentativa de transformar uma quartelada parlamentar e jurídica num ato de “salvação nacional”.
Essa narrativa mentirosa, cínica, ridícula foi atropelada pela narrativa real: foi um golpe da plutocracia.