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Direita no Planalto faz pib recuar ao de 2010

Em qual profundidade seremos enterrados?


Os dados desagregados do Monitor do PIB apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas indicam claramente o processo de destruição da economia do país e de ataque aos mais pobres desde que a direita chegou ao poder com o golpe contra Dilma Roussef em 2015-16; o PIB per capita do país em 2018 recuou nada menos que oito anos, aos níveis de 2010, primeiro ano do governo Dilma; a queda, foi brutal a partir de 2015, ano em que o governo de Dilma foi inviabilizado pelas elites.

Todo mundo quer ser bom, mas da lua só enxergamos um lado 
Vida que segue...

Receita da oposição

Aécio Neves à frente, é a que levou a Europa a recessão
Há semanas, bem antes da eleição para o Parlamento Europeu e dos seus resultados – que mostraram o Velho Continente dando uma guinada para a direita e, em alguns casos, para a extrema-direita -, a nossa direita e mídia tupiniquins vêm anunciando que a União Europeia sairá da recessão porque cortou gastos governamentais e diminuiu o déficit público, saneando suas contas públicas.
Um exemplo, segundo eles, a ser seguido pelo Brasil. Pregam estes profetas da nossa direita que, a exemplo da Europa, nós deveríamos cortar salários, gastos sociais e benefícios previdenciários.  Eles nos dão, assim, uma ideia do que nos esperaria caso a oposição vencesse e governasse o Brasil.
Para se ter essa ideia precisa do que eles pretendem trazer, caso vençam em outubro, basta observar os dados sobre a Europa atual: o desemprego na Zona do Euro, hoje da ordem de 11,9%; crescimento do PIB em não mais que 1%; inflação em 0,7% com risco de deflação; e a recessão, que entre eles já perdura por uma década – aliás, como aconteceu também com o Japão.
Sem contar os altos e alarmantes índices de desemprego: como, por exemplo, na Espanha 25,9%; na Itália 12,7%; na Grécia 26,1%; e na França, com seus  3 milhões de desempregados e 2 milhões empregados precários.
Alarmados? Pois é isto que a oposição quer para nós e o que virá se ela vencer a eleição nacional em outubro próximo. Daí a insistência do candidato dos tucanos a presidente da República, senador Aécio Neves (PSDB-MG) – estimulado por economistas como o ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga -  no emprego das medidas impopulares que promete.
É evidente que tal pacote prometido por Aécio, que inclui o tarifaço no setor de energia e combustíveis – tal como na Europa – trará recessão e desemprego para o Brasil e desmonte da rede de proteção social. Sem resolver nossos atuais desequilíbrios econômicos e sociais, pelo contrário, trará para o país uma nova fase de desnacionalização e privatização da economia.
O cerne dessa proposta: por que acenam, prometem e comprometem-se com a adoção das tais medidas impopulares? Para preservar a hegemonia do capital financeiro, rentista e patrimonial sem resolver o problema central da nossa economia que é o seu financiamento, hoje inviabilizado pela pagamento dos juros da dívida interna – em média 11% e que consomem 5% do PIB. Um financiamento inviabilizado, também, pela atual estrutura tributária regressiva e indireta que penaliza a renda do trabalho e premia a especulação, o rentismo, o capital financeiro e a alta concentração de renda.
Não se iludam, meditem sobre essas propostas da oposição, mas reflitam sobre o que vamos colocar aqui, uma questão muitas vezes repetida aqui no blog pelo ex-ministro José Dirceu: sem enfrentar a questão do sistema financeiro e bancário de indexação de nosso economia, do controle de capitais, do câmbio e do papel do Estado, temas sobre os quais a oposição se cala, não avançaremos. E o mais grave: podemos é retroceder.
da Equipe Blog de Zé Dirceu
No final dos anos 60, o programa radiofônico policial “A patrulha da cidade” – teatralizado, de péssimo gosto e recheado de preconceitos racistas – tinha um quadro onde um motorista de ônibus (da linha Caxias-Mauá) comentava as matérias policiais dos jornais populares. E, diante das maiores barbaridades, reclamava que eles eram muito “suaves”, dizendo:
É impressionante como – claro que com muito mais refinamento que o caricato personagem do rádio – o jornalismo econômico brasileiro caminha para do sensacionalismo negativista – inflação e recessão -  para um muxôxo semelhante.
- Ah, mas o crescimento econômico vai ser baixo, o PIB não vai crescer…
Ora, isso é de uma tolice sem par. Que o PIB, em 2011, ia expandir-se a uma velocidade menor que o “boom” de 2010, até as pedras sabiam. Primeiro, porque a base de comparação de 2010, o ano de 2009, era baixíssima, pois o crescimento naquele ano fora zero (até um pouco abaixo de zero). Segundo, porque a ameaça de recrudescimento da inflação – já percebida no fim de 2010 – levou a uma elevação da taxa de juros que, desgraçadamente, se potencializou com os reflexos da crise europeia.
Tanto é que o BC – “precipitação, politização”, apressaram-se a gritar os comentaristas econômicos conservadores -  imediatamente reverteu a curva da taxa de juros públicos.
Como qualquer pessoa de boa-fé poderia prever, o processo inflacionário cedeu – e está cedendo, em ritmo mais acelerado até que o previsível – porque não estava assentado no núcleo da economia, mas na ponta final: basicamente no preço dos serviços. O outro fator altista, a elevação do preço do petróleo, foi contido pela ação da Petrobras – e tome de “revolta” com não haver elevação do preço dos combustíveis nas refinarias.
O PIB brasileiro não apenas vai crescer num ritmo maior, este ano,  como sequer, como se vê agora, baixou como o das principais economias do mundo. Não é correto comparar o desempenho do Brasil ao de emergentes como a China, porque senão teríamos de comparar as estruturas de mercado, a exclusão e,no caso da China, o poder imenso de intervenção do Estado nas estruturas econômicas. E isso, para o bem e para o mal, não é paralelo ao que se passa aqui.
O problema da economia brasileira é a estrutura predatória que há séculos. E que, no capitalismo cada vez mais preso à esfera financeira, expressa-se hoje no tributo, uma espécie de “quinto” moderno,  que representa nossa taxa de juros.
Ela é o centro de um processo perverso que impede o desenvolvimento brasileiro, porque nos impede de uma visão estratégica, de um projeto, em nome do qual se acumule e que produza identidade, porque sem projeto comum não há identidade possível em qualquer grupamento humano.
Como o caricato motorista da “Patrulha da Cidade”, o olhar nacional da dita “inteligência” nacional está preso nas pequenas desgraças do dia-a-dia, com uma tentativa reiterada de ver a nova orientação que tomou como algo que é preciso, torcer, torcer, torcer, para ver se ela dessangra.

pinçado do Tijolaço

Esquizofrênia no BC e no FED

Nos Estados Unidos, como aqui, o Banco Central (BC nosso, FED deles) segue uma trajetória esquizofrênica. Os dois são apressados para tomar decisões restritivas do crédito com medo da inflação futura, e atrasados para adotar medidas anticíclicas que estimulem o crédito e o reaquecimento da economia.

Entre a pressa e o atraso, constata-se que tanto no caso da recessão, quanto no do aumento da inflação, pode não haver relação alguma com as políticas macroeconômicas.

Como vemos, a economia pode nem se reaquecer diante de medidas como as tomadas pelo FED, que entre janeiro de 2009 e março de 2010 adquiriu US$ 1,25 trilhão em títulos lastreados por hipotecas; US$ 175 bi em dívidas de empresas controladas pelo governo; e US$ 300 bi em títulos do Tesouro. Mesmo assim, as incertezas e a insegurança geral persistem e, tudo indica, são ainda maiores que o estímulo ao crédito que o banco procura dar.

No nosso caso, a inflação nada tinha a ver com a demanda e sim com a oferta. Mas, apesar disso, o mesmo BC que demorou seis meses para reduzir os juros Selic em 5%, agora os aumentou apressadamente em 2%. Para logo depois constatar que a inflação cai e a atividade econômica não mantém o ritmo anterior - ou seja, não era necessário subir os juros.

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Tirando pé da jaca

No campeonato brasileiro da economia, o IBGE confirmou para o dia 11 de setembro a divulgação do PIB do segundo trimestre.

Analistas do setor produtivo apostam em crescimento de 1,5%, mas já com expansão acima de 3% neste terceiro trimestre. Na média do ano, pode chegar a 2,5%, com impulso de banguela para até 4,5% no ano que vem.

Amém.

É bom lembrar que a maioria dos analistas, no caso, do sistema financeiro, continua jurando por todos os juros que o Brasil só vai tirar o pé da jaca da recessão na travessia de 2010.

Pode?

Foi uma marolinha mesmo

"O Departamento de Economia do Bradesco, dirigido por Octavio de Barros, considera que a recessão no Brasil começou em outubro e acabou em abril deste ano. No segundo semestre de 2009, a economia crescerá, em termos anuais, 4%. E em 2010, a economia crescerá 5%". Diante disso, J.Serra está num dilema: perde para a Dilma ou para o Ciro? O que será menos doloroso? Talvez perder para o Ciro, pois apanhar de mulher é feio. E no final, foi uma marolinha mesmo.

Rafael J. Franco
São Paulo (SP)

Carta do Ibre

“Seria injusto, caso de fato uma recessão mais profunda e prolongada tenha sido evitada, não reconhecer os méritos da reação da política econômica do governo -desde os primeiros passos, com a gestão de liquidez habilidosa e ágil do Banco Central, que foi da liberação de compulsórios à indução da absorção de bancos e carteiras pelas instituições financeiras mais bem preparadas, até as muitas iniciativas de desoneração tributária setorial.”

“Se essa visão for confirmada, é possível que o país seja beneficiado por uma feliz coincidência: o desafogo da crise global de crédito veio a tempo de permitir que a indústria, vencida a queima de estoques, reiniciasse a sua marcha, antes que a perda de empregos nesse setor se disseminasse, via demanda, na forma de um impacto mais amplo na economia”.

“Em resumo, a conjuntura brasileira é sem dúvida melhor do que a apontada pela maior parte das projeções no início deste ano, para não falar do final do ano passado.”

Luiz Guilherme Schymura, dirigente do Ibre que tem sido um dos maiores críticos do governo.

O Brasil não está em recessão

Para começo de conversa, a economia brasileira não está em recessão. Já não está mais e, na verdade, ela sequer entrou - "em recessão técnica". O crescimento em diversos setores já recomeçou desde abril, o início do segundo trimestre do ano.

No primeiro trimestre de 2009, com as quedas de 0,8% comparado com o último trimestre do ano passado e de 1,8% comparado com o primeiro trimestre de 2008, o sinal é de que nem entraremos na chamada "recessão técnica", e de que vamos, sim, crescer já no segundo semestre desse ano.

Parte da explicação para essa melhora está na ampliação dos serviços, setor responsável por 60% da economia e que cresceu 0,4% no primeiro trimestre contra uma queda de 0,4% no último trimestre de 2008.

Ao lado disso, está o consumo que se sustenta no crescimento do emprego e da massa salarial, com um aumento de 5,2% comparado com o mesmo trimestre de 2008. Também, para reforçar essa tendência (de retomada do desenvolvimento), o consumo das famílias subiu 0,7% em comparação a 2008, depois de ter caído 1,8% no último trimestre do ano passado.


Logo, nossa economia pode crescer esse ano e retomar no próximo sua rota de crescimento acima de 4%, com a criação de 2 milhões de empregos por ano. Isso significa que, realmente, o Brasil estava preparado para enfrentar uma crise das proporções internacionais - financeira e econômica - dessa que derrubou o crescimento e o comércio em nível mundial.

O resto é sinistrose

São as águas de março fechando a recessão. Saiu o PIB do primeiro trimestre; havia quem apostasse em retração de até 3% e não deu nem 1%. O recuo ficou em 0,8%, por obra e desgraça do setor industrial, com encolhimento de 3,1%. No quarto trimestre de 2008, quando a marolinha quase virou maremoto, recuo de 3,6%.

Ocorre que já estamos fechando o primeiro terço de junho, virada do semestre, com pinta de PIB no azul, desde abril. Ou seja: nosso fundo do poço foi mesmo lá em março.

Agora, chega de retrovisor. Vamos ligar nossos faróis de neblina na cerração do segundo semestre, para vislumbrar até dezembro um PIB gregoriano em expansão.

Quem sabe, algo em torno de 2%, contra apostas recentes de crescimento zero ou mesmo recessão de quase 1%.

Ou seja: mais uma vez a comprovação daquilo que estamnos dizendo desde janeiro - a crise dura nove meses. No Brasil e no mundo.

Todas as crises, desde os anos 80, não passaram disso. A biruta já virou. O Brasil já melhorou e o mundo todo - ou quase - já parou de piorar.

O resto é sinistrose - cenários alarmistas produzidos por analistas alarmados. Comigo não, violão.