Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa...

Fernando Horta - e se não der?

A história do presidente Lula poderia ser narrada em forma de epopeia. O juiz Moro tem ajudado muito no final do enredo. Pensava ele que passaria para a História como a luta do “bem contra o mal”, sendo ele – obviamente – o “bem”. Acontece que a História é uma senhora velha, culta e que não se deixa enganar. Lula já estava nela como um dos três maiores presidentes do Brasil, e pode vir a ser o maior. De fato, Lula é o único com reais possibilidades de se tornar três vezes presidente pelo voto popular. Só não ocorrerá em caso de um segundo golpe sobre a democracia brasileira. Este segundo golpe é aposta de uma parte da elite que nunca estudou à fundo a história do mundo ou do próprio país. Lula, hoje, representa a única forma de reunificação do país. É o único candidato que teria condições de fazer voltar o jogo da democracia, também por isto sua rejeição despenca e é a menor entre todos os candidatos.
Mas e se não der? E se, em algum destes degraus que se tornam cada dia mais perigosos, o presidente ficar retido, certamente contra a sua vontade?

Esta é uma pergunta recorrente que a direita se faz e a esquerda também. E a resposta a ela coloca no mesmo lado posturas políticas antípodas, mostrando como e porque Lula é hoje o único caminho viável para a reconstrução institucional do país.
Existe uma direita doidivana e fascista, que foi apelidada por um jornalista ex-doidivano e fascista de “direita xucra”. Aquela que acha que vai matar, vai bater e vai arrasar com todos aqueles que não pensam como eles. Esta direita nunca leu um livro de História na vida e morre de medo de um dia ter que fazer. Se tivesse lido, veria que nunca a humanidade compartilhou deste pensamento. Mesmo impérios na antiguidade eram forjados em consensos e acordos e todos aqueles que quiseram se impor pela força das armas acabaram mortos. Como recurso didático sugiro procurar na internet a foto do corpo de Mussolini quando de sua morte. Para esta direita Lula não será presidente pela força das armas e da violência. Uma violência mantenedora do status quo, racista, preconceituosa, machista e ignorante. Que parte da ideia de que o mundo é plano, passa pela noção de que armas aumentam a segurança urbana e termina, com chave de ouro, dizendo que o fascismo era de esquerda e que não é bom jogar xadrez com pombos. Eu fico de má-vontade, confesso, em conversar com alguém que já jogou xadrez com pombos e usa esta experiência como argumento. Acho, também, que deveríamos ver com muito cuidado se alfafa não tem algum poder alucinógeno.
O que impressiona é que um ponto de vista semelhante é defendido pela esquerda radical. Aquela para quem o aumento da violência contra a população (seja ela econômica, política ou mesmo jurídica) nos trará a redenção revolucionária. Estes, cometem o mesmo erro de Trotsky em Brest-Litovsky (1917). Em nome de uma teorização para lá de especulativa, acreditam que “quanto pior melhor”. Da violência econômica e política máxima (a fome e a guerra) nasce a consciência de classe revolucionária. Lula seria um “agente da burguesia” por impedir este processo redentor. Trotsky foi indicado para negociar a paz com os alemães em 1917, e tudo o que conseguiu, depois de mais de 30 dias de conferência, foi sacrificar todos os sovietes e trabalhadores ucranianos, quando os generais alemães se cansaram da brilhante retórica trotskysta e mandaram suas tropas avançarem. Lênin e Stalin, que haviam advertido Trotsky do erro desta estratégia, pouco puderam fazer para salvar os ucranianos e quase não salvaram a própria revolução. Acreditar no mito a “fênix” da esquerda, que renasce das próprias cinzas, é muito bonito dentro de um escritório de universidade ou como epílogo de algum livro apologético revolucionário. Mas não passa disto.
Lula é o único candidato capaz de fazer extensas alianças. Alianças, esta palavra que deixa a esquerda ruborizada e a direita moralista desesperada é o que permite que não nos matemos nas ruas. O capital internacional sabe muito bem disto, desde a segunda guerra mundial, quando fez com que comunistas e capitalistas fizessem aliança entre si e com colonialistas para vencer o nazi-fascismo. Se não for Lula o capital no Brasil também sofrerá. Não falo aqui das figuras emblemáticas do grande capital que já estão lucrando com o golpe e provavelmente continuarão a lucrar. Falo da massa de pequenos e médios empresários que serão varridos para a pobreza assim como altos funcionários que terão sua qualidade de vida despencando por conta de uma crise política. A opção inteligente, mesmo para a direita liberal brasileira é Lula. Com pactos exigindo que o presidente ceda em alguns pontos ... enfim, alianças. Sem elas podemos nos preparar para um 2018 que não vai acabar.
“Mas alianças a que preço, Fernando?”. Ora, se você já está pensando em “preço” então é porque já temos um início de negociação. Eu acho que nem eu, nem você podemos ter a petulância de querer colocar um preço moral em alianças. Pergunte àquela mãe que perdeu vários bebês para a fome, nos anos 90, qual o preço de alianças. Pergunte olhando nos olhos dela, e não pensando em algum moralismo difuso que se baseia nos escritos do século XIX de algum europeu branco e gordo. O mundo é aqui e a vida é agora. E são muitos “preços” que devem ser colocados na mesma mesa de negociação. Por que o seu vale mais? Enquanto tiver um brasileiro passando fome ou fora da escola, qualquer coisa que impeça uma aliança é um preço alto demais a se pagar.
Se não der Lula teremos o caos. E é isto o que a esquerda tem hoje de melhor a fazer na “luta contra o golpe”. Evitar o caos.
Se formos olhar com cuidado, os quatro grupos mais atacados pelas medidas golpistas não se levantaram em momento algum. Os sem-terra e os sem-teto, em que pese liderados por pessoas articuladas e cheias de frases de efeito, nada fizeram. As mulheres e os professores, atacados diuturnamente pelo (des)governo Temer, também nada fizeram. Estes quatro grupos mostram que a sociedade brasileira não vai se levantar, não importa o tamanho da sela que lhe coloquem no lombo. Toda a “resistência” ao golpe, descontadas as dancinhas, cânticos e um carnaval fora de hora, se baseia no aumento do custo das medidas indignas ou injustas. E só isto. Tudo o que a esquerda está fazendo é aumentar o custo político para cada ação que Temer toma. Esperando a chegada de um Napoleão, um Fidel, um Lênin ou um Toussaint Louverture ...
Só há dois caminhos para o Brasil, ou a restauração institucional e democrática com um candidato que seja capaz de fazer alianças e que tenha um projeto de Brasil, ou a violência aberta e direta que se apresentará, caso a extrema direita ou a extrema esquerda queiram colocar em prática os seus – identicamente a-históricos – planos e pensamentos. Como o povo brasileiro historicamente não se levanta por coisa alguma (e a farsa de 2013 cada vez mais se mostra como tal), creio que a única solução é um reformismo lento, mas que temos que lutar que seja contínuo. Com as instituições mediando os conflitos políticos e acolhendo a violência para dentro de si evitando que ela se espraie socialmente.
Lula não é “de centro” como uma parte da esquerda está tentando colocar. Também não é “extrema esquerda” como a direita insiste em acusar. Lula, hoje, é o consenso que o Brasil pode ter. Não é Lula que precisa ser presidente. É o Brasil que precisa dele presidente. O centro político brasileiro precisa entender que hoje o consenso institucional possível, capaz de manter o jogo democrático e alguma ordem social com crescimento econômico está um pouco mais à esquerda do que eles gostariam. E a esquerda entender que as teses trostskystas de que a pressão social funda uma consciência revolucionária nunca saíram do papel. Ou peguem em armas, como fizeram Lênin, Trotsky, Stalin, Fidel e tantos outros – arcando com o custo social, psicológico e histórico disto – ou parem de bravatas infantis e passemos a consolidar uma candidatura que possa sim fazer alianças. Que possa chegar a uma agenda mínima aceitável para o país. De forma material e clara, e não idealista, ideológica ou moralista.
Cada vez que vejo alguém criticando “alianças” sem ter um fuzil na mão, penso como não aprendemos nada com a história do século XX. Respeito qualquer um dos caminhos, o do fuzil ou das alianças, mas não um “caminho do meio”. A violência é a base social humana, resta saber se você quer apostar nela aberta e crua ou institucional e cínica. E se você está disposto a pagar pelo preço de uma ou de outra escolha.
!

Você tem apetite emocional?

Boa tarde!


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto
Ajude a manter este blog, clik no anúncio que te interessar. Mas somente clik se realmente o anúncio te interessar. Obrigado!

Blablarina e Michê endoidaram de vez

Quem imaginava que Marina Silva (a empregadinha do Itaú) estava preparando sua candidatura a presidência em 2018, errou redondamente. Ela deveria estar internada em algum manicômio. Vê a pérola que a surtada soltou: 
"Um se tornou o cabo eleitoral do outro. Um não sobrevive sem o outro. Em apoio a quebra da polarização, e Lula e Bolsonaro são os dois extremos, de esquerda e direita", quanta babaquice. Faz pareia com a "intenção do Michê ser candidato em 2018.

Tão doidos varridos. 

Dou ela por ele e não quero volta.

Imbecis!
Resultado de imagem para marina silva e michel temer!



Não sei quem é mais bandido, a Globo ou Ministério Público

A promiscuidade Globo- MP chega ao máximo: cadeia na tv
O Fantástico da noite de domingo superou todos os graus imagináveis de promiscuidade entre uma emissora de televisão e uma instituição parajudicial, o Ministério Público.
O MP cedeu ao programa global todas as imagens de uma “vistoria” que realizou no presídio de Benfica, no Rio, e às celas de Sérgio Cabral, Anthony Garotinho, Jorge Picciani e de Rosinha Matheus e da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo( na imagem reproduzida acima)
Um exposição mórbida que nenhum ser humano, nem mesmo meu pior inimigo, merece.
Carregar presos em carroças pela praça pública é prática medieval.
Não me prendo, porém, às minhas opiniões.
Uso as da presidente do Supremo, a Ministra Cármem Lúcia que, ao que tudo indica, fará cara de paisagem diante deste abuso:
Vivemos, nos tempos atuais, o Estado-espetáculo. Porque muito velozes e passáveis, as imagens têm de ser fortes. A prisão tornou-se, nesta nossa sociedade doente, de mídias e formas sem conteúdo, um ato de grande teatro que se põe como se fosse bastante a apresentação de criminosos e não a apuração e a punição dos crimes na forma da lei.(…)
O ser humano não é troféu para ser apresentado por outro, inclusive com alguns adereços que podem projetar ainda mais uma situação vexaminosa e de difamação social (Habeas Corpus nº 91.952/SP)

Se as palavras da presidente da Suprema Corte não são um exercício de hipocrisia, a esta altura a equipe do Ministério Público que entregou à Globo, para sensacionalismo, as imagens de uma ação funcional que invade a intimidade a que todo ser humano, mesmo preso, tem direito, estaria afastada.
Os juízes com a função de execução penal estariam pulando nos cascos, porque são “seus” presos, não do MP.
Quando cheguei ao governo do Estado, com Brizola, compramos uma imensa briga. É que era praxe a polícia pegar o acusado pelos cabelos e levantar seu rosto para as câmaras dos fotógrafos e para a TV.
Fomos acusados de proteger bandidos, por causa deste simples gesto de civilização.
Bandido é todo o que viola a lei em grupo (bandido, bando, grupo).
É como procede o Ministério Público, neste caso.
E bandido tem de ser punido.
por Fernando Brito - Tijolaço

Do novo ao de novo, por Jose Roberto de Toledo

O atropelo vitimou a candidatura. No meio da semana passada, o PPS forçou a barra para Luciano Huck declarar-se pretendente à sucessão de Temer. Contrariada com a ideia de ter um “candidato da Globo” na corrida presidencial, a contratante do apresentador nem precisou se mexer. A imobilidade bastou para Angélica perceber que seu novo programa semanal se encaminhava para o telhado da emissora. Usou seu poder de veto. O marido desistiu.

É a terceira tentativa de conceber um candidato “outsider” que não vinga para 2018. A primeira foi a candidatura do juiz Moro, que não se deixou emprenhar pelo ouvido. Depois, a do prefeito Doria, que foi ansioso demais e levou tábua do partido. Agora, a de Huck. O apresentador articulou com empresários, fez pesquisas, conversou com políticos, mas não conseguiu seduzir os únicos eleitores que realmente importavam: o patrão e a família.

Não há imaculada conceição em disputa eleitoral. Toda candidatura nasce de algum tipo de rala-e-rola. Desde a frustrada tentativa de lançar Silvio Santos à Presidência 28 anos atrás que políticos buscam a fama de personalidades da TV para camuflarem sua presença nas urnas. Mas o contrato nupcial nem sempre dá certo. Às vezes, o nubente desiste antes mesmo de chegar ao cartório, como Datena no ano passado e Huck agora. Outras vezes o juiz não oficia a cerimônia, como com SS em 1989.

Ainda há tempo de políticos sem voto conquistarem este ou aquele famoso com a promessa de um passeio eleitoral em 2018. Ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa prometeu resposta às juras do PSB até janeiro. Mas à medida que abril e o prazo fatal para filiação de neófitos se aproxima, o canto das sereias partidárias vai virando um grito estridente e desesperado.

Em breve, partidos divorciados do eleitorado não poderão mais se dar ao luxo de escolher os pares que pretendem levar para a urna. Subcelebridades, ex-famosos, influenciadores digitais, até youtubers: qualquer um com milhares de seguidores, expectadores ou ouvintes será visto como tábua de salvação. Sem sufrágio, o naufrágio é inevitável. As siglas que ficarem carentes de voto nas próximas eleições perderão grana e tempo de TV. A nova cláusula de barreira é progressiva e levará muitos ao fundo.

Vale para a eleição da Câmara. Na disputa presidencial, a regra é outra. O fim da novidade Huck reanima políticos que estavam em baixa por não terem nada de novo. “Há Ibopes e Ibopes”, dirão veteranos de tantas campanhas. Seu lema é: mais vale um dígito de intenção de voto na mão do que dois de audiência voando.

Sem Moro nem Huck, restam poucas alternativas aos partidos que não a de tirar a naftalina de velhas candidaturas. Sempre precavidos, os “insiders” se agitam. É hora de reforçar o botox, pentear implantes e escovar próteses. Convém checar as safenas, fazer um regime e se preparar para o abraço, ou centenas deles.

Já-te-vi tem tudo para monopolizar o cardápio da eleição presidencial. Da entrada à sobremesa, todos os principais candidatos que permanecem na disputa são velhos conhecidos do eleitor. Alguns, com duas ou mais eleições presidenciais no currículo, como Lula, Marina e Ciro. Outros ostentam muitos mandatos no Congresso, como Álvaro Dias e Bolsonaro, ou comemoram bodas de cristal em governos estaduais, como Alckmin.

O “novo” está virando “de novo”. É esperado que seja assim. Mudam os nomes, trocam suas siglas, mas os partidos continuam os mesmos. Assim como quem manda neles. Apanhado com a boca na botija, o sistema político-partidário entrega os anéis, alguns dedos, uma mão ou outra, mas o tronco e a cabeça continuam lá. Há que mudar para permanecer como está.

Onde todos os golpes acabam, por Pedro Augusto Pinho

O General Newton Cruz, que em certo momento foi a expressão midiática do Golpe de 1964, afirmou: "cometemos tantos erros que o Brasil acabou não sendo, nos anos 90, o País que a sociedade brasileira desejava. Saímos desgastados do regime, que durou um tempo demasiado" (Hélio Contreiras, Militares: Confissões, MAUAD, RJ, 1998).
O excelente jornalista Luis Nassif, pelas redes sociais, apresenta algumas  reflexões, a partir da matéria de capa da revista Veja, que circula na última semana de novembro/2017, sobre a imprensa no Brasil de hoje. Uma delas diz respeito à rede em que caíram certos veículos, desenvolvendo o ódio e a absoluta ausência crítica e respeito ao leitor, que os tornam prisioneiros de seus próprios erros. Com sua verve, Nassif chama "conservadorismo inglês" o novo estilo de fazer a defesa do capital e da política burguesa capitalista, estas últimas expressões de minha lavra.
Também recebo  informações da disputa que toma corpo nos Estados Unidos da América (EUA) de parte significativa das forças armadas contra o núcleo "terrorista" da Agência Central de Informações (CIA), pela derrota dos interesses destes últimos na Síria. Mais um passo na luta surda de Trump contra os herdeiros de Obama.
São três exemplos, poderíamos buscar outros, que mostram o alcance das ações contrárias ao processo civilizatório, que, verdadeiramente, é a razão de todos os golpes.
Óbvio que é difícil, poderia dizer impossível, salvo na boca de um psicopata, a confissão de agir contra o progresso humano, contra o avanço da civilização, contra o bem estar de toda sociedade ou da mais numerosa parcela possível.
Vários caminhos podem nos levar à análise dos golpes – não a suas origens, sempre pela disputa do poder para algum grupo demograficamente minoritário ou alienígena – mas na adesão de parcela expressiva da população que, num primeiro momento, por concordância, resignação ou indiferença lhe dá sustentação.
Os golpes são preparados desde a educação pré-escolar com a punição pelo erro, ainda que este seja discutível. É um sentido de compensação que se constrói na mente das pessoas, independentemente de sua eficácia ou validade.
Assim, a mídia passa a atribuir faltas, dolos, desejos aos dirigentes – sejam ou não verdadeiros e quase sempre são falsos – que levam o povo, pouco dado a reflexões, a admitir a sanção. Num segundo momento, muitas vezes há o arrependimento, mas o golpe está consumado e já se apoderou, sem escrúpulo, dos instrumentos que lhe garantirão a manutenção no poder.
É um processo que se repete e até me assombra sua tão longa validade.
A partir daí inicia-se o desgaste. Afinal só houve golpe – qualquer que seja sua posterior designação – porque os objetivos dos golpistas não seriam acolhidos pela ampla maioria da população. E isto é revelado na medida que evolua a  capacidade de discernimento das pessoas. Algumas levam mais de ano para descobrir o verdadeiro intento golpista, outras são compradas para não o admitirem jamais. Compra não significa sempre dinheiro, compra-se com as vaidades, os afagos, as facilidades etc.
Se no âmbito doméstico os golpistas são sempre os saudosos da escravidão, em suas diversas amplitudes, no exterior varia com os impérios e seus interesses geopolíticos. O Golpe de 1964 nos oferece esta variedade dentro de um único movimento.
A liderança do Marechal Castello Branco, no irromper do golpe, deveu-se, fundamentalmente, ao interesse das empresas estadunidenses que dominavam o governo de então nos EUA. Uma consulta aos primeiros atos de Castello Branco e a composição de seu ministério não deixam dúvidas a quem servia, em seu início, aquele golpe.
Mas esta força estrangeira – diga-se que nenhum golpe, com ou sem violação das leis brasileiras, se deu sem a participação alienígena. Antes a Inglaterra, depois os EUA, agora o sistema financeiro internacional – agia com as forças representativas dos interesses de minorias brasileiras, ora os latifundiários, também chamados ruralistas, ora os rentistas, ora os fascistas, sempre derrotados eleitoralmente.
E o golpe vai se modificando. Na citada obra de Contreiras encontramos a queixa do Brigadeiro Cherubim Rosa Filho: "O regime devia ter-se encerrado com seu presidente que assumiu em abril de 1964, mas Castello Branco não conseguiu fazer um sucessor, como pretendia".
Houve o golpe dentro do golpe e outros golpes até que a mudança no cenário externo, com o sistema financeiro, que denomino "banca", dominando o capitalismo existente, desse, no Brasil, o golpe no Presidente Geisel, obrigando-o, como ocorrera com Castello Branco, a não poder nomear o sucessor que desejava.
A banca nos daria ainda outros golpes com a eleição de Fernando Collor, a de Fernando Cardoso, da reeleição presidencial, e de maio de 2016. Seus parceiros no Brasil foram a velha oligarquia rural, a mídia oligopolista e as classes médias emburrecidas pela didática colonial que lhes é ministrada deste a pré-escola.
Os golpes terminam por engolir seus autores. Ainda em Contreiras temos as palavras do Coronel Dickson Graell: "Não participei de um Movimento para permitir a prática da tortura, da escuta telefônica, a delação ou a omissão que houve no caso Riocentro. No Riocentro, aquela gente que tolerou o atentado passou a ser cúmplice".
O que está ocorrendo nestes despreparados golpistas nacionais de 2016?
Papel importante neste último golpe foi do "Poder Judiciário", o poder sem voto. Leiamos em Jessé Souza, este grande sociólogo e analista da sociedade brasileira: "o golpe não teria acontecido sem a politização do judiciário. Foi, na realidade, em grande medida, um golpe jurídico – um golpe que articula capitalismo selvagem de rapina e enfraquecimento das garantias democráticas" (A Radiografia do Golpe, Leya, SP, 2016).
Estamos vendo, nas entrelinhas da imprensa golpista, nas mais democráticas imprensas virtuais e pelos sites de relacionamento que, apenas o interesse da banca, amplamente satisfeito, une os golpistas. É a goma que acabará por se desfazer pela gula e vaidade da "elite do atraso" (obrigado Jessé Souza).
A Igreja Católica participou do golpe de 1964, mas, no de 2016, o proselitismo religioso ficou por conta dos neopentecostais. Aos poucos, até pela perseguição a sacerdotes e bispos, a Igreja Católica se afastou dos golpistas de 1964. É difícil, neste momento, saber para onde irão as igrejas do cofrinho (obrigado Gregório Duvivier) quando surgir o conflito argentário com a banca.
O Supremo Tribunal Federal (STF), importante ator no golpe de 2016, vai sendo, pelas vaidades, pelos benefícios não alcançados, pela dificuldade de elaborar saídas inteligentes para as contradições da lei com os interesses a defender, se desacreditando aos olhos da mesma classe média que pediu o golpe. E causando dificuldades – como na decisão de Lewandowiski, não acatando a Lei 12.850/2013 (Justiça negociada) – para o Ministério Público Federal (MPF). Os promotores, por sua vez, estão desconstruindo, no mínimo debilitando, a economia brasileira, jogando no colo dos deputados milhares de desempregados.
E as eleições de 2018 ameaçando todo arsenal parlamentar golpista. Resultado: um novo golpe se aproxima. Quais forças conseguirão aglutinar apoio suficiente para este golpe? Qual será a ação da banca? E dos EUA, sob nova direção? Haverá uma Passeata dos 100 Mil para justificar o AI 5 desta nova ditadura?
Uma situação está clara para este modesto articulista: o golpe se desmantela. Mas isto também aconteceu no de 1964 e se renovou com novos golpes até que a economia permitiu sua estabilização.
E agora com a crise financeira ameaçando um novo 2008? Os bancos privados europeus tem declarado "dificuldades" e pedem intervenção do BCE (Banco Central Europeu) para salvá-los. Teria a Europa em crise, com milhões de refugiados obrigando Merkel a mudar sua política, recursos semelhantes aos 'Quantitative Easings' de Obama? Lembrar que oficialmente foram despendidos USD 12 trilhões pela economia mais forte do planeta.
Os golpistas Temer e Maia tentam salvar os bancos com o fim da previdência pública no Brasil. Mas os parlamentares sabem que votar a "Reforma da Previdência" significa perder milhões de votos. E eles vivem dos votos ......
Um golpe que feche o Parlamento só com intervenção estrangeira. Será por isso que já está com os EUA a Base de Alcântara? E as "operações" na Amazônia?
Enfim, os que acreditaram na corrupção de Lula estão vendo o que é corrupção de verdade, com provas e com convicções.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 

Só clicar no anúncio que te interessar!

Intolerância Já!

Laerte Coutinho
!

Falta facções aí

Por que a gente não vê charges tendo como personagens principais banqueiros, donos da grande mídia, juízes e promotores? Será porque entre eles só há santos?
Tenho cá minhas dúvidas...

“Contem comigo, mas não como candidato”, diz Huck em artigo

Os destaques do dia para você!
 
 

Copyright © Abril Mídia S A. Todos os direitos reservados.





If you don't want to receive these emails unsubscribe