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Luis Nassif e sua "veia democrática"
Boa tarde aos amigos e amigas, recentes ou de vários anos. Passo por aqui apenas para relatar que o "blogueiro progressista" Luis Nassif me bloqueou lá no blog. Ele não aguentou ser criticado e mostrou agora, de fato, a sua face de ditador.
Como vemos, o filme "Muito Além do Cidadão Kane" não é uma prerrogativa da Rede Globo... Agora, quem ousa criticar a mudança da linha editorial do "democrático" blog do Nassif é sumariamente mandado para a Sibéria! E, pior ainda, me excluiu sem permitir que eu o respondesse a altura... Trata-se de um jornalista que, aos poucos, vai mostrando qual o verdadeiro grau da sua 'veia democrática'.
Por fim, agradeço imensamente aos amigos e amigas com os quais convivi durante mais de cinco anos de intensa participação no blog. E quanto ao jornalista que não aguenta uma crítica e ainda chama os outros de leviano, logo logo a sua máscara de "progressista" vai cair. Muita gente já percebeu, agora outras pessoas irão perceber.
Não ousem discordar! Serão chamados de levianos, excluídos e mandados para a Sibéria do blog do Nassiff...
A última luta contra a diatadura
Ficou excelente, Miguel! Sintetizou o que nos motiva.
Estou "botando bloco na rua", espalhando pela internet. Solicito a todos que forem vendo esse tópico, faça a disseminação e convoque para o ato de mais tarde.
Sds
Sergio Telles
A julgar pelos editoriais, a imprensa brasileira se acha uma vítima trêmula e indefesa, pronta para ser devorada pelo bicho papão totalitário. Claro que há o constrangimento de ter apoiado a ditadura, contra o mesmo bicho papão, mas se ele (o papão) não existia antes e mesmo assim justificou-se um golpe de Estado, não é tão difícil inventar novamente o mesmo inimigo; dessa vez não exatamente para dar um golpe, mas algo mais fácil, como queimar um candidato e eleger outro. Considerando que esses jornais transformaram-se em poderosos conglomerados econômicos à sombra do regime militar, pode-se especular que nossa batalha contra os desmandos desses grupos consiste na última luta dos brasileiros contra o fascismo que pendurou nossa liberdade e nossas esperanças num pau de arara.
Como empresas privadas, os jornais têm liberdade para defender ou atacar seja quem for, mas a Constituição ficaria grata se evitassem desrespeitar o direito dos indivíduos à honra e à privacidade e, sobretudo, se se esforçassem em conter seus ódios pessoais e tratassem as instituições democráticas e seus representantes com um mínimo de decoro e respeito. Não pedimos isenção. Ao contrário, pedimos honestidade em declarar sua preferência partidária, como fazem os jornais norte-americanos, o que ajudaria os leitores a separar notícia de opinião e entender melhor o que está lendo.
Conhecemos a imprensa de outros países e francamente não observamos em lugar nenhum do mundo um engajamento partidário tão enlouquecido e agressivo como vemos no Brasil.
A imprensa de fato tornou-se um quarto poder, mas à diferença dos outros poderes, goza de uma liberdade quase selvagem. Pode incentivar as pessoas a tomarem remédios que não precisam, espalhar informações falsas sobre partidos, destruir a reputação de inocentes, pressionar juízes a emitir ordens de prisão (ou de habeas corpus), desestabilizar governos... E quando setores da sociedade, como as associações de medicina, por exemplo, iniciam debates para criar leis que regulamentem o uso de informações sobre saúde, os grupos de mídia não apenas se recusam a dialogar como lançam pesadas acusações contra os que desejam o debate. Eles se pretendem intocáveis. A liberdade de imprensa converte-se, portanto, em objeto de luxo de uso exclusivo de meia dúzia de proprietários de jornais e tv.
Não temos ilusão quanto aos defeitos de nossa classe política e seus representantes, mas também não nos iludimos quanto à perseguição seletiva praticada por uma imprensa desde sempre identificada com ideais conservadores - e portanto com os partidos afinados com esses ideais.
Protestamos, em suma, contra hábitos sinistros que estão se arraigando em nossa imprensa, como fazer acusações sem provas e prejulgar pessoas e instituições de maneira açodada, desrespeitando o princípio da presunção da inocência. Com seu poder, a mídia consegue intimidar inclusive juízes, produzindo outra aberração contra a democracia, que é obstruir o direito de todo cidadão ou empresa de ter um julgamento isento e livre, longe das paixões políticas.
Protestamos, principalmente, contra a tentativa de interferir no processo eleitoral, através da criação de factóides que vão parar diretamente, às vezes no mesmo dia, na página de alguns candidatos. Denúncias devem ser feitas, claro, mas embasadas num mínimo de provas e fundamentos lógicos. Os escândalos que pipocam não nascem da intenção louvável de aprimorar o funcionamento da máquina pública, e sim do desejo mal disfarçado de produzir estragos políticos no adversário da vez.
Enfim, quando vemos a mídia engajada em campanhas partidárias, e ainda lançando suspeitas de que há forças querendo censurá-la ou silenciá-la (o que é mentira); e, para culminar, participando de seminários no Clube Militar, como o que deverá acontecer dia 23 de setembro deste ano, intitulado "Democracia Ameaçada", muitos cidadãos começam a se questionar, preocupados, se haveria alguém imaginando um golpe, seja um violento, com uso de armas, seja um "pacífico", como fizeram em Honduras no ano passado, onde o presidente eleito foi preso pelo exército e conduzido para fora do país. Todos, incluindo o golpe contra Chávez, em 2002, tem algo em comum: a cumplicidade entre oposição conservadora e corporações midiáticas.
Falamos apenas dos jornais. Quanto à mídia televisiva, os fatos são muito mais graves, porque são concessionárias de serviço público, e há leis que proibem a veiculação de material entendido como propaganda partidária.
Quando chamamos a imprensa de golpista, portanto, referimo-nos não só a seu papel fundamental na preparação do golpe de 64 e na consolidação política do regime militar, como também no esforço constante, até hoje, para derrubar ou eleger governantes a partir de artifícios nada éticos de manipulação da notícia.
Reiteramos nosso apreço pela liberdade de imprensa e de expressão, mas observamos que estas liberdades não são direitos exclusivos dos donos de jornal: elas também valem para o leitor, que não deve ser enganado; e para o jornalista, que deveria ter direito a trabalhar sem se submeter aos caprichos ideológicos do patrão.
Por fim, convidamos a todos a se libertarem do vício triste de pensar com a cabeça alheia, e a conhecerem a blogosfera política, onde se trata a informação com muito mais profundidade: é verificada, checada, depois conferida novamente, revirada de todos os lados, discutida, rechaçada, e de novo aceita; e onde, principalmente, respeita-se a inteligência do leitor e procura-se fazer com que ele a use efetivamente, pensando politicamente por si mesmo.
Somos os representantes da edição fluminense de uma articulação nacional, os Blogueiros Progressistas, ou seja, de esquerda, e nossa luta mais importante, nas últimas semanas, tem sido desmontar as manipulações midiáticas que visam confundir e influenciar o eleitorado, deturpando a vontade popular.
Mais informações no blog http://rioblogprog.blogspot.com
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Ato público contra o golpe midiático
Reproduzo o comunicado do Centro de Estudos Barão de Itararé, convocando para um ato público em defesa da Democracia, e contra o golpismo midiático. Será em São Paulo, na próxima quinta-feira, com apoio de sindicatos, partidos, movimentos sociais e blogueiros progressistas.
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Blogosfera - As propostas do Sergio Telles
Propostas que o blogueiro Sergio Telles apresentou, em seu espaço, para o Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas:
– Profissionalização, integração com a universidade e organização da mídia alternativa: as iniciativas amadoras e espontâneas são importantíssimas, mas temos que pensar em mecanismos que possam fazer a mídia alternativa ser viável economicamente sem perda de qualidade e sem passar a ter rabo preso com anunciantes ou com governos.
– Para isso, uma das propostas, que já falei anteriormente aqui no blog, é tentar conquistar junto ao Ministério da Cultura que a mídia alternativa seja considerada um patrimônio cultural imaterial do Brasil e da democracia brasileira, pois a atividade que exercemos, sem dúvida, tem total característica cultural, são milhares de internautas que diariamente executam hábitos similares e produzem conteúdo alternativo.
– Com esse reconhecimento, outros editais da área de cultura como um que já foi lançado ano passado serão mais frequentes, beneficiando a quem procurar se organizar em instituições privadas sem fins lucrativos, que podem ser premiadas por concursos com recursos públicos ou mesmo privados, com patrocínio de empresas que estarão apoiando a cultura e utilizando os benefícios das respectivas leis do setor. Essa é uma forma de injeção de recursos que organiza, por meio de instituições, a produção de mídia alternativa, sem prejudicar ou enviezar o conteúdo em benefício de quem patrocina ou apóia.
– Outro caminho é por meio da Ciência e Tecnologia, reconhecendo que produzimos inovação na comunicação. Recursos dos fundos setoriais de telecomunicações podem estabelecer parcerias entre as instituições privadas sem fins lucrativos que produzem mídia alternativa e as universidades, especialmente as faculdades de comunicação e outras faculdades de áreas sociais, visando a estruturação e programação inovadora, a produção de conteúdos alternativos em novas mídias, o enriquecimento da formação dos universitários e também a colaboração destes com a propagação do conteúdo alternativo.
– Que o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, ou outra instituição que tenha o reconhecimento e a credibilidade da mídia alternativa, crie mecanismos de agregação de valor e credibilidade de quem produz conteúdo alternativo. Isso é uma discussão extremamente complexa, parece a princípio tirar a liberdade, mas a questão da credibilidade é essencial em relação a informação, seria interessante que houvesse de alguma forma um reconhecimento de credibilidade de quem produz a mídia alternativa, através de um selo ou coisa parecida. Como disse, é polêmico, eu acho interessante existir, inclusive algum local comum em que existam comentários e recomendações sobre os conteúdos, certamente há diversas formas de se dar mais confiança ou se levar a sério quem publica uma notícia, ou ainda de se descobrir que o site que estamos lendo não é pra ser levado a sério, até porque às vezes é de humor escrachado mesmo. (os “estagiários” da grande mídia às vezes caem nessas pegadinhas, inclusive!)
– Numa mesma linha, seria interessante existir algo como uma Ouvidoria, ou algum lugar que fosse possível trocar idéias, tal como uma mediação de comunidades de Orkut, ou de fóruns. Ter um local em que algumas pessoas que possuem reconhecido respeito de toda a mídia alternativa pudessem receber colaborações, críticas, sugestões ou denúncias seria muito bom, além de ser mais um bom caminho para receber “material de qualidade” vindo da grande mídia, a maioria dos produtores de conteúdo sabem que o feedback dos leitores e comentaristas é tão importante quanto o próprio conteúdo que produzem, a dinâmica torna cada assunto abordado praticamente um tópico de discussão, um fórum, um debate aberto.
– Lutar para permitir que os blogs da mídia alternativa passem a ser permitidos em empresas, pois a maioria dos sistemas de bloqueio impedem esse acesso. Há como acessar via leitores de RSS, mas é precário. A mídia alternativa já é principal fonte de informação de considerável grupo de pessoas. O tema da certificação também ajuda nesse aspecto, até para definir quais seriam os blogs e outras ferramentas que poderiam ser agrupados dessa forma.
– Essa é pra galera do software livre, sugiro que se construa gadgets que possam com poucos cliques acessar o conteúdo da mídia alternativa, que seja algo facilmente multiplicável e instalável em qualquer computador, que uma pessoa leiga possa ter acesso a esse conteúdo sem grande dificuldade.
– Como já existem bons sites divulgando a mídia alternativa, ou a replicando, minha velha idéia da existência de um grande portal que fosse referência para todos, parece envelhecida mesmo, e esse gadget sugerido no tópico anterior parece atender suficientemente.
– No Twitter, que exista uma lista de usuários vinculados à produção de mídia alternativa, que esteja disponível para todos e que seja constantemente atualizada. E que claro, também realizemos uma rede social e uma lista de discussão, todos esses importantes mecanismos de pré-produção de conteúdos para a mídia alternativa.
– Que os futuros encontros de mídia alternativa sejam precedidos de encontros locais (quando o caso), estaduais, regionais e depois um nacional. A produção local e regional é um foco bastante importante da mídia alternativa e uma lacuna da mídia tradicional, que só preocupa-se com áreas nobres e esquece das periferias, do restante do país, que só é lembrado com notícias ruins. Valorizar e integrar a divulgação regional é importante para o próprio avanço e ganho de credibilidade da mídia alternativa.
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