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Dilma comemora primeira geração de crianças brasileiras livres da fome
Escolhas, por Marcelo Oliveira Rossi
Família de Aécio Neves deixou um rombo de 1,25 nas nossas costas (contribuinte)
O ramo materno da família do senador Aécio Neves (PSDB-MG) beneficiou-se de dois rombos no sistema financeiro brasileiro, que o levaram a consumir R$ 1,25 bilhões de recursos do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), parte coberta pelos cofres públicos. Ocorreu entre 1996 e 1998, período em que o país era governado por FHC.
Antes da história, uma explicação rápida: o Proer foi criado por FHC, sob o argumento de sanear o sistema financeiro, transferindo a parte boa de bancos quebrados para outros bancos considerados saudáveis, enquanto o Banco Central ficava com a parte podre, ou seja, o que levasse ao rombo e à quebra do banco. Digamos assim: fou um jeito encontrado para privatizar os lucros e socializar os prejuízos.
Pois bem. Em seu segundo casamento, Inês Maria Neves de Faria, mãe do senador, uniu-se ao banqueiro Gilberto de Andrade Faria, já falecido, que à época era dono do extinto Banco Bandeirantes. Muito mais que limitar-se a ser a "primeira dama" do banco, Inês foi acionista da empresa e fez parte do seu Conselho de Administração entre 1992 e 1998. Chegou mesmo a responder a processo administrativo, aberto pelo Banco Central por irregularidades e até a ser multada.
O banco da família de Aécio foi um dos primeiros da fila a se dar bem com o Proer criado pelo governo tucano: ganhou – sem licitação – a parte "saudável" do Banorte, liquidado extrajudicialmente em maio de 1996. Resultado disso: o Bandeirantes ficou com 81 agências a mais e toda a clientela boa do Banorte, enquanto os cofres públicos ficaram com o rombo a pagar – o Proer de FHC liberu módicos R$ 1,256 bilhão para dar um "empurrãozinho" na operação e, assim, "garantir a reestruturação do sistema financeiro".
A aquisição do Banorte pelo Bandeirantes foi polêmica desde sempre. Em 2002, o juiz da 10ª Vara Cível do Recife, Luiz Gomes da Rocha Neto, anulou a venda, alegando em seu voto ter detectado sinais de favorecimento ao banco da mamãe Neves.
Na sentença, reproduzida aqui de reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, diz o juiz : "Em 24 horas decretou-se a intervenção do Banorte (...) estabeleceram-se bases e diretrizes da operação; preparou-se contrato (...) reuniu-se a diretoria do Banco Central; encaminhou-se o voto favorável do Bacen ao Conselho Monetário Nacional; que se reuniu na mesma data, apenas com os integrantes constantes da ata, que concedeu instantaneamente seu Aprovo; e celebrou-se o contrato; tudo, repito, em 24 horas (...) Essa assombrosa e questionável operação contratual representou desprezo pelo patrimônio, nome e fundo de comércio do Banorte e foi uma carta branca ao Bandeirantes (...) Houve muita pressa na celebração do pacto, tanto que cláusulas e condições totalmente em aberto foram incorporadas e inexplicavelmente mantidas nos instrumentos contratuais".
O que tomaria ares de escândalo maior, se não tivesse sido abafado pela mídia tradicional é que, menos de dois anos depois de ter adquirido o Banorte sem esforço, o próprio Banco Bandeirantes anunciou estar quebrado – que levou ao famoso caso de intervenção do Banco Central para que a empresa fosse vendida pelo valor de R$ 1,00 (sim, um real e nada mais) para o banco português Caixa Geral de Depósitos.
A falência do Bandeirantes em tão curto prazo após ter adquirido o Banorte demonstra que o Banco Central deixou de aplicar o devido rigor técnico em 1996. Se o tivesse feito, constataria a falta de condição de assumir o Banorte, pois já tinha problemas de alavancagem e de falhas de gestão que se agravaram logo depois.
Mesmo vendido à R$ 1,00 e deixando rombos para os cofres públicos e o povão cobrir, os antigos controladores do Bandeirantes mantiveram suas fortunas. Um jatinho avaliado em R$ 24 milhões com prefixo PT-GAF, que pertenceu a Gilberto Faria, era usado pelo senador Aécio Neves em 2011.
Paraísos
Junte-se a este escândalo nunca devidamente abordado pela nossa mídia tradicional a notícia divulgada pelo jornalista Luis Nassif em janeiro deste ano de que a Operação Norbert da Polícia Federal, deflagrada em fevereiro de 2007, encontrou na mesa da casal de doleiros Christiane Puchmann e Norbert Muller uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor – que abriu uma offshore no Ducado de Lichtenstein, conhecido paraíso fiscal.
Segundo Nassif "os procuradores avançaram as investigações e constataram que a holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a esposa e a filha". Como o caso envolvia um senador da República, os três procuradores o desmembraram do inquérito principal e encaminharam o caso ao então Procurador Geral da República, Roberto Gurgel. Foi no mesmo período em que Gurgel engavetou uma representação contra o então senador Demóstenes Torres. O caso parou na gaveta de Gurgel. No próximo mês deverá ser apreciado pelo atual PGR, Rodrigo Janot. Há uma tendência para que seja arquivado. Alega-se que Aécio não seria titular da conta – que está em nome de familiares – mas apenas beneficiário (...)".
Como a notícia de Nassif foi publicada em janeiro, o "próximo mês" foi fevereiro passado. Não há notícias do andamento desta investigação, que já completa oito anos na gaveta, nem nas cortes superiores no caso de Aécio, nem sobre o desmembramento para seus parentes serem investigados na Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Os casos envolvendo Aécio Neves vão se acumulando e lotando gavetas: lista de Furnas, bafômetro e carros de luxo pessoais em nome de rádio, Proer, primo tesoureiro de campanha na diretoria da Cemig, Mineirão sem licitação, negócios ruins para a Cemig e bons para a Andrade Gutierrez, construção de aeroporto em fazenda de tio etc.
Será que para o Ministério Público Federal abrir essa gaveta será preciso esperar que o MP de Lichtenstein ou da Suíça aja primeiro? Assim como ocorreu com Cunha, cuja investigação veio da Suíça, enquanto no Brasil o processo contra o deputado estava na gaveta desde 2006.
Golpes: tanques ou tribunais, quais os mais perigosos?
Qualquer.

Sobre o Autor
Carta aberta à presidente Dilma
Por um aceno teu
Querida companheira Dilma:
Nós imaginamos como anda difícil sua vida aí no Planalto. Mas é possível que você não tenha ideia de como anda a nossa aqui na planície. Não, nós não falamos da carestia, do desemprego. Nós todos sabíamos que, quando o cobertor ficasse curto, a briga pela coberta ia ser feia. E eles, da elite, têm muita mais força que nós, apoiados pela grande mídia. Sabíamos, sim.
Nossa angústia aqui é outra. É ver que você tomou para si a bandeira da luta contra a corrupção e deixou todos eles, da elite, fulos de raiva. Eles não conseguem te associar à corrupção, por mais que façam. E olha que não fazem pouco. A martelação é todo dia, nos rádios, nas TVs, em todo canto. Chega a encher o saco.
Pois é. Mas esse é o problema. Nós estamos sentindo que você está achando que teu principal legado vai ser o combate à corrupção. "Duela a quién duela". Daí que você não quer nem ver perto de você qualquer um que tenha respingos de Lava Jato. Tem razão, é complicado. Você chegou a se isolar por causa disso. E não fala com ninguém. "Meu governo não impedirá a apuração dos mal-feitos", você tem repetido. E o teu ministro da Justiça segue nesse rumo.
O problema é que a justiça em nosso país tem olhos, ouvidos e enxerga bem demais por baixo daquele paninho nos olhos. Ela só apura o que interessa para seus patrões. Não, não, não estamos sendo exagerados. Ela só apura se for contra o PT. Com o resto, ela é complacente. Você, obviamente, já reparou isso.
Sabe aquele poema do Brecht, que a gente falava tanto nos nossos tempos de luta contra a ditadura? "Primeiro levaram os negros. Mas não me importei com isso. Eu não era negro…" Lembra? Pois é. A agressão está crescendo cada vez mais, já estão hostilizando nossos companheiros nos bares e restaurantes.
Agora, companheira Dilma, um Presidente da Câmara, que está enrolado até os cabelos com corrupção, está à frente para te pegar por – é incrível – improbidade administrativa! E conta com os votos de ministros do TCU, que também estão enrolados com malfeitos.
Mas você não está. Incrível! E vai ser impedida por causa de quê?
Porque a elite quer, porque eles não aturam mais os investimentos sociais que tiram deles margens de lucro. E já está claro que não adianta ter um Levy para amansar essa gente. Você sabe disso, nós não precisamos dizer. Veja o desespero deles, hipócritas, com a decisão do STF sobre financiamento de campanha.
Mas o que nós queríamos falar, que dói no nosso peito, é que não dá pra ficar calada, aí, no Planalto. Nós não ficamos calados no tempo da ditadura. Você foi à luta. E agora?
Você vai deixar teu ministro da Justiça quieto enquanto eles vão tomando os espaços, um a um, acusando todo mundo de corrupção como se fossem todos eles vestais da honestidade?
Vai deixar que o cobertor descubra os mais humildes?
Nós sabemos a hipocrisia da política. Basta olhar o tratamento dado ao Cunha. Ou ao Nardes. É estarrecedor.
Mas, companheira Dilma, não se deixe abater em pleno voo. Vá às massas. Mostre que teu compromisso é com quem precisa. Na dúvida, opte pelos oprimidos e radicalize a disputa para deixar claro o que está em jogo.
Se for para cair, caia atirando. Mas diga aos quatro ventos a que você veio, pra que tua vida serviu. Vá à batalha defendendo o que acreditas. Essa é nossa angústia. Ver você quieta, sendo torturada no Planalto calada, amortecida, como se aí dentro não batesse mais um coração tão valente. Você não imagina a quantidade de gente que espera por um aceno teu, para ir junto, e te ajudar a enfrentar o inferno atual.
Artur Scavone
São Paulo, 11 de outubro de 2015
Cunha x Fhc
Dilma é o sinal dos tempos que vem, por W Gusmão
Achei de uma síntese espetacular essa frase.
Deixa eu citar algumas características dos nossos "ex-presidentes". Os que eu lembro, embora, tenha vivenciado maior número, devido à minha idade:
João Figueiredo cunhou a célebre frase: "prefiro o cheiro dos cavalos ao do povo". Parecia que estava num calvário sem fim. A história lhe rendeu a glória da eleição para presidente.
José Sarney: Faz parte de um clã que demonstrou despreocupação com o desenvolvimento do país, haja vista, as heranças deixadas para o país e para o seu estado natal. Poderia até incluir o Amapá, devido à sua opção por ser um senador amapaense, estado que carece de uma atuação forte para reverter os índices absurdos de desigualdade lá existente.
Collor de Melo: Pareceu um tresloucado que deixou como uma de suas marcas, "voar" de motocicleta em Brasília, utilizando-se da prerrogativa de ser presidente e ter uma faixa exclusiva para ele.
Itamar Franco: Mulherengo, que se deixou fotografar com uma mulher sem calcinha no carnaval carioca. Deveria ser visto como o "Pai do Real", mas, lhe tiraram a paternidade.
FHC: "Todo aposentado é vagabundo". Muito embora ele pudesse estar fazendo uma autocrítica por ser aposentado por tanto tempo.
Lula: Cachaceiro! Estou usando termos usados inclusive por políticos, embora, não tenha visto nenhum "showzinho" dele a "La Yeltsin".
Dilma: Teimosa, dura na queda, exigente, "gosta de gritar", não fala coisa com coisa.
Sinceramente, entre todos, o comportamento dos 2 últimos é disparado o melhor. Pois, no que me interessa, mostraram atenção e preocupação com os menos favorecidos.
O caráter que a presidenta nos passa é de uma pessoa ciosa de suas obrigações como mandatária maior. Tem poder para reagir de forma mais contundente. Tem uma estrutura de estado e de governo à sua disposição. Poderia ter colocado o dedo em riste nos debates e apontá-lo para o desrespeitoso opositor que a chamou de "leviana". Ou até tomar outras "ações" como umas belas palmadas, afinal em alguns lugares do Brasil essa conotação é de uma pessoa de nível moral baixo. Não fez isso e, embora, à época eu tenha odiado essa "permissividade", foi mais uma demonstração de honradez, principalmente, por já ser a nossa presidenta. Honra o seu cargo como poucos.
Ela poderia ter interferido de forma muito mais dura desde o início com o "mensalão", "lava a jato", TSE, TCU, mas, não fez por que tem um papel importante: fortalecer a democracia no Brasil. Pode dar errado? Pode! Se ela tivesse interferido, independentemente do resultado JÁ TERIA DADO ERRADO.
Não gosto de ver o que está acontecendo. Gente condenada sem provas, gente presa para "pressionar", servente presa porcausa de um bombom, ainda que importado, prefeita deixada livre, mesmo com provas contra ela.
Não gosto de ver o que está acontecendo. Não sei qual vai ser o resultado. Acho que vão dar com os burros n'água. Certeza, quem pode ter nesses desmandos brasileiros? Gosto, e muito, do comportamento de nossa presidente. Não votei nela por estar fora de sede e tive que justificaro voto, mas, votaria nela, e de novo, e de novo. A história já está em parte escrita. Quem ousou tripudiar da democracia pode, até, se "dar bem", agradar a 91% de entrevistados, o que não é o caso, mas, já perderam o que a história tinha colocado em suas mãos. Vão cumprir a missão de Judas, é o que lhes resta. Não conseguirão perdurar em seus intentos, pois, eles e seus apoiadores não querem o melhor para o Brasil. Tinham tudo em mãos para "irem para a galera", preferiram o egoísmo de planos menores, a mediocridade. Paciência. Era só se comportarem como estadistas e mostrarem, segundo suas óticas, que a despeito de discordarem do governo ajudaram a governabilidade. Corriam o risco de perderem de novo, caso de sucesso do governo, mas, teriam escrito uma história de dignidade, que muitos iriam reconhecer.
Não! Nada disso, escolheram o caminho mais largo.
Vamos aguardar. Terça-feira tem mais factóide(s), mas, levando se em consideração as fontes, a água vai começar a escassear. O tempo urge, traidores, façam logo o jogo sujo mais uma vez, a história os aguarda lá na frente.
Tucanato em pânico
Bom dia
Hoje viva intensamente
Imaginando
Que este é o último dia
Da tua vida.
E pode ser
Quem há de saber?
Faça o bem
E não espere nada em troca
De ninguém.
Felicidade!
Mensagem da madrugada
É
Enxerga
A
Beleza que existe dentro de te
E
Verás
Beleza maior fora de te
O nome disso é amor