O governo anunciou que não pode e nem tem como aceitar o movimento paredista dos caminhoneiros. Considera locaute, proibido no Brasil. Por isso, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, determinou a abertura de inquérito para que a Polícia Federal (PF) investigue a atuação do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) na convocação da paralisação geral da categoria.
Isso é locaute mesmo, proibido pela lei. É sabotagem, visa a desorganizar a economia do país, jogar combustível em fogo. É uma provocação que deve ser respondida com o rigor da lei, processando os responsáveis e desobstruindo as estradas. Sem concessões com os lideres do locaute. Aliás, é a 7ª vez que que esse o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), sob a presidência do sr. Nélio Botelho, promove essse tipo de locaute no Brasil.
Tanto é locaute que as várias associações de caminhoneiros (empregados) já expediram notas dizendo não colaborar com os atos de interdição e nem pretendem participar da paralisação. Desde 2ª feira (1º), caminhoneiros bloqueiam trechos de rodovias em diversos Estados. Dizem reivindicar a revogação da Lei do Descanso (de caminhoneiros) e a redução nos custos dos transportes, o que inclui diminuição nos preços dos pedágios e do óleo diesel. Ontem, por exemplo, fizeram interdições em estradas de nove Estados. Houve dia, nesta semana, em que interdiram 27 rodovias.
A União Nacional dos Caminhoneiros (UNICAM), uma das entidades representativas da categoria, divulgou nota no início da semana criticando a paralisação programada para fechar rodovias do país. Segundo a nota, assinada pelo presidente da UNICAM, José Araújo China da Silva, a paralisação prejudica a maior parte dos caminhoneiros.
Na nota, a entidade defende as manifestações populares que se espalharam pelo país, mas acusa a convocada pelo MUBC de ser "um movimento grevista mobilizado por empresários travestidos de transportadores autônomos, que usam esses profissionais para atingir interesses próprios, se aproveitando de uma oportunidade política no Brasil, com as manifestações populares vistas nas ruas nas últimas semanas".
A decisão do ministro da Justiça se dá em resposta a um pedido encaminhado pelo ministro dos Transportes, César Borges. Segundo a solicitação feita por Borges, o representante do MUBC, Nélio Botelho, declarou à imprensa que, a partir de 48 horas de paralisação, haveria desabastecimento em todo o país, principalmente em relação a produtos essenciais, como combustíveis e gêneros alimentícios.
"Diante dessas notícias, dos documentos que acompanham o presente expediente e da constatação de que as paralisações em rodovias federais ainda estão ocorrendo, solicito a V.Excia (ministro da Justiça) a adoção das providências cabíveis para apuração de eventual ilícito penal praticado", diz o documento.
José Dirceu