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Felipe Neto declara voto em Lula

 Depois de assistir o show que Lula deu no Jornal Nacional, Felipe Neto [youtuber, ator, comediante, empresário, escritor e filantropo brasileiro] declara voto no ex-presidente e futuro presidente. Veja abaixo a declaração:

Com o objetivo de derrotar o monstro genocida que destruiu o Brasil nesses 4 anos. Pelo fim do medo, da fome, do negacionismo, da incompetência. Declaro meu voto em Lula 13 no primeiro turno das eleições para a presidência do Brasil...



A melhor análise sobre a sabatina de Ciro no JN

"(...) O que ficou claro é que ele, de forma consciente ou não, faz o jogo de Bolsonaro e da família Marinho no combate a Lula e não medirá esforços para empurrar a eleição para o segundo turno."

por Ângela Carrato - jornalista e professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Ciro ao vivo em sabatina



Acompanhe Ciro #aovivo na sabatina da “Coalizão pela Construção”, direto da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC Brasil), em Brasília.
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Recordando a sabatina de Luis Fachin


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Geraldo Alckmin 100% incapaz

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Com maestria o jornalista Josias de Souza resumiu quem é o presidenciável do Psdb.

"Espremido em sabatina, o tucano Geraldo Alckmin exibiu uma retórica feita 50% de evasivas e 50% de mesmices. O resultado da soma das duas partes é um presidenciável 100% incapaz de responder às duas principais demandas do eleitorado em 2018: limpeza e esperança."

A coisa realmente não está boa para o tucano, amigos da grande mídia fazendo críticas tão acidas... 


Dilma: por trás dos panos tem coisa pior que partidos políticos

Jornal GGN - Dilma Rousseff (PT) encerrou nesta sexta-feira (12) a série de sabatinas com os principais presidenciáveis promovida pelo jornal O Globo afirmando que "por trás dos panos, tem coisa pior que partidos". A declaração foi uma resposta ao discurso de Marina Silva (PSB), que defende uma "nova política" rejeitando as legendas convencionais, vibrando pelos "homens de bem". Segundo a presidente, a visão marinista de reforma beira, ingenuamente, o sentimento antidemocrático.

A petista, que lidera as pesquisas de intenções de voto, pincelou algumas propostas para economia, segurança, educação e saúde. Ela defendeu uma reforma política conduzida por um plebiscito. Rejeitou o discurso anti-política abraçado por Marina. Reafirmou uma agenda pró-LGBT com o que cabe ao Estado como prioridade: lutar pela criminalização da homofobia e garantir direitos civis.

O GGN selecionou alguns tópicos:

“O que deu de errado em seu governo, presidente?”

O colunista Artur Xexéu quis ouvir os “arrependimentos” de Dilma enquanto comandante do Palácio do Planalto. Incitou um balanço de governo com foco “no que deu de errado”. A petista disse que nenhum gestor público fica satisfeito com o que fez, porque “sempre é possível fazer mais”. Emendou com diretrizes para a saúde.

“Nós temos uma grande escala de brasileiros para atingir, e em alguns programas não estou satisfeita, precisamos aumentar a escala. Na saúde, por exemplo, acho que o Brasil ainda tem deficiência em especialistas. As pessoas ficam nas filas esperando para marcar consultas, exames. É uma área que eu atacaria num segundo mandato com o mesmo destemor que eu ataquei a falta de médicos [com o Mais Médicos]. E vou te dizer que aquilo não foi fácil. Tinham regiões no Pará que não viam médicos desde o descobrimento do Brasil!”, exclamou a presidente. Em educação, ela adiantou que acredita numa reforma do ensino médio, mas não detalhou.

Segurança: reforma federativa e ações integradas

Questionada sobre um visível enfraquecimento das instituições e políticas de segurança nas últimas décadas, Dilma disse que é consenso, em seu governo, que enquanto o crime organizado atua de maneira completamente orquestrada, falta integração às forças policiais do Estado. Ela afirmou que vai mudar isso em um possível segundo mandato, tomando como modelo os esforços para garantir a segurança da população e turistas durante a Copa do Mundo no Brasil.

“Nós achamos que temos que mudar a Constituição, porque a União tem que ser responsável pela segurança pública. Hoje, isso é atribuição dos estados, e sempre vemos a atitude de lavar as mãos. Não pode ser assim. Na Copa, não podíamos deixar essa quebra na segurança. Fizemos o Centro de Comando e Controle. Cada corporação respondia à sua própria hierarquia, mas nós conseguimos um grau de atuação integrada de alta qualidade. Não queremos que isso seja transitório, mas sim reproduzir esses Centros em todos os estados”, propôs.

Reforma política

O colunista de política Ilimar Franco puxou a pauta das manifestações de junho de 2013 e o plebiscito da reforma política como uma das repostas de Dilma à população. “Sem sucesso”, segundo ele avaliou, já que o Congresso não levou adiante. Ilimar lembrou que Marina vocaliza o sentimento “anti-política” das ruas, e perguntou qual seria a estratégia de Dilma diante disso, além de pedir detalhes sobre a reforma política proposta pela petista.

Dilma defendeu que o País avançou, nos últimos anos, na direção de uma sociedade mais inclusiva e democrática. Porém, a política continua atrasada. “O que avalio é que não vamos passar a reforma que precisamos simplesmente pela mão do Congresso [como defende Marina]. Isso foi tentado pelo Lula e não teve sustentação. Eu acredito que, de fato, a melhor ideia é fazer consulta popular. Só essa consulta vai dar legitimidade e força àquilo que a população resolver. É a população que vai votar majoritariamente por uma reforma - e eu não vou dizer qual reforma é essa, pois isso também tem que ser decidido pelo povo”, defendeu a presidente.

Leia mais: O dia em que entrevistadores se explicaram para Dilma

Ela defendeu que um plebiscito traga à tona pelo menos “cinco tópicos”. Entre eles, o financiamento público de campanha, o tempo máximo de mandato para o Executivo e a realização conjunta ou não das eleições para prefeito, governador e presidente. Os outros dois não foram explicados graças a intervenções do jornalismo de O Globo.

“Por trás do pano, tem coisa pior que partidos políticos”

Enquanto Aécio defende um referendo e Marina, uma “reforma política nas urnas”, Dilma apostou no plebiscito. E criticou o discurso da pessebista: “Dizer que vai governar com os bons não é uma proposta. Quem é que vai governar com os maus? Todo mundo quer governar com os bons! Mas só isso não resolve o problema da reforma política. Eu tenho visão diferente [de Marina]. Para mim, a democracia não pode prescindir de partidos. Toda vez que isso aconteceu, caímos na mais negra das ditaduras”, alertou.

Dilma sugeriu ainda que a população discuta o número de partidos na praça hoje. “Acho que tem partidos demais, sim, que tem alguns que são excessivos. Mas é o povo que vai dizer. Não tenho dúvida de que não se governa sem partidos. Pode esperar que por trás dos panos, tem coisa muito pior que partido. Partido pelo menos briga na luz do dia. Nós temos muito pouco tempo de democracia para correr riscos”, explanou.

Religião e agenda LGBT

Questionada sobre religião, Dilma, “na condição de cidadã”, respondeu que foi aluna de um colégio de freiras na juventude e começou a fazer política com um núcleo chamado “Grupo Gente Nova”. “Depois, em Porto Alegre, eu tive uma relação mais ou menos desse tipo com um grupo religioso. Eu sou uma pessoa que acredita nos princípios da religião católica. A religião tem uma base ética entre as pessoas. Isso, para mim é um valor”, comentou. A Dilma presidente, entretanto, pediu destaque à seguinte ressalva: “O Estado é laico, o Estado não tem religião, não deve ter. E é inconstitucional transformar qualquer religião em religião do Estado”, bradou.

Quanto à agenda LGBT, Dilma reafirmou o compromisso com a criminalização da homofobia e a garantia de direitos civis a todos os cidadãos que integram o segmento. Mas colocou um limite ao papel do gestor público.

“O Estado não tem a obrigatoriedade de impor o casamento religioso. O Estado é laico e não pode interferir nas religiões. O Estado tem obrigação, sim, de reconhecer direito de herança, adoção e todos os direitos civis que pessoas heterossexuais tenham. Essa questão foi resolvida até pelo Supremo Tribunal Federal. Isso está pacificado. A discussão central agora é sobre a homofobia. A criminalização num país como o Brasil é absolutamente necessária, assim como foi necessário criminalizar a violência contra o negro e contra a mulher.”

Independência do Banco Central

Para Dilma, a proposta de tornar o Banco Central independente, de Marina, é um “equívoco”. “A independênca do Banco Central seria um quarto poder completamente questionável”, explicou. A petista defendeu relativa autonomia da instituição, de modo que o presidente tenha autoridade para nomear e destituir dirigentes. Ela concordou com o modelo de autonomia praticado durante o governo FHC, mas questionou os interesses de Marina em tornar o BC completamente independente. “O Banco Central não é um poder, não teve presidente eleito pelo povo. Tem que ter um mandato certo”, disse.

Embate com adversários

Sobre o embate político com os adversários, Dilma disse que apenas trava batalhas com Aécio e Marina no campo das propostas e ideias. “Toda minha divergência com Marina está baseada em propostas. Ela quer diminuir o papel dos bancos públicos, e isso preciso ser discutido sim. Vai acabar com uma série de financiamentos e investimentos. Não ficará pedra sobre pedra se acabarem com a presença dos bancos públicos”, disparou.

CPI e alianças com Collor e Sarney

Sobre CPIs que não avançam no Congresso, Dilma foi cobrada por não ter determinado à base governistas que, no caso Petrobras, por exemplo, as apurações fossem conclusivas. Ela respondeu que o Congresso tem autonomia em relação ao Executivo e ainda avaliou que investigações parlamentares, principalmente contra a estatal, têm caráter político.

“Todo ano eleitoral tem CPI da Petrobras, e outras CPIs necessárias não andam. Não houve uma CPI do Metrô, com a história da Alstom e o governo do Estado de São Paulo. Não há prosseguimento ao chamado mensalão mineiro. Acho que no caso das CPIs, elas não têm tanto poder investigatório como outros órgãos [Polícia Federal, Ministério Público, etc]. Elas podem contribuir com grande papel, mas não podem fazer CPI em cima de uma reportagem de uma revista. Não há base legal, não forma prova, isso”, criticou.

Confrontada por um internauta acerca da manutenção de figuras como Sarney e Collor no arco de alianças do governo, Dilma disse que é naturalmente possível firmar alianças diversas e ainda manter sua posição integral. Ela acrescentou que respeita o ex-presidente e que não é uma “instância de poder para julgar Collor” - embora seja pressionada a fazê-lo.

Ela lembrou que quem elegeu tais parlamentares foi o povo. “O que não é possível é querer que o presidente da República casse, tire direitos políticos e afaste as pessoas”, finalizou.




Economia de defesa do Estado

Dilma pintou o contexto do cenário global com os jornalistas de O Globo para sustentar o que chamou de “política econômica defensiva” durante seu governo. Segundo ela, cobram dela e do Ministério da Fazenda uma reação de crescimento que nenhum país esboçou ainda, em função da crise internacional.

“O importante é que durante a crise nós não desempregamos, não reduzimos salário e ainda investimos em coisas que nunca se investiu antes. Onde já se viu investir bilhões em transporte de massa durante uma crise?”, indagou. “Eu assumo que tive uma política defensiva em relação à crise. Eu sei o tamanho da crise e acho que vocês também conhecem os números. Vimos a falta absoluta de políticas de austeridade, no mundo, que acabou levando à tal da geração nem-nem - nem trabalha, nem estuda. Nós precisamos, agora, de uma política ofensiva, de retomada da produtividade”, acrescentou.

Segundo ela, a base para o salto na economia foi construída, em parte, pelos investimentos em cursos profissionalizantes. Ela citou o Pronatec e a formatura de mais de 8 milhões de pessoas. Outra base citada foi a criação do Ciência Sem Fronteiras. Ela ainda reafirmou a saída do ministro Guido Mantega do primeiro escalão de um possível segundo mandato.

Presidente Dilma não deixa provocação sem resposta

[...] afiada, ela usa estilo "bateu, levou!

247- A presidente Dilma Rousseff deixou no cabide o figurino de candidata vestido em 2010, quando venceu a disputa usando um modelito do melhor estilo 'paz e amor'. Protegida pelo então presidente Lula, ela não precisou entrar em bolas divididas com o adversário José Serra e flanou sobre o eleitorado enquanto seu padrinho político se encarregava de comprar suas brigas.

Agora é diferente, já se viu na longa entrevista à mídia tradicional concedida ontem pela presidente. Diante de uma certa pressão nas perguntas, o que se viu foi uma Dilma segura, objetiva e nada disposta a aceitar calada as críticas feitas ao seu governo. Ela igualmente não se incomodou em deixar, com frases curtas e palavras fortes, suas posições sobre temas do momento.
Essa Dilma que parece à vontade no chamado estilo 'bateu, levou' surge nitidamente em suas posições a respeito dos ataques desferidos, diariamente, à gestão da política econômica:
- O pessimismo da fase pré-Copa passou para a política econômica, afirma a presidente, ganhando com a frase a manchete desta terça-feira 29 do jornal Folha de S. Paulo. A se considerar o tom das últimas notícias destacadas no mesmo espaço pela publicação da família Frias, Dilma conseguiu o melhor momento para o seu governo, ali, em semanas.
A presidente também não ficou nem por um minuto quieta diante da gafe cometida pelo banco espanhol Santander no Brasil, com o relatório para clientes de alta renda com a associação nominal da presidente ao fracasso econômico futuro.
- Bancos interferirem na política é inadmissível, rebateu uma Dilma, como se diz, curta e grossa.
A ênfase de Dilma vai sendo apurada, no tocante a efeitos eleitorais, em pesquisas feitas por sua equipe de campanha. O que se sabe, inicialmente, é que pouca gente vai estranhar uma candidata que avança pela linha do 'fala o que pensa', uma vez que Dilma nunca foi dada, no governo, a floreios sobre suas posições. Em outras palavras, a Dilma 'bate, levou' combina mais com o momento atual da presidente, cercada por ataques nas frentes econômica e política, do que a Dilma 'paz e amor'.
No governo, o momento da presidente tem levado, também, à tomada de posições claras e objetivas. Depois de se fortalecer com a reunião dos Brics, realizada no Brasil, e a aproximação com a Unasul, Dilma posicionou o Brasil na linha de frente à oposição à Israel, na faixa de Gaza:
- O que há da parte de Israel não é um genocídio, e sim um massacre, atalhou a presidente diante de uma das perguntas que lhe foram dirigidas ontem. Dilma não se intimidou com a postura crítica à decisão brasileira de censurar o governo de Benjamin Netanyahu pelo "uso desproporcional" da força na faixa de Gaza.
A Dilma afiada, com respostas na ponta da língua, sem medo de devolver perguntas difíceis com respostas desconcertantes pela clareza, é que está entrando em campo para a disputa pela reeleição. Osso duro.

Paulo Nogueira: as revelações de Dilma na sabatina

E aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação veio o melhor momento da entrevista que a presidente concedeu a jornalistas da Folha de São Paulo, do portal UOL, da rádio Jovem Pan e do SBT.

Dilma Roussef revelou que traz dois hábitos dos tempos que fugia dos agentes da ditadura.

O primeiro ter dinheiro em espécie à mão, para emergências. Como está declarado em sua declaração de bens, ela tem uns 150 mil reais.

O segundo é mais estranho, ela dorme de sapatos. Quer dizer, estranho para quem não tem que se vestir com urgência para bater em retirada, situação vivida por Dilma na época dos militares.
Tanto a mídia vem escrevendo sobre Dilma, e os brasileiros desconheciam informações deliciosas como estas. Isso não depõe a favor de jornais e revistas, definitivamente.
Estamos sempre com os braços remando contra a corrente, rumo ao passado, como escreveu Fitzgerald em sua obra máxima, O Grande Gatsby.
O dinheiro guardado e os sapatos no sono são os remos de Dilma.
O resto da sabatina foi o que se esperava. Quatro jornalistas tentando morder Dilma de todas as formas.
Adjetivos negativos se espilharam.  A situação econômica, ouvimos, não é simplesmente complicada. É “bastante ruim”.
A rejeição a ela, ouvimos também, não é normal, compatível com a de outros presidentes em final de mandato: é uma calamidade.
O “mercado” vê nela, também ficamos sabendo,  a combinação de tudo que de ruim alguém pode fazer no Planalto: política fiscal “frouxa”, complacência com a inflação, crescimento baixo.
E a corrupção, ah, a corrupção foi inventada pelo PT.
Nem parece, enfim, que Dilma lidera as pesquisas, e que tem boas chances de ganhar no primeiro turno.
Se ela dependesse dos entrevistadores para calibrar sua autoestima, estaria frita.
Mas não.
Dilma pareceu serena diante da pancadaria. Sem ser uma oradora natural, sem ser um fenômeno da retórica, saiu-se bem nas respostas.
Em comparação com Aécio, é menos loquaz, mas não trai, como ele, contrariedade diante de perguntas duras. Uma coisa pela outra, a vantagem é dela.
O único momento em que pareceu irritada foi quando o Santander apareceu na conversa.
Dilma não ficou satisfeita com as desculpas do banco, “muito protocolares”. Ela pareceu disposta a dar uma bronca pessoalmente no presidente do banco, se encontrar uma vaga na agenda.
Foi diplomática ao falar de Israel. Não endossou a palavra “genocídio”, usada por alguém de seu governo.
Preferiu “massacre”.
Falou nas mulheres e nas crianças mortas em Gaza. Mas lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer Israel.
Subiu ligeiramente de tom quando foram invocados negativamente os médicos cubanos por conta dos salários.
Disse, com razão, ser incrível que, em pleno 2014, Cuba ainda seja objeto de manifestações “fundamentalistas”.
Mas o melhor da sabatina esteve fora da política e dentro da vida pessoal – no dinheiro em espécie e nos sapatos ao dormir.
Ali se viu não a presidenta em busca de um segundo mandato, mas uma mulher em busca de seus anos dourados, como o Gatsby de Fitzgerald.
Paulo Nogueira
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Serra na sabatina do UOL

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José Serra
Verdadeiras falcatruas! 


Primeiro negar que o governo de seu partido e dele privatizou - sim, governo dele, já que nas gestões FHC ele foi ministro duas vezes, do Planejamento e da Saúde. Fez pior do que isso, comandou  privataria, conforme o termo cunhado por um dos jornalistas mais conceituados do país e repetido com frequência por todos. 


Depois tentar negar e não responder às críticas do presidente nacional de seu partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) ao Bolsa Família, escondendo-se numa suposta frase de Lula sobre o Bolsa Escola. 


Na sequência, voltou com seu mantra (e da mídia) sobre um dossiê que não existe. 


O que existe é o livro de um jornalista, Amaury Ribeiro Jr, com documentos e dados públicos sobre as privatizações e que envolvem José Serra e auxiliares. Continua>>>

Serra o candidato fujão

Na sabatina do UOL, para fugir de novo da pergunta sobre as mudanças que fará na política monetária e cambial o candidato da oposição ao Planalto, José Serra (PSDB-DEM-PPS) afirmou que em seu governo a Fazenda, o Planejamento e o Banco Central (BC) vão atuar em conjunto e de forma harmônica. Ele se esquece que quando era ministro do Planejamento de FHC divergia diariamente do titular da Fazenda, Pedro Malan, e por isso foi substituído.

Mas, a pior falcatrua de Serra nessa sabatina foi sobre a CPMF que os tucanos estinguiram , com apoio do DEM, retirando R$ 40 bi dos recursos da Saúde na virada de 2007/2008. Ele divaga, faz sofismas, responde outras coisas, vem com falácias... Só não diz que seus PSDB e DEM, quando a extinguiram recusaram a proposta do governo de reduzir a alíquota a até 0,8%; manter o imposto como instrumento de fiscalização da sonegação; e destinar todo o arrecadado para a Saúde nos Estados e municípios. 

Serra e os tucanos sabem que a maioria da população não pagava CPMF - mais de 95% era isenta. Tampouco reconhece - porque por oportunismo eleitoral não lhe interessava fazê-lo - que o imposto era odiado pela elite, principalmente de São Paulo, porque pelo cruzamento das informações sigilosas permitia ao Fisco saber quem estava sonegando ou lavando dinheiro.

Finalmente, ao falar sobre reforma tributária Serra pratica fraude e desonestidade intelectual. já que foi ele que impediu sua aprovação. Foi ele que mobilizou governadores, parlamentares e as bancadas dos partidos que o apoiam para impedir a mudança do ICMS.

Serra - L'État c'est moi

"Eu criei". 
"Eu tive a iniciativa". 
"Eu fui até decisivo para a escolha do nome"
"Eu praticamente implantei no Brasil"
"Fui Eu quem introduziu. Quem inventou no Brasil a vacinação contra a gripe fui Eu . Quem introduziu fui Eu ".
"Eu propus isso em 2007: vamos tirar esse imposto". 
"Quando Eu era ministro, Eu fiz aprovar uma emenda constitucional"
"Quando o governo decidiu prorrogar a CPMF fui Eu , na ocasião, que propus que seria um extra para a saúde".
"Eu, quando estava no governo Fernando Henrique, ajudei... e participei, aliás, ativamente, dos dois [Proer]. E ajudei na recuperação tanto do Banco do Brasil quanto da Caixa".
"Se tem um cidadão no Brasil, um único, que contribuiu para consolidar o BNDES, fui Eu ". 
"Foi da minha iniciativa criar o Fundo de Amparo ao Trabalhador". 
"Outro fundo, do desenvolvimento do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, também foi iniciativa minha. Aí de maneira mais coletiva, mas fui Eu o principal".
"Como ministro, em 1995, Eu  fiz o regime automotriz, que salvou a indústria automobilística no Brasil."
"Quando Eu  fui preso no Chile, o motivo verdadeiro foi que Eu  tinha participado como um dos principais atores do movimento de combate à tortura no Brasil".
"Fui Eu quem fiz, junto com o Kassab, a proposta de ser o Morumbi - o estádio de abertura da Copa -".
"É essa coisa de "Eu sou o Estado". Eu sou tudo", esclareceu o candidato.
E para arrematar, debochando do cidadão que paga pedágios em São Paulo: 
"Eu aperfeiçoei o modelo.
"Entra na Justiça. Se você ganhar, Eu vou aplaudir", José Serra.