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A aula que um garçom cubano me deu, por Álvaro Nascimento

Eu estava em um restaurante de Havana, em 1986, já quase ao final de meus quatro meses de curso de especialização sobre “Nova Ordem Informativa Internacional”, no Instituto de Periodismo José Marti. Saí à noite para comer uma pizza nas cercanias do bairro Vedado. Como sempre gostava de fazer enquanto lá estive (fosse nas praias, na fila do cinema, dentro dos ônibus …) procurei puxar conversa com o cidadão cubano comum, ter uma avaliação mais “cercana” do dia-a-dia da vida dele, sua relação com o Estado, com o trabalho. E o cidadão cubano da vez era o garçom da pizzaria.

O diálogo foi mais ou menos este, que jamais esqueci, e demonstra bem o porquê da continuidade daquele processo social durante tanto tempo, apesar do bloqueio estadunidense, do fim da URSS e da avalanche conservadora que toma conta do mundo.

Após pedir a pizza e uma cerveja, literalmente me meti na vida do garçom, que aparentava ter uns 40 anos (logo, era uma criança de cerca de dez anos quando ocorreu a revolução).

EU – Então, companheiro, como é viver aqui?

O garçom – Eu gosto daqui. Cuba é um País lindo, nosso povo é alegre, corajoso.

– Você nunca pensou em viver em outro lugar?

– Não me vejo vivendo em outro lugar. Acho que morreria de tristeza.

– Mas mesmo a revolução tendo conseguido tantas coisas na área da saúde, educação, acesso à terra, emprego, há problemas aqui.

– Claro que há problemas, aqui. Como há em todos os lugares do mundo.

(Querendo provocar o homem, engatei a segunda)

– Mas alguns problemas aqui já poderiam estar resolvidos pela revolução, você não acha? Lá se vão quase 30 anos. Principalmente algumas demandas da juventude, que nesses meses que estou aqui ficaram bem evidentes.

– A que problemas você se refere exatamente?

– Por exemplo, quando converso com jovens nas noitadas da Casa de La Música ou no Teatro América recebo propostas até curiosas. A que mais se repete é a de vender ou trocar este meu tênis vermelho (mostro o tênis) por alguma coisa, simplesmente porque não há tênis de várias cores em Cuba. São só duas ou três. Você não acha que esse tipo de coisa, que acaba criando uma demanda por parte da juventude, já poderia estar resolvido pela revolução? Afinal, é apenas uma diversificação de cores nos tênis.

– Isso é verdade, temos poucas cores de tênis, mesmo. Concordo com você e com parte de nossa juventude. Eu mesmo adoraria ter um tênis vermelho como o seu. Mas considere três coisas. Primeiro: não é tão simples assim, nem barato, diversificar as cores nos tênis. Requer importação de tinta, fracionamento da produção, manutenção de estoques diferenciados e permanentes de forma a oferecer essas alternativas em toda Cuba, enfim, um conjunto de providências que não são tão simples e exigem dinheiro. A segunda coisa a considerar é a prioridade disso, pois apesar de termos avançado muito, ainda temos urgências para resolver, de comida a habitação, de transporte a proteção do ambiente. Entre investir em cores diversificadas nos tênis e construir um só prédio que seja e que irá beneficiar 10 ou 20 famílias, qual seria a sua prioridade, sendo um País pobre como nós somos? E a terceira questão a se considerar, e já me desculpo se este não for o seu caso, é que muitos estrangeiros olham para as nossas necessidades e a vida de nosso povo comparando-as com o consumo em países como a França, Itália, Espanha, Estados Unidos e países muito mais ricos do que Cuba. Nós temos plena consciência de que demoraremos muito para chegar a este nível de satisfação em termos de consumo, porque nossas prioridades são outras e sei que você as conhece bem e estão na saúde, educação, emprego, moradia, transporte, ciência e tecnologia. Ao invés de nos comparar com estas sociedades que eu citei, o cidadão cubano sabe muito bem que, não fosse a revolução, nós hoje teríamos como necessidades da juventude não mais cores nos tênis, mas as mesmas necessidades que têm as populações do Haiti, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, pois era esse o nosso destino histórico. Por isso eu tenho certeza de que os mesmos jovens cubanos que te propuseram adquirir seu tênis vermelho jamais se voltarão contra a revolução por causa disso. Eles sabem que suas demandas, além das cores de tênis, seriam mil vezes maiores caso não houvesse ocorrido o triunfo da Revolução.

EU (rindo) – OK, me convenciste. (OK, você me convenceu)

ELE (rindo também com cara de sacana e demonstrando bem como é o espírito cubano) – Pero antes de salir de Cuba, si quieres dame tus zapatos, me encantaria. (Mas antes de ir embora de Cuba, se você quiser me presentear seu tênis, vou adorar).

E foi buscar a minha pizza dando gargalhadas …

Álvaro Nascimento – jornalista, Doutor em Saúde Pública pelo IMS/UERJ







Dilma sobre EUA x Cuba

Os 60 anos de bloqueio econômico e financeiro de Cuba pelos Estados Unidos estão submetendo o povo cubano a enormes sacrifícios, que se tornaram ainda mais acentuados desde o início da pandemia da Covid19.

O bloqueio norteamericano, que já foi condenado 29 vezes pela ONU, impõe gravíssimas privações a um pequeno país que tem sido um exemplo de solidariedade, espalhando médicos pelo mundo para ajudar no combate à crise sanitária.

Enquanto Cuba oferece à humanidade profissionais de saúde, recebe em troca, dos EUA, em plena pandemia, um embargo covarde, que é repudiado pela quase totalidade dos países do mundo. Manifesto meu apoio ao povo cubano e ao presidente Miguel Diaz-Canel.

Dilma Rousseff

Twitter do dia


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Fidel e o Menos Médicos de Bolsonaro

Si tu país no ti garantiza salud, educación e seguridade, por qué crees que puedes hablar mal de Cuba?


en Cuba todo ciudadano tiene, y gratis
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Resposta de um médico cubano a Bolsonaro e seus bolsominions

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Jair Bolsonaro disse:
“Atualmente, Cuba fica com a maior parte do salário dos médicos cubanos e restringe a liberdade desses profissionais e de seus familiares. Eles estão se retirando do Mais Médicos por não aceitarem rever esta situação absurda, que viola direitos humanos. Lamentável!”, escreveu o presidente.
Eu respondo: Bolsonaro meu filho, quando o Sr. diz que Cuba fica com meu salário eu só penso nas seguinte questões:
1- Eu aceitei os termos do contrato por livre e pessoal determinação.
2- Ciente de que com esse dinheiro minha mãe, irmãos, sobrinhos, primos, tios, vizinhos, e todas famílias tem garantido o cuidado de sua saúde. Sem pagar nada.
3- Ciente que minha formação como médico foi graças a criação de Universidades públicas em todo o território Nacional. Onde filhos de Pedreiros, Advogados, Fazendeiros, Faxineiras, empregados dos Correios, médicos, etc... compartilham a mesma sala de aulas sem discriminação por sexo, cor, ideologia, ou riqueza. Isso Bolsonaro, chama-se igualdade. Coisa que Sr. não conhece. Porque não existe num país, onde a corrupção e os privilégios políticos acabam com a riqueza do Brasil.
Eu tenho o coragem de trabalhar para o povo brasileiro ainda sem perceber esse salário que o Sr. fala. Porque eu não trabalho só por uma questão econômica. Eu trabalho porque gosto da minha profissão , por que jamais vou ficar rico nas costas dos pobres. Porque jamais vou usar a política como meio de vida. Porque jamais vou enganar os pobres com falsas promessas. Porque jamais vou plantar o ódio e discriminação no coração de ninguém. Porque vou pensar bem as coisas antes de falar para não ter que fazer como você (pedir desculpas todos o dias pelas loucuras que fala).
4- Eu posso sim trazer alguém de minha família. Não trouxe, porque Sr. Bolsonaro o pobre tem que ter prioridades na vida e para mim a prioridade é ajudar minha família, mais que comprar um passagem aérea, sabendo que em casa temos outras necessidades e prioridades.
5- Sei também que o Sr. conta com o apoio de uma pequena parte de meus colegas que por motivaçãoes políticas e econômicas, acham melhor se enriquecer de dinheiro e não de amor, experiência, valores morais , patriotismo, dignidade.
Porque eu posso não concordar com meu salário lá em Cuba. Eu posso até não concordar com o sistema político de Cuba. Mas também não tenho porque difamar meu país , eu vi isso também nos brasileiros pobres que é a maioria no brasil. Eles gostam de seu Brasil, daquele povinho onde eles nasceram, só que com certeza gostam que esse mesmo Brasil que eles tem no coração tenha igualdade, pobreza 0 , fome 0, discriminação 0, violência 0, corrupção 0, saúde e educação de qualidade. Mas inda assim no Brasil imperfeito eles gostam de seu país .
6- O Sr diz que os cubanos "estão se retirando do Mais Médicos por não aceitarem rever esta situação absurda que viola direitos humanos.
Não Bolsonaro, o que realmente viola os direitos humanos e privar aos pobres do Brasil do acesso a Saúde por não concordar com outras ideologias políticas. Porque o Sr. quer mudar as regras sem perguntar aos beneficiários do programa se realmente os cubanos fazem o trabalho do jeito que tem que ser.
Porque aqui no Brasil a gente tem preceptores brasileiros. A gente está fazendo um curso em Medicina familiar, tudo debaixo da supervisão de excelentes profissionais brasileiros. A gente não está lá em qualquer canto fazendo as coisas a capricho não. Agora vem você a dizer que nós estamos fantasiados de médicos. Aqui o único fantasiado é o Sr. e todos os que apoiam sua absurda visão da realidade.
O Sr. só está lutando pelos privilégios da classe médica, da classe política. Lamentável! Sim, Sr. Bolsonaro o que resulta lamentável é ver como um cara sem conhecimentos de nada, apenas de armas, consegue se eleger presidente . E ainda assim mais lamentável, foi ver alguns pobres eleger você. Deus tome conta dos pobres. Deus tome conta do Brasil.
7- Quem estudou na época dos livros, quem estudou na época que as pesquisas eram feitas nos livros e não no Google, ou na internet, merece respeito.
Quem lutou pela vida, e chorou pela morte de uma pessoa, ou de uma criança merece respeito.
Quem foi lá onde para muitos é o Fim do mundo, para cuidar dos doentes merece respeito.
Quem ficou longe da família para devolver o sorriso de um idosso ou uma criança merece respeito.
Aí é para tirar o chapéu viu?

Missão dada, missão cumprida

Querem médicos cubanos?
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A penúltima sobre o Mais Médicos

Jair Bolsonaro decidiu:
Apartir de 1º de Janeiro de 2019 pessoas doentes devem dirigir-se a Igreja Universal mais próxima. Durante o trajeto deve ir fazendo gesto de armas com os dedinhos. Lá chegando serão curados com água, sal, orações e apenas mais 20% de acréscimo do dízimo. Caso não seja fiel, assine o recibo e o governo federal (Bolsonaro) pagará a conta.

Brasil acima de tudo!


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Bilete para os Menos Médicos

"O trabalhador vai ter que escolher, menos direitos e trabalho ou mais direitos e sem trabalho", Jair Bolsonaro

Exceto se o trabalhador for médico cubano e trabalhar no programa Mais Médicos. Aí Bolsonaro garante todos os direitos, casa com piscina para família e churrasco garantido todos os fins de semana.

Acredite se quiser.
Este bilete é verdadeiro!
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Vem aí o Mais Médicos Brasileiros, uma ideia de Joice Hasselmann


Gente, que "Jênia", como ninguém pensou nisso antes? Era só mandar eles irem para onde nunca quiseram ir e nunca foram na história desse país. Vamos aguardar esse programa jamais pensado por nenhuma mente brasileira! Tô besta com tamanha inteligência! @elikatakimoto
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Quer saber como @jairbolsonaro mente e manipula pra enganar você sobre o Mais Médicos?

Cuba dá bananas para Bolsonaro


Diplomaticamente Cuba mandou Jair Bolsonaro ir catar coquinhos. Mesmo antes de tomar posse fez ameaças aos profissionais cubanos que participavam do programa Mais Médicos, criado por Dilma Rousseff em 2013. Dos 18.500 médicos que trabalham no programa 8.500 eram cubanos. 

A pergunta que fica é: de onde virão os profissionais para ocupar estas vagas, dos EUA, Ou os pobres que eram atendidos por eles ficaram sem nenhum atendimento?

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Parlamento de Cuba aprova nova Constituição, que deverá ser aprovada por referendo

Referendo: ação de oferecer ao eleitorado o direito de aprovar ou rejeitar medidas propostas ou aprovadas pelo parlamento. 
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Brasil 247 - O Parlamento de Cuba aprovou de maneira unânime o projeto de Constituição que estava em discussão naquele país; o texto será submetido a uma consulta popular entre os dias 13 de agosto e 15 de novembro, período em que a população poderá opinar sobre a nova Carta Magna; após esse período, ele será votado em referendo; "esta discussão tem um grande valor, que ajuda a introduzir o nosso povo no debate que temos que levar a cabo nos próximos meses”, disse o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, Esteban Lazo Hernández

- Isso é que é uma Ditadura -.
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Eleições em Cuba

Confira como foram as eleições deste domingo em Cuba

Diferente de eleições em outras partes do mundo, em Cuba, os candidatos não podem fazer propaganda eleitoral / Fania Rodrigues


Mesmo o voto não sendo obrigatório, centros eleitorais se mantiveram cheios em Havana

Fania Rodrigues - Brasil de Fato | Enviada especial a Havana (Cuba)

Os cubanos foram às urnas nesse domingo (11) para participarem das eleições para a Assembleia Nacional do Poder Popular e as Assembleias Provinciais. Mesmo o voto não sendo obrigatório, os centros eleitorais se mantiveram cheios em Havana desde às 7h.

O Brasil de Fato visitou alguns dos centros de votação para acompanhar o processo eleitoral e conversar com o eleitores cubanos. A dona de casa Mercedes Cabrera Rodriguez contou que saiu cedo de casa para exercer seu direito ao voto. “Nosso voto hoje é importante. Vamos escolher os dirigentes que terão a tarefa de melhorar todas as coisas boas que temos em Cuba, como o estudo gratuito, saúde pública, proteção social para os aposentados e muitas outras coisas”, disse.

Já o estudante Jonatas Ramirez Rey, 19 anos, espera que os legisladores gerem novas oportunidades para os jovens. “Esses deputados vão nos representar na Assembleia Nacional do Poder Popular. Esperamos que eles batalhem para gerar mais oportunidades de trabalho. No meu caso gostaria de poder me desenvolver melhor na carreira que estou estudando”, diz o estudante de engenharia aeronáutica.

Diferente de eleições em outras partes do mundo, em Cuba, os candidatos não podem fazer propaganda eleitoral. No centro de votação, um cartaz informa quais são os candidatos e a biografia de cada um deles. Dessa forma, as eleições cubanas se tornam muito discretas e para os turistas que visitam o país, quase imperceptíveis.

E foi assim, discreto, que o atual presidente do país, Raul Castro, foi votar nas primeiras horas da manhã. Raul vota na província de Santiago de Cuba, onde também é candidato a deputado da Assembleia Nacional. O presidente anunciou, em dezembro passado, que não vai mais se candidatar à presidência do Conselho de Estado e chefe do governo cubano e que pretende continuar no parlamento do país e na direção do Partido Comunista Cubano.

Em abril, a Assembleia Nacional, eleita nesse domingo, vai votar e definir quem será o próximo presidente do país, conforme estabelece o sistema político parlamentar cubano.

Um dos nomes mais cotados para assumir o posto é o atual primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Da província onde nasceu, em Villa Clara, na região central da ilha, ele mandou um recado à população de Cuba. “O governo que estamos elegendo hoje será um governo do povo. Quem se eleger terá que conduzir seu mandato junto ao povo e buscar solução para os problemas identificados”, disse à imprensa cubana.

Diaz-Canel é o próprio símbolo da nova geração de políticos. Ele é primeiro dirigente nascido depois da Revolução Cubana a assumir o posto de vice-presidente do Conselho de Estado da Assembleia Nacional. O que o converte no segundo homem na linha de mando do país, depois do presidente.

Renovação

O eleitor Karel Renzoly Green, funcionário da TV Cuba Visión, acredita que o processo eleitoral em Cuba também significa renovação. “Estamos aqui para decidir o futuro do nosso país, pois estamos prestes a uma mudança geracional do deputados que nos representam. Nossa velha guarda, os homens que fizeram a Revolução, vão ceder lugar aos jovens que foram preparados para isso”, diz o cubano.

Para o médico Julio Cesar Bareal Mareachea o principal desafio desse novo parlamento é garantir as conquistas da Revolução Cubana. “Nosso voto hoje é pela unidade, em apoio à Revolução Cubana. Nossa principal tarefa aqui é manter as conquistas da Revolução, pelas quais tanto se lutou. No setor econômico precisamos buscar a maneira de sustentar nossas conquistas. Essas são as questões fundamentais”, ressaltou.

Fidel Castro morreu

Aos 90 anos morre o último revolucionário

Raúl Castro anuncia pela televisão o falecimento do seu irmão, líder histórico da Revolução Cubana
Fidel Castro morreu. Aos 90 anos de idade, o líder histórico da Revolução cubana faleceu na noite desta sexta-feira em Havana, Cuba. O presidente Raúl Castro, seu irmão, comunicou o fato em uma mensagem transmitida pela televisão. “Com profunda dor, compareço aqui para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro de 2016, às 10h29 da noite [1h29 de sábado, pelo horário de Brasília] faleceu o comandante em chefe da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz”, declarou o mandatário, comovido.
(FILES)This 1959 Fidel Castro e Che Guevara, em 1959 em Havana.
 Fidel e Che Guevara em 1959

Cuba: o tempo mostra que a estratégia brasileira foi acertada

A visita de Raul Castro ao Papa Francisco e a de Francois Hollande a Cuba marcam o momento de não retorno para os USA. A Cúpula das Américas, com a presença de Cuba e o encontro Raul e Obama, indicava que o reatamento das relações entre os dois países era real. Falta o fim do bloqueio econômico, que na prática ainda existe apesar dos avanços em áreas importantes, e que estrangula Cuba e sua economia. Daí o pedido público do presidente francês pelo fim do odioso embargo. O tempo prova como foi acertada e estratégica nossa política externa com relação a Cuba. Hoje somos um interlocutor privilegiado e ocupamos um lugar especial nas relações políticas e comerciais com o país, entrada do Caribe e amanhã porta de entrada para os mercados dos Estados Unidos — começando pelo da Flórida, onde o Brasil já tem uma presença marcante.

José Dirceu


Paulo Moreira Leite - A vitória dos bons princípios

Depois de passar meio século em operações sombrias para derrubar o governo nascido da revolução de Sierra Maestra por todos os meios a seu alcance, o império de Washington tomou uma medida de acordo com o estágio de civilização criado pela formação dos Estados Nacionais, lá pelos séculos XVIII-XIX: anunciou o reatamento de relações diplomáticas com Havana.
Num fato que chega a ser irônico, quando se recorda o papel do Vaticano ao longo dos séculos, coube ao Papa Francisco atuar com mediador das conversas secretas entre as partes.
Anunciado o reatamento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba tem uma utilidade suplementar no Brasil: coloca em seu devido lugar o anti-comunismo primitivo que fez uma grande aparição na da última campanha presidencial.
Tornou-se ainda mais agradável, agora, dar boas risadas diante do folclore diplomático que permitiu Aécio Neves, em pleno século XXI, atacar os “médicos cubanos” que tratam da população pobre do Brasil  como se fossem agentes disfarçados do Comintern dos Partidos Comunistas dos anos 30.
Mais divertido ainda é lembrar o tom de ironia provinciana, empregado para falar dos investimentos no porto de Mariel: “Finalmente a presidente Dilma inaugurou a primeira grande obra de seu governo, pena que em Cuba“.
Para os brasileiros, o porto de Mariel não foi apenas um bom negócio para  empresas envolvidas — será o principal ponto de vendas de Cuba para os Estados Unidos, que  irão crescer cedo ou tarde. Também ajudou a criar e manter empregos no Brasil  e acima de tudo traduziu uma visão diplomática acertada.
Apesar de seu caráter essencialmente risível, que a colocou de braço dado com os exilados de Miami, a postura do PSDB refletiu o conservadorismo de matriz norte-americana que tornou-se fonte recente de inspiração de largas fatias do partido. Nascida nos ninhos  à direita do Partido Republicano, essa visão alimenta o extremismo conservador dos exilados de Miami. Prega um tratamento agressivo do governo de Raul Castro, fecha portas a toda negociação produtiva e propõe o isolamento forçado do regime, inclusive pela manutenção de um embargo odioso, na perspectiva de uma restauração da economia de mercado capaz de eliminar vestígios e conquistas da revolução.
Numa postura em linha de continuidade com a escola diplomática civilizada, que prega o respeito a soberania dos povos como o princípio básico para a convivência pacífica entre países, o governo Lula-Dilma fez a aposta inversa.  Cansou de tomar porrada de sábios que dão plantão na TV.
Vê-se agora quem estava com a razão — num debate que tem raízes em nosso passado político, também.
O rompimento dos Estados Unidos com o regime de Fidel Castro sempre será  lembrado como um lance grave e decisivo na história do Continente. Está na origem do apoio de Washington ao ciclo de ditaduras militares latino-americanas, inclusive o golpe de 64 que derrubou João Goulart.
Convencido — de verdade — que a revolução de Fidel poderia transformar-se num exemplo a ser seguido em  países de maior peso geo-político e potencial econômico, quebrando o domínio dos EUA sobre a região, a Casa Branca deu um curso de natureza colonial a sua diplomacia, aos negócios e às operações militares. Formulou estratégias de desenvolvimento dependente.  Construiu programas para formação de lideranças políticas em suas universidades. Abriu o cofre para promover investimentos junto a aliados que se mostrassem fiéis e mobilizou agências de publicidade para garantir uma cobertura favorável nos jornais.
Acima de tudo, Washington abandonou os próprios pruridos democráticos, ajudando a erguer ditaduras notórias pela crueldade. O que estava em jogo, em toda parte, era enfraquecer a soberania de cada país — e era por esse critério que a Casa Branca escolhia aliados e inimigos.
No livro” João Goulart, “o historiador Jorge Ferreira explica que João Goulart não passou a ser considerado um inimigo regional por Washington em função de seu discurso à esquerda, nem por causa da reforma agrária, nem mesmo pelos interesses das empresas norte-americanas ameaçados pela lei de remessa de lucros. O problema, avalia o historiador,  ocorreu em 1962, um ano depois da fracassada invasão da baía dos Porcos, promovida pela CIA. John Kennedy “escreveu uma carta a João Goulart, propondo a invasão da ilha, com a participação do militares brasileiros.” Contrariado, Jango respondeu que o Brasil sempre reconheceu a todos os países “independente de seus regimes ou sistemas de governo, o direito de soberanamente se autodeterminarem.” Indo um pouco além, Jango insistiu no “legítimo direito de Cuba se defender de possíveis agressões, partissem de onde partissem.” Em função dos mísseis soviéticos, Jango concordou com o bloqueio militar a Cuba mas sua oposição a toda intervenção militar levou Kennedy a se afastar definitivamente do presidente brasileiro.  “A posição brasileira na crise dos mísseis foi intolerável para Kennedy,” escreve Jorge Ferreira.
Durante uma visita ao país, na mesma época, o Secretário de Justiça Robert Kennedy, irmão do presidente americano, propôs “financiamento em troca de alinhamento político.” Também disse que a Casa Branca temia que a política externa brasileira se tornasse “sistematicamente antiamericana”e, sem maiores pudores, reclamou em tom de acusação que Jango mantinha “comunistas” no governo. Também mostrou-se preocupado com o esforço do governo brasileiro em ampliar seu comércio com países do bloco socialista. Ofendido,  Goulart deixou claro que eram assuntos que diziam respeito ao próprio país, “não comportando interferências de nações estrangeiras. ”
Medidas banais de cooperação de Jango, como uma estação de energia a óleo diesel que Goulart mandara de presente para os cubanos — uma espécie de porto de Muriel de meio século atrás, não é mesmo?  — reforçaram no presidente norte-americano a certeza de que o próprio Jango se tornara “um perigo para a segurança nacional” dos Estados Unidos.
Não custa notar que essa postura independente  não assegurou a Jango um tratamento preferencial por parte do governo cubano.  Uma das crises mais desconcertantes daquele período envolveu a descoberta de que, apesar dos gestos simpáticos do presidente, Havana sustentava, com armas, dinheiro e treinamento, grupos armados que pretendiam iniciar guerrilhas contra seu governo.
Foi nesse ambiente que Washington e Havana romperam relações diplomáticas. Carlos Lacerda, o  mais estridente adversário civil de Goulart, definiu a derrota da invasão da baia dos Porcos, apenas três meses depois da posse de Kennedy, como uma “catástrofe para o mundo livre”. Num texto escrito para apresentar um livro que reunia vários discursos do presidente americano, Lacerda apontou o dedo para Fidel e perguntou: “o que fazer diante deste provocador internacional?” Após o golpe de 64, como se sabe, o Brasil rompeu relações com Cuba, que só seriam retomadas após a democratização.


Não é difícil identificar as raízes ideológicas de quem passou os últimos anos no camarote de onde só partiam críticas a diplomacia brasileira, vamos combinar.
Cabe registrar, de qualquer modo, um dado interessante. Obama tomou posse falando em aproximar-se de Cuba e chegou a prometer novas relações no Continente num encontro diplomático em Trinidad-Tobago, um de seus primeiros eventos internacionais. Em seguida, recolheu-se à aquele universo morno que tem mercado seus dois mandatos.
O reatamento de relações diplomáticas merece aplauso, ainda que a preservação do embargo seja lamentável. A manutenção do presídio de Guantânamo, enclave para a guarda de prisioneiros sem julgamento, por anos a fio, é uma vergonha universal.
É obrigatório notar que, neste período, o Brasil consolidou-se como principal lider regional naquela parte da América que se encontra abaixo do Rio Grande.  Enquanto o México era aplaudido pela adesão ao Nafta, o Brasil ocupou um lugar próprio, reconhecido pelos principais vizinhos. Tornou-se interlocutor e mediador de conflitos, ocupando um espaço que a diplomacia norte-americana deixara vazio. Aproximando-se de Cuba, Barack Obama faz um novo movimento no tabuleiro do continente americano. O futuro dirá as consequências deste lance.

EUA e Cuba reataram relações

Reaproximação histórica acontece após 53 anos. Embaixadas serão reabertas e Obama pressionará por fim do embargo

WASHINGTON – Após 53 anos de rompimento, Estados Unidos e Cuba normalizarão integralmente as relações diplomáticas, com abertura de embaixadas em Havana e Washington e recomposição de canais de cooperação e negociação, informaram os governos das duas nações. Para concretizarem o passo histórico, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro autorizaram no primeiro semestre de 2013 conversas secretas de alto nível — que começaram em junho daquele ano, tiveram a bênção do Papa Francisco e foram concluídas ontem, com chamada telefônica de uma hora e meia entre os dois mandatários — e alinhavaram a liberação de prisioneiros cubanos e americanos, o que ocorreu esta manhã. Os EUA decidiram ainda rever a inclusão de Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo; relaxar ainda mais viagens e remessas de americanos à Ilha; e liberar várias transações financeiras e tipos de exportações.

Obama e Raúl anunciaram as medidas simultaneamente, em Washington e Havana. Segundo o governo americano, Cuba também fez concessões. Vai liberar 53 prisioneiros que Washington considera políticos (alguns dos quais já começaram a ser soltos), vai facilitar o acesso à internet à população e abrirá espaço para visitas adicionais de avaliação da ONU e da Cruz Vermelha.

— Começamos um novo capítulo nas histórias dessas duas nações das Américas — disse Obama. — Ninguém está bem servido por políticas desenhadas quando a maioria de nós nem éra nascida. Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americano e cubano e iniciar um novo capítulo.



Kiko Nogueira: Os aloprados que gritam “Vai pra Cuba” podem pedir dicas para a poderosa irmã de Aécio — que foi e curtiu

A multidinha que invadiu as galerias do Congresso para gritar o clássico “Vai pra Cuba” do fundo de seus pulmões pode pedir à irmã de Aécio Neves informações sobre a ilha.

Andrea, a poderosa irmã do senador, seu braço direito, conselheira, confidente e coordenadora de campanha, esteve no país em 2013, como relata em seu blog. Portanto, em pleno auge do regime bolivariano brasileiro, pouco antes de Aécio se candidatar. Pouco depois ele perderia e viraria uma espécie de heroi macunaímico dos aloprados que têm certeza absoluta de que vivemos uma ditadura comunista.

O que pensariam os fascistas das visitas de Andrea? Seriam capazes de perdoá-la? Ou ela seria considerada uma traidora? E ao senador? Seria ele culpado por tabela? Deveria ter proibido a mana de embarcar naquele avião maldito rumo ao reduto vermelho maldito?

Aquela não foi a primeira vez. Num post sobre Havana, uma Andrea emotiva escreveu o seguinte: “Voltei a Cuba. Entre a primeira e a segunda viagem, quase 30 anos… Mudou Havana, mudei eu ou mudamos nós duas?”

Enigmático. Mas seu ânimo não era denuncista, como se depreende das fotos. Junto a cartões postais como o parlamento e uma rua com aqueles edifícios restaurados, há uma foto sua com um velhote, ambos sorridentes.

Em 2012, ela se indignara contra a morte do prisioneiro político Wilmar Mendoza após uma greve de fome, aos 31 anos. “Para a minha geração, durante muitos anos, a revolução cubana foi o símbolo do idealismo e a prova de que era possível construir uma sociedade mais justa”, escreve.

“Não sei em que exato momento muitos de nós começaram a perceber que, infelizmente, o processo não era tão linear, nem os princípios tão absolutos quanto imaginávamos. Em que momento tivemos que acrescentar ao nosso sonho de revolução as imagens da censura, dos prisioneiros políticos, da corrupção?”

(Ela reclamar de censura é lindo, mas sigamos adiante).

E então ela se lembra de que esteve lá em 1985, participando de um certo Diálogo Juvenil e Estudantil da América Latina e do Caribe sobre a Dívida Externa. Foi ali que teve sua estreia como oradora. “Para quem até hoje não se sente à vontade com os microfones, estrear sendo ouvida pelo próprio Fidel, num auditório lotado, não foi fácil”, diz.

Quando voltou, publicou um artigo no JB chamado “Mamãe, Eu Fui a Cuba”, devidamente replicado no blog.

O que você achou de Cuba? Perguntaram-me as pessoas. Uma sociedade surpreendente, ouso dizer, tendo plena consciência do quão provocativa a expressão pode soar. É claro que o país enfrenta uma série de dificuldades. Uma economia frágil, uma política de habitação que ainda não foi capaz de suprir as necessidades da área, são as mais evidentes. Mais algum tempo lá e, certamente, outras questões viriam à tona. Mas há outra realidade que salta aos olhos e que, juro, me encheu de orgulho.

Uma sociedade em que um especializado e eficaz serviço de educação e saúde é gratuitamente oferecido à população. Um país de nove milhões de habitantes em que a alimentação básica é subsidiada pelo Governo e onde se imprimem 2,5 milhões de livro a cada três meses. E isso sem falar na alegria das crianças, nas minissaias das moças e no olhar galante dos rapazes que se insinuam pelas ruas. Tudo regado a muito calor, a reclamações sobre o ônibus cheio e à irreverência dos soldados que, na hora do almoço tiram a farda para um mergulho no mar.

[...]Chego em casa, desarrumo as malas e penso em como é grande o cordão da esperança. É isso aí. Mamãe, eu fui à Cuba. E qualquer dia desses eu quero voltar.

“No mais”, bate outra vez, com esperanças o meu coração”.

Andrea Neves não sobreviveria à canalha de extrema direita que seu irmão atiça — eventualmente, direto da praia.



A novidade é menos moderna que a velharia, por Marcos Lima

Isso me assusta no renovador Aécio. Seja por um discurso que em diversas área, é indigente intelectualmente e faz pão e circo para uma classe média reacionária usando um idealismo digno da época da guerra fria, seja porque há um imenso vazio, um vácuo de qualquer idéia que não seja baseada em exemplos. Vamos aos fatos:


1) O revalida é um dos instrumentos do Conselho Federa de Medicina, usado para manter a reserva de mercado, restringindo o acesso de médicos estrangeiros ao país. Assim como a dificuldade de abrir faculdades de medicina, foi uma ferramenta para artificialmente limitar o número de médicos e aumentar o seu ganho. Aí, existem facoteóides, como se faltassem médicos no interior do Brasil, em locais distantes. Para citar: em Campinas, uma cidade de mais de 1 milhão de habitantes, há 75 km de São Paulo, uma das cidades mais ricas do país, HÁ 68 MÉDICOS DO MAIS MÉDICOS. Enfrentar o revalida foi um acerto, não um erro.

2) Como tudo que envolve Cuba, o candidato despreza números, e apela para ideologia. Primeiro, para a idéia de que relações internacionais devem se conduzir dessa forma: esmagando Cuba, ignorando seu sistema e princípios. A frente, se verá o reverso da coragem. Depois, " como financiamos o governo Cubano". Então é assim, importamos médicos somos comunistas por financiarmos o comunismo? FInanciamos o Comunismo Chinês então. Financiamos Guantánamo, afinal importamos I Phones. Enfim, é de novo meter ideologia, e ignorar os números: de novo, os números da saúde cubana e seus indicadores são invejáveis, até para nações desenvolvidas.


3) Ao contrário da coragem contra os fracos, Aécio e mais recentemente, o Armínio Fraga, defendem a fraqueza diante dos fortes. Segundo Aécio, " O Brasil se deixou conduzir por nações com pouco apreço pela democracia". Isso me preocupa, porque grava num é se essas nações são democráticas ou não, ao contrário do que sugere, mas perigoso é o Brasil de deixar conduzir por qualquer nação, ao invés de planejar sua inserção no mundo globalizado de acordo com seus interesses internos. Já Armínio, disse, e, vídeo, que o Brasil tem de deixar de lado a Venezuala, e se atrelar as " locomotivas do mundo". É de novo, uma defesa de subsmissão na política externa, que mistura de forma desonesta indigência intelectual com má fé pura. Primeiro, porque no mundo todo, o que se faz hoje em política externa, é pragmatismo. Ou seja: não é a política externa que deve servir de plataforma para projeção de ideologias e lemas, mas para defesa de seus interesses econômicos. Ou são burros os dois, Aécio e Fraga, ou são mal intencionados: veja os Estados Unidos, bastião da "Democracia" no mundo, e questionem se os EUA deixaram de se relacionar com os membros Árabes da Opep e seus sistemas ditatoriais. Portanto, há uma maldade: querer qualificar como matriz ideológica uma política que é também econômica, de inserção em mercados. Aliás: então isso quer dizer que China e Rússia, uma um país não democrático e outra uma democracia que anda migrando em direão a opressão, devem ser ignoradas? Outro ponto tosco do discuros: quem são essas locomotivas economicas e democráticas a quem vamos nos atrelar? O principal parceiro comercial brasileiro deste momento do BR é a China, que de democrática num tem nada. As democracias Européias e os EUA andam em crise faz tempo: como vão nos " rebocar"? Enfim, mais um susto: não se menciona, nesse tipo de discurso, nenhum dado concreto, por exemplo, pauta de comério e trocas com os países.




São esses, e mais, os exemplos que me deixam mais assustado. O PSDB tinha Bresser Pereira, Mendonça de Barros, já teve no passado Ciro Gomes. Me assusta o nível de indigência e pobreza intelectual que aingiu o discurso do partido, que agora nada mais é do que um pregação " Nós x o comunismo batendo na porta". Será que o PSDB emburreceu tanto assim?
Comentário sobre a frase "não vamos se submeter a Cuba dita por Aécio Neves na sabatina da Folha de São Paulo

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"Não vamos nos submeter a Cuba
Afirma Aécio Neves, em sabatina no Teatro Folha - São Paulo.


Essa frase "ufanista" e "patriótica" é típica daquelas correntes de emails que os velhinhos anti PT mandam para toda a família, junto com as provas mostrando a casa da Dilma, a fazenda do Lula e a propriedade da Friboi...André Paulistano