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Crônica semanal de Luis Fernando Veríssimo

Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter Benjamin.
Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações climáticas e todos os outros inconvenientes da rua.
Cidades só de calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer — enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua.
Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas e grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a criação desses bazares modernos, estes centros de conveniências com que o Primeiro Mundo — ou pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo — se espraia pelo mundo todo.
Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio ameaçado.
De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.
As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis.
No caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis.

Quando funk-ostentação torna-se uma ameaça


Repressão a jovens que marcam encontros nos shoppings revela: no Brasil da Casa Grande, pobres sempre são subversivos quando saem do gueto — mesmo que para consumir…


Por Eliane Brum, no El Pais 
O Natal de 2013 ficará marcado como aquele em que o Brasil tratou garotos pobres, a maioria deles negros, como bandidos, por terem ousado se divertir nos shoppings onde a classe média faz as compras de fim de ano. Pelas redes sociais, centenas, às vezes milhares de jovens, combinavam o que chamam de “rolezinho”, em shopping próximos de suas comunidades, para “zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras” ou “tumultuar, pegar geral, se divertir, sem roubos”. No sábado, 14, dezenas entraram no Shopping Internacional de Guarulhos, cantando refrões de funk da ostentação. Não roubaram, não destruíram, não portavam drogas, mas, mesmo assim, 23 deles foram levados até a delegacia, sem que nada justificasse a detenção. Neste domingo, 22, no Shopping Interlagos, garotos foram revistados na chegada por um forte esquema policial: segundo a imprensa, uma base móvel e quatro camburões para a revista, outras quatro unidades da Polícia Militar, uma do GOE (Grupo de Operações Especiais) e cinco carros de segurança particular para montar guarda. Vários jovens foram “convidados” a se retirar do prédio, por exibirem uma aparência de funkeiros, como dois irmãos que empurravam o pai, amputado, numa cadeira de rodas. De novo, nenhum furto foi registrado. No sábado, 21, a polícia, chamada pela administração do Shopping Campo Limpo, não constatou nenhum “tumulto”, mas viaturas da Força Tática e motos da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) permaneceram no estacionamento para inibir o rolezinho e policiais entraram no shopping com armas de balas de borracha e bombas de gás.


Se não há crime, por que a juventude pobre e negra das periferias da Grande São Paulo está sendo criminalizada?

Shopping

[...] Depois de lançar, em Campo Grande, o Shopping Center Bosque dos Ipês, o Grupo Jereissati Ceará, controlado pelo ex-senador Tasso Jereissati, prepara, agora, o lançamento de um shopping em Belém do Pará. 

Ele já foi batizado com o mesmo nome do seu similar de Mato Grosso do Sul: será o Shopping Center Bosque dos Ipês de Belém e estará localizado nas proximidades do estádio Mangueirão, na Avenida Independência, uma das mais movimentadas da capital paraense. Sua Área Bruta Locável (ABL) - de 48 mil metros quadrados - começará a ser comercializada a partir de 1º de julho, quando o shopping será oficialmente lançado. 

As obras de sua construção serão iniciadas no segundo semestre deste ano e estarão prontas antes do Natal de 2013. 

Será o maior centro comercial do Estado do Pará e um dos maiores da Região Norte do País. Segundo Ilia Alencar, presidente do Grupo Jereissati Ceará, o projeto arquitetônico do Shopping Bosque dos Ipês de Belém está finalizado "e criará, pela sua beleza, um novo cartão postal na bela e hospitaleira cidade de Belém". Ela não adiantou detalhes sobre o projeto, razão pela qual evitou dar nome às lojas âncoras. Mas, tendo em vista a antiga e muito estreita relação do Grupo Jereissati com o Grupo Pão de Açúcar, é dado como certa a presença de uma loja Extra ou do Pão de Açúcar. "Mas as famosas grifes nacionais estarão lá", diz Ilia Alencar.

Supermercados e shoppings

- Compadres! Estamos aqui reunidos contra as grandes redes que roubam a nós. O pequeno comércio. Todos os clientes!
- Apoiado!...Vamos fazer uma manifestação contra os supermercados e shoppings!
- Precisamos de cartazes com frases de ordem!
- Sim, mas...e o material necessário?... 
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