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Era FHC e Era Lula: não bastou o capital ganhar, o salário crescer é imperdoável

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Outro dia ainda mostrou-se aqui a elevação da renda dos mais pobres no Brasil. Praticamente dobrou desde o início da chamada “Era Lula”.
Mas não foi só a deles, foi toda a renda do trabalho.
Não que tivesse caído ou deixado de crescer, em ritmo até maior, a renda do capital, garantida pelos juros sempre elevados do Banco Central, embora menor, claro, que no período FHC.
Continuaram ganhando muito. Apenas um pouco – bem pouco – menos que antes
É bom para que se entenda o que torna os governos de inspiração trabalhista tão odiosos a esta gente. Eles não querem muito, somente. Querem tudo.
Os gráficos e o texto abaixo são do blog do Professor Fernando Nogueira da Costa, da Unicamp:

Renda do Capital versus Renda 
do Trabalho: 2003-2014 X 1995-2002

Fernando Nogueira da Costa (trecho)
No período 1995-2002, o juro nominal elevou-se 24,6%, em média anual, face a uma taxa de inflação média de 9,1%, resultando em uma elevação média anual do juro real de 15,1%. O rendimento médio real dos trabalhadores teve uma queda anual média de -1,05% ao ano. A renda do capital financeiro multiplicou seu poder aquisitivo real em 3,2 vezes. Enquanto isso, a renda do trabalho perdeu 16,6% do seu poder aquisitivo.
Entre 2003 e junho de 2015, o crescimento médio anual do juro nominal foi mais do que o dobro do IPCA: 13,2% ao ano. contra 6,1%. Desde 2005 até 2014, a taxa de inflação ficou dentro do teto da meta de 6,5%. Mesmo assim, em todo o período considerado, com o ano corrente projetado (2003-2015), a política de juro concedeu um juro real médio anual de 6,6% aos investidores. Em contrapartida, as variações do salário real restringiram-se à média anual de 1,1%. Então, foi 6 vezes maior o crescimento real da renda do capital do que o da renda do trabalho.
Portanto, constata-se na história recente brasileira, a posteriori, um exagero do juro ex-post, isto é, deflacionado pelo IPCA. Evidentemente, ele tem um impacto distinto do juro real ex-ante (esperado) que influencia as decisões na época de sua fixação. NaEra Neoliberalfoi 2,7 vezes maior do que a taxa de inflação média. Na Era Socialdesenvolvimentista, foi 2,2 vezes maior. A queda do salário real na Era do Livre-Mercado (sic), foi de -16,6%, ou seja, percentual igual e contrário ao da sua elevação de +16,3% na Era da Hegemonia Trabalhista.

Somos netos do Trabalho e da Educação, não da riqueza

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O cidadão à direita na foto é meu avô, José Nogueira de Oliveira Sobrinho. A foto é de 1929. Ele, de 1910. Achada nos guardados de minha mãe, depois de sua morte, provocou uma cena interessante. Meu filho de dez anos, nascido quase duas décadas depois de sua morte, chorou diante da descoberta de que "ele era pobre". E era, mesmo,
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Zé Dirceu: No projeto da terceirização mídia segue a tática de criar o fato consumado

Aprovado o texto principal da terceirização do jeito e nos termos que queriam a FIESP, as confederações nacionais da Agricultura (CNA) e da Indústria (CNI) e outras entidades conservadoras que defendiam a medida, nossa grande mídia esqueceu o assunto. Tem um espaço muito menor, mínimo mesmo, na imprensa hoje. É a forma deles, jornalões e interessados, tornar a votação no Congresso (anteontem) como ato consumado.
Quando não é de fato. Falta a votação, que em princípio pode ocorrer semana que vem, de destaques e emendas que podem manter o texto principal, melhorá-lo ou piorá-lo, sabe-se lá…Mas, ao mesmo tempo que esconde,  a mídia em dois editoriais em jornalões hoje elogia a aprovação – sempre na linha do fato consumado.
Em seu editorial principal, O Globo comemora a aprovação. A Folha vai na mesma linha e em seu primeiro editorial, considera que a terceirização “representa um avanço para o mercado de trabalho brasileiro”. Nessa tática da mídia de esconder o fato para torná-lo consumado, apenas o Valor ainda dá manchete para o tema hoje: “Lei da terceirização não evita litígios na Justiça”.
Essa reportagem do Valor, ouvindo especialistas, prevê que a aprovação da lei não colocará um fim no grande número de ações trabalhistas contra a prática da terceirização. “Permanece a possibilidade de interpretação da CLT pela Justiça trabalhista e também por conta do próprio texto da lei 4.330/04, parcialmente aprovada”, diz o jornal econômico paulista.
Salvo essa reportagem do Valor, que apenas levanta um problema, o restante da mídia não dá espaço nenhum para a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG)  e demais confederações e federações de trabalhadores, para a CUT, outras centrais sindicais, MST, MTST e organizações populares contrárias ao projeto exporem suas posições, apontarem as razões pelas quais são contra a medida. A CONTAG, por exemplo, tem advertido que o trabalho escravo está associado à terceirização.
Mas, não adianta. Espaço para as posições dos trabalhadores na mídia, nenhum. Nem agora, nem antes.


Os três pontos mais polêmicos do projeto que regulamenta a terceirização

Criticado e combatido por uns, elogiado e defendido por outros o PL - Projeto de Lei - que regulamenta a terceirização está em pauta e vai a votação na Câmara Federal repleto de polêmicas. Destacamos as três principais:

1. Terceirização de toda e qualquer atividade
A possibilidade de que as empresas passem a terceirizar não só a atividade-meio (aquelas que não são inerentes ao objetivo principal da empresa, ou seja, serviços necessários, mas não essenciais), mas também a atividade-fim (aquela que caracteriza o objetivo principal da empresa) é um dos itens mais controversos do projeto de lei que regulamenta a prestação de serviços por terceiros.
No caso de um banco, por exemplo, a mudança permitiria que bancários – de operadores de caixa a gerentes, ou seja, aqueles que desempenham atividade-fim nessas instituições – passem a ser terceirizados. Atualmente, nessas empresas, apenas trabalhadores como seguranças ou faxineiros podem ter esse tipo de contrato, pois exercem atividade-meio, já que a atividade principal de um banco não é fazer segurança tampouco faxina.
Os críticos dizem, no entanto, que a flexibilização dos contratos “precariza as relações de trabalho”. Eles também argumentam que, ao serem empregados como terceirizados, os trabalhadores perdem os benefícios conquistados pela categoria, como, por exemplo, piso salarial maior, plano de saúde, vale-alimentação, participação nos lucros, entre outros.
“Esse projeto de lei precariza as condições de trabalho no país. Dizem que mais empregos serão gerados, mas com que padrão? Padrão chinês?”, critica o juiz Germano Silveira, vice-presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), em referência às más condições de trabalho em fábricas na China.
“Os terceirizados ganham salários mais baixos, até metade do que ganha um contratado direto, e sofrem acidentes de trabalho com mais frequência, pois as empresas que prestam o serviço terceirizado economizam nos itens de segurança para cortar custos”, acrescenta. “Os deputados (a favor do projeto de lei) querem transformar essa diferença de salário em lucro para os empresários”.
Graça Costa, secretária das Relações de Trabalho da CUT (Central Única dos Trabalhadores) concorda. Segundo ela, o projeto, se aprovado, vai provocar uma substituição em massa de trabalhadores contratados por terceirizados.
“Há hoje no Brasil quase 13 milhões de trabalhadores terceirizados, contra 35 milhões de trabalhadores contratados. Essa situação vai se inverter com a aprovação desse projeto de lei. O objetivo das empresas é unicamente reduzir custos. A relação de trabalho, que hoje é bilateral, ou seja, entre trabalhador e empregador, vai deixar de sê-lo, abrindo espaço para subcontratações a torto e direito. Será quebrada a coluna vertebral do direito do trabalho no Brasil”, avalia.


2. Responsabilidade das empresas contratantes sobre obrigações trabalhistas

Contando com o patrão

Paulo Henrique chega no trabalho e vai direto falar com o patrão:

- Doutor, vamos mudar de residência e minha mãe precisa de mim para ajudar a carregar as coisas, o senhor poderia me dar folga amanhã?

- Sinto muito seu Paulo. Mas, estamos com falta de pessoal, não posso lhe dar folga

- Obrigado patrão. Sabia que podia contar com o senhor.


Decidir melhor para ir mais longe: como definir objetivos

Na corrida desenfreada para produzir tudo o que o mundo nos cobra, freqüentemente nos deparamos com a frustração de não conseguir terminar o que nos propomos. Procuramos técnicas e lemos sobre hábitos de pessoas produtivas, esperando que nesse emaranhado de conhecimento exista um solução para nossa falta de eficiência.

Entretanto, existem alguns parâmetros muito simples que devem ser avaliados, pois sem eles nenhuma técnica vai apresentar resultados por muito tempo. Basta observar o quanto as pessoas se tornam obcecadas por sistemas de produtividade. Quanto mais sistemas conhecem, mais aumenta a busca, colecionando livros, textos e técnicas. Enquanto isso, o maior problema está onde ninguém gosta de procurar, nas próprias escolhas.

Um dos maiores responsáveis pela procrastinação é a crença de que podemos fazer tudo o tempo todo. Achamos que ser produtivo é executar uma quantidade cada vez maior de coisas, quando na verdade, é apenas executar poucas coisas de maneira cada vez mais eficiente.

Nosso anseio em mostrar que podemos fazer tudo, que somos bons e até mesmo buscando nos posicionar como responsáveis, nos leva a colecionar atividades de forma desenfreada. Tudo o que nos pedem, dizemos sim, como se nunca existisse problema. Esse comportamento nos traz pilhas de tarefas cada vez maiores. No inicio, tudo parece estar sob controle, mas ao primeiro deslize, a pilha desmorona.

Somos muito ruins em selecionar efetivamente o que devemos fazer. Nos sentimos mal ao identificar que temos tempo livre na agenda, então, tentamos preencher tudo. Falhamos em identificar que estes espaços são muito importantes para preservar a estabilidade das coisas. Se algo der errado em algum ponto da execução, você precisa ter uma “sobra” para reassumir o controle, antes que o próximo ponto seja afetado.

Por isso, a primeira coisa a se fazer para se tornar alguém mais produtivo, é saber como dizer não para a maior parte das coisas. E o parâmetro para isso deve sempre ser: esta ação o leva para mais perto do objetivo que está trilhando?

Derek Sivers – músico, mais conhecido como fundador de uma plataforma para músicos independentes chamada CD Baby – sintetiza este parâmetro, apontando que nossa respostas para o que vamos fazer deve sempre ser:

“Hell Yes! or No!”

Ou seja, absolutamente sim, ou não.

Mentalidade de abundância x Mentalidade de escassez
Este anseio por dizer sim a tudo, é acontece pelo que chamamos de Mentalidade de Escassez. Acreditamos que oportunidades são raríssimas e se deixarmos elas passarem, estaremos nunca mais a veremos de novo.

Essas oportunidades nem sempre são únicas. A tendência mais provável é que, se ela surgiu para você, outras chances similares vão continuar batendo à sua porta com uma certa frequência, pois elas são consequência do seu esforço de gerá-las, seja se tornando capacitado, mantendo bons contatos ou uma reputação que atrai atenção.

Uma forma de evitar isso é tratar tudo com a mentalidade oposta, identificando que, sim, oportunidades são abundantes em nossas vidas, por isso, preciso escolher cuidadosamente aquela à qual quero me dedicar de verdade. Por isso, dizer não a algumas ofertas que recebemos não é algo ruim. No mundo atual, é a forma mais sensata de não se perder numa pilha maluca de direções conflitantes.

Agora que você já sabe dizer não para tudo o que não for totalmente relevante, vamos entender os critérios que definem um bom objetivo ou meta.

Definindo objetivos certos
Vamos partir de um elemento essencial: se importar com o que está fazendo.

Pode parecer um discurso batido, mas é o primeiro ponto para terminar as coisas que começamos.

Não adianta muito você odiar fazer contas e tentar concluir uma faculdade de matemática. Quando a primeira dificuldade que surgir for maior que a vontade de agir, você vai acabar desistindo. Isso pode se refletir em basicamente todos os outros aspectos de nossa vida. Perceba como o menor mal estar é suficiente para fazer a maioria das pessoas faltarem ao trabalho, enquanto pessoas que são apaixonadas por suas profissões às vezes precisam de intervenção para poder relaxar e se recuperar de alguma doença mais grave.

Ter tesão pelo que se propõe aumenta as chances de um desfecho positivo.

O outro ponto que define a escolha de um bom objetivo pode parecer tão óbvio quanto o anterior: para uma meta ser boa, ela precisa ser factível.

A literatura motivacional vai sempre dizer que “querer é poder” e toda essa maluquice, mas no fim das contas a gente sabe exatamente o que é ou não possível.

Digamos que sou formado em Direito, mas decidi que vou me tornar um astronauta até o fim do ano. Eu posso mover montanhas, mas sei que esse é um objetivo impossível. O mesmo se eu resolver perder 50 quilos em 1 mês, o que também não soa muito lógico.

Posso até acreditar nestes pontos com firmeza, mas ao longo do processo vou identificando as impossibilidades e desanimando antes mesmo de chegar ao prazo estipulado.

Tenho certeza que cada um de vocês pode lembrar de alguma vez que reconheceu que algo não era possível e acabou desanimando. Por isso, muitas das nossas investidas falham, porque miramos nas combinações (gostar x possível) erradas.

E como gosto de apontar, tudo isso serve também para o cotidiano e coisas menores: é preciso manter os objetivos dentro do que conseguimos vislumbrar o desfecho.

Quando um chefe nos pede para executar algo que não compreendemos, raramente conseguiremos seguir os passos necessários para concluir a tarefa, vamos enrolar até que exista uma intervenção. Neste caso, com alguém resolvendo a tarefa por nós ou esclarecendo o que ser feito.

Nem tudo é preto no branco
Todos esses pontos parecem abstratos e muita gente pode apontar que não tem escolha quando o assunto é gostar do que faz ou identificar as atividades como possíveis.

A boa notícia é que este tipo de noção é altamente subjetiva e podemos adicionar valor às coisas que fazemos, assim como também podemos tornar atividades aparentemente impossíveis em tarefas incrivelmente simples.

Muito da questão de se importar ou não com o que fazemos começa em como interpretamos a atividade de modo geral.

Uma história bem conhecida para explicar este fenômeno, é a que Lyndon B. Johnson – ex-presidente americano – fazia questão de compartilhar.

Lyndon diz que, ao visitar a agência espacial americana, se deparou com um faxineiro muito empolgado, que estava sempre tentando ajudar e colaborar com o que precisava ser feito. Johnson, admirado com o ânimo do faxineiro durante seu trabalho, resolveu perguntar por que estava tão alegre:

“Estou ajudando a levar o homem para Lua!”, respondeu o homem.

Alguém que tem o trabalho de limpar o chão pode olhar e ver o benefício máximo da atividade: ajudar o homem a pisar na lua.

E, assim como a forma que uma mudança de perspectiva pode amplificar o grau de satisfação e importância que nosso trabalho tem para nós, quebrar atividades impossíveis em pequenos passos simples nos ajuda a não focar no nebuloso e improvável futuro.

Como exemplo, decidi que antes dos 50 anos quero ter meu Doutorado em Física. Sei que é uma meta longa, que pode levar por volta de 15 anos. Se eu tivesse essa meta apenas considerando a visão macro, tendo em vista que sou de uma área bem diferente, iria me deparar com dificuldades e desistir. Ao invés disso, resolvi que vou apenas fazer o vestibular, só isso, e tentar novamente enquanto não for aprovado. Depois, pretendo concluir semestres e ir seguindo, até que depois de muitos anos, o resultado final será o Ph.D.

Este modelo funciona com qualquer coisa, desde que respeitemos as lógicas da realidade.

Perder 50kg, por exemplo, não acontece de uma vez, mas pode virar uma caminhada diária de 20 minutos. Progredir para uma reeducação alimentar e a partir disso mudanças maiores e mais efetivas. O objetivo maior é só um pontinho, que depois de definido deve ser esquecido, dando lugar para atividades factíveis.

Ao começar com um pequeno passo simples e possível, cada marco se torna mais próximo e o objetivo final mais real.

Claro, essa mudança de mentalidade não acontece da noite para o dia.

É necessário manter esses pontos em foco e exercitar a forma de lidarmos com as coisas. Fazer escolhas mais inteligentes é a parte mais importante para conseguir alcançar resultados melhores.

Alberto Brandão
Também escreve sobre Parkour no Decimadomuro, conta sua jornada falando sobre empreendeorismo no QG Secreto. Treina Taekwondo, Jiu-jitsu, Parkour e MMA. Escreve sobre treinamento físico em seu blog. Recentemente largou tudo para buscar um caminho mais feliz.


Papo de homem

Em breve, além de pobre você será plebeu
Vou contar uma história rápida sobre seu futuro. Ela se passa no século dezenove.
Rastinac é um francês interiorano que se apaixona por uma mulher da alta sociedade parisiense, em tudo superior a ele, em tudo inacessível. Quando o desespero surge, Rastinac conhece um “mecânico” chamado Vautrin.
Vautrin é um malandro, e logo explica a Rastinac como as coisas funcionam naquela sociedade.

Uma reflexão sobre Liderança

Antes de começarmos, um passo atrás. A seguir você tem uma pequena lista de características tipicamente esperadas em um bom líder:
  • Toma a iniciativa
  • Demonstra integridade e honestidade
  • Foco em resultados
  • Inspira e motiva os outros
  • Desenvolve relacionamentos
  • Colaboração e trabalho em equipe
Pare por alguns instantes e reflita: quando você pensa em uma mulher como líder, em quais dessas características você acha que ela se sai melhor?
E aí, foi fácil? Bom, vamos segurar essas respostas. Voltaremos nesse ponto mais à frente.

Palavras que limitam

princípio da relatividade linguística afirma que a estrutura de uma linguagem afeta o modo como seu respectivo interlocutor visualiza sua realidade. Ou seja, sua visão de mundo é influenciada pelas palavras que você utiliza. Lembre disto.
Estamos hoje num tempo em que a igualdade entre homens e mulheres evoluiu, e, ao menos no papel, essa igualdade parece existir de forma coesa e justa. Mas, no dia a dia, é possível perceber grandes diferenças entre a teoria e a prática.
Há algum tempo entrou no ar uma campanha da fundação Lean In, que vem ganhando cada vez mais força. Ela fala sobre como as mulheres são vistas e reconhecidas quando assumem a função e atitude de líder nas empresas:

“I’m not bossy. I’m the boss.” (Eu não sou mandona. Eu sou a chefe.)


A mulher, quando atua como líder, assume responsabilidades, toma decisões e direciona sua equipe, tende a ser vista como excessivamente agressiva, teimosa ou mandona.
Quando se aprofunda um pouco o olhar, é possível perceber que mulheres líderes estão mais em busca de respeito do que de reconhecimento – ou de serem vistas como a estrela do show. Esse comportamento – de assumir responsabilidades e decisões – parece ser mais condizente com uma pessoa que deseja abrir espaço para que outros brilhem, do que com alguém que aspira dominar e mandar.
Mesmo as mulheres sendo usualmente vítimas, podem também ser canais de propagação dessa mentalidade. Frases – e crenças – tais como “eu sou romântica e acho sim que o homem deve ser o provedor e ter o maior salário da casa” acabam criando certo consentimento indireto com situações nas quais elas são preteridas por homens – uma promoção no trabalho, por exemplo.

O fim é o começo

Se engana quem pensa que a história toda começa na líder, chefe, executiva, mulher que assume uma posição de destaque na empresa. Essa mesma mulher, quando consegue chegar a uma posição dessas, já superou outras barreiras quando ainda era uma garota bem mais nova, descobrindo sua energia.
Link YouTube | “Mude a história”

Desde a infância, quando a menina começa a ter atitude e postura de líder, ela é discriminada. Enquanto seus amiguinhos são aclamados por serem o capitães dos times, ela é repreendida quando se posiciona demais – pelos colegas e até mesmo pelos professores.
Certa vez uma amiga contou sobre sua sobrinha que, no auge dos seus 5 anos, tentava ajudar os colegas a jogar xadrez, organizando as peças e conduzindo os primeiros movimentos – detalhe: sem saber como se joga xadrez. Essa amiga também me contou como a mãe dela logo disse:
“Ela está muito chata, quer mandar em todo mundo. Lá em casa ela teima em ficar organizando a sala. Eu falo para ela que não pode ser assim, mas ela não me ouve”.
Hoje temos um mundo onde menos de 5% dos cargos de CEO da Fortune 500 são ocupados por mulherescom 22 mulheres liderando nações – aliás, um recorde histórico. Se parte deste panorama pode ter sido influenciado pelos comportamentos repreensivos de pais e professores, é algo a se pensar.
Apesar de tudo, como podemos ver em nosso dia a dia, há mulheres que enfrentam e vencem essas dificuldades e preconceitos nas diversas etapas da sua vida. Conseguem colocar sua essência de líder em prática. E então, um dilema aparece.

Os conflitos internos entre a profissão e a família

A mulher tende a possuir, tradicionalmente, um vínculo familiar mais estreito que o homem. Ela sempre foi a responsável emocional pela casa, pelo cuidado com os filhos e por incentivar a união. E com o tempo, conforme direitos foram sendo ganhos e papéis foram sendo revistos, foi que ela começou, cada vez mais, a ganhar as ruas e tomar seu espaço no mundo corporativo. Até então dominado por homens.
E quanto às responsabilidades do lar, como ficaram? Apesar da união familiar usual se dar entre um homem e uma mulher, não foi, necessariamente, um maior compartilhamento das atividades do lar que as possibilitou construir carreiras prósperas. Mas sim, uma maior oferta de profissionais domésticas.
Quando a empregada doméstica não está, as responsabilidades ainda recaem em peso sobre a “super-mulher”. Ela define as metas do novo projeto, avalia a evolução dos ganhos com a última campanha, faz uma apresentação de oportunidades ao presidente da empresa, leva o filho para a natação, passa no supermercado, prepara o jantar, estuda os artigos da pós-graduação, toma uma taça de vinho com o marido, e no outro dia acorda cedo, disposta a fazer valer cada minuto novamente. Simples, não?
Link YouTube | O mercado das “super-mulheres”

Essa tensão entre vida profissional e familiar traz às mulheres questionamentos que, muitas vezes, as levam de volta ao trabalho focado no lar, como disse Sayuri Kobaiashi no ótimo artigo Pau na mesa pra quê?, da revista TPM:
“Recebia fotos da babá e me perguntava se estava no lugar certo. Não era que o bebê precisava de mim, mas eu é que estava perdendo.”
Dada as necessidades de cuidar da família, e o próprio desejo de participar dessa vida, é natural uma decisão dessas – quando ela é viável para o casal.
Mas escolhida a vida dupla, é possível equilibrar os dois mundos? No livro “Mulheres de sucesso também querem poder… amar”, a escritora Joyce Moysés relata a experiência de uma executiva:
“Há outros momentos delicados em que a mulher bem sucedida tem de se posicionar. Por exemplo, quando precisa escolher se vai cuidar do filho com febre ou recebe o CEO mundial. Meu marido e a babá sabem contornar uma febre. E se eu não fizer a apresentação ao CEO, muita gente que precisa do meu trabalho naquela organização sofrerá. A mulher tem a mania de achar que só ela faz tudo certo dentro de casa, quando precisa de ajuda.”
Entretanto, fazer essa escolha pela família cedo demais pode ser arriscado para a carreira. Por exemplo, quando uma mulher decide postergar sua ascensão profissional para assegurar prioridade ao desejo de ter filhos.
Como disse Grace Tourinho, CEO do UFC Brasil, quando questionada sobre o seu maior desafioaté então:
“Meu maior desafio foi conciliar duas coisas em minha vida. Foi quando trabalhei para que as ações da Ambev começassem a ser negociadas na Bolsa de Nova York ao mesmo tempo em que esperava o meu segundo filho.”
Sheryl Sandberg, COO do Facebook, narra em seu livro “Faça Acontecer” como decisões precipitadas podem se tornar uma auto-sabotagem profissional:
“Se voltar a trabalhar depois de ter filhos for uma opção, a mulher só vai fazê-lo se o trabalho for atraente. Mas, se anos antes ela parou de se desafiar, a essa altura já vai estar entediada. (…) Não saia antes de sair. Mantenha seu pé no acelerador até o dia em que você precise parar para ter seu filho – e então tome suas decisões.”
No fim, a questão da escolha entre família e trabalho – ou o equilíbrio – é tão pessoal quanto intransferível, e todas as opções podem trazer satisfação à mulher. O importante é que ela esteja ciente de suas motivações e não se deixe ser conduzida por fatores que não estejam de acordo com seus objetivos.
Pois ainda que exista uma boa discussão sobre qual o melhor caminho a seguir, não parece haver dúvidas quanto às competências da líder mulher. Ao menos não para seus pares e liderados.
Grace Tourinho, presidente do UFC no Brasil
Grace Tourinho, ela comanda uma organização de lutadores | Foto por Wander Roberto

As competências da líder mulher

Lembra das perguntas feitas no começo do texto? E suas respostas, estão na ponta da língua? A consultoria Zenger Folkman fez essa mesma pesquisa sobre eficácia em liderança considerando uma avaliação 360o com cerca de 16 mil líderes, sendo um terço mulheres. Na média geral, elas conquistaram um índice de eficácia de 54,5% contra 51,8% dos homens.
“Muito bem” – alguém pode questionar – “mas em quais competências elas superam os homens?” Afinal, mulheres e homens são diferentes e é natural que possuam competências distintas. Ainda que interesse às empresas o quanto eles são bons em competências que geram resultados e eficácia  significa isso, vamos deixar essa conclusão de lado e nos aprofundar um pouco mais.
Nessa pesquisa foram consideradas 16 competências consideradas pelo instituto como típicas de líderes. E os índices alcançados pelas mulheres foram superiores aos dos homens em 12 delas:
As mulheres geralmente são reconhecidas por competências de liderança mais sutis, tais como: desenvolver os outros, construir relacionamentos e colaboração e trabalho em equipe, o que se confirmou na pesquisa. Porém, as características em que elas mais se sobressaíram foram: tomar a iniciativa, demonstrar integridade e honestidade e foco em resultados – competências nada sutis e com grande impacto nas empresas.
Ou seja, mulheres são vistas como mais eficientes em realizar coisas, serem bons exemplos e entregar resultados. Com competências assim, não deveriam restar dúvidas de podem liderar quaisquer organizações rumo a seus objetivos.
E como elas conseguem atingir esses resultados superiores? Provavelmente, devido a tudo o que falamos até agora. Desde superar preconceitos a vencer seus conflitos internos, que muitas vezes levam a uma jornada dupla para mostrar sua capacidade, ganhar respeito na empresa e satisfação fora dela.
Então por que ainda temos uma quantidade tão inferior de mulheres conduzindo o mundo? Vamos a auto-avaliação feminina.
“Quando eu estava no último ano da universidade eu fiz uma matéria chamado História Intelectual da Europa. E eu a fiz com minha colega de quarto, Carrie, que era na época uma estudante literária brilhante, e meu irmão – cara esperto, um jogador de polo aquático que seria médico, e que estava no segundo ano.
Nós três fizemos essa matéria juntos. E então a Carrie lia todos os livros originais em Grego e Latim e ia para todas as apresentações. Eu li todos os livros em Inglês e ia à maioria das apresentações. Meu irmão, que era meio ocupado e lia um dos doze livros e ia a umas duas apresentações, caminha até o nosso quarto uns dois dias antes da prova para que nós o ensinássemos.
Nós três fomos à prova juntos, e nos sentamos lá por três horas. E quando saímos de lá, olhamos uns para os outros e dissemos: “Como vocês foram?” E a Carrie diz: “Cara, eu sinto como se eu não tivesse realmente exposto o ponto principal da dialética Hegeliana.” E eu digo: “Deus, eu realmente desejo que eu tivesse conectado a teoria da propriedade privada do John Locke com os filósofos seguintes.”
E meu irmão diz: “Eu tirei a nota mais alta da sala.””
Em seguida, arremata: “as mulheres subestimam sistematicamente suas habilidades”.
Após vencer preconceitos, obstáculos variados, administrar conflitos internos e ser avaliada como mais eficaz na maioria das competências de liderança, a mulher ainda enfrenta um último obstáculo: ela mesma.
Assim, um apelo a ser feito é: mulheres, vocês têm uma força maior do que imaginam para liderar. Sim, existem problemas estruturais, que serão combatidos em conjunto e com o apoio de inúmeros homens a seu favor. Mas lembrem-se sempre de olhar para dentro e cuidar para que sua auto-estima e segurança estejam sempre prontas para agarrar as possibilidades que já existem. E que assim também adicionem mais elegância e gentileza a este mundo de beberrões e truculentos corporativos.
São tantos os temas relacionados que, reconheço, consegui explorar apenas parte deles nesse texto. E você, o que acrescentaria a essa conversa?
* * *
Nota do autor: esse texto foi escrito através da colaboração essencial de outros seis autores, além das fontes mencionadas: Fabiana Capistrano, Gabriel Spinola, Isabel Rezende, Marianne de Castro, Renata Oliveira e Tatiana Freitas.
Rafael Peron

Acha que mini-biografias são difíceis, mas ouvindo Marvin Gaye dá pra encarar. Quando tem problemas, gosta de olhar para o céu e dizer "rá". Quando tem alegrias, também. Do samba à salsa, prefere conversa de bar à escrever. Exceto desta vez.

Outros artigos escritos por 

No mês que falta amor, sobra trabalho

O mês de maio começou e ventos devastadores passaram pelos relacionamentos amorosos. Os casais entraram em crise, alguns terminaram, outros acabaram voltando. Nem todos os desfechos foram bonitos, mas se faltou amor, certamente sobrou trabalho.
O feriado do dia do trabalho, para nós, veio como o prenúncio de um mês atribulado, graças às férias do Jader Pires. O bom moço conheceu terras mexicanas, tomou tequila e mapeou os ringues de lucha libre.
Nós que ficamos, tomamos conta desse vosso site masculino com todo o esmero que já é habitual, contando também com os reforços do Rafael Nardini. Nesse meio tempo, não apenas falamos do Senna, das tragédias amorosas do mês de maio, de relações viciadas pelo sexo, de esportes insanos como o ciclismo, de  como encontrar um bom professor de artes marciais, como também tivemos espaço para muito mais.
Essa é uma pequena amostra do que tivemos, baseado naquilo que vocês mais visitaram.

1. Bom dia, Mayara Rios, por Jader Pires (62.044)

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“Ver a Mayara é deixar gelar o coração.”

2. Meu marido só quer me comer | ID #23, por Frederico Mattos (39.4227)

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“Meu marido só quer me comer e fico incomodada com isso. Ele não tem o menor tato e me sinto como se fosse um pedaço de carne. Depois que termina, ele ainda fica um pouco mais carinhoso e… nada.”

3. Senna, seu filho da puta, por Guilherme Valadares (29.793)

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“Essa manhã fria de feriado tem cheiro de domingo. Domingo daqueles nos quais sentava ao lado de meu velho no sofá, aguardando ansioso pelos ruídos de bestas motorizadas. Na época não me dava conta, mas estava assistindo a história ser feita diante de meus olhos.”

4. Bom dia, Lass Suicide, por Neto Macedo (28.732)

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“Lass na verdade é um alterego, uma personagem, uma fantasia, um nome que circula anexado a imagens desta linda moça. E a gente se apaixona em ficar imaginando quem, na verdade, é a Lass.”

5. 5 filmes pra você esquecer do trabalho, por Jader Pires (24.336)

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“Se há muito o que se discutir sobre o trabalho no mundo de hoje, a proposta dessa listinha descaralhante é abrir uma pequena fenda na realidade e fazer, desses dias, dias de esquecimento.”

6. Não há esporte como o ciclismo, por Bruno Ramos (21.365)

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“Melhor que vencer, é vencer bonito. E, talvez, melhor que vencer feio é perder bonito.”

7. As incríveis bandas cover do Youtube, Rodrigo Cambiaghi (21.280)

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“Também sou defensor da teoria de que não existe música ruim, mas versões ruins. Algumas letras de rock, se traduzidas para o português, seriam facilmente confundidas com letras de pagode ou até sertanejo e vice versa. Pegue qualquer música que você odeie e toque ela num estilo que você gosta e voilá, sua raiva se esvairá.”

8. Prisão trabalho, por Alex Castro (19.947)

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“O trabalho não é, por definição, aprisionante e terrível. Somos seres construtores, produtivos. Idealmente, o trabalho nos permite dar vazão ao nosso afã criador e, ao mesmo tempo, ganhar o dinheiro que precisamos para viver nossa vida e realizar nossos projetos pessoais. Muitas vezes, entretanto, o trabalho custa caro: ele suga quase toda nossa energia vital e nos dá somente uns míseros tostões em troca. Nesses casos, sim, o trabalho é uma prisão.”

9. Você não está tão ocupado quanto diz, por Hanna Rosin  (18.971)

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“Então, se espremer o tempo é tão ruim, por que as pessoas se gabam disso?”

10. Selena Gomez mais disposta a fazer sexo que o seu parceiro, por Alain de Botton (18.748)

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“É estranho porque nós crescemos pensando, apesar de tudo, que o sexo deveria ser uma expressão de amor. A pessoa que mais amamos deveria, por direito, também ser aquela que nos dá mais tesão.
Mas infelizmente não é bem assim.”

Menção honrosa: Bom dia, Valentina Piras #2, por Kaluã Leite (15.795)

Nota do editor: A Valentina já esteve aqui em um de nossos Bom Dia. Agora, ela está de volta, tão ou mais linda do que antes. Abaixo segue um relato sobre a execução desse projeto, mas primeiro, gostaria de deixar o vídeo para que vocês apreciem a beleza da moça e o ótimo trabalho dos parceiros da Monstro Filmes.

E pra vocês, como foi o mês de maio?

Como de costume, queremos saber, como foi pra vocês esse mês cheio de solavancos mas gostoso do jeito que só um mês que ficou pra trás sabe ser?
Luciano Ribeiro

Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.