O barbeiro incrédulo

Conta-se que um dia um homem foi à barbearia para cortar os cabelos e, enquanto o barbeiro o atendia, ambos mantinham uma conversa animada.

Falavam de muitas coisas, até que o homem resolveu falar da vida e, para explicá-la, falou de Deus.

O barbeiro, homem muito incrédulo, começou a contestar a existência de Deus e falou:

Deixa disso, meu caro! Deus não existe!

E por quê? Perguntou o homem.

Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis passando fome! Olhe à sua volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!

Bem, se essa é a sua maneira de pensar, eu a respeito.

Sim, claro, falou rapidamente o barbeiro.

O homem pagou o corte e foi saindo quando avistou um maltrapilho com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço.

Não se conteve, deu meia volta e falou ao barbeiro: Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros! Barbeiros não existem.

Como assim? Perguntou surpreso o descrente.

Sim, falou o homem, se existissem barbeiros não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!

Ora, existem tais pessoas porque evidentemente não vêm a mim!

Que bom! Disse o homem. Agora você entendeu.

Se o fato de existirem pessoas passando fome, enfrentando dificuldades, sofrimentos, dores, fosse suficiente para provar que Deus não existe, estaríamos observando a realidade de um ponto de vista muito estreito.

A existência de Deus é uma verdade subjetiva, e como tal, deve ser buscada com a razão e o sentimento.

Cada pessoa pode encontrar Deus de maneira diferente, mas existe uma condição básica: é preciso buscá-lo com firme desejo de encontrá-lo.

Um homem fez uma poesia que fala do seu reencontro com Deus, que diz o seguinte:

Deus, passei tanto tempo te procurando... Não sabia onde estavas.

Olhava para o infinito, não te via, e pensava comigo mesmo: será que Deus existe?

Não me contentava na busca e prosseguia.

Tentava te encontrar nas religiões e nos templos, tu também não estavas.

Te busquei através de sacerdotes e pastores, também não te encontrei.

Senti-me só, vazio, desesperado, e descri.

E na descrença tropecei...

E no tropeço, caí...

E na queda, senti-me fraco.

Fraco, procurei socorro.

No socorro, encontrei amigos...

Nos amigos, encontrei carinho...

No carinho, vi nascer o amor.

Com amor, vi um mundo novo...

E no mundo novo resolvi viver.

O que recebi, resolvi doar...

Doando alguma coisa, muito recebi.

E recebendo, senti-me feliz.

E ao ser feliz, encontrei a paz.

E tendo paz foi que enxerguei que dentro de mim é que tu estavas...

Foi em mim que, sem procurar, eu te encontrei...



A presidente Dilma sanciona lei que cria o Sistema Único de Assistência Social

A presidenta Dilma Rousseff sancionou hoje, no Palácio do Planalto, o projeto de lei que determina a organização da assistência social e consolida o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). É um importante passo para o plano Brasil sem Miséria, que pretende tirar 16 milhões de pessoas da pobreza extrema.

Presidenta Dilma
O SUAS garante o direito à assistência e proteção às famílias e pessoas 
em situação de risco e vulnerabilidade social. O sistema tem adesão 
de 99,5% dos municípios.
Com coordenação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome (MDS) e gestão dos municípios, 
Estados e Distrito Federal, o SUAS foi criado em 15 de julho de 2005 
e receberá
fiscalização dos conselhos de assistência social, integrados 
por representantes dos governos e sociedade civil.
Visita a Rondônia
Ontem, a presidenta Dilma concedeu entrevistas a emissoras de rádio 
em Rondônia e afirmou que o governo 
federal manterá um pacote de obras para o estado. Ela esteve 
no canteiro de obras da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira.
Dilma destacou a importância do estado como sendo uma fronteira 
agrícola com maior potencial de desenvolvimento do Brasil
 e assinalou os investimentos de R$ 554 milhões para obras 
de saneamento e tratamento de água e esgotos na capital 
rondoniense.

Leia mais:
Twitter diHITT 


Lanche da tarde

Bolo de banana com aveia
bolo-de-banana-e-aveia-f8-2049.jpgIngredientes
4 bananas amassadas

100 gr de margarina 
ovos
1 1/2 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de aveia
1 colher (sobremesa) de canela-da-china em pó
1 colher (sopa) de fermento químico em pó 

Como fazer

Bata no liquidificador  as bananas, os ovos, a margarina e o açúcar. 
Passe a mistura do liquidificador  para uma tigela e misture a farinha,a aveia,a canela e por último o fermento. 
Coloque em uma fôrma untada e leve ao forno médio (180ºC) por aproximadamente 40 minutos ou até que esteja pronto. 
Se quiser,com o bolo ainda morno,polvilhe açúcar e canela.


Feng shui chinês


Olha aí que coisa inusitada: 
"nós nunca mais veremos um mês de Julho" como em 2011. 
Ou alguém de nós viverá mais 823 anos?


Boa sorte a nós todos!!! w
Julho/2011
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Este ano, Julho teve 5 sextas-feiras, 5 sábados e 5 domingos.

Isto acontece uma vez a cada 823 anos. Estes anos são conhecidos como 'money bags'.

Passe para boas pessoas e o dinheiro aparecerá em 4 dias, baseado no Fengshui chinês.

Quem parar não recebe, diz a lenda!
Bom, não custa tentar ....

Portugal e a crise econômica na Europa

Os títulos da dívida pública de Portugal foram rebaixados para a categoria “junk”. Em bom português (de aquém ou além-mar), não resta dúvida: a dívida portuguesa virou lixo!
O anúncio – feito pela Moody´s (uma daquelas agências de “classificação de risco” que se desmoralizaram ao deixar de prever os riscos no mercado de hipotecas dos EUA antes de 2008) – acrescenta mais um toque de dramaticidade à crise européia.
Fukuyama e o fim da história: o que ele diria da crise européia?
Portugal é um mercado pequeno. Assim como a Grécia e a Irlanda - que também passam por dificuldades gigantescas. Mas se a dívida desses países virar pó, a crise pode se expandir para Alemanha e França – já que bancos franceses e alemães detêm boa parte da dívida grega e portuguesa.


O desespero leva muita gente a pregar que Portugal e Grécia saiam agora do euro, e voltem a ter moeda própria. Moeda própria permitiria a esses países defenderem suas economias, favorecendo exportações e reativando a produção. Mas a dívida antiga, em euro, cresceria exponencialmente. A não que se pronuncie uma palavra que economistas bem comportados costumam evitar: calote!


O euro, ressalte-se, é moeda “sui generis”, é moeda sem Estado. É moeda “única” de estados múltiplos. Por isso, a crise nos pequenos Portugal e Grécia é uma crise européia. Sem falar na Espanha – economia bem maior, onde o desemprego avança para impressionantes 20%.


O tremor financeiro faz ressurgir o discurso nacionalista na Alemanha – país que segue a crescer em meio à turbulência. Na terra de Angela Merkel, conservadores já falam em criar uma nova zona do euro, mais enxuta, reunindo Alemanha, Áustria e países nórdicos. Um novo euro, o  “euro forte”,  ficaria restrito a esse pequeno grupo de países – que assim não se deixariam “contaminar” pela instabilidade que vem do sul. Nacionalismo e Alemanha são termos que costumam provocar arrepios quando aparecem juntos.   
A crise do euro é, por isso, também uma crise política.
Qual a saída?


Gregos, portugueses e espanhóis já estão nas ruas a mostrar que a velha receita do FMI sofrerá oposição gigantesca. A própria decisão da Moody´s sinaliza que os pacotes sucessivos não surtirão efeito: FMI e União Européia oferecem recursos em troca de cortes no setor público. Cada pacote faz com que o “mercado” enxergue essas economias com mais desconfiança, cobrando um preço cada vez mais alto para refinanciar a dívida pública.
Portugal prometeu vender ativos, reduzir aposentadorias, cortar empregos públicos. Qual o resultado? A dívida virou lixo!


O caminho desses países pode ser o da Argentina. Calote! 
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E-commerce: 12 passos para o sucesso


1. Planejamento: antes de todo negócio bem sucedido, há um bom planejamento. Um trem não anda sem trilho. Tive alunos que pensavam que tinham um planejamento porque haviam definido metas agressivas. Metaforicamente, imagine uma loja virtual como sendo um avião. As metas seriam os aeroportos onde queremos aterrissar. Como iremos chegar é o plano de vôo, a visão macro da viagem, o planejamento. Táticas são os botões que iremos apertar, o taxiamento na pista de decolagem, o ajuste dos flaps, ou seja, a visão micro do que temos que fazer durante a viagem para que as metas sejam atingidas.
2. Plataforma: você consegue fazer várias coisas numa cama desconfortável, menos dormir um sono tranqüilo. Quando uma loja se deita numa plataforma de e-commerce, ela deve ter sonhos e não pesadelos. Pode ser até que consiga vender (e muito) usando uma plataforma desconfortável, mas não será tocada por Morfeu da forma como gostaria. Há plataformas de ecommerce de todos os tamanhos e preços. Quem define o tamanho da cama é a necessidade. Um adolescente solteiro dorme muito bem num colchonete, já um casal de mais idade…
3. Design e usabilidade: pense na última vez que você entrou numa dessas lojas de rua, que fosse suja, escura, bagunçada e barulhenta e acabou comprando algo porque era barato. Você não deve lembrar, mas provavelmente sentiu alívio ao sair de lá e colocar os pés na calçada novamente. Lojas limpas, organizadas, com boa iluminação e musica agradável, nos mantém por mais tempo circulando pelas prateleiras. Compramos pelo prazer e até dá vontade de ficar mais. O tíquete médio das compras é maior. Na Internet também é assim, com a diferença que é possível ter uma loja bonita, organizada e com boa usabilidade sem precisar gastar muito.
4. Conteúdo: fotos e descrições de produtos não podem ser commodities. Se todas as lojas usassem as mesmas fotos e descrições e, além disso, cobrassem o mesmo preço, a vida do consumidor seria muito chata. Ajude-o a se decidir pela sua loja, ao mostrar imagens exclusivas, diferenciadas e descrições mais detalhadas, inclua formas de uso dos produtos e opiniões de outros compradores.
5. Operações: depois que o cliente clica no botão “finalizar compra”, começa o verdadeiro trabalho no ecommerce. Conferência, seleção, embalagem, etiquetagem, envio, tracking…lembro de uma propaganda da Coca-Cola, chamada ?Fábrica de Sonhos?, onde um rapaz coloca uma moeda numa máquina de refrigerantes e lá dentro acontece uma série de eventos muito bem sincronizados, que terminam com o produto chegando geladinho nas mãos do consumidor. As operações de uma loja virtual de sucesso devem estar sincronizadas, ter timing, tecnologia e envolvimento de todos.
6. Quem manda na empresa: se você respondeu “o presidente”, errou. Quem manda na loja é o consumidor. O freguês tem sempre razão. Na Internet, um cliente satisfeito conta pra três amigos, um insatisfeito conta pra três mil. Em lojas virtuais bem sucedidas, foram os clientes que definiram os nomes das categorias, as posições das prateleiras, a seleção dos produtos e em alguns casos até mesmo…o preço. Preste atenção no próximo item dessa lista e deixe canais de comunicação abertos para saber o que você deve mudar.
7. Comunicação: seja entre funcionários e clientes, entre clientes e clientes e entre funcionários e funcionários, a comunicação deve fluir para todos os lados. E-mail, telefone, formulário, instant messenger, SMS, chat, Twitter, blog, Orkut ou Facebook. Deixe todos os canais de comunicação abertos, quem deve escolher por onde vai falar com você é o cliente. E não é só isso. Responda rápido e aja mais rápido ainda. Assopre o fósforo antes que ele vire uma fogueira. Nesse ponto está incluído também o atendimento a clientes.
8. Redes Sociais: os consumidores estão lá. Trocando idéias, contando pra todo mundo o que fazem, do que gostam, quem são seus amigos, do que precisam… é difícil para uma empresa de varejo sair do broadcasting tradicional para o social media. Transmitir mensagens em massa, numa só via, é muito mais fácil, mas também dispendiosa. Fazer social media marketing não é tão caro, mas é difícil, exige dedicação e pessoas preparadas, que sejam boas na arte de ouvir e falar. Imagine-se sozinho numa festa onde você não conhece ninguém e vê uma roda de pessoas conversando, que parecem amigos de longa data. Como você entraria no meio do papo? Oferecendo coisas pra eles comprarem? Pense nisso.
9. Tecnologia: a cada dia, fica mais barato o acesso das empresas às novas tecnologias. Automatizar processos reduz erros e custos. A tecnologia deve estar diluída em todos os processos de uma loja virtual. Dê uma volta pela empresa e observe os funcionários que usam muitos “Post it”. Deve haver processos ali que precisam ser melhorados. Essa tecnologia deve contribuir também com o processamento das informações e geração de relatórios analíticos e de fácil compreensão.
10. Fornecedores: são eles que definem o preço final dos seus produtos e, consequentemente, sua margem de lucro. Não aja como um martelo o tempo todo, batendo nos seus fornecedores por causa de preço. Crie laços, busque o ganha-ganha. Além disso, os bons fornecedores ficam na porta da sua loja conversando com os clientes para entenderem o querem e trazer para o mercado produtos mais fáceis de vender. Sua área de compras não deve ser treinada apenas para negociar preços, prazos e condições de pagamento. Deve aprender a identificar tendências de mercado e se comunicar frequentemente com o pessoal de marketing e vendas.
11. Sites parceiros: os e-consumidores não navegam apenas em lojas virtuais. Eles visitam sites de noticias, lêem e-mails, jogam, ouvem músicas, internet banking e se relacionam com amigos. O search engine optimization depende muito mais do que acontece fora do site do que dentro. Empresas bem sucedidas no comércio eletrônico se relacionam bem com parceiros e tem alguém em seu quadro de funcionários dedicado a criar e manter parcerias. Invista em programas de afiliados, recompensando bem as fontes de negócios.
12. Pessoas: por último, mas não menos importante: são as pessoas que fazem o ecommerce. Jack Welch, CEO da GE por 30 anos, sempre diz em suas palestras que gastava cerca de 50% de seu tempo no recrutamento de talentos. Para uma loja virtual ter sucesso, seu quadro de funcionários deve ser formado por pessoas que tenham presença digital. Pessoas que acreditam na Internet, que a usam para fazer compras, se relacionarem e que tenham capacidade de serem geradores de conteúdos. Contrate gente que tenha facilidade no uso de tecnologias e que saiba usá-las de forma criativa e inovadora.
Claro que há outros detalhes envolvidos no sucesso do ecommerce. De uma maneira geral, esses são pontos cada vez mais citados e discutidos durante as aulas, num bate papo entre professores e profissionais de lojas virtuais. Ainda estamos organizando uma pesquisa quantitativa que possa mostrar através de números o grau de importância de cada item descrito anteriormente, de forma que numa próxima oportunidade possam ser listados numa ordem de significância. Enquanto isso continuamos observando atentamente as mudanças nesse mercado, em busca de receitas que possam ajudar no crescimento pessoal e corporativo dos que atuam aí.

por Paul Krugman


"LIÇÕES DA CRISE FINANCEIRA DE 2008 ESTÃO ESQUECIDAS"!
            
1. Com uma rapidez vertiginosa, as lições da crise financeira de 2008 foram esquecidas, e aquelas mesmas ideias que nos jogaram nesta crise – a regulamentação é ruim, aquilo que é bom para os banqueiros é bom para os Estados Unidos e as reduções de imposto são a cura universal para todos os problemas – recuperaram a sua influência.  A economia do trickle-down (doutrina econômica baseada no estímulo à prosperidade dos mais ricos, que “gotejaria” para os mais pobres) – e especificamente a ideia de que tudo o que fizer aumentar os lucros das corporações é bom para a economia – está retornando ao cenário econômico.
          
2. Esse fato parece ser bizarro. Nos últimos dois anos, os lucros das companhias dispararam, enquanto o desemprego continuou em níveis desastrosamente elevados. Por que alguém deveria acreditar que a entrega de mais dinheiro às corporações, de forma incondicional, provocaria a criação mais rápida de empregos?  O argumento básico é que tudo aquilo que deixar mais dinheiro nas mãos das corporações significará mais empregos. Ou seja, temos a teoria do trickle-down na sua forma pura.
          
3. As corporações dos Estados Unidos deveriam pagar impostos sobre os lucros das suas subsidiárias no exterior – mas somente se esses lucros forem transferidos para a sede da companhia. Agora há um movimento solicitando que seja oferecida uma anistia segundo a qual as companhias poderiam repatriar os seus lucros sem praticamente pagarem impostos. E até mesmo alguns democratas estão apoiando essa ideia, alegando que isso criaria empregos. Um presente fiscal similar foi oferecido em 2004. E o fracasso foi total. As companhias de fato tiraram proveito da anistia para transferir bastante dinheiro para os Estados Unidos. Mas elas usaram esse dinheiro para pagar dividendos, saldar dívidas, adquirir outras companhias, comprar de volta as suas próprias ações – ou seja, para tudo, menos aumentar os investimentos e criar empregos.
          
4. Todos sabem que as corporações já estão com reservas enormes de capital e que elas não estão investindo esse dinheiro nos seus próprios negócios. É pura besteira afirmar que um presente fiscal para as corporações criaria empregos ou que a suspensão dos cortes de impostos para jatos executivos destruiria empregos.  A nossa economia necessita é da criação direta de empregos pelo governo e de um alívio da dívida de hipotecas para os consumidores estressados. Mas ela não necessita de uma transferência de bilhões de dólares para corporações que não têm a menor intenção de contratar ninguém, a não ser mais lobistas.




Privataria dá nisso

Leiam com atenção e isenção a noticia abaixo e respondam: fosse a Light uma estatal qual seria o tratamento que os tucademopigospistas dariam ao caso?...

Depois de mais três incidentes - um bueiro explodiu e dois soltaram fumaça -, num total de sete casos em menos de 36 horas, a Light fechou ontem um acordo com o Ministério Público, que estipulará multas de R$ 100 mil por danos causados em cada explosão de bueiro. Os promotores haviam ameaçado cobrar na Justiça R$ 1 milhão por acidente no subterrâneo. O Procon multou ontem a Light em R$ 6,4 milhões. O prefeito Eduardo Paes disse que as explosões estão levando pânico à cidade.

por Alon Feuerwerker

Fatos e salameques

O PSDB vem construindo ao longo dos anos uma teoria conveniente para explicar a longa ausência do poder.

Segundo a teologia tucana, o governo Fernando Henrique Cardoso foi muito bom, mas a oposição implacável do PT na época e a desconstrução propagandística promovida pelo petismo no poder petrificaram a impressão de ter sido ruim.

Uma lavagem cerebral coletiva. Com as decorrentes consequências eleitorais.

A casa seguinte nesse tabuleiro é o PSDB vir lançando a fatura das três últimas derrotas presidenciais na conta da suposta falta de empenho em defesa das realizações de FHC no Palácio do Planalto.

A construção ideológica tucana para explicar seus problemas é frágil mas aconchegante. Ela exime, por exemplo, de fazer um balanço crítico do período FHC. Mais fácil considerar -e propalar- que o povo não está bem informado sobre aqueles tempos.

Foram anos de estabilização monetária e democracia. Mas também de baixo crescimento e pouco emprego. A privatização da telefonia produziu um país em que todo mundo tem telefone. Mas usá-lo ficou caríssimo. Foram lançados programas sociais. Mas a timidez deles evidenciou-se quando veio o PT e lhes deu prioridade.

São os fatos.

O PSDB reage aos fatos com ideologia. Parecido com o PT pré-2002. Para os tucanos, tratar-se-ia apenas de corrigir a hipotética lacuna comunicacional, de partir para a desconstrução da desconstrução.

Daí o panegírico em que se transformou a passagem dos oitenta anos de FHC.

Esse foi o terceiro movimento.

E qual é o quarto? Vem do governo, por perceber a espetacular relação custo benefício embutida em qualquer palavra simpática dirigida por um petista a FHC. Especialmente quando o elogio é de petistas graduados.

O PT e o governo ganham duplamente. Mantêm o PSDB imobilizado no culto ao passado impopular e constrangem a oposição formal. Não pega bem você chutar a canela de quem, no fundo no fundo, diz lhe querer tanto bem.

E o PT não perde nada.

Quando vier a próxima eleição, poderá dizer que as privatizações de FHC foram muito ruins, mas com todo o respeito. E que os programas sociais do PSDB foram muito tímidos, apesar das boas intenções. E que o PSDB de FHC, apesar de ter ajudado a atacar a inflação, fez isso sacrificando o crescimento.

Enquanto o PSDB fica embasbacado com os salamaleques, o seu problema eleitoral continua exatamente no mesmo lugar, e do mesmo tamanho.

Câmbio: o Brasil a beira do abismo

O tsunami cambial brasileiro


Há anos - e, mais ainda, agora - a política econômica brasileira fica na dependência do que poderá ocorrer no mundo.

Semana sim, semana não, o Ministro da Fazenda Guido Mantega adverte os países industrializados sobre os riscos da guerra cambial, dá lições (necessárias) aos Estados Unidos, conclama a OCDE, o FMI, o G7, o G20 e o G70 a agirem.

Internamente, até se permite algumas medidas legais para segurar o movimento especulativo.

De resultado concreto, nada. Fica-se nessa "vitória moral" de sustentar que, sem as medidas, o quadro poderia ser pior.

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No começo do ano, havia o nó da bolha de commodities pressionando a inflação. Sabia-se que tenderia a refluir a partir de maio, junho.

Mesmo assim, o terrorismo mercado-midiático inibiu a atuação do Banco Central, amarrou medidas mais drásticas contra o fluxo especulativo e o induziu a novos aumentos da taxa de juros.

Agora, a inflação está cedendo. E o dólar continua a cair.

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Antes de ontem, na gravação do programa "Brasilianas.org" - sobre a proposta de transformar o Brasil em uma potência siderúrgica - o que se viu foi o mapa do desastre imposto ao país pelo câmbio.

Presidente do INDA (Instituto Nacional de Distribuidores de Aço) Carlos Jorge Loureiro esteve esta semana em um congresso internacional de siderurgia. Há problemas de monta no mundo, com a formidável explosão da produção chinesa. Hoje em dia a China tem capacidade de produzir 700 milhões de toneladas/ano, contra 33,1 milhões do Brasil. Há ameaças permanentes de formação de bolhas especulativas seguidas de estoques enormes, que são despejados no mercado a preço vil.

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Em suma, um quadro de borrasca e tempestades. E nada pode ser feito no país porque o câmbio inviabiliza qualquer tentativa de recuperação do setor. Não há nenhuma possibilidade de investimento novo.

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A ArcellorMital de Tubarão, por exemplo, teve problemas em um alto-forno no passado. Foi resolvido. Mas a empresa prefere manter desligado porque a produção destina-se apenas à exportação. E, mantido o câmbio atual, qualquer tentativa de exportação será gravosa.

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No setor de distribuição, criou-se enorme bolha em cima de produtos. Até transportadoras se tornaram importadoras de produtos siderúrgicos, graças aos enormes ganhos proporcionados pela bolha cambial e creditícia.

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No setor de máquinas e equipamentos ainda não houve demissão em massa em função de um fenômeno registrado a partir dos anos 90. O setor se desverticalizou, criou uma enorme estrutura de pequenas empresas terceirizadas que trabalham o aço, depois de comprado. As importações têm garantido a produção do setor - embora o volume de equipamentos importados ocupe cada vez mais espaço nas vendas. Mas a cadeia de fornecedores está sendo dizimada e não aparece nas estatísticas porque é setor não organizado, sem dados consolidados.

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Quando um preço fundamental, como o câmbio, fica fora de lugar, pipocam desajustes por toda a economia. Criam-se bolhas cambiais, bolhas de crédito (graças ao dinheiro mais barato trazido do exterior) e até essa loucura de bolha especulativa com aço.

A pior herança não são esses movimentos pontuais de bolhas infladas e furadas, mas o tempo que se levará para recompor no tecido industrial puído por esses tempos de incúria cambial.

Importações de aço

Em 2010, as importações internas de aço supriram 20% da demanda no Brasil - historicamente essa margem foi de 4% a 6%. Em 2010 o consumo aparente de aço no Brasil foi de 26,8 milhões de toneladas - quantidade 44% superior a consumida em 2009 e 11% acima de 2008. Desse total (26,8 milhões de toneladas), 5,9 milhões de toneladas foram importadas - crescimento de 154% em comparação ao que foi importado em 2009 e 123% em relação a 2008.

Produção interna

A produção de aço bruto no Brasil estimada pelo Instituto Aço Brasil (IABr), em 2010, foi de 33,1 milhões de toneladas - quantidade 25% superior a de 2009. As vendas internas aumentaram 30,4% em relação a 2009 (21,3 milhões de toneladas). As exportações de produtos siderúrgicos no ano de 2010 totalizaram 8,7 milhões de toneladas e 5,5 bilhões de dólares - apenas 1% superior em relação ao total de dólares comparado a 2009.

O excedente de produção mundial

Segundo o WorldStell Association, existe hoje no mundo um excedente de capacidade de produção de aço em torno de 500 milhões de toneladas. Em consequência disso os preços no mercado mundial estão artificialmente baixos.