O anúncio – feito pela Moody´s (uma daquelas agências de “classificação de risco” que se desmoralizaram ao deixar de prever os riscos no mercado de hipotecas dos EUA antes de 2008) – acrescenta mais um toque de dramaticidade à crise européia.
Portugal é um mercado pequeno. Assim como a Grécia e a Irlanda - que também passam por dificuldades gigantescas. Mas se a dívida desses países virar pó, a crise pode se expandir para Alemanha e França – já que bancos franceses e alemães detêm boa parte da dívida grega e portuguesa.
O desespero leva muita gente a pregar que Portugal e Grécia saiam agora do euro, e voltem a ter moeda própria. Moeda própria permitiria a esses países defenderem suas economias, favorecendo exportações e reativando a produção. Mas a dívida antiga, em euro, cresceria exponencialmente. A não que se pronuncie uma palavra que economistas bem comportados costumam evitar: calote!
O euro, ressalte-se, é moeda “sui generis”, é moeda sem Estado. É moeda “única” de estados múltiplos. Por isso, a crise nos pequenos Portugal e Grécia é uma crise européia. Sem falar na Espanha – economia bem maior, onde o desemprego avança para impressionantes 20%.
O tremor financeiro faz ressurgir o discurso nacionalista na Alemanha – país que segue a crescer em meio à turbulência. Na terra de Angela Merkel, conservadores já falam em criar uma nova zona do euro, mais enxuta, reunindo Alemanha, Áustria e países nórdicos. Um novo euro, o “euro forte”, ficaria restrito a esse pequeno grupo de países – que assim não se deixariam “contaminar” pela instabilidade que vem do sul. Nacionalismo e Alemanha são termos que costumam provocar arrepios quando aparecem juntos.
A crise do euro é, por isso, também uma crise política.
Qual a saída?
Gregos, portugueses e espanhóis já estão nas ruas a mostrar que a velha receita do FMI sofrerá oposição gigantesca. A própria decisão da Moody´s sinaliza que os pacotes sucessivos não surtirão efeito: FMI e União Européia oferecem recursos em troca de cortes no setor público. Cada pacote faz com que o “mercado” enxergue essas economias com mais desconfiança, cobrando um preço cada vez mais alto para refinanciar a dívida pública.
Portugal prometeu vender ativos, reduzir aposentadorias, cortar empregos públicos. Qual o resultado? A dívida virou lixo!
O caminho desses países pode ser o da Argentina. Calote!
Leia a matéria completa »
Parabens pelo blog, estamos acompanhando aqui do Brasil Estado do RN
ResponderExcluirabraços
blog: http://edigarabencoado.blogspot.com/