Para quem gosta de ler babaquices o texto abaixo é um prato cheio.
O autor de tanta asneira deveria dizer quem aplicaria as provas e quem corrigiria. Com certeza ele e sua turma de emplumados estariam entre os capacitados e competentes responsáveis por isso não é mesmo?
A, levando em conta os "critérios" técnicos, José Serra ainda seria nosso presidente. Pois desde sempre ele é "o mais preparado".
Como dizia minha Vó: Besteira pouca é lucro...
O vestibular dos governantes
Gaudêncio Torquato
Que tal um vestibular para candidatos à presidência da República e aos governos dos 27 Estados da Federação? Combinemos, para começo de conversa, as três regrinhas principais do concurso.
Primeira, os eleitores darão as notas aos candidatos; segunda, os aprovados serão aqueles que obtiverem a melhor média nos quesitos - conhecimento das realidades do território que terá de administrar; projetos de governo que contemplem as demandas de áreas, comunidades, classes sociais e categorias profissionais; comprovação de viabilidade das ações propostas e capacidade de realizar os programas nesses em tempos de escassez de recursos econômicos; terceira, os candidatos darão conhecimento público de seus planos em tempo adequado para que os julgadores (os eleitores) possam compreender propostas, assimilar ideias, estabelecer comparações, refletir sobre as diferenças e semelhanças e, a partir desse quadro, atribuir o veredicto, conferindo aos melhores a nota mais alta.
Não deveriam ser estes os critérios para selecionar os governantes da republica? A resposta seria firmativa se o processo de escolha obedecesse a critérios racionais, lógicos, pelos quais os perfis mais preparados e as melhores propostas deveriam ganhar a preferência do eleitorado.
Infelizmente, parcela importante de nossa população eleitoral embasa as escolhas em impulsos emotivos, que se desenvolvem ao sabor das circunstâncias, ora por empatia gerada por um candidato, ora em retribuição a benefícios recebidos e, não raro, pela proximidade entre o eleitor e o político, construída ao longo do tempo e firmada sobre uma base de conhecimento e intimidade.
A emoção também joga votos na direção oposta, sendo este o caso de comunidades revoltadas contra serviços públicos, ou ainda, quando elas identificam autoridades e candidatos na responsabilidade (mesmo indireta) com eventos dramáticos, como casos policiais e fenômenos naturais de impacto destruidor.
O processo emocional se alastra por todos os grupamentos, sendo mais forte nas margens, por conta de aflições do cotidiano e de passivos que as administrações deixam nos arredores de comunidades carentes. Mas a ascensão de grupamentos da base da pirâmide ao meio tem contribuído para o alargamento das fronteiras do voto racional. Esse também é um fato.
A mobilidade social, a interação de grupos até então distantes, o acesso ao consumo e ao lazer, a exposição midiática das demandas comunitárias vão formando correntes que passam a cobrar resultados dos governantes. Nessa teia, expande-se o voto racional.