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Jornalismo a Al Capone


O que é mais incrível não é a Folha de S.Paulo mandar uma repórter “enviada especial” a Goiânia para cobrir o casamento de um mafioso com uma mulher indiciada por chantagear um juiz federal para tirá-lo da prisão, e sequer citar esse fato.

Carlinhos Cachoeira, vocês sabem, tem trânsito livre na imprensa brasileira.Dava ordens na redação da Veja, em Brasília, e sua turma de arapongas abastecia boa parte das demais coirmãs da mídia na capital federal.

Andressa, a noiva, foi indiciada por corrupção ativa pela Polícia Federal por ter tentado chantagear o juiz Alderico Rocha Santos.

Ela ameaçou o juiz, responsável pela condução da Operação Monte Carlo, com a publicação de um dossiê contra ele. O autor do dossiê, segundo a própria? Policarpo Jr., diretor da Veja em Brasília.

Mas nada disso foi sequer perguntado aos pombinhos. Para quê incomodar o casal com essas firulas, depois de um ano tão estressante?

O destaque da notícia foi o mafioso se postar de quatro e beijar os pés da noiva, duas vezes, a pedido dos fotógrafos.

No final, contudo, descobre-se a razão de tanto interesse da mídia neste sinistro matrimônio no seio do crime organizado nacional.
Assim, nos informa a Folha:

“Durante o casamento, o noivo recusou-se a falar sobre munição que afirma ter contra o PT: 

‘Nada de política. Hoje, só falo de casamento. De política, só com orientação dos meus advogados’.”

É um gentleman, esse Cachoeira.
por Leandro Fortes

Policarpo e Civita são criminosos


“Este é o retrato sem retoques de como se faz um jornalismo sem ética, um jornalismo que, para destruir determinado alvo ou determinado projeto político, não hesita em violar as leis, a Constituição e a própria dignidade dos cidadãos.”

É dessa forma que o incisivo texto do relatório final da CPI do Cachoeira define a relação de Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar uma quadrilha com tentáculos no poder público e na mídia.
O jornalista da CBN, Kennedy Alencar, em comentário sobre a CPI, disse que o relatório final não apresenta provas contra Policarpo. Para Alencar, Policarpo não cometeu nada além de “mau jornalismo”. “E mau jornalismo não é crime”, afirma.

De fato, não é, embora isso também seja bastante questionável. Mas o que emerge do relatório final é muito mais do que “mau jornalismo”. Só um corporativismo ancestral pode explicar a declaração de Kennedy Alencar. No relatório, Policarpo Jr. aparece encomendando grampos clandestinos e pedindo ajuda para devassar, sem autorização legal, a intimidade de um cidadão brasileiro (no caso, Zé Dirceu, quando hospedado em um hotel de Brasília). Em troca desses “pequenos favores”, Policarpo fazia o papel de assessor de imprensa da organização chefiada por Cachoeira: publicava o que lhes era conveniente e omitia o resto. Assassinava reputações e promovia jagunços de colarinho branco, como o ex-senador Demóstenes Torres, também integrante da organização, a exemplos éticos a serem seguidos pelas próximas gerações.
Quando a Delta não foi beneficiada por uma licitação para a pavimentação de uma rodovia federal, Cachoeira acionou Policarpo para, através de uma reportagem da Veja, “melar” a licitação. Posteriormente, como os interesses da Delta continuaram a ser negligenciados, Cachoeira e Policarpo montaram uma ofensiva para derrubar o ministro dos Transportes – o que acabaram por conseguir.

Em troca, quando lhe interessava, Policarpo solicitava à organização criminosa que, por exemplo, “levantasse” as ligações de um deputado. Tudo isso está no relatório final, provado através das ligações interceptadas pela PF com autorização judicial. Não é “mau jornalismo” apenas. É crime.

“Não se pode confundir a exigência do exercício da responsabilidade ética com cerceamento à liberdade de informar. Os diálogos revelam uma profícua, antiga e bem azeitada parceria entre Carlos Cachoeira e Policarpo Júnior”, diz o relatório.

Policarpo não é o único jornalista envolvido com a organização de Cachoeira, mas é sem dúvida o que mais fundo foi neste lodaçal. Durante a CPI, não foi possível convocá-lo para depor, porque não havia condições políticas para tanto. Agora, porém, as provas falavam alto.

Porém as questões políticas (necessidade de aprovar o relatório) mais uma vez se interpuseram. Assim como feito em relação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi necessário retirar as menções a Policarpo do documento. O relator entendeu, e eu o compreendo e defendo, que Policarpo, perto do governador Marconi Perillo, do PSDB de Goiás, é secundário. Mas, ser secundário não afasta a necessidade de a Polícia Federal continuar a investigá-lo, e espero que o faça, mesmo com seu nome não constando no relatório. Afinal, todo suspeito deve ser investigado.

Comentários sobre a intenção do relator da CPMI do Cachoeira retirar nomes de Gurgel e Policarpo

JB Costa

Quem não pode com o pote, não pega na rodilha. Eis o que ilustra melhor o arroubo de parte(será todo?) do PT nessa estória. Fizeram pose de leão para, ao final, miarem como uns gatinhos.
Agora ficou mais que provado que borram nas calças na chamada "hora da onça beber água". 
Fortaleceram com isso ainda mais a auto-confiança e a soberba da mídia. DE UMA VEZ POR TODAS PROVARAM QUE NÃO TEM ESTOFO PARA ENFRENTAR O CHAMADO "QUARTO PODER".
Agora aguentem as consequências. 
MarFig
Esses parlamentares do PT estão jogando com a falta de memória dos eleitores. Eles acham que em 2014 todo mundo já se esqueceu disso. Pode até ser, mas nāo será o meu caso. 
Gersier
Covardão, é essa a definição para esse senhor. É por essas e outras que o tal PIG deita e rola. E nós,feito bobalhões,defendendo essa troupe. 
Renato Arthur
Com Uma base de políticos e partidos conservadores na Câmara ligados a direita e devendo favores ao PIG, qualquer relatório que denuncie a Mídia e falcatruas  jamais será aprovado. Dessa forma os "Mervais"  deitam e rolam.
Roberto Weber
É verdade...os quadros do meu PT velho de guerra já não são mais os mesmos. O Odair que me perdoe, mas é como dizemos aqui no Sul: ou borrou as bombachas ou ganhou algumas prendas...
Desse jeito sua carreira vai ficar também "borrada".

Pig tenta inverter a verdade sobre cpmi do Cachoeira


É lamentável a abordagem que a grande imprensa faz do relatório final da CPI do Cachoeira. Sem pudor, a mídia avalia que pode inverter a verdade e desconhecer os fatos.
 
Há um claro esforço coordenado nos jornais para tentar desqualificar o relatório de Odair Cunha. O Estadão, por exemplo, dedica-se a massacrar o relatório. O esforço começa no editorial, que chama a Comissão de “CPI do talião”.
 
Dora Kramer é escalada para falar da “farsa da comissão”, classificando o pedido de indiciamento de jornalistas como “espetáculo burlesco”, embora esse ponto esteja fartamente documentado. O jornal também dá destaque para o governador de Goiás, Marconi Perillo, um dos indiciados, dizer que o relatório é político.
 
Ora, a CPI teve a possibilidade de investigar a associação do crime organizado com um governo constituído - no caso o governo tucano de Goiás - apurando as ramificações e infiltrações dos  negócios do empresário Carlos Cachoeira com a máquina pública comandada pelo governador Perillo.
 
Em Goiás, como desvendaram em grande parte as investigações da CPI (mista, de deputados e senadores), o crime organizado tomou conta do Estado governado pelos tucanos com anuência, inclusive, de um dos líderes da oposição à época, o ex-senador Demóstenes Torres e a omissão, para dizer o mínimo, da administração estadual.
 
O indiciamento de Perillo possibilitará investigar com maior profundidade tudo isso. Portanto, não faz sentido chamar o relatório de político.
 
A Folha de S.Paulo também usa o editorial para tentar desclassificar o relatório. O editorial chama de “arremate insensato” o pedido de indiciamento de alguns dos incluídos. E Eliane Cantanhêde chama o fim da CPI de “triste pastelão”, ignorando todo o vasto conteúdo que justifica os indiciamentos.

Os jornais não escondem também a decisão de defender o jornalista Policarpo Junior e a Veja. E, no Globo, Merval Pereira tenta manter a fantasia de que a CPI foi criada a partir da minha vontade e da vontade de Lula.

Quando na verdade é a imprensa, junto com a oposição, que faz uso político da CPI. Perto do fim do julgamento da AP 470, tentam enterrar a CPI que tem mais do que elementos comprobatórios para indiciar todos os investigados que estão no relatório final.

Senador Fernando Collor e a revista Veja

Quando ouvir, ver e ler uma denúncia, não preste atenção quem é o autor, seja fulano, sicrano ou beltrano o que importa é o conteúdo. Atenha-se aos fatos, não se prenda a boatos. Leia mais>>>

Veja: o triste fim


Por Leandro Fortes

Na CartaCapital dessa semana há uma história dentro de uma história. A história da capa é o desfecho de uma tragédia jornalística anunciada desde que a Editora Abril decidiu, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, que a revista Veja seria transformada num panfleto ideológico da extrema-direita brasileira. Abandonado o jornalismo, sobreveio a dedicação quase que exclusiva ao banditismo e ao exercício semanal de desonestidade intelectual. O resultado é o que se lê, agora, em CartaCapital: Veja era um dos pilares do esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira. O outro era o ex-senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Sem a semanal da Abril, não haveria Cachoeira. Sem Cachoeira, não haveria essa formidável máquina de assassinar reputações recheada de publicidade, inclusive oficial.

A outra história é a de um jornalista, Policarpo Jr., que abandonou uma carreira de bom repórter para se subordinar ao que talvez tenha imaginado ser uma carreira brilhante na empresa onde foi praticamente criado. Ao se subordinar a Carlinhos Cachoeira, muitas vezes de forma incompreensível para um profissional de larga experiência, Policarpo criou na sucursal da Veja, em Brasília, um núcleo experimental do que pior se pode fazer no jornalismo. Em certo momento, instigou um jovem repórter, um garoto de apenas 23 anos, a invadir o quarto do ex-ministro José Dirceu, no Hotel Nahoum, na capital federal. Esse ato de irresponsabilidade e vandalismo, ainda obscuro no campo das intenções, foi a primeira exalação de mau cheiro desse esgoto transformado em rotina, perceptível até mesmo para quem, em nome das próprias convicções políticas, mantém-se fiel à Veja, como quem se agarra a um tronco podre na esperança de não naufragar.

A compilação e análise dos dados produzidos pela Polícia Federal em duas operações – Vegas, em 2009, e Monte Carlos, em 2012 – demonstram, agora, a seriedade dessa autodesconstrução midiática centrada na Veja, mas seguida em muitos níveis pelo resto da chamada “grande” imprensa brasileira, notadamente as Organizações Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e alguns substratos regionais de menor monta. Ao se colocar, veladamente, como grupo de ação partidária de oposição, esse setor da mídia contaminou a própria estrutura de produção de notícias, gerou uma miríade de colunistas-papagaios, a repetir as frases que lhes são sopradas dos aquários das redações, e talvez tenha provocado um dano geracional de longo prazo, a consequência mais triste: o péssimo exemplo aos novos repórteres de que jornalismo é um vale tudo, a arte da bajulação calculada, um ofício servil e de remuneração vinculada aos interesses do patrão.

A Operação Vegas, vale lembrar, foi escondida pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel, este mesmo que por ora acusa mensaleiros no STF com base em uma denúncia basicamente moldada sobre os clichês da mídia, em especial, desta Veja sobre a qual sabemos, agora, que tipo de fontes frequentava. Na Vegas, a PF havia detecdado não somente a participação de Demóstenes Torres na quadrilha, mas também de Policarpo Jr. e da Veja. Essa informação abre uma nova perspectiva a ser explorada pela CPI do Cachoeira, resta saber se vai haver coragem para tal.

Há três meses, representantes das Organizações Globo e da Editora Abril fecharam um sórdido armistício com Michel Temer, vice-presidente da República e cacique-mor do PMDB. Pelo acordo, o noticiário daria um descanso para Dilma Rousseff em troca de jamais, em hipótese alguma, a CPI do Cachoeira convocar Policarpo Jr., ou gente maior, como Roberto Civita, dono  da Abril. A fachada para essa negociata foi, como de costume, as bandeiras das liberdades de imprensa e de expressão, dois conceitos deliberadamente manipulados pela mídia para que não se compreenda nem um nem outro.

No dia 14 de agosto, terça-feira que vem, o deputado Dr. Rosinha irá ao plenário da CPI apresentar um requerimento de convocação do jornalista Policarpo Jr.. É possível, no mundo irrreal criado pela mídia e onde vivem nossos piores parlamentares, que o requerimento caia, justamente, por conta do bloqueio do PMDB e dos votos dessa oposição undenista sem qualquer compromisso com a moral nem o interesse público.

Será uma chance de ouro de todos nós percebermos, enfim, quem é quem naquela comissão.

No mais, CartaCapital, já nas bancas. E, definitivamente, nem veja as outras.

CPMI votará convocação de Civita e Policarpo


O presidente da Comissão Parlamentar Inquérito (CPMI) mista do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), garantiu ao colega Fernando Collor (PTB-AL) que colocará em votação os pedidos de convocações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, do dono da Editora Abril, Roberto Civita, e do jornalista Policarpo Júnior, diretor da Veja em Brasília, na próxima reunião administrativa da comissão.
Collor acusou Gurgel de ter chantageado durante dois anos o então senador Demóstenes Torres (GO), um dos principais acusados de envolvimento no esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, cassado pelo Senado. Segundo ele, Gurgel "segurou" o inquérito da Operação Vegas para poder influenciar Demóstenes. Collor também afirmou que o procurador e a revista Veja davam cobertura ao esquema de Cachoeira.Leia mais »

Vejonline: Carlinhos Cachoeira chantageia Civita e Policarpo

Da série, o pau que dá em nordestino também dá em argentino

Veja desta semana não mostra que bicheiro ameaça revelar conversar suas com Chefão da Abril e Editor-Chefe da revista.

Um dos amigos mais próximos de Roberto Civita e Policarpo Jr, Reinaldo Azevedo, está há dois meses às voltas com uma missão: o jornalista foi encarregado de manter sob controle – e em silêncio – o empresário Carlos Augusto Ramos - o Carlinhos Cachoeira -. Reportagem não publicada em VEJA desta semana revela que, às vésperas da reconvocação a cpmi do pig, o contraventor está chantageando mais uma vez Civita e Policarpo.

Denunciado pelo procurador-geral da República como o operador do maior esquema de corrupção da história, Carlinhos Cachoeira responde por crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 100 anos de prisão. Em maio, ele fez chegar à cúpula da Abril uma ameaça: estava decidido a procurar o Ministério Público para revelar detalhes de suas conversas com Roberto Civita e Policarpo Jr. O Chefão da Veja nega a existência de qualquer vínculo entre ele e o operador do esquema Pig.

Reinaldo Azevedo, hoje cão de guarda da Editora Abril, entrou em ação para evitar turbulências. Ele admite ter participado de reuniões com Carlinhos Cachoeira, mas diz que isso nada tem a ver com ameaças ou chantagens. Indagado se as conversas envolviam assuntos financeiros, ele explicou: “Ele tem uma pendência lá com a editora, de empréstimo, coisa de bandidos”. Referia-se a solidariedade dos comparsas, como pagamento pelas armações contra o PT que abasteceram o pig.
Azevedo concluiu, em tom enigmático: “ o Carlinhos Cachoeira tinha relação com a editora, ele fez coisas com a Veja. Eu nunca acompanhei isso. Então, quem pariu Mateus que o embale, né, meu querido?”
O fato é que o Pig está assombrado com com bicheiro, teme que ele decida se beneficiar da delação premiada e entregue todos da imprensa que comeram na sua mão.

Pig x Collor e CPMI do Cachoeira

Depois que começou a pressionar a Veja e o Gurgel para serem convidados a depor na cpmi do Cachoeira,  o senador Fernando Collor renasceu para o pig. Intimidação pura. Mas, pode ser que o tiro sai pela culatra e o ex-presidente tenha bala na agulha para revidar o ataque dos filhos do Roberto Marinho. Como presidente ele tratou diretamente com o cabeça e o nível é bem diferente. 

A Globo hoje não tem mais o poder de outrora, exatamente por ser comandada por pessoas que jamais deixaram e deixaram de ser "filhos" de um todo poderoso.

Bom para o país se o caçador de marajás soltasse a língua, quem sabe ele não faça este favorzinho lá no Fantástico, ou será que a Globo não vai convida-lo para uma entrevista como fez com a sua ex?...

Vamos aguardar os próximos capítulos.



Editora Abril, Policarpo e Cachoeira um trio afinado


O blog reproduz trechos de áudio da Operação Vegas que comprovam a íntima relação do diretor da Veja, Policarpo Junior, com o Carlinhos Cachoeira.


Veja: Policarpo-Cachoeira, uma parceria para limpar o Brasil

do Tijolaço


A Veja "desencarnou" Demóstenes: parceria cívica com Carlinhos Cachoeira
Um dos principais argumentos para dizer que o ex-Presidente Lula tinha conhecimento dos esquemas de depósitos ilegais de dinheiro para parlamentares em seu primeiro governo é o fato de que o governador de Goiás, Marconi Perillo, afirma tê-lo avisado de que estaria ocorrendo o “mensalão”.
Perillo diz ter sido alertado pelo deputado tucano Carlos Leréia. Ambos, como todos sabem, mais do que ligados a Carlinhos Cachoeira.
O caso começou, todos se recordam, com a filmagem de um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebendo R$ 3 mil de interlocutores, num “furo de reportagem” de Policarpo Júnior, da Veja.
Sabe-se agora que a gravação foi providenciada pelo araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, sargento reformado da Aeronáutica a serviço de Carlinhos Cachoeira. Dadá é aquele que “revelou” a Policarpo Júnior o suposto “dossiê” que se fazia contra a candidatura Serra que, de tão secreto, virou o livro “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior.
Cachoeira  é, por sua vez, o autor da gravação de Waldomiro Diniz, na época dirigente da empresa de loterias do Governo do Rio de Janeiro, pedindo propina, outro “furo” de Policarpo Júnior.
Agora, não podendo mais ocultar a “série de coincidências” – embora, ao contrário de outras vezes, tenha poupado uma capa sobre o escândalo – Veja mostra que associação entre seu editor e o banqueiro do bicho era de natureza “cívica”.
Sabendo que o áudio vazara, o publica como prova de sua “total transparência”, com a garantia do próprio bicheiro: “‘O Policarpo nunca vai ser nosso’.
Não, apenas estão trabalhando juntos pela moralidade pública:
- Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos (furos de reportagem) já foram, rapaz? E tudo via Policarpo.
Chega a ser comovente tanta pureza. Ouça o diálogo aqui.
E é também tocante o discernimento de toda a grande imprensa brasileira, que se convenceu, automaticamente, que a associação Policarpo-Cachoeira era quase uma benemerência, uma cruzada moralizadora para livrar o Brasil da corrupção.
É certamente por esse elevado sentido de honradez que todas estas informações foram sonegadas aos leitores. O homem que mandava corromper e gravava a propina queria apenas o bem do Brasil e Policarpo, dono de um altíssimo sentido de dever pátrio, seguia suas orientações, profusamente transmitidas em dezenas e até centenas de telefonemas.
Só falta dizer que é dele a imagem no Santo Sudário, ao qual apelou a Veja para esconder sob Cristo o seu pecado Demo-Cachoeirista.
Enquanto isso, Lula, com a garganta – aquela que ele salvou do impeachment que a Veja desejava – recém recuperado, vai fazendo o milagre de contar, como prometera, tudo o que esteve encoberto na história do “mensalão”.
Sem ter de dizer uma palavra.