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Artigo do dia, por Alder Teixeira

Nise, uma heroína brasileira
Esta semana, em mais um ato de desrespeito à memória de brasileiros e brasileiras que pensaram o país com grandeza, a que se soma a realização de um trabalho singular em favor dos marginalizados, o presidente JB recusou a inclusão do nome da dra. Nise da Silveira n’O livro dos heróis e heroínas do Brasil. O fez, entre ignorante e perseguidor, num gesto típico dos autoritários quando investidos de poder: de uma canetada. Quem sabe usando a mesma caneta com que assinara, faz pouco tempo, o ato de indulto a Daniel Silveira, numa irônica coincidência de sobrenomes que em tudo se contrapõem em suas trajetórias. Este, um incitador da desordem, um baderneiro fadado à violência; aquela, orgulho da psiquiatria do país, e um dos nomes mais ilustres de nossa história pelos relevantes serviços devotados ao tratamento de doentes mentais.
Nordestina de Maceió, onde nasceu em 1905, Nise entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia com apenas 16 anos, notabilizando-se desde então pela firmeza de caráter, e por sua incontida coragem para se rebelar contra as injustiças de toda ordem, mesmo aquelas embutidas nas práticas desumanas da medicina psiquiátrica à época, a exemplo da lobotomia, o eletrochoque, o uso indiscriminado de insulina e cardiazol.
“A rebelde. A forte. A que soube dizer não. E o rosto que era o sol. E as mãos como pintadas por El Greco, regiam uma orquestra invisível de princípios”., são palavras com que o poeta, ensaísta e tradutor Marco Luchesi, da Academia Brasileira de Letras, definiu essa mulher a um só tempo tão frágil e tão valente, que pautou sua carreira e sua história pessoal pelo amor ao próximo, nomeadamente pelos menos favorecidos, os tangenciados de uma sociedade profundamente desigual, de cuja estrutura nascem os ‘adoecidos’ mentais a que dedicou sua vida construída de profundo afeto  — e de inesgotável sabedoria, como médica e como cidadã, a quem a saúde e a cultura brasileiras devem tanto.
autor: Alder Teixeira 
Lula presidente>>>

Novos ventos, por Alder Teixeira


É muito cedo, por certo, para falar em desconstrução do ideário neofascista no mundo. Há indícios, no entanto, de que a onda ultradireitista vem sofrendo abalos sucessivos, o que constitui alento para os que amam a democracia e se angustiam com as ameaças que esta vem sofrendo na segunda metade dos anos 2000.
Começou com a vitória dos chilenos em favor de uma nova carta constitucional, o que já seria significativo por si só. Mas os chilenos foram além: não era bastante espezinhar o texto de conteúdo pinochetista, jogando-o à lata de lixo a que a própria História já se encarregara de fazer com o seu idealizador. A nova constituição nascerá de uma constituinte formada meio a meio por homens e mulheres, algo impensável à luz dos valores profundamente conservadores (ou reacionários) por que se vinham orientando as ações de mesma natureza mundo afora.
Na sequência, e talvez a mais significativa das mudanças ocorridas nos dois últimos anos, a vitória do socialista Luis Arce (MAS), na Bolívia, numa reação contundente contra o golpe que derrubara Evo Morales.
Em tempo, deve-se frisar: o ex-presidente foi recebido como herói em sua volta ao país.
Sem falar, porque já distante, o caso da Argentina, onde Alberto Fernández venceu no primeiro turno eleições consideradas decisivas para a revitalização das forças de esquerda no continente.
Coroando essa sequência de avanços, em meio à onda ultradireitista que alcançara sua maior altura em 2016, com a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA, a vitória do democrata Joe Biden indica uma inequívoca tendência de refluxo do que vinha colocando em risco as liberdades em diferentes países neste século.
No Brasil, ainda que seja preocupante o quadro de incertezas, pesquisas apontam que nas eleições de domingo 15, nas principais capitais, os candidatos vitoriosos devem estar à esquerda e ao centro do espectro político. A indicar, também entre nós, o que pode ser o fim da retomada facistoide que atingira o seu ponto culminante em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro, seus candidatos tendem a sofrer uma derrota acachapante em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e, em proporções mais leves, em Fortaleza.
Tudo a indicar, como se vê, que os ventos estão soprando em outra direção, e os reacionários brasileiros, saídos dos esconderijos como ratos famintos há pouco menos de dois anos, devem “Jair se acostumando”.
Alder Teixeira - Segunda Opinião
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Pior que os ultradireitistas como as ondas do mar... vão e vem no curso infinito da história
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